tag:blogger.com,1999:blog-80512323950497459272023-11-16T02:42:49.536-08:00The MirrorUm espelho da minha mente, ou possivelmente da sua; um espelho que pode refletir muito além do que os mais curiosos olhos se atreveriam a enxergar...Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.comBlogger198125tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-34547169862975181462022-02-05T06:15:00.000-08:002022-02-05T06:15:01.034-08:00A Genialidade da Multidão<p> </p><p> </p><p>Há suficiente traição, ódio, violência, absurdo no ser humano comum<br />
Para abastecer qualquer exército a qualquer momento.<br />
<br />
E os melhores assassinos são aqueles que Pregam Contra o assassinato.<br />
E os melhores no ódio são aqueles que pregam amor.<br />
E os melhores na guerra - enfim - são aqueles que pregam paz.<br />
<br />
Aqueles que pregam Deus, precisam de Deus.<br />
Aqueles que pregam paz, não tem paz.<br />
Aqueles que pregam amor, não tem amor.<br />
Cuidado com os pregadores<br />
Cuidado com os conhecedores.</p><p> </p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEii5w4zP8xNp5qG9iuqgio2vWFfXjuaSWyXnpyIpwTtBcw7ZFFT2gCLQ5dnQ0G0N0L5NLQsNcQtBHbcGPeoYmOPbAEG9S8qYC6ftfc2tJqjU3tizO7KbCyNhmzK4SXDMsBcQ_DYYTpkCbaont6OjVXD9DsoMYurgSueq3F2KcTl3OHCDeb42yLiluh3=s6000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4500" data-original-width="6000" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEii5w4zP8xNp5qG9iuqgio2vWFfXjuaSWyXnpyIpwTtBcw7ZFFT2gCLQ5dnQ0G0N0L5NLQsNcQtBHbcGPeoYmOPbAEG9S8qYC6ftfc2tJqjU3tizO7KbCyNhmzK4SXDMsBcQ_DYYTpkCbaont6OjVXD9DsoMYurgSueq3F2KcTl3OHCDeb42yLiluh3=s320" width="320" /></a></div><br />
<br />
Cuidado com aqueles que estão sempre lendo livros. <br />
Cuidado com aqueles que ou detestam a pobreza ou orgulham-se dela.<br />
Cuidado com aqueles rápidos em elogiar<br />
Pois eles precisam de louvor em retorno<br />
<br />
Cuidado com aqueles rápidos em censurar:<br />
Eles temem o que desconhecem.<br />
Cuidado com aqueles que procuram constantemente multidões; <br />
Eles não são nada sozinhos.<br />
<br />
Cuidado.<br />
O Homem Vulgar. A Mulher Vulgar.<br />
Cuidado com o amor deles.<br />
<br />
Seu amor é vulgar, busca vulgaridade<br />
Mas há força em seu ódio<br />
Há força suficiente em seu ódio para matá-lo, <br />
para matar qualquer um.<br />
<br />
Não esperando solidão<br />
Não entendendo solidão<br />
Eles tentarão destruir<br />
Qualquer coisa que difira deles mesmos<br />
<br />
Não sendo capazes de criar arte<br />
Eles não entenderão a arte<br />
<br />
Considerarão seu fracasso como criadores<br />
Apenas como falha do mundo<br />
<br />
Não sendo capazes de amar plenamente<br />
Eles <b>acreditarão</b> que seu amor é incompleto<br />
Então te <b>odiarão</b><br />
<br />
E seu ódio será perfeito<br />
Como um diamante brilhante<br />
Como uma faca<br />
Como uma montanha<br />
Como um tigre<br />
Como cicuta<br />
<br />
Sua mais refinada <br />
<b>Arte </b><p></p><p><b> </b></p><p><i><span style="font-size: x-small;">Charles Bukowski</span></i><b> <br /></b></p><br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-41644459867006870672016-04-24T13:05:00.002-07:002016-04-24T15:11:37.211-07:00Humano, o Imortal<br />
"Entendam bem, ser humano é conhecer.<br />
<br />
Ser humano é compreender e o principal objeto desse estudo é o próprio ser humano. Claro, conhecer a física, a química, a matemática é muito bonito, maravilhoso. Mas tudo isso não serve para nada se o sujeito não compreender o ser humano. Existe uma obra notável sobre isso, a obra chamada A defesa de um matemático, de Thomas Hardy [G. H. Hardy]; foi um grande matemático do século XX. Nesse livro, ele vai escrever o seguinte:<br />
<br />
<i>‘Matemática é um algo maravilhoso, é genial, é incrível. Mas eu passei a minha vida toda só estudando matemática e a minha vida foi uma merda. Não valeu à pena, não entendi sobre mim mesmo. Tudo o que eu quis deu errado. Todas as pessoas de quem eu gostava se afastaram de mim. Não entendi nada, ninguém gosta de mim. A vida do matemático é uma droga. Porque essa foi a única coisa que eu quis compreender da realidade’ – ele mesmo fala – ‘eu posso até ter sido uma pessoa brilhante’ – porque foi de fato um matemático brilhante – ‘mas eu deveria ter usado essa inteligência para um objeto mais interessante, mais útil, que é o ser humano’.</i><br />
<br />
A obra é interessantíssima, porque tem vários detalhes autobiográficos e várias coisas sobre matemática – por exemplo, nessa obra tem um capítulo, um ensaio sobre a apreciação estética das<br />
fórmulas matemáticas. Provavelmente, a pessoa que tenha gostado um pouco de matemática – aquilo lá é um negócio brilhante, o sujeito era um gênio mesmo. Mas está lá um registro de que isso aqui não basta.<i> </i>Vocês podem se tornar um sujeito perfeito - um excelente profissional, um grande médico, um grande matemático, um grande político, um grande advogado, um grande ator; eu digo que isto não valerá nada. Quando chegar ao final, você irá dizer: ‘não valeu a pena’. Por quê? Porque o ser humano, enquanto ser humano, só serve para uma coisa: compreender. E ele não deve gastar essa vocação com ninharias. Essa é uma vocação tão sublime que está abaixo da dignidade dela ser desperdiçada exclusivamente com objetos pequenos e mesquinhos. Essa coisa, que é a inteligência humana, você a usa para entender do ser humano para cima; do ser humano para baixo, não vale. Para entender o ser humano ou coisas melhores. Menos do que isso, você está jogando fora o seu talento.<i><br /></i><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxUTCO0r1tIjU6AjZ3DYBQYuRN6mv1z1-LWkDs2qC47CgJjmWqgMrmubucCvVpFBaQC9M9npwMbgpDr7V6Fn0Rnc-Z9R36zkeby_pNLsBvNTCUTJQrnWQ8WmHHm45NQ_RnYxwCE2dgAxY/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxUTCO0r1tIjU6AjZ3DYBQYuRN6mv1z1-LWkDs2qC47CgJjmWqgMrmubucCvVpFBaQC9M9npwMbgpDr7V6Fn0Rnc-Z9R36zkeby_pNLsBvNTCUTJQrnWQ8WmHHm45NQ_RnYxwCE2dgAxY/s320/2.jpg" width="249" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Tomando um cafezinho, eu estava conversando com alguns dos alunos e levantou-se uma questão interessante que é o quanto a vida humana é curta para esse trabalho da inteligência; o quanto oitenta, noventa anos é pouco para isso. E aí se levantou uma questão: ‘mas se há uma vida depois da morte, você pode continuar’. Esta é uma questão interessante, porque se há uma vida depois da morte, ela é puramente espiritual. Então, se você levou uma vida como a do boi, só pensando em pagar as contas e resolver esses problemas, na hora em que esta vida te for tirada, vai ser muito pior para você se tiver outra vida depois dessa; se tiver uma vida puramente espiritual, na qual essa vida não existe mais. Tudo o que te definia como pessoa não existe mais, você perdeu. Então, havendo uma vida após a morte, ela só é de alguma maneira interessante para quem durante a sua vida nesse mundo se interessou de algum modo por uma atividade que fosse ela mesma também puramente espiritual. É justamente só para a pessoa que dedicou a vida dela – todo dia, uma ou duas horas por dia – para esse trabalho da inteligência, só para essa pessoa uma vida espiritual depois da morte tem algum interesse. Para as outras pessoas, essa vida seria um tormento, seria só um sofrimento.</div>
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<br /></div>
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O próprio Cristo falou que o seu coração está onde estão os seus tesouros. O que é um tesouro? É uma coisa que sua mente acalenta como valiosa; é uma coisa para a qual a atenção de sua mente se volta naturalmente. Se a sua mente está o tempo todo ocupada – ‘tenho que pagar a conta disso, tenho que fazer não-sei-o-quê, tenho que arrumar aquilo’ –, está só na vida biológica, quando você morrer ela vai continuar na vida biológica. Se ela continua funcionando depois da morte, ela vai continuar no mesmo processo, porque esse é o seu tesouro; só que esse tesouro estará longe de você. Isto é o inferno.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Existe um clássico sobre a meditação, uma grande obra sobre a meditação chamada Opúsculo sobre a arte de aprender e de meditar, de Hugo de São Vítor. Hugo de São Vítor foi um pensador que viveu no século XI, passagem do século X ao XI. Ele fala: ‘sim, uma das atividades mais importantes da vida humana é meditar. A vida humana é meditar’. Mas ele mesmo fala: ‘mas a meditação é impossível sem você recoletar certo material acerca do tema da meditação, porque toda meditação é acerca de algo. Onde você vai achar esses temas?’ Ele dizia: ‘só tem duas fontes de temas para a inteligência humana: a natureza e os livros. Não tem outras’. Claro, se você tiver a felicidade de morar no meio de um bosque maravilhoso, você pode tomar como base para a maior parte de suas meditações esse cenário idílico. Você sai da sua casa, senta do lado do riacho, fica ouvindo o barulhinho, vê as árvores, o ventinho passando e aí você vai usar isso como temas de meditação. Se você vive em um apartamento num paliteiro de prédios, eu sugiro que você compre alguns livros; é mais barato do que comprar o bosque.</div>
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<br /></div>
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Esse exercício diz que só isso é vida. O resto não é vida, o resto é um mecanismo cíclico que nunca avança. Nós pensamos assim: ‘se eu tiver mais dinheiro, o problema das contas vai sumir’. Mentira. Se eu tiver mais dinheiro, o problema das contas vai mudar de escala e vai continuar existindo do mesmo jeito; se eu tiver um bilhão de reais, o problema de contas será na escala de um bilhão de reais. Por quê? Porque isto é um mecanismo cíclico que não tem saída. É como a necessidade de alimento, a necessidade de sono ou a necessidade de sexo – tudo isso aí são mecanismos cíclicos. Vai dar uma volta no relógio e você vai precisar disso de novo. E depois vai acontecer de novo, de novo, de novo, de novo e assim vai ser sua vida toda. Isso não é vida, isso é um mecanismo. É somente na parte intelectual e espiritual que você possui uma vida, quer dizer, um processo de desenvolvimento que não se repete, mas que se abre para universos cada vez mais amplos. Somente aí existe um desenvolvimento real. Aliás, esse é um dos temas favoritos dos orientais em meditação: este mundo é Samsara; é <u>uma série de ciclos que se repetem e que não se resolvem nunca</u>. Essa é a figura que o oriental tem do mundo natural e essa figura é verdadeira, porque o mundo natural é assim mesmo, ele é uma indicação que não se resolve.</div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFiuSgvf8a-Y8VzK6mQV0XJ4m9gXZjh9bL7zDIdIKUKsjHbzF7nqUFL8V5WG5zitzsF_gCSSQHOIu3Zs4RfgSzlBXO980RmniThJdI1fS1AGw6WIBLWu_-KFOYdT3aBGmiqYpdej9HPNo/s1600/samsara.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFiuSgvf8a-Y8VzK6mQV0XJ4m9gXZjh9bL7zDIdIKUKsjHbzF7nqUFL8V5WG5zitzsF_gCSSQHOIu3Zs4RfgSzlBXO980RmniThJdI1fS1AGw6WIBLWu_-KFOYdT3aBGmiqYpdej9HPNo/s320/samsara.jpg" width="228" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: white;"><i><span style="font-size: x-small;"><span class="st"><i>We move in circles</i>. </span></span></i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: white;"><i><span style="font-size: x-small;"><span class="st"><i>Balanced all the while</i>. </span></span></i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: white;"><i><span style="font-size: x-small;"><span class="st">On a gleaming razor's edge.</span></span></i></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
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É isso que põe o sujeito na dimensão realmente humana; é só isso que nos distingue dos animais. Não é o nosso jeito de pagar as contas com o real. Os animais pagam com o esforço físico; o boi tem que andar até a grama para pegar. E nós pagamos com um pedaço de papel, mas esse pedaço de papel significa esforço físico, é a mesma coisa. E pensem nisso: <b>se existe uma vida após a morte, ela é um tormento para quem não viveu uma vida intelectual e espiritual antes da morte.</b> Ela é só perder o que você tinha. Então, com este pensamento, eu vos deixo. Se existe uma vida após a morte, ela é um tormento para quem não tinha uma vida intelectual e espiritual antes da morte; ela é só perder tudo. </div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4rS7u7_JMxeoUie6MvkgAAKvH4ej6SuVlgfN-Byrt5TPDTZs1llKfWw7sel2JFDlJ7BzN7cgQNDnwZ9Bq-9_vQ92fmY8xbxqkjkpj6AOYeG0gpuG1F4exsLhMhqJXFV1xkRKRT68_V1I/s1600/door.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4rS7u7_JMxeoUie6MvkgAAKvH4ej6SuVlgfN-Byrt5TPDTZs1llKfWw7sel2JFDlJ7BzN7cgQNDnwZ9Bq-9_vQ92fmY8xbxqkjkpj6AOYeG0gpuG1F4exsLhMhqJXFV1xkRKRT68_V1I/s320/door.jpg" width="209" /></a></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Boa noite a todos."<br />
<br />
Luiz Gonzaga de Carvalho Neto</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-35439427815731822482016-03-21T08:09:00.000-07:002016-03-21T15:10:13.953-07:00A Mais Poderosa Força do UniversoA experiência humana atinge seu ápice nas condições extemas, seja para o sumo bem, ou o mal. <br />
<br />
Relato do dr. Viktor Frankl, criador da logoterapia, durante seu encarceramento no campo de concentração de Auschwitz na Segunda Grande Guerra:<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #cc0000;"><b>Quando nada mais resta </b></span></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Enquanto avançamos aos tropeços, quilômetros a fio, vadeando pela neve ou resvalando no gelo, constantemente nos apoiamos um no outro, erguendo-nos e arrastando-nos mutuamente. Nenhum de nós pronuncia uma palavra mais, mas sabemos neste momento que cada um só pensa em sua mulher. Vez por outra olho para o céu no horizonte em que assoma a alvorada por trás de um lúgubre grupo de nuvens. Mas agora meu espírito está tomado daquela figura à qual ele se agarra com uma fantasia incrivelmente viva, que eu jamais conhecera antes na vida normal. Converso com minha esposa. Ouço-a responder, vejo-a sorrindo, vejo seu olhar como que a exigir e a animar ao mesmo tempo; e - tanto faz se é real ou não a sua presença - seu olhar agora brilha com mais intensidade que o sol que está nascendo. Um pensamento me sacode. É a primeira vez na vida que experimento a verdade naquilo que tantos pensadores ressaltaram como a quintessência da sabedoria, por tantos poetas cantada: a verdade de que <b>o amor é, de certa forma, o bem último e supremo que pode ser alcançado pela existência humana.</b> Compreendo agora o sentido das coisas últimas e extremas que podem ser expressas em pensamento, poesia - e em fé humana: a redenção pelo amor e no amor! Passo a compreender que a pessoa, mesmo que nada mais lhe reste neste mundo, por alguns momentos - entregando-se interiormente à imagem da pessoa amada. Na pior situação exterior que se possa imaginar, numa situação em que a pessoa não pode realizar-se através de alguma conquista, numa situação em que sua conquista pode consistir unicamente num sofrimento reto, num sofrimento de cabeça erguida, nesta situação a pessoa pode realizar-se na contemplação amorosa da imagem espiritual que ela porta dentro de si da pessoa amada. Pela primeira vez na vida entendo o que quer dizer: os anjos são bem-aventurados na perpétua contemplação, em amor, de uma glória infinita...<br />
<br />
À minha frente, um companheiro cai por terra, e os que vão atrás dele também caem. Num instante o guarda está lá e usa seu chicote sobre eles. Por alguns segundos se interrompe minha vida contemplativa. Mas num abrir e fechar de olhos eleva-se novamente a minha alma, salva-se mais uma vez do aquém, da existência prisioneira, para um além que retoma mais uma vez o diálogo com o ente querido: eu pergunto - ela responde; ela pergunta - eu respondo.<br />
<br />
"Alto!" Chegamos ao local da obra: "Cada qual busque sua ferramenta! Cada um pegue uma picareta e uma pá!" E todos se precipitam para dentro do galpão completamente às escuras para arrebanhar uma pá jeitosa ou uma picareta mais firme. "Como é, não vão se apressar, seus cachorros imundos?" Dali a pouco estamos na vala, cada um em seu lugar da véspera. A picareta estilhaça o chão congelado, soltando até fagulhas. Nem mesmo os cérebros ainda degelaram, os companheiros continuam calados. Meu espírito ainda se apega à imagem da pessoa amada. Continuo falando com ela, e ela continua falando comigo. De repente me dou conta: nem sei se minha esposa ainda vive! Naquele momento, fico sabendo que o amor pouco tem a ver com a existência física de uma pessoa. Ele está ligado a tal ponto à essência espiritual da pessoa amada, a seu "ser assim" (nas palavras dos filósofos), que a sua "presença" e seu "estar-aqui-comigo" podem ser reais sem sua existência física em si e independentemente de se estar com vida. Eu não sabia, nem poderia ou precisaria saber, se a pessoa amada estava viva. Durante todo o período do campo de concentração não se podia escrever nem receber cartas. Mas isso, naquele momento, de certa forma não tinha importância. As circunstâncias externas não conseguiam mais interferir no meu amor, na minha lembrança e na contemplação amorosa da imagem espiritual da pessoa amada. Se naquela ocasião tivesse sabido: minha esposa está morta - acho que esse conhecimento não teria perturbado meu enlevo interior naquela contemplação amorosa. O diálogo espiritual teria sido igualmente intenso e gratificante. Naquele momento, apercebo-me da verdade: "Põe-me como selo sobre o teu coração (...) porque o amor é forte como a morte" (Cantares 8:6)</div>
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<b></b><br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh148g_FLwtmmgSQgH-g6cq0gdocQfV2DikzUcODktQ6zGOcOO-xWRMHfQqu5z3NUKDxCZVAi-q1UZuF5pOxHQgS0LEYaMuh2S3sriDmSdxRf0Yg485k9SY6VDQMpdb1_cs5pMEOFSU5Jc/s1600/oie_18161755xwxttq28.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh148g_FLwtmmgSQgH-g6cq0gdocQfV2DikzUcODktQ6zGOcOO-xWRMHfQqu5z3NUKDxCZVAi-q1UZuF5pOxHQgS0LEYaMuh2S3sriDmSdxRf0Yg485k9SY6VDQMpdb1_cs5pMEOFSU5Jc/s400/oie_18161755xwxttq28.jpg" width="302" /></a></div>
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<b></b><br /></div>
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<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>"A lembraça de Deus é logicamente função da correção de </i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>nossa noção de Deus e da profundidade de nossa compreensão: </i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>a Verdade, na medida em que ela é essencial e que nós a compreendemos, </i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>toma posse de todo o nosso ser e o transforma pouco a pouco </i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>e segundo um ritmo descontínuo e imprevisível. Cristalizando-se em nós, </i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>Ela "se torna o que nós somos a fim de nos tornar o que Ela é". </i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>A manifestação da Verdade é um mistério de amor, assim como, </i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>inversamente, o conteúdo do amor é um mistério da Verdade."</i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: white;"><span style="font-size: x-small;"><i>Frithjof Schuon </i></span></span></div>
<br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-49649038427806778632016-03-12T08:38:00.000-08:002016-03-14T08:35:44.066-07:00A Perda do Sentido Espiritual da Natureza<br />
'O que se entende hoje do estudo da natureza física? É a ciência que procura estudar da natureza somente os seus aspectos diretamente mensuráveis, matematizáveis. Quer dizer, é uma espécie recorte da natureza onde se pega apenas os seus aspectos quantitativos mais facilmente captáveis e organizáveis num conjunto de relações. Relações que quando se revelam constantes, cíclicas, repetitivas, adquirem o nome de Leis. Lei científica, no contexto da ciência moderna, é uma espécie de equação matemática que se verifica repetidamente estabelecendo uma relação entre fatos da natureza. A ciência hoje em dia é do tipo descritiva-geométrica da natureza e que busca somente as repetições. Ora, o aspecto repetitivo e mensurável de um fenômeno, é evidentemente só uma faixa, um corte, uma fatia por assim dizer. Se você pegar antes do ciclo chamado Ciclo Moderno que começa com a Renascença, você verá que a ciência Física se ocupava de muito mais coisas, como por exemplo o papel do significado das coisas. O significado pressupõe uma intencionalidade. Ora, em todo o ciclo moderno e praticamente toda a cultura universitária atual, se baseia na idéia de que só existe intencionalidade no reino da intencionalidade humana e nada mais. Somente o ser humano possui intenções e portanto que age com um significado. Ao passo que todo o reino da natureza terá que ser explicado independentemente de significados. Ou seja, a ciência não se interessa pelo que a natureza nos comunica. Mas apenas em descrever e medir seu comportamento desde fora. Há um recuo da capacidade de compreensão. Evidente que esta concepção vem diretamente da divisão cartesiana entre a coisa pensante que é a nossa mente e a coisa extensa que é o objeto da natureza. No século XVIII, Leibniz vai mostrar que apenas o aspecto quantitativo, a medida, não basta para constituir o conceito de um ente real; e que portanto o mundo estudado pela física moderna não era propriamente real, mas um esquema matemático que coincide em certos pontos com o mundo real.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNuOk_kHT2EWVjB_oX_CEZgnmhQNC_id2Leqav0XT3ASNvbzUJd-rZsFOyujOYggM0jHTylXP6a6LEGmUUWPYDjlH-WTgqRZZmmUAGFsSV_SUQ2Suyhyphenhyphenf8cH-_qDdUjqTQy57a7wOBj_s/s1600/Amegakure.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNuOk_kHT2EWVjB_oX_CEZgnmhQNC_id2Leqav0XT3ASNvbzUJd-rZsFOyujOYggM0jHTylXP6a6LEGmUUWPYDjlH-WTgqRZZmmUAGFsSV_SUQ2Suyhyphenhyphenf8cH-_qDdUjqTQy57a7wOBj_s/s400/Amegakure.png" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #999999;"><span style="font-size: x-small;"><i>'Look, the skies are crying again'</i></span></span></div>
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É claro que esta despersonalização da natureza traz como consequência uma excessiva personalização do mundo da fala humana, porque o homem vivendo num universo hostil sem significado, acaba se sentindo mal e as suas necessidades de expressão e comunicação se tornam exacerbadas. Daí que ao mesmo tempo em que a ciência vai descrevendo um mundo cada vez mais impessoal, você vai vendo na prática o processo inverso: um processo de subjetivação cada vez maior. Por ex.: Na época de Shakespeare, no século XVIII (período romântico), as pessoas começam a falar de emoções interiores das mais subjetivas de uma maneira que nunca o homem tinha feito em toda sua existência. E então, nas memórias de Jean Jacques Rousseau você vai ver o indivíduo pegando a sua vidinha, a sua alminha e se desdobrando nos mais íntimos detalhes para todo mundo ver. Isto aí é um reflexo de uma despersonalização da natureza. Então, é um espécie de excesso para compensar um excesso contrário.<br />
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A situação urbana moderna é por um lado a expressão de toda essa ciência técnica. E dentro das cidades surge um tipo de cultura que é especificamente subjetivista como compensação. Como as pessoas estão muito oprimidas ali, então elas sentem que têm que exprimir os seus sentimentozinhos para sentir que são gente. Mas é uma expressão muito pobre e que vai corromper o sujeito ainda mais. Qualquer intenção humana que se superpõe à realidade, reflete demência, nada mais. O empregado que tira férias e vai para montanha acredita que está sonhando. E depois quando ele volta para o trabalho, acredita que voltou para a realidade. Mas é justamente ao contrário: as montanhas, o mar são realidades que já estavam aí há milênios. Isso não que dizer que temos que acabar com a civilização, com as máquina; mas que temos que colocar as devidas proporções nas coisas. Os mares, as estrelas, os planetas existem mesmo e nós estamos num mundinho pequenino de civilização colocando as nossas intenções. Mas este não é efetivamente o mundo real. É somente uma forma de adaptação humana a um mundo real que preexiste. A redução matemática que se fez da natureza é um fenômeno criado pelo homem. Quer dizer, é uma espécie de refúgio intelectual no qual o homem, aterrorizado dentro da complexidade da natureza, se esconde dentro de uma versão simplificada que ele mesmo inventou. Isto é uma reação primitiva. Essa simplificação mental que é feita pelo homem para não ver a realidade porque se está como medo dela (em vez de você estabelecer uma espécie de diálogo para tentar entender do que está se passando), não é uma reação do mundo moderno; ela sempre existiu no homem. Tem um historiador de arte que observou: Quanto mais você remonta para trás na historia da arte, as formas de desenho eram mais simplificadas, esquemáticas e geométricas. Porque que o homem primitivo em vez de desenhar o que via, desenhava figuras geométricas? É simples: ele estava no meio de uma confusão natural. Tendo medo daquilo, ele recuava para um mundo inventado, geométrico um mundo matematizável (dentro das possibilidades matemáticas que ele tinha). Quando você chega mais ou menos na época do império greco-romano, começa a ver que se alcançou aí um certo domínio da natureza que permite que o homem olhe de novo para a natureza, sem medo, e comece a gostar dela. Porém se você avançar mais, quando a civilização urbana cresce e tampa a natureza, aí você começa a idealizar a natureza cada vez mais: daí surge o romantismo, idealismo, essas coisas todas. É uma natureza, uma naturalidade inventada. Quando se fala em naturalidade inventada, não é só a visão do universo natural onde você tem a introdução do artificialismo. Mas na própria expressão dos sentimentos humanos. Na época de Jean-Jacques Rousseau onde era moda ser sincero, ele inventa emoções que não tinha, inventava até pecados que ele não cometeu em nome de ser sincero. Isso quer dizer que até no contato consigo mesmo, não só com a natureza exterior mas com a sua própria natureza íntima), o homem substitui o observado pelo inventado. A pesquisa histórica comprovou que muitas das sacanagens que Rousseau atribuía a si mesmo eram mais uma super-pose de sincero. O pessoal descobriu que ele não era tão ruim quanto ele dizia, era inventado mesmo.<br />
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Esse coisa de você tentar parecer pior do que é, essa sinceridade posada, é uma típica invenção deste terceiro estágio da civilização, onde a civilização urbana já tampou completamente a natureza. Como você não pode chegar nela, você a inventa. Ora, na mesma medida que você inventa a natureza exterior (como já dizia a divisa alquímica: como é em cima é em baixo) na medida em que você se afastou completamente da natureza sensível e agora tem que inventá-la, você acaba se afastando da própria natureza interior e tem que inventá-la. Então já não se sabe mais o que se passa dentro de você. Você pode inventar uma fantasia lisonjeira ou deprimente. Mas tanto faz, você pouco sabe a respeito de si: a imaginação está inventado tudo. Se verificar as doutrinas modernas a respeito do inconsciente, existem tantas criações diferentes do inconsciente (Freud, Jung, Reich) que estou seriamente inclinado a acreditar que não tem nenhum santo. Porque ninguém pode observar tudo isto. E pergunto eu: será que um auto conhecimento autêntico seria tão diferente de pessoa para pessoa? Então eu teria um inconsciente freudiano, você teria um inconsciente Reichiano. O inconsciente deve ser mais ou menos igual para todo mundo. Quer dizer, estão tentando pegar a natureza interior do homem desde fora e com uma grade de conceitos mais ou menos inventada: exatamente como da a Física com a Matemática Tem-se que deixar a alma falar. A condição <i>sine qua non</i> para a alma falar é entender que ela não vai falar nada de acordo com a divisão dos conhecimentos que nós inventamos. Quer dizer, a natureza não vai dar hoje para você uma aula de Física, uma aula de química depois uma aula de gramática; ela não vai fazer isso. Então para começar a entender é preciso admitir em primeiro lugar que as nossas divisões universitárias do conhecimento foram inventadas por nós mesmos. E que a natureza é uma só e ela só pode falar de tudo junto. Você é que tem que depois separar e classificar. Mas se você espera que ela fale em qualquer das linguagens que nós concebemos, ela não vai falar. Ela vai ter que ter uma linguagem própria que é prévia, que é anterior, que é mais básica do que todas estas divisões. Mas precisamos entender esta linguagem que é a linguagem simbólica. A Ciência Natural (no tempo que os filósofos ainda eram capazes de interpretar algo da ciência natural) era simultaneamente uma ciência espiritual. E os muitos sentidos dos símbolos remetiam aos diversos aspectos do conhecimento mesmo. A gente só vai entender a Física de Aristóteles se entender isto aqui. A física antiga podia ser ao mesmo tempo uma teologia e uma psicologia transcendental. O que é psicologia transcendental? É a psicologia dos aspectos superiores, cognitivos do homem. Ora, para o nosso conceito atual de ciência física qualquer consideração de ordem teológica ou de psicologia, transcendental é totalmente extemporânea (porque a física só se ocupa de medir relações matematizáveis: ela entende disso como ciência natural). Bom, por um lado tem uma ciência natural por outro lado tem o estudo da natureza que é por um lado a física, a matemática; e por outro lado existe o estudo do homem que é história, sociologia etc... E os aspectos espirituais da própria natureza, onde ficam? Não ficam, não há lugar para eles. Eles não podem ser captados nem pela Física, nem pelas ciências naturais, nem pelas ciência humanas. Porque é algo mais básico do que essa divisão natural e a feita pelo ser humano. Ela é intrinsecamente inseparavelmente natural e humana.<br />
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É justamente essa síntese do natural e humano no divino que caracteriza este ciclo pré-moderno. Se você pega a linguagem humana, alguns dos símbolos humanos então é ciência humanas (astrologia história, lingüística etc.) Por outro lado, você tem uma linguagem cósmica (que é a ciência da Física etc.); mas não é bem uma linguagem; é um conjunto de esquemas. Mas quando junta isso aqui? No mundo cartesiano, porque nele a mente e o corpo e a coisa extensa não se juntam. Ora, isso aí é simplesmente uma divisão do saber.<br />
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É absurdo que essa divisão do saber coincida exatamente com a divisão da realidade. Porque estas 2 coisas não estão realmente separadas. Aonde está o mundo humano (o mundo histórico, da línguas etc.)? Está dentro do Cosmos e chega ao nosso conhecimento se não através das estruturas dos conceitos, da linguagem que nós mesmos inventamos para captá-la. Esse é o máximo problema do conhecimento do século XX que seria onde se capta a linguagem comum da natureza e do homem? E onde está esta linguagem? Bom, por um lado ela está na imensidão da natureza visível. E acima, está na esfera puramente metafísica. É no plano supra-sensível que nós vamos ter que juntar a linguagem humana e cósmica na linguagem divina. Se existe a ciência da interpretação da linguagem divina, é exatamente destas bases complementares da alquimia que nós estamos falando. Quer dizer que se, de cara, nós abolíssemos da ciência as considerações das chamadas causas finais, as finalidades nós não vamos entender coisa nenhuma. Se nós acreditamos que na ciência física tudo pode ser explicado apenas pela causa eficiente (por aquilo que provocou o acontecimento e não a finalidade pelo que acontece) não vamos entender nada. Ora, o presente número 1 do método científico da Renascença é abolir estas causas finais (abolir a finalidade e estudar somente as causas eficientes). Por outro lado, se existe uma intencionalidade natural, ela não é uma intencionalidade no sentido humano porque senão nós vamos cair de novo no Romantismo (quer dizer, a chuva que cai, vai falar da namorado que ele largou ontem) Ou seja, se a natureza fala e tem intencionalidade, o que ela fala deve ser uma coisa completamente diferente daquilo que se fala no mundo exclusivamente, na sociedade. E o que ela fala também deve ser muito diferente do que captamos na natureza quando observamos de fora como mero tecido de relações matematizáveis. Para complicar mais a coisa, aconteceu que este estudos alquímicos, metafísicos etc.. bem como as tradições que ser tornaram portadoras deste conhecimento, se tornaram objeto de interesse das ciências humanas. Então hoje existem estudos históricos, antropológicos, sobre alquimia e ritos que tentam encarar todos estes conhecimentos apenas sob o ponto de vista da linguagem humana. Aí é que a confusão chegou no seu máximo. Estudos sobre o esoterismo seriam na verdade uma esoterologia (na verdade seria um estudo sobre o que certas culturas falaram sobre os conhecimentos esotéricos; os quais nunca são enfocados como tais, mas apenas no seu reflexo cultural) Por ex.. agente pode explicar que tal cultura acreditava em duendes. A antropologia pode verificar isso aí. Agora a antropologia não pode verificar se o duende existe ou não. Agora, se eu não sei de uma determinada crença reflete algo da realidade objetiva ou não, como é que eu vou entender esta crença? Por ex.: você acredita que você assistiu esta aula porque você esteve aqui. Agora, amanhã ou depois o sujeito vai estudar sua psique e vai querer os fundamentos da sua crença nesta aula sem levar em conta que a aula realmente aconteceu.<br />
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Outro exemplo: na América não havia cavalos (os espanhóis que trouxeram). Daí depois que os índios viram cavalos eles passaram a acreditar em cavalos. Agora explique a crença dos índios em cavalos sem levar em conta que os espanhóis trouxeram cavalos para a América. Aí você podia dizer na cultura indígena existia alguns símbolos que explicavam a crença neste tipo de seres. E você vai ter que achar uma explicação antropológica para aquele negócio; Mas não tem explicação antropológica para isso; não tem explicação antropológica alguma! O sujeito acredita em cavalo porque ele viu cavalo. Por outro lado uma cultura também pode implicar a crença em coisas que não existem, algumas maluquices de fato? Só que antropologicamente nós não temos como distinguir as duas. Quer dizer que uma crença sensata ou uma crença insensata, antropologicamente valem a mesma coisa. Então uma vez que se perde a capacidade de apreender o sentido espiritual da natureza e cai no cartesianismo dualista, não se tem mais condição de distinguir se uma cultura está todinha louca ou se ela está instalada na realidade.'<br />
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<i><span style="font-size: x-small;">Olavo de Carvalho </span></i><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjq7rMNYI69RVcdj87OI2aBAbj-YHodR9-8_hd-osbxC13yGDGuM0_lmoDfdXsOJlJJ5zjMB8dGJdkg-Ko0i4uMlwilaYQXTDW4AawPfDimHPSf9nl5DRc8ou94H9owbTtkl073odTO98/s1600/loth.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="272" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjq7rMNYI69RVcdj87OI2aBAbj-YHodR9-8_hd-osbxC13yGDGuM0_lmoDfdXsOJlJJ5zjMB8dGJdkg-Ko0i4uMlwilaYQXTDW4AawPfDimHPSf9nl5DRc8ou94H9owbTtkl073odTO98/s640/loth.jpg" width="640" /></a></div>
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<div style="text-align: center;">
<span style="color: #f3f3f3;"><span style="font-size: x-small;">"<i>O Lórien! The Winter comes, the bare and leafless Day;<br />The leaves are falling in the stream, the River flows away.<br />O Lórien! Too long I have dwelt upon this Hither Shore</i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #f3f3f3;"><span style="font-size: x-small;"><i>And in a fading crown have twined the golden elanor.</i>"</span></span><br />
<span style="color: #f3f3f3;"><span style="font-size: x-small;"> </span></span><br />
<span style="color: #f3f3f3;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span>
<span style="color: #f3f3f3;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div>
Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-30699010785015031342015-10-04T08:42:00.001-07:002015-10-04T08:45:51.015-07:00Como ser fiel a si mesmo a seguir sua vocação<br />
'Entre as várias inclinações possíveis que nos acometem, cada
um de nós sempre encontra aquela que é a mais genuína e autêntica. A
voz que o convoca para esse ser legítimo é o que denominamos “vocação”.
Mas a maioria das pessoas se empenha em silenciar a voz da vocação e se
recusa a ouvi-la. Conseguem gerar ruído dentro de si mesmas (...)
distrair a própria atenção a fim de não ouvi-la; e se iludem ao
substituir o eu genuíno por uma vida falsa.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu5zWtyOAGXepLSh5yMbtZ9S3qjvnmKEm_Azptx1cJcPCoJoMyBHHgwxu6OHw2NTu71Qag7E2jok7BKIxge4uoBT6Rbd_ThvbFThBHKWQXff1dVFBpyym8coocxnXon3VXW3D06jRlvtg/s1600/8614564615_9ddbbd7ed0_b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="273" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu5zWtyOAGXepLSh5yMbtZ9S3qjvnmKEm_Azptx1cJcPCoJoMyBHHgwxu6OHw2NTu71Qag7E2jok7BKIxge4uoBT6Rbd_ThvbFThBHKWQXff1dVFBpyym8coocxnXon3VXW3D06jRlvtg/s400/8614564615_9ddbbd7ed0_b.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK6rADn_Oj_sLq8TPnBAowBrVs0KLEmArEgUCBjwH28NudWVi7vd5rpqKSmPcV-stxgFzwz3BLKmN_jUdGCvaMNC-vQl5r6GqS_szjeX7M06daBQADH0rmghhKpHZ9bdsJZJDnBjgRA9o/s1600/KRISHNATEACHING.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Muitos dos grandes Mestres da história confessaram ter experimentado alguma espécie de força oculta, de voz interior ou de senso de destino que os impulsionava no rumo certo. Para Napoleão Bonaparte foi sua “estrela”, que ele sempre sentia ascender quando fazia o movimento certo. Para Sócrates, foi seu demônio, uma voz talvez de seres superiores, que falavam com ele em negativas – dizendo-lhe o que evitar. Goethe também a chamava de demônio – uma espécie de espírito que habitava dentro dele e o impelia a realizar seu destino. Em tempos mais modernos, Albert Einstein se referia a uma espécie de voz interior, que orientava o rumo de suas especulações. Todas essas manifestações são variantes do que Leonardo da Vinci experimentou com seu próprio senso de destino. Esses sentimentos podem ser vistos como puramente místicos, além de qualquer explicação, ou como alucinações ou delírios. Mas há outra forma de encará-los – como algo real, prático e explicável. É possível compreendê-los da seguinte maneira:<br />
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Todos nascemos como seres únicos. Essa singularidade é característica genética de nosso DNA. Somos fenômenos sem igual no Universo – nossa composição genética exata nunca ocorreu antes nem se repetirá jamais. Em todos nós, essa singularidade se expressa pela primeira vez na infância, por meio de certas inclinações primordiais. Para Leonardo, foi a exploração do mundo natural em torno de sua comuna, ao qual deu vida no papel, à sua maneira. Para outros, pode ser uma atração precoce por padrões visuais – não raro um indício de interesse futuro por matemática. Ou quem sabe um fascínio por movimentos físicos ou arranjos espaciais.<br />
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Como explicar essas inclinações? São forças dentro de nós que vêm de um lugar profundo incapaz de ser descrito por palavras conscientes. Elas nos atraem para certas experiências e nos afastam de outras. À medida que essas forças nos movimentam para lá e para cá, influenciam o desenvolvimento de nossa mente de maneira muito específica. Essa singularidade profunda naturalmente quer se afirmar e se expressar, mas algumas pessoas a experimentam de modo mais forte que outras. No caso dos Mestres, sua intensidade é tamanha que ela é percebida como uma realidade externa – uma força, uma voz, um destino. Nos momentos em que nos dedicamos a atividades que correspondem às nossas inclinações mais arraigadas, até sentimos um toque dessa realidade: as palavras que escrevemos ou os movimentos que executamos ocorrem com tanta rapidez e com tanta facilidade que até parecem se originar fora de nós. Estamos literalmente “inspirados”, palavra de origem latina que significa “soprar dentro”.<br />
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Podemos descrevê-la nos seguintes termos: ao nascermos, planta-se uma semente em nosso interior. Essa semente é a nossa singularidade. Ela quer crescer, transformar-se, florescer em todo o seu potencial, movida por uma energia assertiva natural. A sua Missão de Vida é cultivar essa semente até o pleno florescimento, é expressar sua singularidade por meio do trabalho. Você tem um destino a realizar. Quanto maior for a intensidade com que o sentir e o cultivar – como uma força, uma voz ou o que quer que seja –, maior será sua chance de realizar a sua Missão de Vida e alcançar a maestria.<br />
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O que atenua essa força, o que faz com que você não a sinta ou mesmo duvide de sua existência, é a extensão em que sucumbe a outra força da vida – as pressões sociais para o conformismo. Essa contraforça pode ser muito poderosa. Você quer se encaixar em um grupo. Inconscientemente, talvez sinta que o que o distingue dos demais é algo embaraçoso ou doloroso. Seus pais muitas vezes também atuam como contraforça. Pode ser que tentem direcioná-lo para uma carreira lucrativa e segura. Se essas contraforças se tornam poderosas demais, você perde qualquer contato com sua singularidade, com quem você realmente é. Suas inclinações e seus desejos passam a se moldar em outras pessoas.<br />
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Essa situação pode lançá-lo em terreno muito perigoso. Você acaba escolhendo uma carreira que não é compatível com sua personalidade. Seus desejos e interesses aos poucos se desvanecem e seu trabalho sofre as consequências. Você passa a procurar prazer e realização fora do trabalho. Ao se desengajar cada vez mais da carreira, deixa de prestar atenção nas mudanças dentro de sua área de atuação – fica para trás e paga por isso. No momento de tomar decisões importantes, você se esconde ou segue o exemplo dos outros, pois não tem senso de direção nem uma bússola interior que o oriente. Perdeu o contato consigo mesmo. Você precisa evitar esse destino a todo custo. O processo de seguir a sua Missão de Vida que o leva à maestria pode ser iniciado a qualquer momento. A força oculta está sempre presente dentro de você, pronta para entrar em ação.<br />
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O processo de realizar a sua Missão de Vida se desenvolve em três estágios. Primeiro, você precisa se ligar ou religar com suas inclinações, com aquele senso de singularidade. Portanto, o primeiro passo é sempre introspectivo. Você vasculha o passado em busca de indícios daquela voz ou força interior. Silencia as outras vozes que podem confundi-lo – como as de pais e amigos. Procura um padrão subjacente, o âmago de seu caráter, que você deve compreender da forma mais profunda possível.<br />
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Segundo, com o restabelecimento da conexão, você deve examinar a carreira em que já está ou que está prestes a iniciar. A escolha desse caminho – ou seu redirecionamento – é fundamental. Nesse estágio, é preciso ampliar seu conceito de trabalho. Com muita frequência, estabelecemos uma distinção entre vida profissional e vida pessoal, sendo que só nesta última encontramos prazer e realização. O trabalho geralmente é visto como um meio de ganharmos dinheiro para aproveitar a vida fora dele. Mesmo que encontremos alguma satisfação em nossa carreira profissional, ainda tendemos a compartimentar a vida dessa maneira. Essa é uma atitude deprimente, pois, afinal, passamos no trabalho uma parcela substancial das horas em que estamos acordados. Se encararmos a vida profissional como uma provação a ser enfrentada para alcançarmos as verdadeiras fontes de prazer, as horas despendidas no trabalho representarão um trágico desperdício de nossa curta existência. Em vez disso, é desejável ver o trabalho como algo mais inspirador, como parte de sua vocação. A palavra “vocação” vem do latim e significa chamado ou convocação. Seu uso em relação ao trabalho coincidiu com o início do Cristianismo – certas pessoas eram “convocadas” por Deus a abraçar a vida religiosa; essa era sua vocação. Os primeiros cristãos seriam capazes de “ouvir” literalmente sua vocação, ao escutarem o chamado de Deus, que os escolhera para esse trabalho de salvação. Com o passar do tempo, o termo se secularizou, passando a se referir a qualquer trabalho ou estudo que alguém sentia ser compatível com sua personalidade. No entanto, é hora de retornarmos ao sentido original do termo, pois ele se aproxima muito mais da ideia de Missão de Vida e de maestria.<br />
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Essa voz que o convoca vem de um lugar profundo da alma. Ela emana de sua individualidade. Indica quais atividades são mais compatíveis com seus interesses. E, a certa altura, ela o chama para um tipo especial de trabalho ou carreira. Nesse caso, o trabalho passa a ser algo profundamente conectado com o seu ser, não um compartimento isolado. É assim que se desenvolve o senso de vocação.<br />
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Você deve encarar sua carreira ou caminho vocacional mais como uma jornada, com suas curvas e desvios, do que como uma linha reta. Você começa escolhendo uma área ou posição que corresponda mais ou menos às suas inclinações. Esse ponto de partida lhe oferece espaço para manobra e indica importantes habilidades a serem aprendidas. Não se pode começar com algo muito grandioso e ambicioso – você precisa ganhar a vida e conquistar confiança. Uma vez nesse caminho, você encontra certas trilhas internas que o atraem, enquanto outras o desagradam. Ajusta o curso e talvez se movimente para outra área assm, mas sempre expandindo sua base de qualificações. Como Leonardo, você parte do que faz para os outros e o converte em algo próprio.<br />
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No final, descobre determinada área, nicho ou oportunidade que se encaixa perfeitamente com suas inclinações. Você o reconhecerá tão logo o encontre, pois ele irá disparar aquele senso infantil de deslumbramento e empolgação. Depois disso, tudo se encaixará. Você aprenderá com mais rapidez e mais profundidade. Seu nível de habilidade chegará a um ponto em que você será capaz de reivindicar sua independência no ambiente de trabalho e tomar seu próprio rumo. Em um mundo em que não há tantas coisas que não conseguimos controlar, essa condição lhe proporcionará o máximo de poder. Você determinará suas circunstâncias. Como seu próprio Mestre, não mais estará sujeito aos caprichos de chefes tirânicos ou de colegas manipuladores.<br />
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Essa ênfase em sua singularidade e em sua Missão de Vida talvez pareça um conceito poético, sem qualquer relação com a realidade prática, mas, na verdade, ela é bastante relevante para os tempos em que vivemos. Estamos entrando numa era em que podemos confiar cada vez menos no Estado, nas empresas, na família ou nos amigos como fontes de ajuda e de proteção. É um ambiente globalizado, altamente competitivo. Precisamos aprender a nos desenvolver. Ao mesmo tempo, é um mundo apinhado de problemas graves e de oportunidades promissoras, que serão mais bem resolvidos e aproveitados pelos empreendedores – indivíduos ou pequenos grupos que pensam de forma independente, se adaptam com rapidez e possuem pontos de vista únicos. Suas habilidades criativas sem igual serão muito valorizadas.<br />
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Pense nisso da seguinte maneira: no mundo moderno, o que mais falta em nossa vida é o senso de um propósito mais amplo. No passado, eram as religiões organizadas que ofereciam esse sentimento. No entanto, hoje quase todos vivemos em um mundo secularizado. Nós, seres humanos, somos únicos, e portanto devemos construir nosso próprio mundo. Não reagimos simplesmente aos acontecimentos por algum código biológico. Porém, sem o senso de direção, ficamos confusos. Não sabemos preencher e estruturar nosso tempo. Parece que não dispomos de um propósito na vida. Talvez nem mesmo tenhamos consciência de nosso vazio, mas ele nos contamina de todas as maneiras.<br />
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Sentir que somos convocados a realizar algo é a forma mais positiva de alcançarmos esse senso de propósito e de direção. É como uma busca religiosa para cada um de nós. Essa procura não deve ser vista como egoísta ou antissocial. Ela, de fato, se relaciona com algo muito maior que a vida de cada um. Nossa evolução como espécie dependeu da criação de uma grande diversidade de habilidades e de pontos de vista. Prosperamos com base na atividade conjunta de pessoas dotadas de talentos singulares. Sem essa diversidade, a cultura morre.<br />
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A singularidade de cada um ao nascer é o fator fundamental dessa diversidade indispensável. Na medida em que ela é cultivada e expressada, um papel fundamental é exercido. Nossos tempos enfatizam a igualdade, o que pode ser confundido com a necessidade de todos serem idênticos. No entanto, essa igualdade na verdade oferece a todos as mesmas oportunidades para expressar suas diferenças, permite o florescimento da<br />
biodiversidade. A vocação é mais que um trabalho a executar. É algo que se relaciona com a parte mais profunda do ser e que é manifestação da enorme diversidade na natureza e na cultura humana.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK6rADn_Oj_sLq8TPnBAowBrVs0KLEmArEgUCBjwH28NudWVi7vd5rpqKSmPcV-stxgFzwz3BLKmN_jUdGCvaMNC-vQl5r6GqS_szjeX7M06daBQADH0rmghhKpHZ9bdsJZJDnBjgRA9o/s1600/KRISHNATEACHING.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="272" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK6rADn_Oj_sLq8TPnBAowBrVs0KLEmArEgUCBjwH28NudWVi7vd5rpqKSmPcV-stxgFzwz3BLKmN_jUdGCvaMNC-vQl5r6GqS_szjeX7M06daBQADH0rmghhKpHZ9bdsJZJDnBjgRA9o/s400/KRISHNATEACHING.jpg" width="400" /></a><br />
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Cerca de 2.600 anos atrás, Píndaro, poeta da Grécia Antiga, escreveu: “Torna-te quem és aprendendo quem és.” O que ele queria dizer com isso é o seguinte: você nasceu com determinada compleição e com certas tendências que o caracterizam. Algumas pessoas nunca se tornam quem são em seu âmago; param de confiar em si mesmas, sujeitam-se às preferências alheias e acabam usando uma máscara que oculta sua verdadeira natureza. Se você criar condições para descobrir quem realmente é, prestando atenção na voz e na força em seu interior, poderá realizar o seu destino – tornando-se um indivíduo, um Mestre.'<br /><br /><span style="color: white; font-size: x-small;">Robert Greene - Mastery</span>Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-18964559164716444862015-09-01T13:17:00.003-07:002015-09-01T13:35:01.435-07:00A mais elevada Vocação Humana<span style="font-size: large;"><br /></span>
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<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">Raissa Maritain
nasceu em 1883, na Rússia. Aos dois anos sua família mudou-se para Mariupol, na
Criméia. Com 10 anos seus pais emigraram para Paris e aí, desde cedo, manifestou
especial inclinação para o estudo. Aos dezessete anos ingressou na Sorbonne.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFVtHXj4GMmK-voKiXJryi2zTT6U1VY5c7QnmH8NrbjhCgmKTPN4icmyYHE42qwT6Av-XF41SLQQ1KiMn7U5fdH4FXRGgDk0M88ksHN9vPpZL7-d_GtamhfD6CuKmjEVJ01CGqHeaG0zw/s1600/La+Sorbonne+nov.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFVtHXj4GMmK-voKiXJryi2zTT6U1VY5c7QnmH8NrbjhCgmKTPN4icmyYHE42qwT6Av-XF41SLQQ1KiMn7U5fdH4FXRGgDk0M88ksHN9vPpZL7-d_GtamhfD6CuKmjEVJ01CGqHeaG0zw/s640/La+Sorbonne+nov.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">Este é
o relato que ela nos deixou sobre o que encontrou nesta que era em sua época a
mais famosa Universidade do mundo: </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">"Dezessete
anos, diz Raissa, apenas dezessete anos, e as mais profundas exigências do
espírito e da alma já se fazem ouvir! Toda uma vida já foi vivida, a da
infância, a da confiança ilimitada. Agora, eis a adolescência, com seu cunho
próprio: uma exigência total</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">Se os
professores se lembrassem um pouco de sua própria alma de adolescentes, como tremeriam
diante da ingenuidade dos que vêm a eles com a confiança ainda de uma criança, mas
já com os direitos de um juiz justo!</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">Mas os
professores de meu tempo, por melhores, dedicados e competentes que fossem, de
geração em geração tinham se afastado cada vez mais das grandes exigências do
espírito humano. O brilhante desenvolvimento das ciências da natureza e as
esperanças infinitas que havia despertado, os levaram a desprezar os outros
conhecimentos, em particular a esta sabedoria pela qual aspiramos antes, depois
e acima de qualquer conhecimento das ciências particulares. Assim era a Sorbonne
no começo de nosso século nos anos que precederam a guerra de 1914.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">Quando
nela ingressei, preocupei-me apenas em encontrar estes professores dos quais
esperava que, sem que eu os interrogasse, fossem responder às minhas perguntas,
dar-me uma visão ordenada do Universo, por todas as coisas no seu verdadeiro
lugar. Depois de tudo isso saberia, eu também, qual é o meu lugar nesse mundo e
se poderia ou não aceitar a vida que não escolhi e que me pesava.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">O que
me movia não era a curiosidade, não estava ávida de saber uma coisa qualquer,
ainda menos de saber tudo; não estava perturbada pelas descobertas da ciência,
no momento estas me deixavam bem indiferente, como algo de excedente mas que
não me afetava diretamente. Não, eu só procurava verdadeiramente aquilo de que
precisava para justificar a existência, aquilo que me parecia, a mim,
necessário para que a vida humana não fosse uma coisa absurda. Tinha necessidade
da alegria da inteligência, da luz da certeza, de uma regra de vida fundada
sobre uma verdade sem falhas.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">Com
semelhantes disposições, evidentemente, eu deveria terme dirigido primeiramente
aos filósofos. Mas ninguém me tinha orientado, e eu acreditava então que as
ciências da natureza eram a chave de todo o conhecimento. Inscrevi-me, portanto,
na Faculdade de Ciências. Nenhuma das minhas interrogações foi tratada pelos
sábios eminentes que nos ensinavam a estrutura do Universo Físico. Aqueles que
amavam o estudo tranqüilo da natureza eram observadores admiráveis. Mas, quanto
a mim, preocupava-me com essa mesma natureza, mas queria conhecê-la de outra maneira,
nas suas causas, na sua essência, na sua finalidade. Um dia aventurei-me a dizer
isso ao professor e ele me respondeu indignado:</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">`Mas
isso é mística!'</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">Desde
então ouvi esta fórmula de escândalo muitas vezes na Sorbonne. Era com ela que
costumavam condenar qualquer atividade da inteligência que procurava se elevar
acima da simples verificação empírica dos fatos. Mas para mim foi a primeira
ferida, o primeiro golpe no meu espírito, na confiança que depunha nos meus
professores. Tive que aprender que os sábios pouco estimam os supremos princípios
da inteligência, ou pelo menos não parecem preocupar-se muito com eles. Os
valores puramente especulativos os interessam bem pouco, e as matemáticas são o
seu mais alto céu inteligível. Os sábios, quando não filosofavam, se limitavam
em geral ao simples bom senso empírico. Os que filosofavam e que conheci na
Sorbonne eram, quando muito, partidários de doutrinas que negavam a objetividade
de todo saber que ultrapassasse o conhecimento dos fenômenos sensíveis.
Perguntava-me como os notáveis homens de ciência, cujos cursos eu seguia, ou
aqueles cujos livros eu lia, podiam permanecer tranqüilamente num estado de espírito
tão vago e tão confuso, sem preocupação alguma.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;"> Decepcionada
com os estudiosos das ciências da natureza, Raissa nos conta que passou então a
freqüentar os cursos dos professores que se dedicavam à filosofia:</span>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">Os
filósofos cujos cursos passei a seguir na Faculdade de Letras tinham muitos méritos,
possuíam erudição ampla e profunda, e uma alta consciência das exigências da investigação
científica. Mas toda a sua inclinação era para a erudição histórica; consideravam
as doutrinas não como proposições ou aproximações da verdade, mas como obras de
arte ou de imaginação, tendo até menos referência com a realidade do que a
arte, reduzindo seu estudo a um desfile caleidoscópico em que a forma nova
destruía a anterior. Entregavam-se à análise sem fim das particularidades das
causas históricas das doutrinas filosóficas como se esta fosse a tarefa que
lhes cabesse de modo essencial. Por uma estranha contradição vivida, queriam verificar
tudo e ao mesmo tempo desesperavam da verdade, cujo simples nome lhes desagradava
e que não devia ser pronunciada senão entre as aspas de um sorriso desiludido.
A única lição prática que pude receber daquele ensino tão consciencioso e
desinteressado foi uma lição de relativismo integral.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">Finalmente,
fiz um balanço de tudo o que me tinham trazido
aqueles anos de estudo na Sorbonne. Não queria saber mais de uma tal
comédia. Eu seria capaz de aceitar uma vida dolorosa, mas não uma vida absurda.
Eu queria saber se ser é um acidente, um benefício ou uma desgraça. Se a
natureza humana era tão infeliz que não chegava a possuir senão uma pseudo
inteligência, capaz de tudo menos da verdade, se ela, ao julgar-se a si mesma,
devia humilhar-se até esse ponto, não se podia mais nem pensar nem agir
dignamente. Tinha pensado durante muito tempo que ainda valia a pena lutar pelos
pobres, mas agora eu via que se não houvesse no mundo um só coração que
padecesse certos sofrimentos, mesmo que não houvesse no mundo um só corpo que
não conhecesse a morte, ainda assim isso exigiria uma satisfação."</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">Este é
o testemunho de Raissa sobre o que ela encontrou na Universidade de Paris no
início do século XX. Isto que ela ali buscava, algo que estava inteiramente
fora das cogitações por parte dos professores daquela Universidade, isto mesmo
entretanto tinha sido o objetivo perseguido pelos professores daquela mesma Universidade
quando lá ensinavam nos séculos XII e XIII Hugo de São Vitor e Santo Tomás de
Aquino. Raissa tinha se dirigido ao lugar certo, mas com sete séculos de
atraso. </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">Que
são, porém, suas palavras, senão um testemunho vivo de nosso século XX de que a
contemplação não é um fenômeno cultural restrito a tal ou qual civilização, mas
uma aspiração profunda da natureza humana; algo, no dizer de Raissa,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 11.5pt;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQaDMLox20oTcsmix9T8cMlsLcFTckxkce-Kmqsldt33JdTE2IhyEWQ18Yb8Tdoa75h3v8xyvN9tBgcBhv5RbckYGyyxO0-ZK6imWVtukN8OmzO-VtqJsmP41-oOnAba2sO0ebREtApms/s1600/La+Sorbonne+ant.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQaDMLox20oTcsmix9T8cMlsLcFTckxkce-Kmqsldt33JdTE2IhyEWQ18Yb8Tdoa75h3v8xyvN9tBgcBhv5RbckYGyyxO0-ZK6imWVtukN8OmzO-VtqJsmP41-oOnAba2sO0ebREtApms/s400/La+Sorbonne+ant.jpg" width="400" /></a> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif; font-size: small;"><span style="color: white;"><i>"a
que aspiramos antes, depois e acima de qualquer </i></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,sans-serif; font-size: small;"><span style="color: white;"><i>conhecimento das ciências
particulares?"</i></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;">E de
cujas palavras se deduz ser também o fim último da educação, pois não foi senão
à Instituição que era o vértice do sistema educacional do mundo da época que
Raissa se dirigiu como ao lugar mais óbvio quando quis satisfazer a esta mesma
aspiração.</span><br />
<br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: large;"> </span></div>
Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-6745730765925413652015-08-21T13:04:00.002-07:002015-08-21T13:05:23.866-07:00A Beleza da Vida Contemplativa<div style="text-align: left;">
"Vamos fazer algumas considerações no</div>
<div style="text-align: left;">
sentido de mostrar que tipos de desafio pode a inteligência encontrar já na simples</div>
<div style="text-align: left;">
contemplação da natureza. Se não se é capaz de perceber isto de imediato, apesar de</div>
<div style="text-align: left;">
estarmos mergulhados na natureza o tempo todo, é apenas porque estamos habitualmente</div>
<div style="text-align: left;">
preocupados com insignificantes problemas do dia-a-dia que desviam toda a atenção de</div>
<div style="text-align: left;">
nossa inteligência do espetáculo extraordinário que nos circunda.</div>
<div style="text-align: left;">
Para tentarmos compreender o alcance desta afirmação, vamos considerar o</div>
<div style="text-align: left;">
ato mais trivial de qualquer estudante, o ato de vir à escola. Consideremos, ademais, um</div>
<div style="text-align: left;">
estudante habitualmente preocupado, um estudante de escola noturna.</div>
<div style="text-align: left;">
Antes de vir à escola, para retemperarmos nossas forças e não sentir o</div>
<div style="text-align: left;">
incômodo de assistir à aula com fome, jantamos em nossas casas.Este simples ato já é por</div>
<div style="text-align: left;">
si um verdadeiro espetáculo.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Para tomarmos o alimento, a natureza teve que elaborar um sistema</div>
<div style="text-align: left;">
digestivo bastante complexo para ser capaz de digerir precisamente aqueles mesmos</div>
<div style="text-align: left;">
alimentos que ela própria, por outro lado, oferece a todos abundantemente.</div>
<div style="text-align: left;">
Recolher estes alimentos esparsos pelo mundo para produzir uma simples</div>
<div style="text-align: left;">
janta seria uma tarefa penosíssima. Mas tudo isto, naquele momento, já tinha sido</div>
<div style="text-align: left;">
resolvido. Centenas de pessoas haviam estudado agricultura, haviam plantado nos lugares</div>
<div style="text-align: left;">
mais diversos cada um dos alimentos que iriam ser utilizados em nossa janta, outra</div>
<div style="text-align: left;">
multidão os colheu, centenas de homens os transportaram, outros os conservaram, e outros,</div>
<div style="text-align: left;">
finalmente, se especializaram em saber distribuí-los e vendê-los, deixando-os localizados</div>
<div style="text-align: left;">
em lugares de fácil acesso para que nós os adquiríssemos.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Assim, naquele momento, um mundo imenso de pessoas na verdade estava</div>
<div style="text-align: left;">
se preocupando conosco, e a própria natureza também, que sabiamente preparava as chuvas</div>
<div style="text-align: left;">
para a lavoura e fornecia ao nosso corpo as enzimas necessárias à digestão justamente</div>
<div style="text-align: left;">
daqueles alimentos que ela própria produzia.</div>
<div style="text-align: left;">
Nós, porém, ali sentados, não prestamos atenção a nada disso. Só</div>
<div style="text-align: left;">
queríamos sair correndo para não chegar atrasados à escola.</div>
<div style="text-align: left;">
Quando saímos de casa, porém, outro espetáculo não menos fantástico</div>
<div style="text-align: left;">
estava preparado.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Alguém tinha construído um elevador para nosso uso, e o tinha instalado</div>
<div style="text-align: left;">
exatamente no lugar onde era necessário para nosso pronto e imediato transporte. Para que</div>
<div style="text-align: left;">
o elevador estivesse ali, quantas pessoas não tinham trabalhado! Quanto carvão não teve</div>
<div style="text-align: left;">
que ser usado para produzir seu aço, quanta madeira não teve que ser plantada para</div>
<div style="text-align: left;">
construir suas portas, quantos operários e engenheiros não reelaboraram este aço e esta</div>
<div style="text-align: left;">
madeira para transformá-la em um elevador; quantos outros operários e engenheiros não</div>
<div style="text-align: left;">
tiveram que prever na planta do edifício todo o trabalho dos colegas que fabricavam o</div>
<div style="text-align: left;">
elevador. Mas depois, alguém continuava bombeando ininterruptamente energia elétrica de</div>
<div style="text-align: left;">
muito longe para que ele funcionasse com apenas um toque de nosso dedo; e para que este</div>
<div style="text-align: left;">
alguém pudesse fazer isto, milhares de outros homens tiveram que represar um rio e criar</div>
<div style="text-align: left;">
um lago artificial, para fazer o que, ademais, tiveram antes que criar uma cidade operária</div>
<div style="text-align: left;">
nas proximidades do campo de obras da represa!</div>
<div style="text-align: left;">
A rua, ademais, estava calçada. Outras pessoas, sabe-se lá quantas, tinham</div>
<div style="text-align: left;">
se preocupado com isto também. A rua estava calçada, e estava também asfaltada, para</div>
<div style="text-align: left;">
fazer com que um ônibus pudesse trafegar para nossa comodidade. Sem que o pedíssemos,</div>
<div style="text-align: left;">
não apenas um ônibus, mas os mais diversos ônibus passavam regularmente à nossa</div>
<div style="text-align: left;">
disposição para nos levar não a um só lugar, mas a qualquer lugar que quiséssemos. Para</div>
<div style="text-align: left;">
isto milhares de pessoas tiveram que estudar mecânica, projetar os ônibus, construir os</div>
<div style="text-align: left;">
ônibus, vender os ônibus, fazer a manutenção dos ônibus, dirigir os ônibus, explorar</div>
<div style="text-align: left;">
petróleo, refinar petróleo, transportar gasolina, educar motoristas, educar o trânsito,</div>
<div style="text-align: left;">
sinalizar o trânsito, e não só tinham feito tudo isso como o continuavam fazendo</div>
<div style="text-align: left;">
incessantemente para que pudéssemos tomar o ônibus naquele momento ou a qualquer</div>
<div style="text-align: left;">
momento.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Naquele momento o Sol se punha. O Sol também fazia parte do espetáculo.</div>
<div style="text-align: left;">
Fazia séculos que o Sol brilhava todos os dias, e por causa disso é que podíamos enxergar</div>
<div style="text-align: left;">
todas as coisas, mas o que é incrível, porém, é que nós não percebemos ou pensamos nisto</div>
<div style="text-align: left;">
um só momento.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Estávamos preocupados, como sempre, com um insignificante problema</div>
<div style="text-align: left;">
pessoal, infinitamente menor do que tudo isso, teoricamente muito menos capaz de chamar</div>
<div style="text-align: left;">
a atenção de qualquer ser inteligente por mais obtuso que fosse, mas que na verdade era</div>
<div style="text-align: left;">
exatamente o que estava conseguindo tirar toda a nossa atenção daquele espetáculo</div>
<div style="text-align: left;">
fantástico: o temor de um atraso pessoal de alguns minutos.</div>
<div style="text-align: left;">
Como é possível que uma coisa tão minúscula e tão insignificante impeça</div>
<div style="text-align: left;">
para a maioria das pessoas a percepção de uma coisa destas? Pois se é compreensível que</div>
<div style="text-align: left;">
todos tenham o seu momento patológico na vida, o fato é que, quando lecionamos e</div>
<div style="text-align: left;">
falamos destas coisas em salas de aula onde há alunos se preparando para o Magistério,</div>
<div style="text-align: left;">
vários dos quais contando com mais de trinta anos de idade, percebemos que era, na</div>
<div style="text-align: left;">
verdade, a primeira vez em todas as suas vidas que se davam conta do espetáculo de que</div>
<div style="text-align: left;">
falava Pitágoras.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Mas, chegando à escola, não paramos para perceber também que não</div>
<div style="text-align: left;">
estávamos chegando sozinhos a esta nobre instituição. Para que pudéssemos aprender</div>
<div style="text-align: left;">
alguma coisa, todo este aparato fenomenal que nos permitiu chegar à escola foi igualmente</div>
<div style="text-align: left;">
mobilizado para trazer dos lugares mais diversos dezenas ou centenas de outras pessoas</div>
<div style="text-align: left;">
para fazerem funcionar a escola normalmente enquanto pudéssemos estudar</div>
<div style="text-align: left;">
tranqüilamente. O nosso pequeno objetivo de nos dirigirmos à escola assim encontrava</div>
<div style="text-align: left;">
resposta em um aparato de escala mundial, mas nem nós, nem nenhum dos funcionários da</div>
<div style="text-align: left;">
escola pensavam nisto. Nós estávamos preocupados com o atraso; os funcionários com o</div>
<div style="text-align: left;">
salário que iam receber no fim do mês.</div>
<div style="text-align: left;">
Como nós não observávamos o que acontecia à nossa volta, subimos as</div>
<div style="text-align: left;">
escadas correndo. Encontramos então não apenas um corpo de funcionários, mas também</div>
<div style="text-align: left;">
um corpo de professores que estavam sendo preparados desde a sua infância, recrutados</div>
<div style="text-align: left;">
das mais diversas cidades e educados por milhares de outros professores para que</div>
<div style="text-align: left;">
pudessem acumular um vasto conhecimento e tudo isto, enfim, para dar uma aula de 50</div>
<div style="text-align: left;">
minutos às 20:00 horas.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Como é possível que um tão vasto complexo de forças naturais, das quais</div>
<div style="text-align: left;">
esta discussão é apenas uma insignificante fração, pudesse estar tão adequadamente</div>
<div style="text-align: left;">
ajustada para um objetivo tão pequeno? E que fêz aquele aluno em toda a sua vida para</div>
<div style="text-align: left;">
merecer semelhante coisa em troca? Como se não bastasse, fazia mais de trinta anos que</div>
<div style="text-align: left;">
ele nem sequer se dava conta de tudo isto, e iria passar mais outros quarenta e morrer</div>
<div style="text-align: left;">
assim, reclamando da imensidão de seus problemas, se não despertasse, só por alguns</div>
<div style="text-align: left;">
minutos, apenas durante aquela aula.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBwTkfW1cf55y2WO0mc3aFXGaIkeMZCoiBUzQqnUZNXHB8QTyuJnrA6H60lG3gu9OVUuRxWPKfLmSfyZ0E5GJTOym7NJV5HezFEyCdvyP3vhRZ0WhkD9bFSZy6ltMYOF6qSFbdC78gVfg/s1600/busy-life.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBwTkfW1cf55y2WO0mc3aFXGaIkeMZCoiBUzQqnUZNXHB8QTyuJnrA6H60lG3gu9OVUuRxWPKfLmSfyZ0E5GJTOym7NJV5HezFEyCdvyP3vhRZ0WhkD9bFSZy6ltMYOF6qSFbdC78gVfg/s400/busy-life.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Quem não é capaz de entrever a admirável beleza que existe por detrás de tudo isto, e o inexplicável sono em que vivemos no nosso quotidiano?"</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="color: white;"><span style="font-size: xx-small;">-A Educação Segundo a Filosofia Perene</span></span></div>
Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-19600399912892772242014-06-27T14:11:00.000-07:002014-06-29T11:47:22.557-07:00A Crise do Mundo ModernoÉ sempre bom um pouco de perspectiva para entendermos, ainda que superficialmente as condições sob as quais vivemos. Quanto mais se olha para trás e para cima, melhor será a percepção dos parâmetros pelos quais pautamos desde nosso valores mais profundos, até nossas mais frívolas opiniões. É nesse sentido que a filosofia perene nos coloca diante de um holofote, para que assim percebamos em quão grandes trevas andamos às apalpadelas, ainda que acreditando testemunhar a época de maior clarividência e no ápice da sabedoria e conhecimento.<br />
<br />
<span style="color: #cfe2f3;">- A Crise do Mundo Moderno </span><br />
<br />
<br />
A palavra "filosofia", em si mesma pode seguramente ser tomada em um sentido muito legítimo, que sem dúvida foi o seu primitivo sentido, sobretudo, se for verdade, como pretendem, que foi Pitágoras quem a empregou antes de qualquer outra pessoa: etimologicamente ela não significa senão "amor à sabedoria"; designa portanto, em primeiro lugar, uma prévia disposição requerida para ascender à sabedoria, mas também pode designar, por uma extensão muito natural, a procura que, provindo desta mesma disposição, deve conduzir ao conhecimento. Não é pois senão um estágio preliminar o preparatório de um encaminhamento que conduz à sabedoria, mas que nem por isso deixa de estar abaixo dela. O descaminho que se produziu posteriormente consistiu em tomar este grau transitório pelo próprio fim, tem pretender substituir pela sabedoria a "filosofia", o que implica na falta de lembrança ou o desconhecimento da verdadeira natureza da primeira. E foi assim que nasceu o que poderemos chamar a filosofia "profana", isto é, uma pretensa sabedoria puramente humana e por conseguinte de ordem simplesmente racional, tomando o lugar da verdadeira sabedoria tradicional, supra-racional e "não humana". <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOGNIgF904y5rpMx7L5OqRgS58vRb5sKATKTNAHxuMLMpljal6i0Z0SAaODz17c-p3nzEz7TdyuVMlPU1x33T6ruSIsoRCPYbBYttpw7l_7gZtlDJiFNkeEpPM2VLgPlhI-FafNQeTe7I/s1600/Avatar_Aang_Meditation_by_Sporkerang.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOGNIgF904y5rpMx7L5OqRgS58vRb5sKATKTNAHxuMLMpljal6i0Z0SAaODz17c-p3nzEz7TdyuVMlPU1x33T6ruSIsoRCPYbBYttpw7l_7gZtlDJiFNkeEpPM2VLgPlhI-FafNQeTe7I/s1600/Avatar_Aang_Meditation_by_Sporkerang.jpg" height="265" width="400" /></a></div>
<br />
É este o resultado em que culminaria o movimento começado pelos gregos, em que já se afirmavam as tendências que seriam em nossos dias levadas às conseqüências mais extremas. A excessiva importância que deram ao pensamento racional, acentuou-se ainda mais, chegando ao "racionalismo", atitude especialmente moderna que consiste, não mais em só e simplesmente ignorar mas em negar expressamente tudo quanto seja de ordem supra-racional.<br />
<br />
Já foram também várias vezes assinalados certos traços comuns entre a decadência antiga e a época atual; e sem querer levar muito avante o paralelismo, devemos, efetivamente, reconhecer nele várias semelhanças notáveis. A filosofia puramente "profana" tinha ganho terreno; o aparecimento do cepticismo de um lado, o sucesso do "moralismo" estóico e epicurista do outro, mostram bastante até que ponto a intelectualidade desceu. Ao mesmo tempo as antigas doutrinas sagradas, que quase mais ninguém compreendia, tinham degenerado, devido a esta incompreensão, ao "paganismo", no verdadeiro sentido do termo, isto é, não passavam de "superstições", coisas que, tendo perdido sua profunda significação, sobrevivem a si mesmas por manifestações unicamente exteriores.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUH2h5SqI1L1UoVSSj_ANMpB62P0KGr0SWFHm01PmtbYmswr9breambDkb5HSVlIvhrw7Woa7H9XbwqNeN9IXkG9gtFIdvCLev0KtjZZjmb3cQCLNtzv0KT7ESwSnDzErv-W2aUgjz1ok/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUH2h5SqI1L1UoVSSj_ANMpB62P0KGr0SWFHm01PmtbYmswr9breambDkb5HSVlIvhrw7Woa7H9XbwqNeN9IXkG9gtFIdvCLev0KtjZZjmb3cQCLNtzv0KT7ESwSnDzErv-W2aUgjz1ok/s1600/2.jpg" height="209" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_Kd2c2B6iRMppIcQDB7CtDSbztRm7R4MzE0xjZIlVxRrBJROXSimZR4FzBnxWlH8URgaQk6w-A9ApJgJsJaDnKUEvv-s2yEePTdOFDQAs-T036Y4lSQdApI-VjuiUQdPsIxnV0zbfGZ8/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-size: x-small;">O acelerado declínio de uma civilização pode ser exposto pela </span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-size: x-small;">degeneração de seu senso estético, aversão à justiça, e à moral. </span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-size: x-small;">As noções de arte ilustram bem esse aspecto.</span></span></div>
<br />
<br />
A verdadeira Idade Média, para nós, estende-se desde o reinado de Carlos Magno até os princípios do século XIV. Com esta última data começa uma mova decadência, que através de etapas diversas, se foi acentuando até nossos dias. E o verdadeiro ponto de partida da crise moderna é o começo da desagregação da "cristandade", com a qual se identificava essencialmente a civilização medieval no Ocidente. Ao mesmo tempo, o fim do regime feudal, assaz intimamente ligado e solidário com esta mesma "cristandade", é a origem da constituição das "nacionalidades". Portanto, é preciso considerar o começo dos tempos modernos dois séculos mais cedo do que se leva em conta habitualmente.<br />
<br />
Quanto às ciências tradicionais da idade média, depois de terem apresentado ainda algumas manifestações finais, inerentes a esta época, desapareceram tão radicalmente como as das civilizações mais remotas que foram outrora aniquiladas por algum cataclismo; desta vez, porém, nada haveria para substitui-las. Daí por diante nada mais houve além da filosofia e da ciência "profanas", isto é, a negação da verdadeira intelectualidade, a limitação do conhecimento à ordem mais inferior, o estudo empírico e analítico dos fatos que não estão mais ligados a qualquer princípio, a dispersão numa multidão indefinida de detalhes insignificantes, o acúmulo de hipóteses sem fundamentos, que se destróem incessantemente umas às outras, e vistas fragmentárias que a nada podem conduzir, salvo a essas aplicações práticas que constituem a única superioridade efetiva da civilização moderna; superioridade aliás pouco invejável, e que desenvolvendo-se até abafar qualquer outra preocupação deu à esta civilização o caráter puramente material que a tornou uma verdadeira monstruosidade.<br />
<br />
Há uma palavra que ocupou um lugar de honra na Renascença, e que resumia antecipadamente todo o programa da civilização moderna: o "humanismo". Tratava-se, com efeito, de reduzir tudo a proporções puramente humanas; prescindir de qualquer princípio de ordem superior, e poder-se-ia dizer simbolicamente desviar-se do céu sob o pretexto de conquistar a terra.<br />
<br />
O "humanismo" já era uma primeira forma daquilo em que se transformaria o "laicismo" contemporâneo; e querendo reduzir tudo à medida do homem, tomado como fim, a si próprio, acabou êle por descer de etapa em etapa ao seu mais baixo nível, e para só quase procurar a satisfação das necessidades inerentes ao lado material de sua natureza, pretensão afinal de contas bastante ilusória, pois que esta suscita sempre mais necessidades artificiais dia que as poderia satisfazer.<br />
<br />
Irá o mundo moderno até o fim deste fatal declive, ou então, como aconteceu na decadência do mundo greco-latino, uma nova correção se produzirá, e ainda desta vez antes que tenha atingido o fundo do abismo para onde está sendo arrastado? Mas parece provável que uma parada a meio caminho não seja mais possível. Segundo todas as indicações fornecidas pelas doutrinas tradicionais, nós já entramos decididamente na fase final da Kali Yuga, no período mais sombrio desta "idade sombria", e deste estado de dissolução não é mais possível sair senão por um cataclismo, pois neste caso não bastará<br />
uma simples retificação — será necessário uma renovação total. A desordem e a confusão imperam em todos os campos, foram levadas a um ponto que ultrapassa muito e muito tudo quanto se havia visto precedententente, e partindo do Ocidente, ameaçam agora invadir o mundo inteiro.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxlGZfWarbNdIrhCE2-eyIPwz8WveFQmykq2QzKSq9KfkYzDei9jBgd40L_G6YsUHo5TjLa9LSkcSRVyPGJVAFH7dNLUe80OE8JH6-w8YsaL-2fxP21gJZ6iNX3ru2UwuWulIU_9JIu9E/s1600/0145421_size_590_solo_ressecadojpg_.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxlGZfWarbNdIrhCE2-eyIPwz8WveFQmykq2QzKSq9KfkYzDei9jBgd40L_G6YsUHo5TjLa9LSkcSRVyPGJVAFH7dNLUe80OE8JH6-w8YsaL-2fxP21gJZ6iNX3ru2UwuWulIU_9JIu9E/s1600/0145421_size_590_solo_ressecadojpg_.jpeg" height="240" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Efetivamente é mesmo isso o que nós podemos constatar na civilização moderna, que não vive por assim dizer, senão daquilo que as civilizações anteriores desdenharam. Para o evidenciar, basta ver de que modo os representantes das civilizações que se puderam ainda manter, até agora no mundo oriental, apreciam as ciências ociden tais e suas aplicações industriais. Entretanto estes conhecimentos inferiores, tão vazios aos olhos de quem possui um conhecimento de outra ordem, deviam ser "realizados", e para isso seria preciso que se encontrassem numa fase em que a verdadeira intelectualidade tivesse desaparecido.<br />
<br />
É esse o caso de tôdas as civilizações a que podemos chamar normais, ou ainda tradicionais; não há entre elas nenhuma oposição essencial, e as divergências, quando existam são apenas exteriores e superficiais; uma civilização que não reconheça princípio algum superior, que só seja na realidade fundada sobre uma negação de princípios, é ipso-facto desprovida de todo o meio de entendimento com as outras, pois este entendimento para ser verdadeiramente profundo e eficaz, só pode estabelecer-se pelo alto, quer dizer, precisamente pelo que falta a esta civilização anormal e que perdeu sua rota. No presente estado do mundo, temos por conseguinte, de um lado todas as civilizações que permaneceram fiéis ao espírito tradicional, que são as civilizações orientais, e de outro lado uma civilização propriamente antitradicional que é a civilização ocidental moderna. <br />
<br />
<i><span style="font-size: x-small;">Excertos do primeiro capítulo da obra homônima de René Guénon. </span></i>Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-42057802241218213652014-02-11T10:36:00.003-08:002014-02-12T03:31:44.800-08:00Filosofia Prática para Leigos<h3>
<span style="font-size: small;">- <b>A Filosofia é aplicável à vida?</b></span></h3>
<br />
Essa
é uma questão que muitos tendem a responder negativamente; relacionam
filosofia apenas a teoria, especulação, ideias, tudo que sozinho não
pode produzir frutos na vida prática (lembrando que ao contrário do que a
sociedade materialista apregoa, o campo da prática não está restrito a
práticas sensoriais e físicas). A realidade é que essa noção não poderia
estar mais equivocada. Vejamos:<br />
<br />
'Entre as numerosas
perguntas que, sem cessar, me são feitas sobre os cursos de Filosofia
que leio e os livros que escrevo, essa é a mais frequente. Todos
querem saber se a Filosofia tem qualquer relação com a vida humana, ou
se é apenas uma teoria abstrata, para horas de ócio e lazer.<br />
<br />
Por detrás dessa pergunta está latente a ignorância ou o erro que os consulentes nutrem a respeito de Filosofia. Para mim, <b>teoria que não tenha nexo com a vida humana não é Filosofia</b>.
O fim primário da verdadeira Filosofia, é precisamente este: dar ao
homem uma norma de vida, firme e indestrutível, um roteiro seguro de
pensar e agir, de maneira que possa atingir a plenitude da sua evolução
e, destarte, alcançar imperturbável felicidade.<br />
<br />
As
religiões, é verdade, também procuram realizar esse objetivo; mas as
normas que elas dão a seus adeptos têm de ser criadas e aceitas
cegamente como dogmas fixos e imutáveis - ao passo que a Filosofia leva
os seus discípulos a compreenderem racionalmente, por experiência
própria, a última razão-de-ser dessas normas; não exige fé teológica,
mas prepara os caminhos para que o candidato à suprema sabedoria <i>(sophia) </i>possa,
finalmente transpor o limiar do santuário e entrar em contato direto
com o mundo invisível, que rege todos os mundos visíveis e, sobretudo, a
vida humana. Sendo que este mundo invisível é o único mundo plenamente
real, segue-se que só o homem que realiza a si mesmo pelo descobrimento
do seu Eu central é que pode conhecer por experiência própria esse mundo
da Realidade integral.<br />
<br />
O cultor de dogmas religiosos é um crente - o iniciado na verdade da Filosofia é um sapiente.<br />
É
natural que o número dos crente seja maior, no estágio atual da
evolução humana, do que o dos sapientes, porque o crer é relativamente
fácil, ao passo que o saber exige uma disciplina tão intensa e
prolongada que são poucos os que trilham esse "caminho estreito" e
passam por essa "porta apertada", que dá ingresso ao Reino de Deus, da
verdade e da felicidade.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ34mHbB2k17ak3V8oFQgEOfioQtBkUx6INku0ytuYZdQXdooeQrKxfL-ErS3UYUxsJuP06nD4E8B9Ht2YDWrXmxIxjbYY0nJtL47slPWJLOJs3C_zLbFea1_Zumx5aFecxSze7uJl8gg/s1600/road+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ34mHbB2k17ak3V8oFQgEOfioQtBkUx6INku0ytuYZdQXdooeQrKxfL-ErS3UYUxsJuP06nD4E8B9Ht2YDWrXmxIxjbYY0nJtL47slPWJLOJs3C_zLbFea1_Zumx5aFecxSze7uJl8gg/s1600/road+1.jpg" height="266" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<b> <span style="font-size: large;"> * * *</span></b><br />
<br />
Entretanto, o que a maior parte dos consulentes deseja saber, quando pergunta se a Filosofia é aplicável à vida prática, é o seguinte: sendo que todo homem adulto tem os seus dolorosos problemas, estão todos interessados em descobrir uma fórmula segura e de fácil aplicação que lhes garanta solução desde ou daquele problema da sua vida. Uns são infelizes nos seus amores; outros não tem sorte nos negócios; muitos são vítimas de doenças que lhes amarguram a vida - e assim por diante. É natural que cada um desses sofredores espere da Filosofia solução ou alívio nos seus dissabores.<br />
Pode a Filosofia melhorar a vida humana, aqui na terra?<br />
Pode, sim, ou melhor, a Filosofia, assim como nós a entendemos, é o único meio certo e seguro para encher de sólida tranquilidade e paz a alma e a vida do homem que com ela se identifique. Entretanto, são relativamente poucos os que experimentam esses efeitos benéficos da Filosofia Perene. Por quê?<br />
<br />
Muitos esperam da Filosofia efeitos imediatos, mais ou menos como o efeito de um comprimido que, dissolvido na água, dentro de poucos minutos acaba com a dor de cabeça ou neutraliza a azia de estômago; ou como uma injeção que dá alívio rápido ao padecente.<br />
Não é deste modo que a Filosofia atua sobre a vida humana, e isto por uma razão muito simples: é que ela, precisamente por ser "filosofia" (amor à sabedoria), não está interessada em curar <i>sintomas de males</i>, mas o próprio <i>mal pela raiz</i>. Como, porém, o mal fundamental da humanidade vem de longe e tem raízes profundas em cada ego pessoal, não é possível neutralizar esse mal em "três meses, com 36 lições", como certos faquires mentais prometem a seus ignorantes e ingênuos discípulos. A verdade atua segura, mas lentamente, porque tem de penetrar profundamente todos os elementos que constituem o homem: alma, mente e corpo; tem de eliminar as velhas e inveteradas toxinas da personalidade e substituí-las pelas seivas vitais da individualidade cósmica do homem perfeito e integral. Também, como poderia alguém esperar que os venenos da consciência físico-mental, eivada de egoísmo, fossem depurados em tão pouco tempo, quando a sua formação na personalidade humana remonta a 30, 50, 80 anos, e sua origem no seio do gênero humano data de milhões de anos?<br />
<br />
<b>O que a maior parte quer saber é se a Filosofia exerce impacto sobre a "vida prática", individual e social do homem</b>; se dá saúde, se promove os negócios, se facilita a conquista de um bom emprego, se constrói um lar feliz, se facilita os estudos e os exames, etc., etc.<br />
Respondemos com um afoito "sim" a todos esses quesitos, e isto sem o menor receio de errarmos, porque, além de milhares de fatos históricos, temos a nosso favor o testemunho da mais alta autoridade no assunto, o homem mais feliz do mundo, que disse: "Procurai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, e todas as outras coisas vos serão dadas de acréscimo". <br />
Todas essas "outras coisas" que nos serão dadas de acréscimo são as que acabamos de enumerar, e muitas outras.<br />
<br />
<br />
A Filosofia trata daquilo que o homem é, da sua <i>qualidade interna</i>, do seu sujeito ou Eu, que Jesus chama "alma"; mas é um dos erros comuns e funestos supor que o elemento espiritual da qualidade deva substituir os elementos materiais da quantidade, os objetos externos, aquilo que o homem tem ou pode ter. Os grandes iluminados não falam em <i>substituição</i>, falam em <i>integração</i> das quantidades externas na qualidade interna. Se por vezes parece haver substituição das quantidades materiais pela quantidade espiritual, trata-se de uma fase de transição, de algo provisório, <b>para que o homem materialista por meio do caminho da espiritualidade ascética, se habitue a ser homem espiritual</b> e perfeitamente integrado no Universo de Deus.<br />
Nesta altura, prevenimos insistentemente todos os candidatos inexperientes à auto-realização: que o "reino de Deus" deve ser procurado, <b>em primeiro lugar</b>, isto é, que o homem não deve, em hipótese alguma, servir-se das coisas espirituais <i>como meio para o fim</i> de alcançar as coisas materiais, porque isto seria procurar estas em primeiro lugar, como fim último, e degradar aquelas a segundo lugar, como simples meio. Semelhante procedimento seria uma inversão das eternas leis da Constituição Cósmica, erro que impediria que as "outras coisas" nos fossem dadas de acréscimo.<br />
<br />
E é precisamente aqui que está o ponto nevrálgico e a última razão por que a maior parte dos aspirantes ao reino de Deus se sentem desiludidos e frustrados no seu intento e acabam por considerar a Filosofia como simples miragem. Secretamente, fazem consigo mesmos este cálculo ou raciocínio: tratarei das coisas espirituais, a fim de ter sorte nos afazeres materiais.<br />
<br />
Sobre esta base falsa, anticósmica, pretendem então construir o edifício da sua prosperidade e ficam decepcionados quando as "outras coisas" que lhes foram prometidas como resultados certos, não aparecem. Culpam então, a Filosofia dos grandes Mestres - quando, na realidade, os únicos culpados são eles mesmos. Tentaram camuflar ou subornar a Constituição Cósmica; tentaram derrubar com a cabeça o Himalaia da eterna retitude.<br />
<br />
A atitude correta que o homem deve assumir é esta: <b>tratar das coisas do "reino de Deus" <u>incondicionalmente</u></b>, sem segundas intenções, sem restrições mentais, e prosseguir invariavelmente nessa atitude retilínea, quer venham quer não venham resultados materiais. Se o homem se entristece quando não aparecem resultados palpáveis, é prova de que a sua atitude interna era falsa, que procurava secretamente subordinar o mundo espiritual ao mundo material. É claro que as leis da Constituição Cósmica não favorecem semelhante atitude. Só quando o homem é 100% desinteressado nos resultados materiais é que ele verificará que "todas as outras coisas" lhe são dadas, e precisamente porque ele não as procurou nem fez depender delas o prosseguimento da sua espiritualidade. É este o estranho procedimento de todas as coisas no mundo: quando procuradas e apetecidas pelo homem, fogem dele - mas, quando abandonadas por ele ou tratadas com serena indiferença e espontâneo desapego, então essas coisas correm no encalço do homem e se lhe oferecem.<br />
<br />
Algum diz a Filosofia Cósmica descobrirá e definirá essa grande lei: que o homem <i>meramente intelectualizado</i>, sem espiritualidade, cria em torno de si uma espécie de <i>campo magnético de atuação centrífuga</i>, estabelecendo uma polaridade hostil entre si e a Natureza, que foge dele, repelida pelas auras negativas do homem luciférico; mas, assim que o homem ultrapassa a zona da mera intelectualidade e entra no mundo da <b>racionalidade espiritual</b> - eis que o campo magnético se inverte, passando a atuar em <i>sentido centrípeto</i>, como força de sucção, atraindo para o homem todas as criaturas da Natureza. Com outras palavras: o homem que não encontrou a si mesmo, o seu <i>divino sujeito</i>, afugenta de si todos os objetos em derredor - mas <b>o homem que encontrou o reino de Deus em si mesmo atrai a si todas as criaturas de Deus</b>. A auto-realização produz automaticamente as alorrealizações, mas a falta de auto-realização torna impossíveis as alorrealizações.<br />
<br />
Em uma palavra: o único modo seguro e certo para realizar as "outras coisas" é o homem realizar-se a si mesmo, o "reino de Deus dentro de si".<br />
<br />
Até aqui, pelo menos 90% dos nossos leitores - ou talvez 99,9 - já devem estar desenganados, porquanto é difícil criarmos dentro de nós esse clima de desinteresse em face dos resultados palpáveis dos nossos trabalhos. Para a imensa maioria dos homens da presente evolução, não há incentivo suficiente para um trabalho eficiente e constante quando não existe a perspectiva de uma recompensa correspondente em forma de resultados materiais.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b> * * *</b></span><br />
<br />
<br />
A Filosofia, como se vê, é um tremendo desafio, uma escola de disciplina rumo à verdade; ela não é ocupação para personalidades fracas e vacilantes (instáveis), nem pode ser praticada como <i>hobby</i> em horas de devaneio e passatempo. Exige dos seus adeptos uma auto-educação tão sincera e retilínea que, segundo as palavras do divino Mestre, são "poucos os que trilham esse caminho estreito e passam por essa porta apertada", porta que, não raro, se assemelha a um "fundo de agulha". "Muitos são os chamados - poucos os escolhidos." Mas esses poucos dispostos a pagar o preço da sua auto-realização - se derão por muito bem pagos por toda a disciplina que, voluntariamente, tomaram sobre si, porque descobriram o "tesouro oculto" e encontraram a "pérola preciosa" da <b>Verdade Liberdadora</b>, que lhes abriu o cárcere.<br />
<br />
Entretanto, se alguém quer saber em 2 ou 5 minutos se a Filosofia é
aplicável à vida, ninguém lhe poderá dizer de um modo compreensível. O
único mode de saber da Verdade é vivê-la em si mesmo - mas essa vivência
não lhe pode ser dada por terceiros. Quem não viveu a Verdade não sabe o
que ela é. O que os outros podem fazer é tão-somente preparar-nos os
caminhos e criar em torno de nós uma atmosfera propícia. A experiência,
porém, é algo eminentemente individual, instranferível, como o próprio
ser de cada um. <br />
<br />
E, uma vez solvido o problema central da vida humana, todos os outros problemas periféricos estão solucionados, ou em vias de solução.<br />
Na realidade, não há nada mais "prático" do que a Filosofia. <br />
<br />
"Quem puder compreendê-lo, compreenda-o!" '<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRQIlVhYvqygP3kgBfI1qfKZD8SDya346qOkF-HyQ4lXHU4iu8KdjRrmrHtXYuGfu6m7Kv0Ea1rxwFWi63UDPoPWpO7vC8FC1WosXokfwMWsEgxVAq1GaxdPHlawWaQZsplI63k7a4Vsc/s1600/roadends.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRQIlVhYvqygP3kgBfI1qfKZD8SDya346qOkF-HyQ4lXHU4iu8KdjRrmrHtXYuGfu6m7Kv0Ea1rxwFWi63UDPoPWpO7vC8FC1WosXokfwMWsEgxVAq1GaxdPHlawWaQZsplI63k7a4Vsc/s1600/roadends.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="color: white;">"Há uma grande diferença entre </span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="color: white;">conhecer o caminho e percorrê-lo"</span></span></div>
<br />
<br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-31578390549819590122014-01-24T06:45:00.000-08:002014-01-24T10:17:16.380-08:00Todo mundo é uma prostitutaEu podia tá matando, podia tá roubando, podia tá tirando a cutícula e usando uma gola V decotada, mas estou aqui para compartilhar essa pérola com vocês:<br />
<br />
<br />
<span style="color: #eeeeee;">A retórica da inflação de ego está em todo lugar. No trabalho, na escola
e no shopping, os americanos esperam que todos digam o quão especiais,
talentosos e importantes eles são. Em nosso mundo invertido, os fracos
são fortes de alguma forma, aquele que sobrevive a uma cutícula
arrancada é corajoso, e todo burocrata que trabalha para o Departamento
de Defesa é um maldito herói.<br /><br />Na GloboCorp, o departamento de
recursos humanos tenta convencer cada fulano e cicrana que eles são
absolutamente essenciais para o sucesso da empresa. Os talentos
criativos de cada um são valorizados e todos, do zelador ao presidente,
são capazes de fazer contribuições positivas tremendas. Em seu recente
livro sobre o valor do trabalho, Matthew B. Crawford argumenta que
corporações modernas desvalorizam conquistas significativas quando elas
nos agradam e fala como se todo mundo fosse uma espécie de Einstein.<br /><br />Os
americanos gostam que seja dito que são brilhantes e corajosos, mas
como um povo, esses não são mais os nossos valores mais elevados. Quem
consegue nomear cinco recentes e legítimos heróis de guerra? A plebe
tampouco se importa a respeito de quem é inteligente. Ela só liga para a
ciência quando quer perder peso, vencer uma discussão na Internet ou
descobrir de que modo o mundo irá acabar. Se você conseguir falar agora o
nome de dez caras que fazem ciência de verdade, você provavelmente é um
cientista.<br /><br />A maioria das pessoas sabe que elas não são Einsteins
e pra falar a verdade elas não ligam pra isso. Elas têm uma preocupação
mais premente.<br /><br />O que elas realmente estão se perguntando é: "sou gostoso(a) ou não?”.<br /><br />Pessoas
bonitas são os faróis mais brilhantes do nosso mundo flutuante. Modelos
atraentes e atores recebem muito mais elogios e atenção do que
condecorados com a Medalha de Honra. As pessoas amam tecnologia, mas a
usam para "acompanhar os Kardashians"1. Elas lotam as academias, mas
força e fitness são apenas subprodutos do seu desejo de serem desejadas.
Ninguém liga pra quanto peso Tatum Channing ou Brad Pitt conseguem
levantar, ou quão rápido eles podem correr, ou o que eles são capazes de
construir, ou quantos caras eles conseguem derrotar em um combate. Eles
são admirados por serem desejáveis.<br /><br />Antigamente, apenas as
mulheres jovens se preocupavam excessivamente em serem desejadas. Em
sociedades patriarcais tradicionais, uma mulher a qual nenhum homem
quisesse como esposa se tornaria um fardo para seus pais. Uma mulher não
desejada nunca poderia se tornar uma mãe ou administrar uma casa. Ela
seria para sempre uma filha dependente ou uma independente e solitária
solteirona. Para mulheres em idade de casar, a atratividade tem um valor
muito alto e, embora a sua importância diminua com a idade, a maioria
dos homens ainda prefere ter uma esposa bonita a uma feia. Seja por
hábito ou por natureza, muitas mulheres tendem a gostar de se pintarem e
se adornarem para parecerem mais jovens, férteis, femininas e
atraentes. </span><br />
<br />
<span style="color: #eeeeee;"> No entanto, de todas as mulheres, a que mais se importa em ser desejada é
a prostituta, porque sua sobrevivência depende da sua habilidade de
fisgar os homens em seus quadris.<br /><br />Alguns apontarão para a
ornamentação masculina como um contraexemplo, mas a motivação por trás
do embelezamento masculino tem sido tradicionalmente diferente. Quando
os homens se ornamentam, eles o fazem para parecerem mais temíveis ou
para comunicar status. O Samurai usava vermelho, e como em muitos pontos
mais delicados da higiene samurai, eles o faziam para que seus inimigos
os respeitassem como oponentes viris, mesmo depois que fossem mortos.
Eles não “davam um trato no visual” para transar. Eles o faziam para
ganhar o respeito de outros homens.<br /><br />No fim de semana passado, um
filme sobre <a href="http://articles.latimes.com/2012/jun/28/entertainment/la-et-magic-mike-20120629" target="_blank">strippers masculinos</a> faturou $39,2 milhões de dólares nas
bilheterias. A América percorreu um longo caminho desde Flashdance.<br /><br />Em
<a href="http://www.amazon.com/gp/product/B007O0Y1ZE/ref=as_li_ss_tl?ie=UTF8&tag=jackdono20&linkCode=as2&camp=1789&creative=390957&creativeASIN=B007O0Y1ZE" target="_blank"> The Way of Men</a>, eu usei Bonobos e Chimpanzés para comparar a sociedade
orientada para o sexo feminino com a sociedade orientada para o sexo
masculino. Pessoas não são exatamente a mesma coisa que macacos, mas eu
acho que chimpanzés e bonobos fazem metáforas reveladoras sobre a
situação em que nos encontrávamos e para onde aparentemente estamos
indo.<br /><br />Os <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pan_paniscus" target="_blank">bonobos</a> vivem luxuosamente, com acesso a tanto alimento
quanto precisam. Coalizões de fêmeas reprimem a agressão masculina e os
machos raramente formam grupos coesos. Os machos não sabem quem são seus
pais, somente suas mães. O sexo é igual ao que a vadia de um bar disse
uma vez a um amigo meu; “como um aperto de mãos". O homossexualismo é
lugar-comum porque o sexo é uma atividade social e todo mundo faz sexo
com todo mundo. Não se trata de reprodução; se trata de masturbação
mútua e de se divertir. Costuma-se dizer que os bonobos são pacíficos, e
embora isso possa não ser completamente verdadeiro, eles são
definitivamente matrilineares e excepcionalmente “safados”.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv8ABxOBbgK6IGSI8kDTnnvxOJp-y6XJU58-lcRJv3LjMIz2kVGtdecAK16eSF0cBdgTtJ3prhFn6jz0vK_cKAZ43QNY50xvIuU3elGHm4lR8VBSq2wQen5bOyyugVcEun0ikvZFLMR_8/s1600/bonobo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv8ABxOBbgK6IGSI8kDTnnvxOJp-y6XJU58-lcRJv3LjMIz2kVGtdecAK16eSF0cBdgTtJ3prhFn6jz0vK_cKAZ43QNY50xvIuU3elGHm4lR8VBSq2wQen5bOyyugVcEun0ikvZFLMR_8/s1600/bonobo.jpg" height="285" width="400" /></a></div>
<br />
<span style="color: #eeeeee;"><br />Os
<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Chimpanz%C3%A9" target="_blank">chimpanzés</a> formam grupos de caça patriarcais. Os machos permanecem
juntos e as fêmeas acabam migrando de grupo pra grupo. O sexo é uma
atividade reprodutiva. O homossexualismo é raro. Os machos dominam as
fêmeas e aqueles que estão no topo da hierarquia masculina controlam
todo o grupo.</span><br />
<span style="color: #eeeeee;"></span><br />
<span style="color: #eeeeee;"></span><br />
<span style="color: #eeeeee;"><br />A América está rapidamente se tornando a "Sociedade
Masturbatória dos Bonobos", devotada ao prazer e organizada
primariamente para servir aos interesses das fêmeas. Cada vez mais
homens são criados por mães solteiras e os machos são desencorajados a
organizar qualquer coisa sem a supervisão feminina. O sexo é social e a
maior parte do trabalho duro e perigoso que os homens costumavam fazer,
ou é feito por máquinas "à prova de idiotas" ou é terceirizado em países
onde o custo de vida é barato. Mulheres e homens desonrados
microgerenciam agressões masculinas com leis e processos judiciais sem
fim, e bad boys que não podem pagar por grandes advogados são chutados
pra dentro de uma multibilionária indústria prisional, que ostenta a
maior taxa de encarceramento do mundo.<br /><br />Em nossa sociedade
masturbatória de bonobos, trepar é uma das únicas coisas que os homens
são encorajados a fazer que os fazem se sentirem realmente como homens. </span><br />
<br />
<span style="color: #eeeeee;">Por todo o Alt-Right2, vários autores criticam a cultura <a href="http://www.counter-currents.com/2012/06/pick-up-artists/" target="_blank">PUA</a> e o "game".
Porque praticamente a única coisa viril que os homens estão autorizados
a fazer é transar, eu sou mais simpático essas coisas. Eu vejo o que
muitos chamam de game como um tipo de "acesso à masculinidade". Game é
essencialmente um treinamento de assertividade para uma geração de
jovens que passaram a maior parte de suas vidas brincando de "o mestre
mandou"3.<br /><br />Virilidade é como um talento. Alguns machos são mais
dotados que outros, mas como qualquer talento, a masculinidade tem que
ser pressionada e desenvolvida para significar algo impressionante.
Garotos que foram criados por mães solteiras ou pais superprotetores e
expostos ao sistema de lavagem cerebral feminista das escolas públicas,
nunca foram postos à prova ou treinados por grupos de homens severos.
Você não pode entregar um diploma de ensino médio a um guri pau-mandado4
e esperar que ele cuspa igual a Clint Eastwood.<br /><br />Quando falam
sobre game, os homens na “manosfera” estão escavando através das
besteiras que o sistema diz sobre garotas aos garotos. Este é um
trabalho que precisa ser feito. Se os caras medianos acreditarem na
baboseira oficial que é dita sobre sexo e relacionamentos, eles serão
usados e abusados pelas exigentes5 mulheres americanas pelo resto de
suas vidas. E, na medida em que se desfaziam dos mitos feministas sobre
os sexos, eu vi muitos desses caras começarem a se perguntar o que
realmente significava ser homem. Essa é uma conversa importante.
Entretanto, até parece um caminho mais seguro no clima cultural atual,
fazer da perseguição à boceta uma opção de vida em longo prazo. É aí que
as médias positivas deslizam em direção a um extremo negativo. Andy
Nowicki escreveu que se os homens realmente querem minar o matriarcado,
eles deveriam parar de foder. Ele pode ter suas próprias motivações
(possivelmente religiosas) para dizer tal coisa, mas eu acho que ele tem
alguma razão nesse ponto.<br /><br />Nossas feministas manipuladoras e
globalistas adorariam mais do que qualquer outra coisa, manter os homens
jovens – o grupo mais perigoso e potencialmente revolucionário em
qualquer civilização – completamente distraídos pela boceta. E, embora
possa sentir como se estivesse afirmando sua dominância (covenientemente
da forma mais inofensiva possível), se tudo o que você faz é designado a
torná-lo mais atraente para as mulheres, você é um “vibrador ansioso”.
Quando os seus músculos são apenas para exibição, quando tudo o que você
faz é para torná-lo mais desejável, você está interpretando o papel
feminino. Quando o seu valor como homem depende do número de mulheres
que você consegue levar pra cama, você não passa de um <a href="http://www.youtube.com/watch?v=GIX8gI21jGw" target="_blank">gigolô.</a><br /><br />Como
Hunter S. Thompson notou, sexo é a maior diversão dos amadores. É
maravilhoso quando você é jovem, bonito, ingênuo e despreocupado - mas
"putas velhas não dão tantas risadinhas".<br /><br />Mark Simpson tinha
compreendido muito disso quando, <a href="http://www.marksimpson.com/here-come-the-mirror-men/" target="_blank">lá em 1994</a>, cunhou o termo
"metrossexual". O metrossexual não é necessariamente gay ou efeminado no
sentido extravagante da palavra - essa é a apenas a maneira como a
palavra “pegou” entre as pessoas. A ideia de metrossexual de Simpson é
de um "homem espelho" cujas maiores preocupações narcisistas são a busca
do prazer e ser considerado "desejável". Ele pode estar apaixonado por
si mesmo, mas isso também é um tipo de amor frívolo. Ele liga mais para a
aparência e para quão bem ele fode do que para o que conquistou ou o
quanto é respeitado. É uma vaidade de prostituta.<br /><br />Hugh Hefner
estava muito a frente do seu tempo. Foram os homossexuais que abriram
caminho para o estilo de vida bonobo em massa. Antes que os PUAs de hoje
estivessem na pré-escola, eles já faziam isso por causa dos números, à
procura de validação, baseando seu valor próprio em "quantos" e "quão
gostosos". Homossexuais rejeitam expectativas e papéis masculinos
tradicionais e canalizaram toda a sua agressão masculina para o sexo e
por causa do sexo. Sua ideia de masculinidade tornou-se masturbatória -
um Tom of Finland bombado, uma caricatura de forma masculina, sem
função, honra ou virtude. Os homossexuais, por serem “homens”, definiram
o cenário cultural para a objetificação masculina da mesma forma que os
homens sempre objetificaram as mulheres. </span><br />
<span style="color: #eeeeee;"><br /></span>
<span style="color: #eeeeee;">Como bonobos desbravadores, os homossexuais descobriram as desvantagens
do meretrício. Um “pegador”6 experiente se viu obrigado a adquirir um
punhado de DSTs, e a AIDS praticamente dizimou uma geração inteira de
homens "sexualmente livres". Para muitos, existem também muitos custos
psicológicos. Ser desejado é uma droga viciante. E quando esse é o seu
valor mais elevado, isso se torna sua identidade. Um dos problemas –
coisa que sempre foi uma maldição feminina – é que a atratividade sexual
está ligada ao instinto de procriação, e tem seu pico na juventude. Os
homens envelhecem de forma mais suave que as mulheres, mas a maioria que
barganha seu “sex appeal” não alcança de forma tranquila a
masculinidade da meia-idade, confiante e segura, de seus antepassados.
Como os homossexuais e estrelas de cinema, eu me pergunto quantos dos
“pegadores” modernos sairão em busca de esteroides, Viagra, e
eventualmente se convencerão de que talvez a <a href="http://indulgy.com/post/bBAzqZFEF1/poor-kenny-rogers-before-and-after-plastic-surgery" target="_blank">plástica facial de Kenny Rogers</a> fique melhor neles do que ficou neste. (Não ficará, camaradas.
Vocês ainda parecerão com uma lésbica velha que não consegue piscar).
Particularmente, existe algo de desesperado, triste e indigno em um
homem de certa idade que gasta muito tempo buscando por validação
sexual.<br /><br />O que é pior é que os heterossexuais não estão no mercado
para os homens; eles estão no mercado para as mulheres, de modo que a
biologia os coloca em grande desvantagem. O “estrategista em game”
Heartsite, <a href="http://heartiste.wordpress.com/2012/06/29/results-from-an-online-dating-experiment/" target="_blank">recentemente postou</a> sobre uma experiência de encontros online
na qual os dois caras mais bonitos, em conjunto, conseguiram obter um
total de 50 mensagens de mulheres, enquanto que as mulheres mais
atraentes do site receberam mais de 536 mensagens de homens, no mesmo
período de tempo. Esse “campo de jogo” nunca chegará perto de ver
qualquer igualdade, mas o game está ganhando popularidade porque os
homens enxergam essa disparidade e querem aumentar suas chances.<br /><br />Homens
com boa aparência e algum game podem ser capazes de manter esse ritmo
pela maior parte de suas vidas e acabarão tendo boas histórias para
contar. Uma pequena minoria de homens sempre foi libertina e
provavelmente alguns estão particularmente bem adaptados a isso. Uns
terão arrependimentos e outros não.<br /><br />O problema não é o que
acontece para uns poucos pegadores, mas o que nos tornamos enquanto
sociedade quando todo mundo quer ser pegador. A libertinagem costumava
ser uma forma de rebeldia, mas cada vez mais faz parte do esquema. Em
uma sociedade onde o sexo e a atratividade são os valores mais elevados,
o que acontece com os outros dois terços da curva?<br /><br />A carne não
será democratizada. A atratividade não é mais uniformemente distribuída
do que a força, o tamanho ou QI. O mundo é cheio de gente feia e gorda.
As pessoas podem melhorar bastante com dieta, exercício e higiene – e
deveriam –, mas você pode colocar batom em um porco e ainda assim ele
continua sendo um porco. Alguns homens e mulheres simplesmente não têm
uma boa aparência. Várias pessoas são, na verdade, bastante repulsivas.
Algumas provavelmente deveriam evitar a luz do dia por completo, porque
elas amedrontam as crianças pequenas.<br /><br />As mulheres sempre foram
conscientes do elitismo cruel da hierarquia natural da beleza. Em
sociedades nas quais outras virtudes tiveram um valor maior, elas
poderiam se concentrar na piedade ou simplesmente em serem boas mães.
Quando as mulheres foram “sexualmente libertas”, algumas feministas
(principalmente as gordas e feias) acharam que poderiam contar com o
condicionamento social para dar a todos nós óculos com “visão de
cerveja”7 permanente e tornar cada bruxa velha e inchada tão desejável
quanto Heather Locklear. Se o problema fosse apenas da Barbie ter
proporções realistas, ou de sermos forçados a ver mais obesos mórbidos
na televisão, então, menos lágrimas cairiam nos potes de sorvete. Mas
elas fazem pressão é pela “aceitação das gordas” e continuam nos dizendo
que “o volumoso é belo”. Quando isso não funciona, elas nos represam
com clichés ruins e tentam nos convencer de que a beleza ou está nos
olhos de quem vê ou “no interior”. Nós podemos patrociná-las ou tentar
ser mais sensíveis, mas fingir que todos são igualmente belos é tão
absurdo e incorreto quanto fingir que todo mundo é um Einstein.<br /><br />Ninguém
quer uma boneca Barbie com canelas grossas8 e a desobjetificação das
mulheres está em desacordo com o Zeitgeist da nossa ultra-sexualizada
sociedade masturbatória de bonobos. Andrea Dworkin9 perdeu, e mais do
que nunca garotas adolescentes estão assistindo pornô hardcore para
aprender como rebolar, socar uma e engolir como as “profissas”. Eu vou
para a academia e vejo caras que não estão ali para levantar ferro ou
ficarem monstros. Eles estão seguindo treinos para “secar” e construir
um corpo “para as gurias”. Essas gurias estão pegando um bronze,
recebendo implantes nos seios e tentando ficar parecidas com strippers.
Um amigo que ensina em uma escola da Califórnia disse que eles tiveram
que cancelar o dia de Halloween porque as crianças não queriam mais ser
assustadoras nem fofas. Os garotos e garotas, de modo idêntico, estavam
usando o feriado como uma desculpa para irem à escola o mais próximo de
nuas que era possível. </span><br />
<br />
<span style="color: #eeeeee;"> As pessoas costumavam ter aspirações mais decentes. Elas queriam formar
famílias.las queriam fazer um bom trabalho. Queriam ser bons cidadãos,
bons Cristãos, ser uma boa pessoa. Agora todo mundo quer ser pegador e
estrela pornô. Todo mundo quer ser o tipo de macaco no qual os outros
macacos querem se esfregar.<br /><br />Nós chamamos essa orgia matrilinear de “progresso” e buscamos a nossa redenção moral na reciclagem.<br /><br />Sexo
pode ser natural, e com certeza é divertido, mas é apenas uma parte da
vida. Uma sociedade que põe ênfase excessiva no sexo a ponto de parecer
que a única coisa que significa algo na vida é grotesca e degradada, e
que, para a maioria das pessoas, resulta mais em um vazio do que em
êxtase.<br /><br />Em patriarcados saudáveis, os homens se forçam a ganharem
o respeito e a admiração dos outros homens. Eles trabalham para
provarem sua força, coragem e competência uns para os outros. Os homens
se orgulham de sua reputação pelo domínio dos seus corpos, suas ações e
seu ambiente. Eles querem ser conhecidos pelo que são capazes de fazer,
não apenas por quão bem ou quem eles fodem. E com certeza eles não
perdem seu tempo tentando descobrir o que eles podem fazer para
impressionar uma vadia burra.<br /><br />Puta merda, em alguns lugares,
quando um homem está pronto para arranjar uma esposa, ele apenas escolhe
uma e a sequestra. Os homens costumavam se casar e tocar suas vidas.
Parece um caminho de vida mais saudável para mim e eu tenho visualizado o
que o outro lado tem a oferecer.<br /><br />Recentemente, eu assisti
<a href="http://restrepothemovie.com/" target="_blank">Restrepo</a>, um documentário sobre soldados lutando no Afeganistão. Tinha
uma cena onde os americanos tinham que negociar com anciões de tribos
locais. Os anciões eram um bando de caras velhos com um olhar muito
sério e suas longas barbas eram vermelhas brilhantes tingidas com rena.<br /><br />Nossos
“aliados” tribais no cemitério dos impérios [Afeganistão] têm lá seus
problemas. Eles cagam nas próprias mãos e estupram garotinhos. Seus
costumes deixam espaço para muitas melhorias.<br /><br />No entanto,
enquanto eu assistia seus olhos sérios, eu me perguntava se qualquer um
daqueles homens perdeu muito tempo se perguntando, “sou gostoso ou
não?”.</span><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRS4MajJhrYcXSgGEuxICfEcG8lMPQLympMU2jgdgoXU7wNGAYKG2WJA1eitEVYFqI75ymjWq5tzU_pwRu7l1rZiSrM78hwyWT3ix5PBXFOB24zB-h9T77N0kLhdcUyBz9-lFwbh750Pw/s1600/Barbarossa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRS4MajJhrYcXSgGEuxICfEcG8lMPQLympMU2jgdgoXU7wNGAYKG2WJA1eitEVYFqI75ymjWq5tzU_pwRu7l1rZiSrM78hwyWT3ix5PBXFOB24zB-h9T77N0kLhdcUyBz9-lFwbh750Pw/s1600/Barbarossa.jpg" height="236" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
_____________________________<br />
1. Referência ao reality show Keeping Up with the Kardashians.<br />
2. Alternative-Right (<a href="http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://alternative-right.blogspot.com.br/&t=ADvnKe4Yv-05iuz5HI80FlzSkXvYzAa_WBVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA" target="_blank">http://alternative-right.blogspot.com.b<wbr></wbr>r/</a>)<br />
3. “Mamãe, eu posso?”, ao pé da letra. <br />
4. hen-pecked, dominado, capacho, escravo de boceta ou “mangina”.<br />
5. entitled, intitulada ou “cheia de direitos”.<br />
6. player, jogador, o cara que faz uso do game.<br />
7. beer goggle, efeito causado pela bebida alcoólica que torna as outras pessoas mais bonitas aos nossos olhos.<br />
8.
cankles {calf (panturrilha) + ankle (tornozelo)}. Quando a perna tem
praticamente o mesmo diâmetro em toda sua extensão e dá um aspecto de
“roliço”, comum nas pessoas gordas.<br />
9. Feminista famosa por fazer ferrenha oposição à pornografia.<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Escrito por <a href="http://alternative-right.blogspot.com.br/2014/01/everyone-harlot.html" target="_blank">Jack Donovan </a><br />Traduzido por <a href="http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=5815056172193026251" target="_blank">Lucas</a></span>Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-78894292976731128982013-10-25T12:30:00.001-07:002013-10-25T12:32:33.468-07:00Individual ou coletivo?<br />
Essas são duas concepções que embasam as visões de mundo no aspecto político atual - ou você confere importância ao indivíduo para que a dignididade e a liberdade constituam a organização social coletiva; ou suprime essa noção e cria uma de coletividade alheia ao indivíduo; onde ele se torna apenas um instrumento da realização coletiva.<br />
<br />
Não é difícil relacionar essas concepções das visões de direita e esquerda, de conservadores e liberais. Temos por princípio conservador a autonomia e a dignidade humana, direitos inalienáveis, bem como a propriedade privada e a livre iniciativa; pilares sem os quais (na visão conservadora) não se pode erigir uma sociedade organizada e justa. Já para os adeptos do coletivismo e do materialismo, o indivíduo deve ser suprimido até desaparecer, para que desse substrato emerja uma sociedade ideal, igualitária.<br />
<br />
A noção da valorização do indivíduo tem sua raiz na grécia antiga mas é colocada sob os holofotes com o advento do cristianismo; que coloca a concepção humana como ato estritamente divino e merecedor de proteção e direitos desde a sua concepção. É através da valorização do indivíduo e seu religamento ao divino que os frutos e virtudes aparecerão e permitirão que a sociedade se estruture, através da família.<br />
<br />
Por outro lado, a negação do "eu" (não confundir com negação do ego), tem raízes no pensamento comunista pensado por Marx. Para ele, os pensamentos, ações e até mesmo necessidades básicas humanas são fruto da guerra de classes, sendo definidas desde o nascimento pela sua condição social. E a única forma de transcender essa disparidade seria o fim das classes, através da vitória dos proletários, que se tornariam a classe dominante, acabando assim (acredite se quiser), com todo e qualquer conflito humano. É nesse aspecto que a noção de indivíduo deve ser negada em detrimento do coletivo. Não seríamos mais seres individualmente designados e formados, mas uma massa amorfa dentro de uma classe e de um sistema econômico.<br />
<br />
Que valor teria então uma vida humana, diante de tamanha utopia revolucionária que seria desenhada nesse futuro (in)certo? Ou que seja; uma dezena, uma centena ou centenas de milhões de vidas? Se esse é o prelúdio para que a utopia da igualdade absoluta seja alcançada, nenhum preço seria alto demais, certo?<br />
<br />
É com essa certeza religiosa de um paraíso futuro (e indeterminado) sobre a terra que se formaram os governos mais sanguinários que a história já testemunhou. E é a incitação do ódio, da revolta e do descontentamento, usados como combustível para acender a chama que culminaria na revolução. É a crença no poder criador do mal; no fato de que fomentar a maldade produzirá bondade e justiça.<br />
<br />
Surge assim, a separação clara entre aqueles que buscam a manutenção de valores universais imutáveis e os que procuram subverter a ordem das coisas, crendo ter em sua mente a fórmula redentora para todo o mal que assola o mundo. Esse é o embrião do maior male que enfrentamos na atualidade: a mentalidade revolucionária. É a ilusão que o indivíduo incute na própria mente de que porta uma verdade superior que ao ser implantada livrará o mundo de seus males. Uma contradição absoluta entre o dogma cristão de que a salvação virá pelas mãos do Criador, para todos aqueles que O buscarem e seguirem; que o papel do homem é mudar a si mesmo e não ao mundo. <br />
<br />
Esses são alguns dos pontos abordados num diálogo hipotético construído pelo Dr. Peter Kreeft em seu livro "Sócrates Encontra Marx"; desconstruindo uma série de contradições lógicas, distorções históricas, vícios de compreensão e outras mazelas que acometem a mente de todo aquele que tenta compreender o mundo à partir de si mesmo, dentro de suas limitações, não se abrindo para o transcendente e o metafísico.<br />
<br />
E aqui está um dos meus trechos favoritos dessa obra:<br />
<br />
<span style="background-color: black;"><span style="font-size: small;"><b><span style="color: #999999;">SÓCRATES:
Idolatras o "nós" e negas o "eu"; no entando o "nós", a sociedade, as
massas - sim, mesmo o proletariado - acreditam no "eu" e não em tua
filosofia que nega o "eu" em prol do "nós". Apenas alguns poucos
indivíduos da elite, apenas os letrados, os alienados, os desarraigados
acreditam em ti. As massas se compõem de camponeses supercticiosos, de
tradicionalistas religiosos, de velhos e antiquados conservadores como
eu. Eles temem a sua revolução.<br /><br />MARX: É porque não sabem o que é melhor pra eles - e é por isso que precisam de meu livro e por isso que eu o escrevi.<br /><br />SÓCRATES: Sabes o porquê de eles temerem a sua revolução?</span></b></span></span><br />
<br />
<span style="background-color: black;"><span style="font-size: small;"><b><span style="color: #999999;">MARX: É claro: porque são conservadores.<br /><br />SÓCRATES: E sabes por que são conservadores?<br /><br />MARX: Porque são estúpidos.<br /><br />SÓCRATES: Não, porque são felizes.<br /><br />MARX: Isso é uma baboseira completa.<br /><br />SÓCRATES: Vejamos. Por que eles são chamados de "conservadores"?<br /><br />MARX: Porque se opõem à mudança.<br /><br />SÓCRATES: E por que eles se opõem à mudança?<br /><br />MARX: Porque querem conservar a ordem antiga.<br /><br />SÓCRATES: Certo. Agora, nós buscamos conservar as coisas que nos fazem felizes ou as coisas que nos fazem infelizes?<br /><br />MARX: As que nos fazem felizes.<br /><br />SÓCRATES: E nós buscamos mudar as coisas que nos fazem felizes ou as coisas que nos fazem infelizes?<br /><br />MARX: As que nos fazem infelizes.<br /><br />SÓCRATES: Portanto, os conservadores, por definição, são felizes; eles são conservadores <i>porque</i> são felizes. Já os radicais, por definição, são infelizes; eles são radicais <i>porque</i>
são infelizes. Com efeito, alguns deles são tão apoquentados que tudo o
que desejam é destruir tudo o que vêem e escrever palavras
apocalípticas, como "tudo o que existe merece perecer".</span></b></span></span><br />
<br />
<span style="background-color: #cccccc;"><br /></span>
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGnhyphenhyphenFN8VVwCjf8dalVorpQCdq-PpRtpBfvI_7GhVyLngsaKaDHnG-kzlSWvmrV6594mnaWyt4hEc0y-sYV8u8yui_kI_8vMp7mxlFel__tN4QB05t5diMLdBbD1wN7p1CgRaEih32zTQ/s1600/S%C3%B3crates+e+Marx.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGnhyphenhyphenFN8VVwCjf8dalVorpQCdq-PpRtpBfvI_7GhVyLngsaKaDHnG-kzlSWvmrV6594mnaWyt4hEc0y-sYV8u8yui_kI_8vMp7mxlFel__tN4QB05t5diMLdBbD1wN7p1CgRaEih32zTQ/s320/S%C3%B3crates+e+Marx.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-18180044368531408152013-05-20T16:33:00.001-07:002013-05-20T16:34:19.790-07:00O luxo ocidental aos olhos do mercador marroquino<span style="color: #999999;">"Hoje tive uma animada discussão com um comerciante de Fez (segunda maior cidade de Marrocos) para descobrir o que os mouros acham da civilização européia. Ele era um homem fino, com cerca de quarenta anos de idade e uma face séria e honesta. Fizera viagens de negócios às mais importantes cidades da Europa ocidental e vivera bastante tempo em Tânger, onde aprendeu o espanhol. Perguntei-lhe que tipo de impressão as grandes cidades européias lhe causaram.</span><br />
<span style="color: #999999;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu7UwLcFi3OHwLpGiRuQ90rty7vKEBPiNP5M4liyp-zTd78HTKr1swP8v5Eszwtat2_EK9BNI6brnJSMrWLkkNJhjTuQ9jbsAymd8z6RqiWnQu0_Z2SvdONTDhcGmHrdoCMtZGlTFy5DQ/s1600/Islamic_Art_BANNER.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu7UwLcFi3OHwLpGiRuQ90rty7vKEBPiNP5M4liyp-zTd78HTKr1swP8v5Eszwtat2_EK9BNI6brnJSMrWLkkNJhjTuQ9jbsAymd8z6RqiWnQu0_Z2SvdONTDhcGmHrdoCMtZGlTFy5DQ/s1600/Islamic_Art_BANNER.jpg" /></a></div>
<span style="color: #999999;"><br /></span>
<span style="color: #999999;"><br /></span>
<span style="color: #999999;">Ele me olhou duro e respondeu friamente: 'Ruas amplas, lojas finas, lindos palácios, boas oficinas, tudo limpo.' Deu a impressão, com estas palavras, que mencionava tudo que era digno de louvor nos países europeus.</span><br />
<span style="color: #999999;">'O senhor não encontrou nada mais que seja belo e bom?', eu lhe perguntei. Fiz referência aos confortos da civilização européia...</span><br />
<span style="color: #999999;">'Isto é verdade', retrucou ele. 'Um pouco de sol? Uma viseira! Chuva? Uma sombrinha! Poeira? Um par de luvas! Uma caminhada? Uma bengala! Olhar em volta? Um par de óculos! Uma excurssão? Um carro! Para sentar? Uma cadeira! Comer? Garfos e facas! Um arranhão? Um médico. Morte? Uma estátua! Vocês são realmente homens? Por Dios, vocês são crianças!'</span><br />
<span style="color: #999999;"><br /></span>
<span style="color: #999999;">Ele chegou até a caçoar de nossa arquitetura quando mencionei o conforto de nossas casas. 'O quê? Trezentos de vocês vivendo em um único prédio, um em cima do outro! Você tem de subir, subir, subir... Não há ar, nem luz, nem jardim!'</span><br />
<br />
<span style="color: #999999;">Então eu lhe disse que num domínio ele certamente reconheceria nossa superioridade, pois, em vez de ficarmos preguiçosamente sentados por horas com as pernas cruzadas, empregávamos nosso tempo em milhares de atividades úteis ou divertidas. A isto ele deu uma resposta mais sutil do que eu esperava: não lhe parecia um bom sinal, respondeu, que sentíssemos necessidade de fazer tantas coisas para passar o tempo. A própria vida deveria ser uma tortura para nós, se éramos totalmente incapazes de nos sentar quietos por uma única hora, sem ficarmos mortos de tédio tendo de buscar alívio em alguma distração ou conversa. Tínhamos medo de nós mesmos? O que era que nos atormentava?</span><br />
<span style="color: #999999;"><br /></span>
<span style="color: #999999;">Mas afinal, perguntei-lhe, o senhor não trocaria sua situação pela nossa? Ele pensou um pouco e respondeu: 'Não. Pois vocês não vivem mais do que nós, não são mais saudáveis do que nós, nem melhores, nem mais piedosos, nem mais felizes. Vocês deveriam nos deixar em paz. Não queiram que todos devam viver como vocês e ser felizes segundo seus padrões. Não é atoa que Deus colocou um mar entre o norte da África e a Europa.' " </span><br />
<br />
<br />
Essa singular, surpreendente e elucidativa conversa - reproduzida em Fez, City of Islam, de <i>Titus Burckhardt</i> - aconteceu entre um comerciante muçulmano de Fez, Marrocos, e o embaixador italiano neste país. O colóquio entre o diplomata ocidental e o mercador magrebino aconteceu no final do século XIX. Nem por isso perdeu sua atualidade.<br />
<br />
De fato, os encontros - seria mais correto falar em desencontros - entre a moderna civilização ocidental, dessacralizada, cientificista e tecnológica, e a civilização tradicional, no caso a islâmica, têm se repetido ao longo de todo o século XX. A conversa entre o embaixador do mundo moderno e o homem tradicional é relevante e atual porque toca em questões que muitos de nós já se puseram. Apesar do século que já se passou desde a conversa, os desafios colocados pelo mercado magrebino continuam de pé.<br />
<br />
Nossas cidades são realmente muito grandes, aparentemente limpas, mas o homem de Fez intuiu a falta de algo, de alma e de verdade talvez, numa estrutura que parece mais voltada às máquinas ou às formigas do que a seres humanos concebidos em sua integralidade - feitos de corpo, alma e espírito.<br />
<br />
Somos comparados a "crianças", viciados e obcecados que somos pelo conforto. O homem de Fez indica que, além de certos limites, o conforto acaba por embotar a vivacidade e o senso de proporções, para não dizer até a virilidade do homem moderno. Em sua maneira simples e direta de falar, aponta para o caráter muitas vezes desumano da arquitetura moderna, que nos priva entre outras coisas de um contato direto com a natureza e seus ritmos.<br />
<br />
Finalmente, faz menção à nossa incessante agitação, na maior parte das vezes estéril. Por que, pergunta ele, sem obter resposta, nossa incapacidade para o silêncio e para o repouso? O que afinal nos preocupa? O que nos atormenta? Aonde queremos chegar? Não estaria também correto ao não nos considerar, de fato, nem melhores nem mais felizes do que eles, os homens tradicionais? Por que então, queremos impor nosso padrões? Será que é porque, como diz um antigo ditado: "a desgraça quer sempre companhia"?<br />
<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4szHVpScdnWQwBm5W-0FK8k9ckLdm5e-SydGC6Xp8JmEsvjpH-w08AcULFm99Cmd16CtwSKGRnaSWmHZB-AoNGUdfHyJky4GSkrynXcjYhoIHikjUI1SSIz4PXpMtWbT1GYGGXu7Mgcc/s1600/01020121288100.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4szHVpScdnWQwBm5W-0FK8k9ckLdm5e-SydGC6Xp8JmEsvjpH-w08AcULFm99Cmd16CtwSKGRnaSWmHZB-AoNGUdfHyJky4GSkrynXcjYhoIHikjUI1SSIz4PXpMtWbT1GYGGXu7Mgcc/s400/01020121288100.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: x-small;"></span><br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-40742365208741733332013-03-31T11:54:00.004-07:002013-04-01T18:54:16.541-07:00Dar e receber, perdoar e vingar<br />
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<br />
"Ninguém pode receber mais do que dá, porque é o dar que cria a capacidade do receber. A receptividade é produzida e aumentada pela medida da vontade de dar. A medida dos dons que de Deus se recebe corresponde à medida da boa vontade com que se dá aos semelhantes o que se tem e o que se é.<br />
<br />
No plano das coisas materiais, geralmente, quem dá esses dons perde-os e é empobrecido, e quem se apodera das coisas físicas enriquece. Mas no plano do espírito é exatamente o contrário: quem dá aos outros o que tem é enriquecido - e quem se recusa a dar, ou até tira dos outros, é empobrecido. Se dou aos outros o meu saber, possuo-o em maior abundância do que antes. Quanto mais amor dou a meus semelhantes, tanto mais abundante possuo a riqueza do meu amor.<br />
<br />
O perfeito egoísta é um recebedor exclusivo - o perfeito altruísta é um doador universal. O egoísta é, por isso mesmo, a encarnação da indigência - como o altruísta é a personificação da abundância. Quem só pensa em receber é um escravo infeliz - quem de preferência pensa em dar é homem livre e feliz."*<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKEizuN__a9Ie8OLJEAfGNrJy6fsp9PVYOY-QspRWiBnG-LjbEeWae1wfp5pR_1BjuF4QyKHxJ8ROE0TwyCxKUrtreFOXVgEp-n7w168J_GVB2WURtN7GQJudF2osmGSs5haCORAqutH4/s1600/Forgiveness.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKEizuN__a9Ie8OLJEAfGNrJy6fsp9PVYOY-QspRWiBnG-LjbEeWae1wfp5pR_1BjuF4QyKHxJ8ROE0TwyCxKUrtreFOXVgEp-n7w168J_GVB2WURtN7GQJudF2osmGSs5haCORAqutH4/s400/Forgiveness.jpg" width="301" /></a></div>
<br />
<br />
Quando confrontadas a respeito dessa verdade, a maioria das pessoas a considera absurda. A lógica que rege o mundo é a da conquista, da acumulação, da competição, e não a da partilha e da colaboração. Ainda que no plano físico a matemática seja simples, não é o simples acúmulo (seja de bens, conhecimento ou sentimentos) que trará a prosperidade comum. E como somos seres sociais, totalmente dependentes de um ambiente propício e interação para vivermos com qualidade, quanto mais nossa mente for voltada para o acúmulo, maior tribulação nos acometerá no fim das contas.<br />
<br />
Portanto, não só no plano espiritual, a partilha e a transmissão são práticas saudáveis e multiplicadoras em todos os sentidos. Essa realidade só é percebida para os que a praticam; ou seja, os que escolhem abrir mão da aparente lógica por trás dessas práticas. Uma pessoa nunca conseguirá entender através de explicações externas, a satisfação que é fazer de si mesmo, um agente transmissor e potencializador de virtudes.<br />
<br />
A compreensão da ordem divina que rege o mundo vem como consequência da escolha racional de olhar menos para dentro de si e mais para as necessidades que nos cercam. Isso se dá por que o instinto protetivo e de auto-preservação já nos acompanha desde o nascimento. Não precisamos ser ensinados a cuidar de nossos próprios interesses, no entanto, um trabalho forte e constante é necessário para que consigamos encontrar verdadeiro regozijo na satisfação das necessidades do próximo.<br />
<br />
Acontece que existem barreiras criadas por nosso ego (eu cósmico) que nos impedem de extender nossa consciência a esse ponto, nos prendendo somente na satisfação de necessidades próprias. Dessa forma, a não-identificação com o próprio ego é a única forma de conseguirmos desprendimento desse plano limitado de compreensão e ação. E para que isso aconteça, antes de tudo é necessário que aprendamos a perdoar, mas não somente isso:<br />
<br />
<br />
"A verdadeira felicidade consiste na posse de tesouros imperecíveis, e estes valores eternos só podem vir da suprema Realidade, Deus. Mas esses tesouros só podem ser recebidos por quem é receptivo, e a creação dessa receptividade depende da minha interna atitude de generosidade e liberalidade, da facilidade com que partilho com meus semelhantes o que tenho e o que sou. Esse dar do próprio Eu, essa espontânea doação da própria pessoa em benefício dos outros é um doar completo, um perdoar¹.<br />
<br />
O sentido profundo é este: o ofendido deve desligar-se do ofensor, ignorá-lo, não tomar nota; não deve sentir-se ofendido. Somente é ofendível o homem-ego, ao passo que o homem-Eu é inofendível. O ego ofendível é como água, que é alérgica às impurezas do ambiente e é por ele contaminada. O Eu, porém, é como luz ("vós sois a luz do mundo"), que é absolutamente incontaminável pelo ambiente; não existe luz impura; ela é pura no meio de ambientes impuros. A imunidade da luz é absoluta, ao passo que a imunidade da água é relativa.<br />
<br />
Assim, o Eu, que é luz, é inofendível, ao passo que o ego, que ainda é como água, é ofendível. Muitas vezes o ego se sente ofendido; mesmo quando não há ofensor ele inventa pseudo-ofensas. Quem se sente ofendido confessa que se acha no mesmo plano do ofensor; quem não se sente ofendido está num plano acima do ofensor².<br />
A lei de Moisés manda vingar a ofensa - "olho por olho, dente por dente". Certos teólogos mandam perdoar a ofensa. Mas, tanto o vingador quanto o perdoador provam que ainda estão no plano inferior da egoidade, uma vez que somente o ego é ofendível.³<br />
<br />
Melhor do que vingar ou perdoar é desligar-se, ultrapassar o horizontal do ego ofendível e subir para a vertical do Eu inofendível."* <br />
<br />
É assim que funciona uma consciência elevada, verdadeiramente evoluída no sentido de compreender que não pertence a este mundo, mas está aqui apenas de passagem, para cumprir certos desígnios.<br />
<br />
Dar demasia importância às coisas terrenas a ponto de deixar que a vida se torne uma constante busca por realizações terrenas é uma ofensa direta a Deus, que nos criou com consciência, inteligência, capacidade crítica e investigativa; todas as ferramentas possíveis para que investiguemos assuntos e questões da ordem metafísica e espiritual. É nesse ponto que a esmagadora maioria da humanidade sempre se perdeu.<br />
<br />
"A evolução humana consiste essencialmente na expansão progressiva da sua consciência, no desdobramento ou alargamento do seu Eu individual rumo à consiência universal; ou seja, na transição da consciência unilateral, egocêntrica, para a consciência onilateral, cosmocêntrica."*<br />
<br />
<br />
A não-identificação é a chave para o verdadeiro perdão. E o perdão é o
que nos abre as portas para compreender essa verdade essencial sobre dar
e receber. Sem estas bases bem estabelecidas é impensável que
consigamos entender sequer os fundamentos do amor de Cristo por nós, e
consequentemente do nosso diante dos outros. Ninguém pode dar o que
nunca recebeu, mas o fato é que já recebemos mais amor do que podemos
compreender.<br />
<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8NLXoWaY0ZBQMZ0yGa-Rs_rBWRpovJIFVEv3leg2i1rxZDBdt4Dwem_E7RzvRd29IbAt7rQpJi0popMpbjqvBdhu2H9I56JMBzCQ-5Ev2bf9u0S_N3yDJceBqi_vTnkPxjbmCUlavlWU/s1600/cruz_e_ressurrei_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8NLXoWaY0ZBQMZ0yGa-Rs_rBWRpovJIFVEv3leg2i1rxZDBdt4Dwem_E7RzvRd29IbAt7rQpJi0popMpbjqvBdhu2H9I56JMBzCQ-5Ev2bf9u0S_N3yDJceBqi_vTnkPxjbmCUlavlWU/s400/cruz_e_ressurrei_o.jpg" width="265" /></a></div>
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">* Trechos do livro A Metafísica do Cristianismo, de Humberto Rohden</span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">¹ Em todas as línguas a palavra "perdoar" é um composto de "dar" ou "doar". Perdonare (de donare, doar), vergeben (de geben, dar), forgive (de give, dar). Os prefixos "per", "ver", e "for" denotam totalidade, plenitude, inteireza.<br /><br />² Como ilustrado pelo texto: <a href="http://marcosgtr.blogspot.com.br/2010/03/os-niveis-do-ser-humano.html" target="_blank">"Os níveis do Ser Humano"</a><br /><br />³ Existem práticas na doutrina gnóstica sobre como silenciar o ego, ou mesmo "matá-lo"; embora eu não recomende esse tipo de leitura para pessoas que não possuem uma forte base espiritual prévia. </span>Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-48069627586601219412013-03-26T14:34:00.000-07:002013-03-27T07:14:11.382-07:00O Sobrenatural Natural<br />
<br />
Vou basear a reflexão de hoje em trechos tirados do livro "A Metafísica do Cristianismo", do filósofo brasileiro Humberto Rohden, que explica com simplicidade e objetividade como deveria se dar a ascensão espiritual de forma mais natural possível:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg3bLswCP5gE4mw4Kmj566Nmp7O6jyTd7c_5kitdkWIuJhZor-aWbcgRbcKDRr92tiUdEISoBshvg0-MHCf3R5XR5p2OLNcQQA5RHowYMY6yvpDPbL0hLcIi02eB2fzGjZjuiCrqg7Vtc/s1600/paz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg3bLswCP5gE4mw4Kmj566Nmp7O6jyTd7c_5kitdkWIuJhZor-aWbcgRbcKDRr92tiUdEISoBshvg0-MHCf3R5XR5p2OLNcQQA5RHowYMY6yvpDPbL0hLcIi02eB2fzGjZjuiCrqg7Vtc/s400/paz.jpg" width="400" /></a></div>
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"O século XIX foi o século do materialismo clássico; hoje, cientificamente falando, o materialismo morreu... por falta de matéria, pois a ciência provou que a matéria não existe, é uma simples forma ou um estado de ser da energia. A mesma energia pode aparecer visível e invisível. A mesma matéria pode ser objeto dos nossos sentidos e pode, também, ser de todo imperceptível.<br />
<br />
Coisa análoga dá-se todos os dias na natureza; as plantas extraem da terra elementos inorgânicos, chamados "não vivos", e, sob o impacto da vida, ou do princípio vital, transmudam essas substâncias "mortas" em substâncias "vivas" - verdadeira ressureição.<br />
Os animais, por seu turno, assimilando as plantas, conferem sensibilidade a seres insensíveis.<br />
<br />
Para realizar essas ressurreições, basta que a planta ou o animal consigam permear completamente do seu princípio vital ou sensitivo as substância não vivas ou não sensitivas, e assim as vitalizam ou sentivizam.<br />
<br />
Nada disso é milagre ou exceção das leis da natureza, mas uma constante afirmação e confirmação dessas mesmas leis. Da mesma forma, não é milagre que o nosso corpo material, sob o poderoso impacto do espírito, a mais alta energia do universo, seja transformado em corpo espiritual, isento das leis da gravidade e dimensão que regem a matéria no plano inferior da existência.<br />
<br />
Um dos maiores obstáculos à compreensão desse processo é o costume tradicional e errôneo de dividirmos a realidade em zona <i>natural</i> e <i>sobrenatural</i>. De fato, o sobrenatural é um simples refúgio da nossa ignorância. Para Deus não há sobrenatural, e quanto mais o homem se diviniza pela expansão da sua consciência, tanto mais perde a noção do sobrenatural e tanto mais natural considera tudo o que acontece. Deus é infinitamente natural, e é esta a razão por que nós, sendo apenas finitamente naturais, o consideramos sobrenatural.<br />
<br />
Para o mineral, a vida da planta é sobrenatural. Para a planta, a sensitividade do animal é sobrenatural. Para o animal, a atividade intelectual do homem é sobrenatural. Para o homem simplesmente intelectual, o mundo espiritual é sobrenatural. Mas todas essas "sobrenaturalidades" são apenas relativas, tomando da perspectiva do observador que se acha em plano inferior; visto do plano superior, o sobrenatural é natural. Do plano supremo ou divino, nada é sobrenatural, tudo é absolutamente natural."<br />
<br />
<br />
Esse trecho nos apresenta uma outra perspectiva para a compreensão do sobrenatural. Tudo aquilo que nos parece misterioso, inatingível ou mesmo inexplicável, não é nada além de uma realidade natural, mas que é indecifrável/imperceptível diante das limitações dos nossos sentidos e capacidades normais.<br />
<br />
A grande diferença entre os seres humanos e as formas inferiores de existência nesse plano, é que temos uma consciência capaz de se expandir e adquirir compreensão dos planos de existência superiores (plano espiritual). Dessa forma, o que nos parece sobrenatural nos é revelado como um outro plano natural, o metafísico.<br />
<br />
Ocorre que essa ascensão da compreensão humana, que seria o degrau mais elevado em nossa jornada interior, requer que estejamos perfeitamente alinhados com as leis divinas que foram feitas para a organização total do universo. Podemos dizer com segurança que estamos num plano regido por leis cósmicas (cosmo, <span class="st">do grego antigo κόσμος, transl. kósmos, "ordem") e não um universo de caos (desordem e confusão). </span><br />
<br />
<span class="st">E é por vivermos num universo de ordem, que estamos, de plano, impedidos de viver de maneira completamente alheia a sua organização e sua lógica. Sendo assim, temos apenas duas decisões possíveis para tomar ao escolher como pautaremos nossa existência. Podemos escolher cumprir com gozo ou com sofrimento, a vontade creadora¹ do Universo, estabelecida por Deus. A escolha da forma com que cumpriremos tais desígnios é tudo.<br /><br />Acontece que os seres humanos costumam cumprir a vontade de Deus de maneira dolorosa, com muitos sofrimentos e sacrifícios. Mas isso é tudo o que o livre-arbítrio lhes faculta fazer. Eles o fazem assim porque julgam poder encontrar felicidade no cumprimento da sua vontade humana contra a vontade divina. É desnecessário dizer que para que a vontade creadora¹ se manifeste e seja cumprida com alegria, a criatura se disponha a submeter seus ímpetos e vontades à vontade divina.<br /><br />E é esse o fardo e o dilema que marca a vida de quase que a totalidade de quem busca esse caminho mais elevado. Mas as coisas não deveriam ser assim. Elas não precisam ser assim. Entendamos:<br /><br />"Existe uma literatura devocional que pretende fazer crer que a vida de Jesus Cristo foi uma vida triste, dolorosa, e que todo cristão genuíno deva levar a vida de tristezas e dores. A verdade, porém, é que nunca foi vivida sobre a face da terra uma vida mais bela e jubilosa que a do Nazareno, uma vez que para ele a espiritualidade não era sacrificial e cruciante, como é geralmente para seus discípulos, mas divinamente deleitosa, tanto assim que ele compara o cumprimento da vontade do Pai celeste a um banquete ou manjar apetitoso: "O meu manjar é cumprir a vontade daquele que me enviou" (Jo 4:34). O místico, o homem plenamente cristificado, é o único homem que pode realmente gozar as coisas belas do mundo de Deus, porque está em perfeita harmonia com o Deus do mundo, e o seu gozo não contém o menor ressaibo de amargura, como necessariamente acontece com o gozador profano, o homem que quer gozar o mundo de Deus sem estar em paz com o Deus do mundo. O homem espiritual não só conhece as alegrias puras do espírito, mas é também o único homem que pode gozar em cheio das belezas do mundo material, porque goza-as com liberdade interior - goza-as sem temor nem remorso, descobre-lhes a suavidade interna, que para o gozador materialista é desconhecida. A verdadeira mística é poesia e delícia, porque é retidão e racionalidade.<br /><br />Pensam os inexperientes que a mística e a racionalidade sejam duas coisas incompatíveis e mutuamente exclusivas, quando na verdade o único racionalista genuíno é o místico; é o realista por excelência, como o Cristo, que, sendo o rei da mística, era também o rei da racionalidade. Com efeito, tanto mais realista e racional é o homem quanto mais espiritual e místico. Deus, o Espírito infinito, é também a Razão sem limites e a Realidade absoluta.<br /><br />O que não é feito com facilidade e espontânea alegria não tem garantia de perpetuidade, como vemos em todos os reinos da natureza. Se tivéssemos de comer e beber e dormir e procriar filhos unicamente pelo estrito senso do dever, já não existiria ser vivo sobre a terra, e a humanidade estaria extinta há muito tempo. A natureza sabe porque associou o deleite a todas as coisas necessárias. O mesmo acontece nas regiões superiores da vida. Enquanto a vida espiritual for para mim um sacrifício diário e uma tortura perene, não tenho garantia de perseverança no terreno da espiritualidade; cedo ou tarde, em lances críticos, a minha "virtude" falhará, como acabarão por falhas todas as atitudes difíceis e penosas.<br /><br />Só no dia em que os cruciantes imperativos da ética se transformarem em exultantes optativos da mística; quando a amargura do dever se converter na suavidade do querer; quando eu puder em verdade dizer com o salmista: "Eu amo a Tua lei, Senhor, e os Teus preceitos são a minha delícia" - só então terei sólida garantia para a perpetuidade da minha vida espiritual. Enquanto o amor para com meus inimigos me parecer absurdo ou heroico; enquanto o receber me der maior felicidade que o dar; enquanto o espírito do Sermão da Montanha me parecer apenas um longínquo idealismo teórico, e não um propínquo realismo prático - não terei uma espiritualidade feliz; não terei feito a vontade de Deus aqui na terra assim como ela é feita nos céus. "Deus ama um doador alegre" - e não um servidor tristonho e gemebundo."<br /><br />Esse é o caminho das pedras. Essa é a verdadeira transformação da mente que irá experimentar a perfeita vontade de Deus. É a diferença dos que se convertem e dos que apenas se convencem. <br /><br />É através desse processo natural que encontraremos dentro e diante de nós, o verdadeiro sobrenatural. O sobrenatural natural!<br /><br /><br /><span style="font-size: x-small;">¹: Até bem pouco tempo, existiam os verbos CREAR e CRIAR, os quais não eram sinônimos. Crear significava "tirar do nada", e era verbo irregular; o segundo vocábulo, criar, significava "dar de comer", "nutrir". Essa é a razão pela qual, os dois conceitos se tornam filosoficamente incompatíveis; sendo portanto, de extrema importância que a distinção permanceça acontecendo, para que não haja confusão entre os dois conceitos. </span><br /><br /> </span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHJQwMMHzFbyb9PghpG6ms7jab_-Um6jjEf_aTh5_KjzkKqlzybGAWvG023C9FrhbH5JYLu5AbaBrzAkfc7_iZOIRuetp-GZbAK3fG5O37Az4ZURXkWn_V7c32yvZLRgMKe1L-NhurlQM/s1600/corpo+espiritual+(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHJQwMMHzFbyb9PghpG6ms7jab_-Um6jjEf_aTh5_KjzkKqlzybGAWvG023C9FrhbH5JYLu5AbaBrzAkfc7_iZOIRuetp-GZbAK3fG5O37Az4ZURXkWn_V7c32yvZLRgMKe1L-NhurlQM/s320/corpo+espiritual+(1).jpg" width="246" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigp5DEQEtas_vcoyJNoaxY1If4DSjPcZltHDVidw2NWU-4fLnTlKup6G094CdFlDQYmChaTq_-gbi5y7ukWoJF0cCqZF3lGCHPhasCmsl1zyfLQL4qZw8VekDwW1aPRHYtWo-6pttx5ew/s1600/traces+stracz+01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
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<div style="text-align: right;">
<span class="st"><span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-small;">O homem perfeito não será, pois, um homem sem corpo - que não seria homem na verdade -, mas um homem cujo princípio superior (alma) penetrou plenamente no princípio inferior (corpo).<br />'E haverá um novo céu e uma terra nova... Deus habitará no meio dos homens... E o reino dos céus será proclamado sore a face da terra..."</span></span></span> </div>
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<br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-25590676898532487272013-03-04T12:12:00.004-08:002013-03-04T13:54:12.087-08:00A compulsão patológica pela auto-projeção<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvkjfLSmTM9p5uobR01WenFV2R06aee6nbZW5x3zn0aI92WHyfqVRhGRL6w4wNotPpSVkH5dBD36qtFk-d1-O-DvgkT8OEmSAJktck8uu-YeTIrO92nRcm3VCap5YfjRyQSF2B1E4Vr0c/s1600/06hysterical431x300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><br />
<br />
Aqui vai uma breve reflexão que me ocorreu enquanto eu lia o trecho de um livro que faz um apanhado histórico de alguns pontos sobre o comportamento e a evolução social da humanidade.<br />
<br />
Nesse capítulo específico, é narrado como se manifestavam alguns comportamentos que hoje são reconhecidamente patológicos, numa época em que suas causas ainda eram desconhecidas.<br />
<br />
<i>"A anorexia, que implicava em recusar alimento e que normalmente se manifestava diante da família inteira, na hora das refeições era ainda mais útil. De acordo com a mesma historiadora (Elaine Showalter), dava às moças que sofriam dela "o meio perfeito" de controlar suas famílias; fazendo "os pais ficarem possessos, as mães, chorarem" e tornava-as "o único objeto de preocupação e das conversas". Não foi à toa que a chamaram de "a clássica doença da moda na belle époque".</i><br />
<i><br />As pacientes com suficiente discernimento, tais como Florence Nightingale, às vezes acabavam admitindo que queriam atenção e encontravam meios melhores de consegui-la. Algumas acusavam os médicos que tinham feito de tudo para obter uma cura; ainda faziam de seus sintomas o centro de sua vida.</i><br />
<i><br />(...)</i><br />
<i><br />Algumas mulheres fingiam sintomas, ou seja, punham fezes na boca e vomitavam para simular problemas do sistema digestivo. Outras falavam sem parar. Dessas, a que ficou mais conhecida foi a "Dora" de Freud. Dora, cujo nome real era Ida Bauer, era a filha de uma família de classe média alta. Tinha sido encaminhada por uma variedade de sintomas, incluindo a inabilidade de falar sua língua natal (mas não as outras com as quais tinha familiaridade). Ela gostou tanto de ser um famoso estudo de caso que isso se tornou o centro de sua existência. Desde então, tentou repetir seu triunfo: exibindo novos sintomas e indo de médico em médico numa interminável busca por atenção."</i><span style="font-size: x-small;"> ¹</span><br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvkjfLSmTM9p5uobR01WenFV2R06aee6nbZW5x3zn0aI92WHyfqVRhGRL6w4wNotPpSVkH5dBD36qtFk-d1-O-DvgkT8OEmSAJktck8uu-YeTIrO92nRcm3VCap5YfjRyQSF2B1E4Vr0c/s1600/06hysterical431x300.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"> <img border="0" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvkjfLSmTM9p5uobR01WenFV2R06aee6nbZW5x3zn0aI92WHyfqVRhGRL6w4wNotPpSVkH5dBD36qtFk-d1-O-DvgkT8OEmSAJktck8uu-YeTIrO92nRcm3VCap5YfjRyQSF2B1E4Vr0c/s320/06hysterical431x300.jpg" width="320" /></a><br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<br />
Ao ler essa tendência fica impossível não traçar um paralelo com um comportamento amplamente disseminado nos dias de hoje: o sonho de alcançar a fama, o destaque social e o reconhecimento das pessoas.<br />
<br />
Lembrando que essa síndrome vai muito além daqueles que sonham em ser atletas famosos, estrelas da música, ou artistas da televisão ou cinema - não que haja nada de errado em ser essas coisas, desde que você tenha uma aptidão e gosto natural para tanto, e não busque tais carreiras por causa da consequência que elas trazem, mas pelo exercício do ofício em si - falo de todos que possuem como estilo de vida, a construção e a exposição da própria figura, ainda que em menores redutos. Estão aí os exemplos dos que buscam fama ao se apresentarem em palcos ou quadras aplaudidos por dezenas de milhares de pessoas, e outros que simulam doenças psíquicas apenas para obter atenção dos pais. Mas será essa busca por reconhecimento e atenção natural do ser humano, ou apenas mais um sintoma de uma doença da alma?<br />
<br />
Vivemos a era do rápido - quase instantâneo - tráfego de informações, excesso de meios de comunicação e interação, fazendo com que muitas vezes nos tornemos dependentes dessa dinamica. Não é raro encontrar pessoas que entram em pânico ao ficar sem celular, ou conexão de internet por algumas horas. O desespero de perder contato com os outros só pode ser tão angustiante para aqueles que tem medo de ter contato consigo mesmos. É como diz Arthur Schopenhauer:<br />
<i><br />"<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[1]">O homem só pode ser si mesmo por completo enquanto estiver sozinho; por conseguinte, quem não</span><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[3]"> ama
a solidão, não ama a liberdade; pois o homem só é livre quando está
sozinho. Cada qual evitará, suportará ou amará a solidão na proporção
exata do valor de seu próprio ser.</span></span></span></span></span><span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[3]"> </span><br id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[4]" /><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]">Porque
na solidão o mesquinho sente toda a sua mesquinhez, o espírito elevado
toda a magnitude de sua grandeza; em suma, cada qual sente aquilo que é.
Ademais, quanto mais elevada for a posição que um homem ocupa na
hierarquia da natureza, mais solitário será; isso é essencial e
inevitável." </span></span></span></span></span></i><br />
<br />
<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]">Ainda na temática das interações virtuais, observem que as redes sociais que mais fazem sucesso nos últimos anos são aquelas</span></span></span></span></span><span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]"> onde é possível um maior grau de exposição do sujeito, através de fotos, vídeos, opiniões, textos, localidades onde se visita e todo tipo de informação. Acontece que agora podemos não apenas comentar livremente sobre cada aspecto da vida alheia, como também emitir um juízo de valor sobre eles. No Facebook, por exemplo, a possibilidade de hipocrisia e afago do ego alheio é absoluta. Pode-se "curtir" algo, mas não "descurtir", ou protestar, sem se expor através de um comentário direto; coisa que a maioria evita, afinal não pega bem passar por contestador, estraga-prazeres, ou revoltado. Afinal é um pecado mortal criticar a opinião, a imagem e ferir o ego alheio. <br /><br />E de toda essa facilitação técnica somada à nossa cultura relativista, politicamente correta e flagrantemente hipócrita, surge a prática de "se vender". </span></span></span></span></span><span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]"><span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]">É
uma espécie de comportamento quase patológico, onde pessoas comuns
parecem se comportar como celebridades, dando notícia de tudo o que
fazem, comem, gostam, acham, enxergam, vão e pensam. E claro, tudo passa
pelo filtro da moda, do luxo e do glamour antes de ser compartilhado.
Ainda estou pagando pra ver quem poste foto do misto quente feito na
chapa da padaria ou faça check-in no dogão do Seu Zé de Freitas.</span></span></span></span></span>A pessoa tem que saber "se vender", mostrar a que veio, fazer um bom marketing pessoal - como no brilhante artigo do <a href="http://www.paulopes.com.br/2012/09/marketing-social-e-coisa-de-mentiroso-e-egoista.html#.UTT19S3m5hs" target="_blank">Luiz Felipe Pondé</a> - afinal nem todos tem obrigação de saber quem você é de verdade. </span></span></span></span></span><br />
<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]"><br />A minha pergunta é: e quem disse que todo mundo deve necessariamente te conhecer e saber quem/como você é? E mais: quem disse que a maioria delas se importa com isso?<br /><br />Bom, talvez a maioria até se importe; mas o que vejo é que não são todas as pessoas que "se vendem", que são muito procuradas e "consumidas" virtualmente. O que vejo é que uma minoria realmente recebem a tão preciosa atenção que procuram ao se expor nas redes sociais. E são justamente aquelas pessoas que já atingiram o que a maioria busca com essa prática: destaque social, uma quantidade maior ou menor de status, fama, grana, e por aí vai. Não é necessário discorrer sobre a miséria moral e espiritual que paira sobre as almas que buscam somente essas coisas, ou mesmo as consideram expoentes de sucesso, desenvolvimento e grandeza de um ser humano.</span></span></span></span></span><br />
<br />
<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]"><span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]">Essa
mentalidade acaba gerando uma distorção enorme, onde as pessoas começam
a desvalorizar a mansidão, a humildade, a discrição e começam de uma
forma ou de outra a apreciar a arrogância, a prepotência, geralmente
tentando camuflar essas baixezas sob pretextos equinos como: "ah, ele é
ignorante mas tem um bom coração", "ele é arrogante mas é sincero, fala o
que pensa", "ele é grosseiro, prepotente mas tem personalidade, né?".</span></span></span></span></span> </span></span></span></span></span><br />
<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]"></span></span></span></span></span><br />
<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]">Assim fica fácil concluir que essa cultura da auto-exposição, seja em maior ou menor grau, denota um profundo nível de vazio interior, de carência por qualquer motivo, de baixo nível intelectual, sabedoria (não confundir com conhecimento técnico ou mesmo sucesso em determinada profissão; uma coisa não tem nada a ver com a outra) e afins. <br />Em suma, é a celebração da futilidade, da aparência e de desejos igualmente baixos e fúteis, sobre a realidade, a essência, a verdade. Prefere-se omitir uma opinião, censurar uma ideia própria, abandonar uma causa do que correr o risco de ser mal visto ou mal falado pelos outros. Esse é o tipo de covardia moral mais grave, pois coloca-se a própria imagem e a busca pela adulação, acima da própria verdade de si - assunto de extrema seriedade sobre o qual discorri na postagem passada. Assim a corrosão do caráter e a confusão absoluta passa a ser questão de tempo. Até que chega-se ao ponto em que é mais importante saber escolher uma roupa camuflada, o filtro certo e o ângulo apropriado na foto do que efetivamente suar para manter a silhueta nos conformes; melhor aparentar estar sempre saudável, bem-humorado, feliz e realizado do que efetivamente batalhar para viver isso; mais vale tirar foto de cada segundo em que o sol recua rumo ao horizonte do que contemplar lentamente a beleza do astro-rei desaparecendo ao longe no oceano.<br /><br />Benvindos à época onde a ciência cria medicações na velocidade da luz mas as doenças psíquicas e espirituais pululam a vários gigabytes por segundo.</span></span></span></span></span><br />
<br />
<br />
<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]"><br /></span></span></span></span></span>
<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]"><br /></span></span></span></span></span>
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR2DUTTYvRgNtkLwxSsW8lXQv4XC6EL_t9VSAQ57bE4A-QKaxWcCLxfUzOPRNbWool1lXOoF2SLPitPS0bALR1QbY84u5BnZfNF1HlJtwCj0XS2Dn99GWPugLEYjsTyk_kxe2YK2o8aUw/s1600/falsidade.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"> <img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR2DUTTYvRgNtkLwxSsW8lXQv4XC6EL_t9VSAQ57bE4A-QKaxWcCLxfUzOPRNbWool1lXOoF2SLPitPS0bALR1QbY84u5BnZfNF1HlJtwCj0XS2Dn99GWPugLEYjsTyk_kxe2YK2o8aUw/s320/falsidade.jpg" width="320" /></a><br />
<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]"></span></span></span></span></span><br />
<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]"><br /></span></span></span></span></span>
<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]">¹: </span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;">Trecho extraído da obra "O Sexo Privilegiado", do historiador <b>Martin Van Creveld</b> - pg.402-403</span><br />
<span data-ft="{"tn":"K"}" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2]"><span class="UFICommentBody" id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3]"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0"><span id=".reactRoot[46].[1][2][1]{comment449401238462853_3725362}.0.[1].0.[1].0.[0].[0][2].0.[3].0.[5]">²: <span style="font-size: x-small;">Ouçam/leiam: <a href="http://letras.mus.br/pain-of-salvation/120866/traducao.html" target="_blank">Dea Pecuniae</a></span> </span></span></span></span></span>Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-46113526870151772062012-12-05T12:15:00.000-08:002012-12-05T12:15:59.961-08:00O papel da verdade na formação do ser<br />
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<br />
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<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>"Olhando fixamente para dentro de seu coração, </i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>um homem "lê" o que está inscrito na sua consciência íntima, </i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>como palavras de um texto supremamente auto-evidente. </i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>Ao subir para a periferia da mente - onde estão depositadas, </i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>como redes superpostas, a gramática do idioma pátrio, </i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>as regras de estilo, os usos do vocabulário e as exigências da moda,</i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i> as palavras do discurso íntimo se embaralham, </i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>entrando por automatismo nesses canais e arranjos pré-moldados </i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>que as desfiguram e as afastam infinitamente do significado originário. </i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>Então é preciso mergulhar de novo e de novo, até que a imagem do </i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>discurso interior fique tão nítida na memória, que as formas da </i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>linguagem externa se amoldem a ela como meras vestimentas, </i></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><i>sem deformá-la ou incomodá-la."¹</i></span></span></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4mFpivUWM8z2IqJCOOxf6kBxH5o9_WG9KjhoEZzAoZMevLy1hlQG49tg28lqInn6JMoZOped-rWqQ-jm61Z6Wl8TtYOjzoCIgGJBF-mWAeYRMRvPy8X-0of2M-0kaKo5kG5qwfaodFXI/s1600/Lost.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4mFpivUWM8z2IqJCOOxf6kBxH5o9_WG9KjhoEZzAoZMevLy1hlQG49tg28lqInn6JMoZOped-rWqQ-jm61Z6Wl8TtYOjzoCIgGJBF-mWAeYRMRvPy8X-0of2M-0kaKo5kG5qwfaodFXI/s320/Lost.jpg" width="320" /></a></div>
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A mentira se tornou uma prática tão natural ao longo da história humana que pouco esforço é feito no sentido de traçar a real extensão de suas consequências, tornando-a uma alternativa aceitável para livrar seu criador de alguma situação difícil, constrangedora, ou mesmo para facilitar sua vida como uma incrivelmente útil e versátil ferramenta do dia a dia.<br />
<br />
Basta voltar um pouco para notar que o próprio pecado original nasceu de uma mentira, inventada para concretizar um plano maligno fruto de um pecado capital (inveja). E dessa mentira se originaram infindáveis outras. O ponto é que nem sempre quem mente tem consciência da mentira que conta. Como descrito na citação inicial, toda informação que processamos passa necessariamente por vários filtros mentais até que se aloje em nossa consciência para ser futuramente utilizada na construção de um pensamento ou fala.<br />
<br />
E todo esse processo nos leva a uma pergunta: qual será o estado de limpeza de <a href="http://reflexoes-masculinas.blogspot.com.br/2010/12/filtros-empoeirados-lixo-homeopatico.html">nossos filtros</a>?<br />
<br />
Vamos lá: A mente humana funciona de maneira sistêmica/orgânica. Sendo que quando alguém nega uma verdade fundamental (consciente ou inconscientemente), sua mente é automaticamente privada de uma série de outras verdades que derivam dessa primeira. Esse processo pode se dar primeiro em pequenas mentiras, mas a repetição diária de mentiras pequenas abre precedente para a aceitação de mentiras maiores. E cada um desses processos molda independentemente o caráter, a sensibilidade espiritual, a capacidade de auto-conhecimento e auto-reflexão da pessoa, que vai aos poucos se tornando uma mentira ambulante. A própria essência desse ser se tornou doente de tal maneira, que todas as suas bases e mecanismos de funcionamento estão contaminadas por mentiras. E é assim que uma pessoa entra em estado de neurose.²<span class="st"><br /><br />Portanto a neurose é o preço da negação da verdade. E para evitar esse quadro, deve-se primeiro admitir a verdade sobre si mesmo. É absolutamente impensável que alguém que desconhece a si mesmo seja capaz de conhecer a verdade sobre as outras pessoas, sobre o mundo, ou sobre qualquer outro aspecto. Uma pessoa que não realiza constantemente uma análise de suas atitudes, é absolutamente honesta e franca consigo mesmo quando a suas falhas, tem seus padrões morais paulatinamente alterados de maneira inconsciente. Uma pessoa que procura ter os olhos focados, a alma limpa e o espírito puro deve necessariamente estar disposta a se voltar constantemente para Deus com honestidade e expõr todas as mentiras que foram ditas, pensadas, em que fingiu acreditar, as más intenções que teve, etc... Ainda que voltemos a praticar essas condutas algum tempo depois (pois isso é inevitável segundo a própria natureza pecaminosa humana), o importante é que essa prontidão em reconhecer os próprios erros e defeitos esteja sempre sendo exercida.</span><br />
<br />
O que não faltam na Bíblia são exemplos de homens que cometeram pecados mortais e ainda assim foram considerados exemplares aos olhos de Deus. Isso se deve não à gravidade do pecado que cometeram, mas pela disposição e sinceridade constantes que os faziam retornar sempre ao Criador, buscando compreensão, sabedoria e superação.<br />
<br />
A ideia é que não importa a quantidade de erros que cometemos, mas a inclinação sucessiva que temos em nosso coração para nos abrirmos em total humildade e sinceridade perante a Deus e à nós mesmos. Essa é a base da própria sanidade. Entender que nossas ideias, pensamentos, desejos ou mesmo sonhos, não são o centro do mundo. É ser capaz de parar de olhar para o próprio umbigo e começar a buscar conhecimento da realidade e da verdade que estão adiante. Temos a própria definição da técnica psicanalítica no sentido clássico
dentro desse contexto; que consiste na anamnese - lembrar a realidade
dos fatos e se desfazer das racionalizações com as quais você a encobriu
(processo descrito na citação inicial).<br />
<br />
Em suma: o egocentrismo é o resíduo subjetivo que escraviza a mente humana e a torna incapaz de se situar dentro da realidade; ao passo que a sinceridade é a base para a sanidade. <br />
<br />
E esse é o momento em que cada um deve submeter tudo ao que foi dito aqui com os traços culturais mais marcantes de nosso tempo: busca por satisfação pessoal, realização de vontades e prazeres egoístas... vidas inteiras baseadas nesse contexto. Creio que poucos instantes bastam para que se conclua que vivemos num sistema extremamente nocivo em relação a valores, comportamentos mundialmente disseminados e aceitos; como se caminhássemos numa densa nuvem tóxica tendo que moldar nossa máscara de proteção (que paradoxalmente consiste em eliminar de si qualquer máscara que tenhamos construído ao longo da vida) dia após dia.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1gMbd01W-TBUDS7hotnCcwmwR9Gjvt1BAaK_gzm88O3sMbZGvk8qjDLDAd2WlOKfeGfrROyYymJx022aBbof1ZqtlLoLw9OJqllPyVt0Tg_sY0KByMh_XjTWQp9U7zcv6xxA3dI8OxsE/s1600/the+mirror.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1gMbd01W-TBUDS7hotnCcwmwR9Gjvt1BAaK_gzm88O3sMbZGvk8qjDLDAd2WlOKfeGfrROyYymJx022aBbof1ZqtlLoLw9OJqllPyVt0Tg_sY0KByMh_XjTWQp9U7zcv6xxA3dI8OxsE/s320/the+mirror.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #cfe2f3;"><span style="font-size: x-small;">"Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta."<br />Carl Jung</span></span></div>
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...<br />
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O que usa de fraude não habitará em minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos. <br />
Salmos 101:7<br />
<br />
Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor; mas os que praticam a verdade são o seu deleite. <br />
Provérbios 12:22<br />
<br />
Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros. <br />
Efésios 4:25<br />
<br />
Não
mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do homem velho com os
seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o pleno
conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; <br />
Colossenses 3:9-10<br />
<br />
Mas, se tendes amargo ciúme e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. <br />
Tiago 3:14<br />
<br />
Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo o que ama e pratica a mentira. <br />
Apocalipse 22:15<br />
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<span style="color: #999999;"><span style="background-color: black;"><i><span style="font-size: x-small;">¹: Nota introdutória do ensaio de dialética erística de Arthur Schopenhauer escrita por Olavo de Carvalho - ed. Topbooks (1997)</span></i></span></span><i><span style="color: #666666;"><span style="background-color: black;"><br /></span></span></i><span style="background-color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><span style="color: #999999;"><i><span style="background-color: black;">²: Segundo o psicólogo </span></i></span><span class="st"><span style="background-color: black;"><span style="color: #999999;"><i>Juan Alfredo César Müller, neurose é nada mais que uma mentira esquecida na qual ainda se acredita.</i></span></span></span></span></span><br />
<br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-73981328545163714662012-11-10T11:30:00.002-08:002012-11-11T06:23:12.740-08:00A importância da imaginação como elemento de formação cultural<br />
<br />
<br />
Bons eram os tempos em que os pais incentivavam seus filhos a desenvolver a criatividade e a imaginação sem muitas barreiras. Éramos incentivados desde sempre a ler contos, fábulas e histórias fantásticas de reinos distantes, épocas remotas ou mesmo nunca existentes; mas que nos ensinavam a pensar, imaginar e fantasiar coisas muito além das aparentemente possíveis.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdlkgf3AIrOhJn6NYesSRsE2Ubb5SDyEPATr9_reUgZ7qLEqdSLRj4nNJZsohXvUaBDPC5vH4dYfv80Ev4Dsqi1fRTsJ7UpIP8cKd9D81s-AcHh0LA7KR6ecy3rGGoDzKNGdGYbAAlkv0/s1600/DS_BusyKid_rough1-535x647.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdlkgf3AIrOhJn6NYesSRsE2Ubb5SDyEPATr9_reUgZ7qLEqdSLRj4nNJZsohXvUaBDPC5vH4dYfv80Ev4Dsqi1fRTsJ7UpIP8cKd9D81s-AcHh0LA7KR6ecy3rGGoDzKNGdGYbAAlkv0/s320/DS_BusyKid_rough1-535x647.jpg" width="264" /></a></div>
<br />
<br />
Há quem veja na religião e no metafísico uma parcela desse tipo de faculdade cognitiva. Mas o fato é que a cada dia que passa, vemos nossas crianças serem inundadas com responsabilidades e obrigações desde seus mais tenros anos. Não existe mais aquela beleza de poder brincar pelo resto do dia depois de ir à aula e cumprir os deveres de casa. Agora os pequenos são preparados desde os primeiros anos de vida como pequenos soldados da sociedade, com aulas de idiomas, esportes, música, psicólogos e tantas outras. Não que a educação não deva existir, ou que atividades extracurriculares sejam ruins. O problema é que elas tem tomado um lugar insubstituível na vida dessas pessoinhas. <br />
<br />
Quando pequenos, nossa mente está acostumada a enxergar as coisas através de sua essência. Enquanto como adultos, procuramos enxergar tudo pelo aspecto da utilidade.<br />
E é através da essência das coisas que aprendemos sobre seu significado e mais tarde, sua real utilidade. Portanto, durante a infância é importante que a criatividade, a imaginação e a fantasia sejam trabalhados sem medidas, para que ao passar dos anos, a mente seja capaz de abstrair a utilidade e a função das ideias dentro de um universo muito mais amplo e irrestrito de possibilidades.<br />
<br />
Ao transformar um infante num ser completamente absorvido em compromissos, horários fixos, programas técnicos e estudos puramente técnicos e restritos, ou acostumando-o a ter uma vida social muito intensa, acabamos por furtar-lhes essa parte fundamental que a permitiria ter um embasamento indispensável para o desenvolvimento da vida intelectual nos anos seguintes.<br />
<br />
E esse comportamento tem se manifestado de forma implacável em nossa cultura. Não é difícil perceber como os grandes clássicos da literatura fantástica, antigas fábulas e contos mitológicos ou épicos são cada vez mais ilustres desconhecidos em nosso meio. Vemos em seu lugar, programas de realidade planejada (reality shows), novelas e dramas de conotação puramente relacional ou romântica... enfim, tudo o que tem um viés mais restrito, pessoal, que trata de relações puramente pessoais, sociais ou emocionais, tendem a fazer um sucesso absoluto, mesmo entre os mais novos. E aquelas obras que deveriam despertar a curiosidade deles já são criticadas e tomadas como algo infantil, inferior, indigno de atenção; como se a mentalidade puramente lógica mais comum nos adultos já tivesse arrefecido seu espírito, mesmo que estejamos falando de um menino de 7 anos de idade. Cria-se então a torpe impressão de que tudo que se trata do mundo material, terreno e puramente humano, vivido dentro do reino das possibiliades apreensíveis e limitadas pelos sentidos, fosse maduro, desejável e prático, e todo o mais, apenas passatempo para crianças bobas e iludidas, em desconformidade com a realidade.<br />
<br />
Acontece que se nos propusermos a um breve retorno às origens do pensamento ocidental, recorrendo da filosofia grega que baseou e norteou os pensamentos de todos os grandes céticos, materialistas e positivistas europeus, vamos perceber que o pensamento lógico jamais seria possível sem a imaginação, essa faculdade hoje tão desprezada e caluniada. Como foi dito, quando se baseia por fonte de abstração e cognição apenas os cinco sentidos, só existe o aqui e o agora, o mensurável, o palpável, o tangível, e no plano do pensamento, só podemos imaginar conceitos abstratos, ideias e esquemas de raciocínio. A imaginação é exatamente a ponte que une esses dois pontos, sem a qual se criaria um abismo instransponível entre o que se passa em nossa mente e o que há no mundo concreto.<br />
<br />
Portanto, fica claro que a capacidade imaginativa (que é previamente construída pelo contato com a fantasia, com o fantástico), é a base não só para o desenvolvimento intelectual de quem quer que seja, mas também para que se crie a capacidade de expressão das percepções, sentimentos e ideias que temos interiormente. Ou seja, quanto menor for o universo imaginativo da pessoa, mais limitada ela será no campo lógico, prático, real.<br />
<br />
Assim fica o meu alerta para os que possuem uma predileção quase que absoluta para as obras puramente lógicas, humanas e possíveis, e desprezam o fantástico e o contemplativo. Muitas vezes esses pré-conceitos são criados usando como escudo a roupagem infantil ou "absurda" que a maioria das obras fantásticas possuem, como é o caso de fábulas com animais falantes, de histórias épicas como por exemplos As Crônicas de Nárnia, ou O Senhor dos Anéis, outros contos de mitologia, em filmes e seriados de ficção e até mesmo em escritos históricos religiosos. <br />
<br />
A cultura oriental é perfeita para fechar esse raciocínio. O advento das histórias em quadrinhos se deu na américa, em 1895, mas é no japão onde elas são mais fundidas na cultura e consumidas numericamente; com estilização própria voltada para os contos, e a cultura milenar ocidental (mudanças que deram ao nome dessa obra de mangá, em todo o oriente).<br />
E não é de se espantar que é justamente nessa terra, de onde saem as maiores mentes das ciências exatas e corporações tecnológicas do mundo?<br />
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Fica a reflexão.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjygD4Q26rveG-A36ZxZK2rxHpBaZ_WtOFnqxkGABMExQVQ_s3F0zVF8YD3-Fb-pWUgQkkMUVj2dr27aEcmA7rWUdiuPKWU5qaVD0Kyth0RNjAqt8AFX06gvjdiV0OQKBqas-Q8aeHHUvM/s1600/strawhats.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjygD4Q26rveG-A36ZxZK2rxHpBaZ_WtOFnqxkGABMExQVQ_s3F0zVF8YD3-Fb-pWUgQkkMUVj2dr27aEcmA7rWUdiuPKWU5qaVD0Kyth0RNjAqt8AFX06gvjdiV0OQKBqas-Q8aeHHUvM/s400/strawhats.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">"O homem não é racional só<br />quando raciocina, mas também, implicitamente, </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">quando percebe e imagina."</span><br /><span style="font-size: xx-small;">Olavo de Carvalho</span></div>
Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-74200608258259785662012-08-22T19:02:00.002-07:002012-08-22T19:44:08.515-07:00Por que a fama e o sucesso são tão importantes<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzsfZRmo0OwQ8djfykpXuEQF0xRi_Adh26KXOMWFxtziOln6N6aDu8WOmtX89ZemZtKoIVMWQSYwEqaYsEmjax68bN5MmxPsVceBsjhlNDE31ualZJIf67IwE1TyetiQnybVUcZSEjBzM/s1600/ice.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHpl94wYsEQzpreGTDHCDELCNQqQGXMjHp2_4DsqIHiYlQzywlE5gxlShJo4IY5xaJZYenb_LguXfr-5Hu-uCBRnV7IDAVcStifS3QKkKMKDC3hmkPxRNv5l5Qf2gs55ksOuFAjS-rj80/s1600/sucesso-e-trabalho-121.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHpl94wYsEQzpreGTDHCDELCNQqQGXMjHp2_4DsqIHiYlQzywlE5gxlShJo4IY5xaJZYenb_LguXfr-5Hu-uCBRnV7IDAVcStifS3QKkKMKDC3hmkPxRNv5l5Qf2gs55ksOuFAjS-rj80/s320/sucesso-e-trabalho-121.jpg" width="262" /></a></div>
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Mais do que nunca, se busca a vitória, o sucesso e a fama. Mas poucos param pra pensar no que significam essas coisas. São conceitos relativos e subjetivos, é claro; embora haja pontos comuns nessas definições que são aceitos por quase todos nós.<br />
<br />
O que me trouxe ao estudo da natureza e da base dessa busca, desses conceitos e da mentalidade que sustenta esses valores foi justamente entender o motivo da profunda insatisfação e miséria interior que experimentam as pessoas que parecem mais ter se aproximado do que quase todos buscam e admiram.<br />
<br />
Não vou tratar aqui de clichês de usar como exemplo atores de hollywood, jogadores de futebol, ou esportistas famosos. A razão da derrocada de celebridades é popular, bem conhecida e relativamente simples de ser evitada. Pretendo tratar nessa breve reflexão é do <b>motivo</b> que trouxe a sociedade atual a valorizar tanto a ascensão social, financeira, carreirística, entre outras. <br />
<br />
Pode parecer que a busca pela competição e pela luta entre os seres é algo completamente natural, que sempre existiu. Mas não é bem assim. A disputa e a luta são componentes da vida, não seu objetivo maior. Há situações específicas em que aparece a luta, mas ela só se justifica em função de outras coisas. Por exemplo, a leoa que mata uma zebra para dar de comer a seus filhotes está lutando contra a zebra (meio) para alimentar seus filhotes (fim). Como você pode fazer da luta o centro dos acontecimentos? Se esse fosse o centro a leoa poderia se dar por satisfeita ao matar a zebra e ir embora, se esquecendo de levar a comida a seus filhotes, mas isso não acontece.<br />
<span class="a" style="left: 682px; top: 1423px; word-spacing: 12px;"></span><br />
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<br />
É curioso observar hoje em dia, como vemos por todos os lados pessoas que vivem "na luta", que buscam "a felicidade". Vemos aí um meio e um sentimento sendo colocados como um fim e uma sensação que deve ser buscada a todo momento, como se a vida estivesse completa assim que a felicidade possa ser plena e constante. Conceitos assim aplicados levam aos clichês que vemos tanto de pessoas lutando a vida toda para ter mais e mais dinheiro, ou mais e mais fama, ou mais e mais sucesso seja na sua carreira, ou na vida social, ou onde for. É como se a vida fosse uma eterna jornada de disputa, superação e competição com os outros. Mas aí todos dirão - "ah, mas eu luto para ser alguém na vida, para me sustentar, para manter a minha família" - sim, isso é necessário, mas perde totalmente o sentido quando se torna um fim em si mesmo, como expliquei no exemplo da leoa e seus filhotes. Se torna um problema algumas vezes patológico quando o trabalho ou qualquer tipo de luta e ambição se tornam o fim na vida de alguém. É nesse ponto que a ambição e a ganância se transformam de virtudes em males. Não é raro por exemplo ver pessoas que já têm uma reserva de dinheiro para várias gerações e ainda assim não conseguem parar de trabalhar incessantemente ou de dedicar a maior parte do seu tempo, saúde e atenção para isso. Vindo até mesmo a padecer de males pelo excesso nessas atividades, só para conseguir um pouco mais, elevar um pouco mais o padrão de vida.<br />
É aí que o que vem de fora se torna maior do que se tem por dentro. E esse conceito aplicado dessa maneira só aparece na história da humanidade a partir de certo ponto. <br />
<br />
Desde o início dos tempos os seres humanos tinham consciência de que viviam dentro de uma esfera de experiências ilimitadas, mas sujeitas a leis de possibilidades físicas e mentais; enfim, leis universais. A partir do momento em que a noção dessas possibilidades é perdida, surge a necessidade individual de limitação dessas possibilidades, pois ninguém suportaria viver num contexto de total abertura em todos os sentidos e possibilidades, em que não há mais a noção da impossibilidade que limita o ilimitado. O conceito dado por Alexandre Koyré em seu livro O Universo Infinito trata exatamente disso. Das limitações que o próprio ser humano cria para si mesmo dentro do infinito de possibilidades. É a partir daí que são formados diferentes áreas e nichos de interesse e atuação social, profissional ou mesmo de lazer e hobbies. Cada pessoa inserida nesses diferentes contextos pode desenvolver o nocivo hábito de julgar aspectos de meios e áreas que não compreende, baseados nos aspectos que são capazes de compreender e explicar, baseados em suas experiências ou nas dos que o cercam. Assim criam uma espécie de mundo fictício para si, onde tudo funciona de acordo com a lógica e as bases pré-estabelecidas criadas por si mesmo; um tipo de ilusão auto-infligida inconsciente; uma vez que a pessoa raramente é capaz de notar que baseia suas impressões e opiniões em conceitos que podem não se aplicar ao sujeito dessas ações. Essa disparidade geralmente é aceita e relevada em questões minoritárias, mas raramente percebida e atenuada em campos mais abrangentes e mais solidificados por um processo histórico. Por exemplo: um sujeito é capaz de compreender o flagrante desinteresse do outro por sua paixão pela física quântica, mas não hesita em tomá-lo por tolo quando ele diz não partilhar da sua fé, ou de ambições financeiras e sociais almejadas por todos.<br />
<br />
Como demonstrado, esses parâmetros aparentemente universais não passam de construções sociais, temporais ou mesmo geográficas. É assim que no decorrer dos séculos, essa incapacidade de compreensão universal passa a influenciar pensadores, teóricos, filósofos e cientistas, e começam a surgir teorias e construtos sociais embasados por esse equívoco sutil mas tremendamente significativo. As pessoas começam a acreditar estarem vivendo num contexto de total liberdade (especialmente nos dias de hoje quando gozam de liberdade física, financeira, espiritual, intelectual, etc), mas tem sua visão completamente estigmatizada por essa patologia cognitiva; e passam, assim, a vivenciar aquilo como um sonho acordado, acreditando que aquilo é realmente o mundo.<br />
<br />
Para simplificar: se você está lendo um livro e algum ruído o incomoda, sua iniciativa é primeiramente de abstrair aquela distração e não prestar atenção nela. Funciona como uma defesa automática contra tudo o que interfere no enredo que lhe interessa verdadeiramente. Hoje as pessoas chamam esse processo de ter uma "opinião" - da qual os outros podem concordar ou discordar, mas nunca se ausentar completamente daquela ideia. Quando duas pessoas concordam acerca de um assunto, significa que elas possuem um mecanismo de defesa comum em relação a distrações que possam vir a perturbar o funcionamento daquele espetáculo que se passa em suas mentes. É assim que se estabelecem e se mantém a maioria das dinâmicas sociais e relacionais atualmente. As pessoas se isolam em grupos de interesses comuns e ignoram direta ou indiretamente, total ou parcialmente tudo o que foge do centro daquele pseudo-universo. <br />
<br />
Assim a ideia da sobrevivência do mais "capaz", "preparado" e "bem sucedido" passa necessariamente por esse filtro comum, ditado sempre pelos poucos que controlam os rumos da sociedade, usando os demais como massa de manobra para ampliar suas ideias e o efeito delas sobre os demais. Cria-se então, com certa facilidade, a ideia de que seguir aquele padrão de condutas e conquistas representa o sucesso e bem-estar, <b>para todos</b>!<br />
É incrível como é comprada com facilidade a ideia de que bilhões de pessoas devam buscar as mesmas coisas para se realizarem, num mundo em que tantos se dizem originais, personalizados e únicos; ainda que pensem e ajam quase que exclusivamente da mesma forma (salvo variações mínimas que na maioria das vezes servem para criar uma ilusão, uma aparência de diferença e originalidade). Não demora então, para que se crie então uma convergência de argumentos materialistas ou pseudo-religiosos para incorporar a ideia da fama e do sucesso à da sobrevivência. O sujeito que é "bem sucedido" na vida (segundo os viciados padrões estabelecidos <i>a priori</i>), passa a ser portador do mérito, e então aparece aí a ideologia de adoração do sucesso - o sucesso é a obrigação de todos os seres humanos.<br />
<br />
É desnecessário explicar que a quantidade de pessoas que conseguem ter a mais sutil consciência desse processo, são justamente as que são excluídas (ainda que discretamente) do centro do convívio social, das páginas, dos cliques e holofotes. São pessoas cuja existência passa marginalmente pelos demais. O curioso é que anos, décadas ou séculos mais tarde, venha a se perceber que as pessoas que mais fizeram diferença real para o progresso das demais são na maioria das vezes, como essas que são tidas por lunáticas, desajustadas, excêntricas ou perdidas (notem que os adjetivos para qualificar pessoas que não entram de cabeça na dinâmica social dominante são sempre subjetivos e relativistas). Mas ainda assim a mediocridade e o espírito de bando reinarão sempre que a opinião da maioria for tomada como lei (não sou contra a democracia política, apenas ideológica), portanto continuaremos a ver por um bom tempo ainda essa entropia de ideais, objetivos, auto-promoções, e pessoas que são adoradas e preteridas quando se vendem como produtos em redes sociais, ou demonstram algum destaque em determinado setor. Essa é a sina dos que se recusam a questionar coisas tão importantes como suas motivações próprias e o real valor daquilo que mais almejam. Para os pequenos de alma, realizações materiais, sociais ou profissionais vão bastar, não adianta tentar abrir-lhe os olhos.<br />
Para os demais, deixo o meu boa noite!<br />
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzsfZRmo0OwQ8djfykpXuEQF0xRi_Adh26KXOMWFxtziOln6N6aDu8WOmtX89ZemZtKoIVMWQSYwEqaYsEmjax68bN5MmxPsVceBsjhlNDE31ualZJIf67IwE1TyetiQnybVUcZSEjBzM/s1600/ice.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzsfZRmo0OwQ8djfykpXuEQF0xRi_Adh26KXOMWFxtziOln6N6aDu8WOmtX89ZemZtKoIVMWQSYwEqaYsEmjax68bN5MmxPsVceBsjhlNDE31ualZJIf67IwE1TyetiQnybVUcZSEjBzM/s400/ice.JPG" width="400" /></a></div>
<br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-42547773742177793492012-08-21T10:43:00.002-07:002012-08-21T10:44:45.367-07:00Entrevista<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq3aeVS8VNNDi3mQWJnOAh4Q7PXCSAxr8irtsfLb3mwvlyGMCXYQfDbj04btTKEDCm2JbolV1jfMFXBNv0w3DrZ0VnoDTnaLCJyTYm3HfviGNqIC1ug7mq1-82_vAios5QImM_A5Kyw80/s1600/187977_201578083260804_1902349102_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq3aeVS8VNNDi3mQWJnOAh4Q7PXCSAxr8irtsfLb3mwvlyGMCXYQfDbj04btTKEDCm2JbolV1jfMFXBNv0w3DrZ0VnoDTnaLCJyTYm3HfviGNqIC1ug7mq1-82_vAios5QImM_A5Kyw80/s1600/187977_201578083260804_1902349102_n.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
Só para deixar o link de uma entrevista que concedi ao site/blog de uma amiga, o Reflexões Femininas.<br />
<br />
Os assuntos abordados foram basicamente relacionados à instituição familiar e a questão dos direitos do homem no contexto social atual.<br />
<br />
link: <a href="http://reflexoes-femininas.blogspot.com.br/2012/07/entrevista-com-marcos-carvalho-moral.html">http://reflexoes-femininas.blogspot.com.br/2012/07/entrevista-com-marcos-carvalho-moral.html</a>Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-59122187254827524032012-08-14T08:38:00.002-07:002012-08-14T08:56:00.752-07:00Votar nulo resolve?<br />
Tenho visto diversas campanhas incentivando o voto nulo nessas eleições por todos os lados (principalmente nas engenhosas redes sociais).<br />
A indgnação contra os políticos em geral é justificada, claro. Agora será mesmo que anular uma eleição vai resolver o problema?<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNtiEC2zwuf9YE-KdxkPPU9_96JYXbvTA_P2VVV_S_1a3IdSkjrSHp1cs1EMlDwmHOod7VfuAu8pW-u2EUZdiZvx7N-hPbqzlAujv293SH0WSIrQfz3dRG_wK-Gi_kYqQzDr4l5ie3hg4/s1600/urna-de-vota%C3%A7%C3%A3o3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNtiEC2zwuf9YE-KdxkPPU9_96JYXbvTA_P2VVV_S_1a3IdSkjrSHp1cs1EMlDwmHOod7VfuAu8pW-u2EUZdiZvx7N-hPbqzlAujv293SH0WSIrQfz3dRG_wK-Gi_kYqQzDr4l5ie3hg4/s320/urna-de-vota%C3%A7%C3%A3o3.jpg" width="315" /></a></div>
<br />
<br />
Vamos à parafernalha legal em primeiro lugar: Uma decisão de 2006 do TSE não considera para anulação da eleição o voto nulo
pelo eleitor.<br />
<br />
<div align="justify">
O Art. 224 do Código Eleitoral diz que <i>"<b>se a nulidade
atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado
nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais,
julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova
eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias</b>."</i> </div>
<div align="justify">
Mas <b>o TSE entende atualmente que essa nulidade não inclui
os votos nulos por "manifestação apolítica do eleitor</b>". </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
E aqui vemos as reais causas de uma possível anulabilidade das eleições: </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
"Art 221. É anulável a votação: <br />
I – quando houver extravio de documento reputado essencial; <br />
II – quando for negado ou sofrer restrição o direito de fiscalizar, e o fato
constar da ata ou de protesto interposto, por escrito, no momento; <br />
III - quando votar, sem as cautelas do Art. 147, § 2º. <br />
a) eleitor excluído por sentença não cumprida por ocasião da remessa das folhas
individuais de votação à mesa, desde que haja oportuna reclamação de partido;
<br />
b) eleitor de outra seção, salvo a hipótese do Art. 145; <br />
c) alguém com falsa identidade em lugar do eleitor chamado." </div>
<div align="justify">
Em seguida, o art 222 do Código Eleitoral informa que a
votação viciada de falsidade, fraude, coação, interferência do poder econômico,
além do desvio ou abuso de poder de autoridade, ou emprego de processo de
propaganda ou captação de sufrágios vedado por lei, é passível de anulação. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Mas muito bem, vamos supor que o Brasil é um país em que as leis são cumpridas, em que os políticos são honestos e bem intencionados vão aceitar essa possível indignação esmagadora do eleitorado brasileiro, que votaria maciçamente nulo e o obrigariam a convocar novas eleições em até 40 dias (onde nenhum dos candidatos da eleição anterior poderiam se candidatar). Suponhamos também que já não tenha sido comprovado que manipular votos em urnas eletrônicas é mais fácil que casar com a Gretchen e que as pessoas que as operam sejam da mais alta confiabilidade.</div>
<div align="justify">
<br />
O que aconteceria então (além da uma nova gastança de dinheiro público para realização da nova eleição que não sai barato)? Quem seriam os novos políticos que resolveriam o problema? De onde sairia essa nata de cidadãos íntegros, honestos e bem intencionados para governar nosso país? <br />
<br />
O que aconteceria é que os partidos se organizariam rapidamente, sugariam mais dinheiro dos empresários e claro, da população para novas campanhas-relâmpago e colocariam candidatos desconhecidos e consequentemente de "ficha-limpa" para disputar as novas eleições. Alguém mais percebeu que não há jeito mais cômodo de transformar funcionários partidários em laranjas sem nome nem rosto para obedecerem à mesma agenda dos políticos conhecidamente salafrários? Mas agora com o bônus de que o deles não estará mais na reta! <br />
<br />
Muitos diriam que ainda que não resolvesse nada, a anulação de uma eleição serviria para demonstrar o descontentamento do povo com a política se os políticos, etc... <br />
Sim, realmente. Agora eu pergunto: Vocês acham mesmo que os políticos acham que o povo gosta deles? Acham mesmo que eles dariam a mínima para uma massiva demonstração de indignação da sociedade? Isso por acaso tocaria fundo o coração deles, os tornando pessoas mais probas e diligentes? Sejamos francos. Acreditar que anular uma eleição vai resolver algum problema é achar que existe pote de ouro no fim do arco-íris.<br />
<br />
Manifestações como marchas e protestos contra a corrupção são absolutamente inócuas. É a manifestação do óbvio ululante, é dizer o que todo mundo está cansado de saber. Se não forem direcionadas a pessoas, partidos ou atos <b>concretos</b>, não surtirão efeito algum. Pois política não é feita de ideias, de dinheiro, ou de partidos; mas de pessoas.</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Vamos deixar de lado essa utopia de que com burocracia ou manobras técnicas resolveremos alguma coisa nesse país.<br />
É clichê, mas a verdade é que o problema do Brasil são mesmo os brasileiros. Quem ocupa os cargos de comando são apenas cidadãos comuns que tem alguns contatos ou grana a mais. Mas a base cultural, a formação ética e moral, é absolutamente a mesma do cidadão comum.</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Um país é estruturado primeiro pela cultura, por valores éticos e uma base familiar. Não existirão políticos pra resolver os problemas dos quais tanto reclamamos a menos que comecemos a mudar a nós mesmos. O brasileiro exige políticos íntegros mas não conseguem transmitir isso nem pra própria família, nem pra si mesmos. O que poderia esperar então de alguém sem essas bases que se encontra com as mãos em todos os recursos de um país tão cheio de recursos como o nosso?<br />
<br />
Vamos reclamar menos e mudar mais. Começar pelo começo, trabalhar primeiro em si mesmo, depois em nossa família, depois em nosso ciclo social, depois bairros, cidades e por fim, o país. Não se começa a fazer o bolo pela cereja.</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh113G_ED_YZPCfCLAkAW5xT4jkALSZenxPwfxKA1c8zvcWEzlH5zjzZYuHVoF0AaZsDjkrc7G_l5MndGnEOMj0tp6XAIxYMbgHLFPPA2zwOpFwBswZumn69AgEFifn65SnV-UhKd0jzVw/s1600/marcha_da_familia_com_deus_pela_liberdade.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh113G_ED_YZPCfCLAkAW5xT4jkALSZenxPwfxKA1c8zvcWEzlH5zjzZYuHVoF0AaZsDjkrc7G_l5MndGnEOMj0tp6XAIxYMbgHLFPPA2zwOpFwBswZumn69AgEFifn65SnV-UhKd0jzVw/s320/marcha_da_familia_com_deus_pela_liberdade.jpg" width="320" /> </a></div>
<div style="text-align: center;">
<br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><span style="font-size: x-small;">Marcha da família com Deus pela liberdade, em 1964. <br />O maior movimento popular brasileiro, que reuniu mais de meio milhão de pessoas. </span></span></span><br />
<br />
<br /></div>
Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-73178743628504969422012-07-24T08:57:00.001-07:002012-07-24T11:03:04.764-07:00Vida intelectual - Raiz, tronco e frutos<br />
Arthur Schopenhauer foi conhecido como o filósofo do pessimismo. Muitos o enxergam como um sujeito que apesar de incrivelmente inteligente, tivesse vivido amargurado e desgostoso com a vida. Eu me pergunto o porque disso ser algo indesejável. Nunca me entrou na cabeça qual a grande vantagem de buscar alegria ou pautar nossos pensamentos e ações por puras emoções, sentimentos ou desejos. Há algo maior a se buscar do que satisfação.<br />
<br />
A vida da maioria das pessoas realmente profundas intelectual e espiritualmente que conheço não transcorre da mesma maneira que a maioria das outras. Elas não vivem em busca de nada para si, mas de respostas, de compreensão para questões que os que vivem para si sequer tem consciência ou capacidade de encontrar e decifrar.<br />
<br />
Um exemplo de pessoa mundialmente conhecida nos dias de hoje que pode ilustrar o que digo é o ator Keanu Reeves:<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9_9p70rBk1FuggQzqD9lbM7qieBRBQYlEikPl1kQKJYIkr9avME6RrEtXQNlm4bBGPsmWm5mYUeF-3JRyV4l18d9afyCzWDoXV3w5OcVa0-9tQBRysdvrH9uJi9UOlhIeM0v6YJCA_gc/s1600/celebrities-in-subway01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9_9p70rBk1FuggQzqD9lbM7qieBRBQYlEikPl1kQKJYIkr9avME6RrEtXQNlm4bBGPsmWm5mYUeF-3JRyV4l18d9afyCzWDoXV3w5OcVa0-9tQBRysdvrH9uJi9UOlhIeM0v6YJCA_gc/s320/celebrities-in-subway01.jpg" width="239" /></a></div>
<br />
<br />
Nessa imagem ele é visto num metrô de Nova Iorque, lendo o jornal, como qualquer pessoa. Nada de aviões, helicópteros, ou carros de luxo. <br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0.1pt 0cm;">
<span style="font-size: small;">Reeves vem de uma família problemática. A namorada, com quem
ele ia se casar, morreu em um acidente de carro. Um dos seus melhores amigos, o
também ator River Phoenix, morreu de overdose. E sua irmã teve
leucemia. Está curada. E Reeves, então, resolveu doar 70% do que ganhou com o
filme “Matrix” para hospitais que tratam dessa doença.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0.1pt 0cm;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0.1pt 0cm;">
<span style="font-size: small;">O ator não tem guarda-costas, não usa roupas da moda, mora
em um flat e, no fim de 2011, foi visto no metrô de Nova York
cedendo o lugar para uma senhora.</span></div>
<br />
Naturalmente que aos olhos da mídia, de outras celebridades e da maioria das pessoas ele deve ser visto como alguém excêntrico, perturbado, talvez até louco. Mas quando indagado sobre seu comportamento, ele se limitou a responder:<br />
<br />
<b><span style="font-size: small;">“Você precisa ser feliz para viver, eu não.” </span></b><br />
<br />
Essa declaração causaria um certo choque na mente de qualquer um que tenha a mínima capacidade reflexiva e viva sob a máxima de "aproveitar a vida ao máximo" ou "o que importa é ser feliz".<br />
<br />
Acontece que a mente e o espírito de pessoas como Reeves não se satisfazem com as mesmas coisas que as de uma pessoa "normal", ou medíocre. A sensação de comodidade, conforto e o gozo do luxo não bastam para pessoas com espírito elevado. Elas tem a plena convicção de que essas coisas não passam de alentos supérfluos e momentâneos, que não preenchem verdadeiramente as necessidades dos que caminham acima do comum, do ordinário.<br />
<br />
É nesse ponto que a enorme sabedoria de lucidez de Arthur Schopenhauer vem à tona. Pessimismo é muito diferente de ser alguém deprimido, que só vê desgraça em tudo, ou como descrevem pateticamente alguns; alguém que "atrai energias" negativas.<br />
Não, ser pessimista na maioria das vezes é ter os pés no chão. É enxergar as coisas como elas são, e não como gostaríamos que elas fossem. É abrir mão de criar um mundo de falsas esperanças e ilusões e aceitar o pior como natural, não como infortúnio ou motivo de decepção ou abalo.<br />
<br />
Após a morte do filósofo alemão, foi dito que ele guarvada alguns manuscritos pessoais que ele reuniu ao decorrer dos anos, contendo meditações "destinadas a si mesmo"; trazendo sua filosofia não como pensamentos abstratos, mas como um manual prático para a vida.<br />
Acreditava-se que esses escritos haviam se perdido, ou sido queimados pelo testamentário de Schopenhauer, que alegava tê-los queimado a pedido do próprio filósofo antes de sua morte; mas fragmentos dessa obra apareceram em publicações e livros escritos pelo próprio detentor de seu legado pessoal, anos mais tarde.<br />
<br />
Ocorre que os primeiros capítulos do que foi recuperado desse "livro secreto" trata exatamente da forma com que homens de espírito desenvolvido, que dedicaram sua vida à intelectualidade e a busca do que transcende aos sentidos humanos. Ainda que sejam vistos por quase todos como derrotados, foram assim que viveram boa parte dos maiores seres que caminharam por este planeta:<br />
<br />
"Querer o menos possível e conhecer o mais possível, eis a máxima que conduziu minha trajetória de vida. Pois a vontade é o que há de mais comum e de pior em nós. Devemos ocultá-la como se faz com a genitália, embora ambos sejam a raiz do nosso ser. Minha vida é heróica e não pode ser avaliada pelo metro do filisteu, ou com o cúbito do merceeiro, muito menos pela medida do homem comum, que não possui outra existência senão a do indivíduo limitada a um curto espaço de tempo. Portanto, não posso me afligir ao pensar que me faltam coisas que fazem parte da trajetória normal de um indivíduo: emprego, casa, jardim, esposa e filho. A existência desses indivíduos transcorre de maneira sempre igual. Já a minha vida, ao contrário, é intelectual, e seu desenvolvimento regular e atividade constante tem de produzir frutos nos poucos anos de pleno poder espiritual e de sua livre utilização, e, assim, por séculos enriquecer a humanidade. Minha vida pessoal é tão-somente a base para a intelectual, a <i>conditio sine qua non, </i>ou seja, algo totalmente secundário. Quanto mais estreita for esta base, tanto mais segura; e se realizar o que deve com relação à minha vida intelectual, terá atingido o seu fim. O instinto, que é próprio a todos aqueles que tem objetivos intelectuais, também se tornou um guia seguro para mim, de forma que deixei de lado os interesses pessoais e tudo concentrei em minha existência espiritual. Por isso também o fato de a trajetória de minha vida parecer desconexa e destituída de plano não pode me surpreender: ela se assemelha ao acompanhamento na harmonia, que igualmente não pode conter em si nexo algum, visto que serve apenas de fundo para a voz principal, na qual se encontra o nexo. As coisas de que necessariamente sou privado em minha vida pessoal me são compensadas de outra maneira, ao longo da vida, pelo pleno gozo do meu espírito e empenho em favor de sua orientação inata; de fato, se as possuísse, não as fruiria, e ser-me-iam até mesmo impeditivas. Para um espírito que doa e realiza por si mesmo aquilo que nenhum outro pode da mesma forma doar e realizar, e que justamente por isso subsiste e perdurará - seria ao mesmo tempo cruel e insano querer forçá-lo a fazer outras coisas, ou mesmo atribuir-lhe tarefas obrigatórias, afastando-o do seu dom natural.<br />
<br />
<br />
Já nos primeiros anos de minha juventude, notei que enquanto todas as outras pessoas aspiravam a bens exteriores, eu não me dirigi para tais bens, pois trago em mim um tesouro infinitamente mais valioso do que quaisquer bens exteriores; trata-se apenas de desenterrá-lo, para o que as primeiras condições são formação espiritual e ócio total, portanto, independência. A consciência disso, no princípio obscura e vaga, tornou-se, ano após ano, cada vez mais clara e foi suficiente para sempre fazer de mim uma pessoa prudente e parcimoniosa, isto é, para dirigir o meu cuidado para a manutenção de mim mesmo e de minha liberdade e não para algum bem exterior. Indo de encontro à natureza e ao direito humano, tive de abster-me de usar minhas forças em favor de minha pessoa e do fomento de meu bem-estar, para assim empregá-las em prol da humanidade. Meu intelecto não pertenceu a mim, mas ao mundo. A percepção deste estado de exceção e da difícil tarefa dele procedente - viver sem empregar minhas forças para mim mesmo - exerceu contínua pressão sobre o meu ser e tornou ainda mais preocupado e cuidadoso do que já era por natureza. No entanto, levei tudo a bom termo, realizei a tarefa, cumpri minha missão.<br />
<br />
<br />
Comparada à importância do indivíduo, a importância do homem intelectualmente imortal tornou-se em mim algo tão infinitamente grande, que eu, embora me sobrecarregasse com tantas preocupações pessoais, logo as deixava passar e desaparecer, assim que um pensamento filosófico se anunciava. Pois tal pensamento sempre era para mim a coisa mais séria, o resto, ao contrário, mero passatempo. Esse é o título de nobreza e a carta de alforria da natureza. A felicidade do homem ordinário reside na alternância entre trabalho e prazer: para mim, ao contrário, ambos são uma coisa só. Eis por que a vida de homens de minha espécie é necessariamente um monodrama. Missionários da verdade a ser transmitida ao gênero humano, como eu, após terem se reconhecido como tais, pouco terão em comum com as pessoas, exceto por sua própria missão, assim como os missionários na China que não se confraternizam com os chineses. Em todas as situações da vida em sociedade, um homem como eu, sobretudo na juventude, sente-se continuamente como alguém que usa roupas que não lhe servem."<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwvPOJKK3_VtY19M62qa-ZHz6uh_l1tTd-2dUO5H_ru0X6SXJxFAA_MQ06yTtYFo2zRFEuGP0JQ_y_-F3s_ju3erwkdidTHXhaQXv51XEOBO2OUtFsjxxxHs_ZMeaD6B8Mx-92VLY2Dow/s1600/schopenhauer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwvPOJKK3_VtY19M62qa-ZHz6uh_l1tTd-2dUO5H_ru0X6SXJxFAA_MQ06yTtYFo2zRFEuGP0JQ_y_-F3s_ju3erwkdidTHXhaQXv51XEOBO2OUtFsjxxxHs_ZMeaD6B8Mx-92VLY2Dow/s320/schopenhauer.jpg" width="250" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6fa8dc;"><i><span style="font-size: x-small;">Arthur Schopenhauer</span></i></span></div>
<br />
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<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #e06666;"><span style="font-size: x-small;">"Devemos viver sem nenhum arrependimento.<br /><br />E ser mais livres que qualquer um..."</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"><i><span style="color: red;">Portgas D. Ace</span></i></span></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIH0tV-FSKy6MKZ6CaC6O2WRHqji0LPyPEAvp4cj5PaHp5qlj-3iXkmGl1ezf1W6cuM-ogpnU5oJAsQDPZalNvQebkzxNLR-QRJEriDfcUSqB9rQLDQw6yRbLRLRbXUx1BEHzNMX-BBpc/s1600/Ace+8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIH0tV-FSKy6MKZ6CaC6O2WRHqji0LPyPEAvp4cj5PaHp5qlj-3iXkmGl1ezf1W6cuM-ogpnU5oJAsQDPZalNvQebkzxNLR-QRJEriDfcUSqB9rQLDQw6yRbLRLRbXUx1BEHzNMX-BBpc/s1600/Ace+8.jpg" /></a></div>
<br />
<br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-22192134103436575722012-07-04T10:50:00.002-07:002012-07-04T11:20:01.218-07:00Cães e gatos - por H. P. LovecraftTraduzido por <b>Vinícius M.R de Carvalho</b> e <b>Victor Galdino</b> <br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: medium;"><u>GATOS E CÃES</u></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>por H.P. Lovecraft</b></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiIXqLzws1Tuche2_tk5FLi_S8qr3KCFZhJXUzMVcMnR_Pf5WNYo5HHggU1WN8GKvEdIUdmmFMd2hhELi0R3NFnTfOibeOSt0dyGrl5NsnQ1ZpNDctjHAc6aHqIAvnf-LxuF-cUNlq3bA/s1600/602400_337059753034861_1956694418_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiIXqLzws1Tuche2_tk5FLi_S8qr3KCFZhJXUzMVcMnR_Pf5WNYo5HHggU1WN8GKvEdIUdmmFMd2hhELi0R3NFnTfOibeOSt0dyGrl5NsnQ1ZpNDctjHAc6aHqIAvnf-LxuF-cUNlq3bA/s320/602400_337059753034861_1956694418_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<span style="background-color: black;">Tendo tomado conhecimento da
briga entre cães e gatos que está para ocorrer em teu clube literário,
não pude resistir ao ímpeto de contribuir com alguns uivos e sibilantes
de minha parte na contenda, ainda que consciente que as palavras de um
venerável ex-membro mal possam pesar contra o brilhantismo dos ainda
ativos aderentes que venham a ladrar do outro lado. Ciente de minha
inaptidão para o argumento, um correspondente que prezo supriu-me com os
registros de uma controvérsia similar na <b>Tribuna de Nova Iorque</b>,
onde o Sr. Carl van Doren toma o meu lado e o Sr. Albert Payson Terhune
toma o da tribo dos cães. Destes eu esperava plagiar os dados que
precissase; mas meu amigo, em sua sutileza genuinamente maquiavélica,
proveu-me apenas com uma parte da seção sobre os felinos enquanto o
relatório canino veio-me às mãos na íntegra. Sem dúvida ele imaginava
que deste modo, considerada minha parcialidade, promoveria algo como uma
justiça definitiva, mas para mim é excessivamente inconveniente, já que
vai forçar-me a ser mais ou menos original nas considerações seguintes.</span><br />
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: black;">Entre cães e gatos meu grau de
preferência é tão grande que nunca me ocorreria compará-los. Não possuo
nenhuma antipatia especial contra os cães, como não possuo contra
macacos, seres humanos, comerciantes, vacas, ovelhas ou pterodáctilos;
mas pelo gato sempre cultivei um respeito e afeto particulares desde os
meus primeiros dias de infância . Em sua elegância impecável e superior
auto-suficiência vi um símbolo da beleza perfeita e da impessoalidade do
próprio universo considerado objetivamente, e em seu ar de silencioso
mistério reside para mim toda a maravilha e o fascínio do desconhecido. O
cão apela à emoções simplistas e inferiores; o gato, às fontes mais
profundas da imaginação e da percepção cósmica da mente humana. Não é
coincidência que os contemplativos egípcios, além de espíritos poéticos
como <b>Poe</b>, <b>Gautier</b>, <b>Baudelaire </b>e <b>Swinburne </b>, eram todos adoradores do ágil felino.</span><br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Naturalmente, a preferência de alguém por cães ou gatos depende
completamente de seu temperamento e ponto de vista. Para mim o cão é o
favorito dos indivíduos superficiais, sentimentais e emocionais -
pessoas que sentem mais do pensam, que atribuem importância à humanidade
e às convenções populares do vulgo, e que encontram o seu maior consolo
na adulação e dependência mútua que dão forma à vida gregária. Tais
pessoas vivem em um mundo limitado e imaginário; aceitando acriticamente
os valores do folclore comum, e sempre preferindo ter suas crenças,
sentimentos e preconceitos estimados, a desfrutar de um puro prazer
filosófico e estético que surge do reconhecimento e contemplação da
austera e absoluta beleza. Isto não é dizer que este caráter não reside,
também, no amor aos felinos da elurofilia vulgar, apenas que nesta
existe um fundamento de verdadeiro esteticismo que a cinofilia não
possui. O verdadeiro amante de gatos é aquele que demanda ajustamentos
ao universo mais claros do que a placidez da vida doméstica costuma
prover; é aquele que recusa-se a engolir a noção sentimentalóide de que
todas as pessoas boas amam os cães, as crianças e os cavalos enquanto as
pessoas más desgostam e são desgostados por estes. O amante dos felinos
não está disposto a declarar-se a si e a seus sentimentos simples como a
medida de todos os valores, ou deixar que vãs noções éticas venham a
distorcer o seu juízo. Em outras palavras, ele está mais disposto a
admirar e respeitar do que exibir e mimar; e não é presa da falácia que
diz que sociabilidade e empatia sem sentido, ou devoção escrava e
obediência, constituem algo que deve ser intrinsicamente admirado ou
exaltado. Os que amam os cães justificam-se nestas qualidades comuns,
servis e plebéias, e julgam a inteligência de um animal de estimação
pelo grau de conformidade deste com os seus desejos. Amantes de felinos
escapam desta ilusão repudiando a idéia de que subserviência e
capangagem demonstradas ao homem constituem algum mérito, os amantes de
gatos sentem-se livres para prezar a independência aristocrática, o
auto-respeito e a personalidade individual, unidas à elegância e beleza,
tipificadas por este frio, ágil, cínico e auto-suficiente senhor dos
telhados.<br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Pessoas de idéias rasas -- a classe média citadina desprovida de
imaginação, satisfeita com a rotina e que subscreve o credo popular dos
valores sentimentais -- serão sempre amantes de cães. Para eles nada
será mais importante do que eles próprios e os seus sentimentos
primitivos, e nunca deixarão de estimar e glorificar o animal que melhor
tipifica estes. Tais pessoas estão submersas no vórtice do idealismo e
subserviência orientais que arruinaram a civilização clássica na Idade
das Trevas, e vivem em um mundo plano de valores sentimentais abstratos
onde as suas insípidas ilusões de submissão, gentileza, irmandade e
humildade são engrandecidas como virtudes, e filosofia e ética falsas
são erigidas sobre as pequenas reações de músculos flexores. Esta
herança, ironicamente impingida sobre nós quando a política romana
elevou a fé de um povo em estilhaços à supremacia durante o império de
Constantino, permaneceu como um punho firme a agarrar os fracos e
sentimentalóides; e talvez tenha alcançado o seu platô no insípido
século dezenove, onde as pessoas passaram a prezar os cães por "serem
tão humanos" (como se a humanidade fosse algum padrão merecedor de
mérito!), e o honesto Edwin Landseer (1) pintou centenas de Fidos
jactantes e Rex e Totós com toda a trivialidade antropóide, mesquinha e
"graciosa" dos vitorianos eminentes.<br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl8cFOCWaEQEegUVTOTwosCXDudPgHAxEfOM5M5fnsST_DVvsYGtDRBfI6Obb_L6-KSBi98qwkwMxMp1-bZ_C-4O18piSmwsDtTSFAn71qa8WopncT19zmBELfJq3Tczbkn2TozpwLUrk/s1600/Cat1.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl8cFOCWaEQEegUVTOTwosCXDudPgHAxEfOM5M5fnsST_DVvsYGtDRBfI6Obb_L6-KSBi98qwkwMxMp1-bZ_C-4O18piSmwsDtTSFAn71qa8WopncT19zmBELfJq3Tczbkn2TozpwLUrk/s400/Cat1.jpg" width="282" /></a>Mas
dentre o caos da prostração intelectual e emocional alguns espíritos
livres sempre apareceram para as antigas realidades civilizadas que o
medievalismo eclipsou -- a clássica e inexorável lealdade à verdade, à
força e à beleza presentearam com uma mente lúcida e um espírito
insubmisso ao Ariano Ocidental confrontado com a majestade, o deleite e a
impavidez da Natureza. Esta é a estética viril e a ética dos músculos
extensores -- as bravas e resistentes crenças e preferências de
orgulhosos, dominantes, invictos e corajosos conquistadores, caçadores e
guerreiros -- e faz ela pouco uso das dissimulações e pusilanimidade
dos gregários, dos pacifistas, covardes e sentimentalóides. Beleza e
suficiência -- duas qualidades do próprio cósmos -- são os deuses deste
tipo pagão que desconhece cadenas; para o adorador de tais coisas
eternas a suprema virtude não pode ser encontrada na baixeza, na
obediência, no apego e na pieguice. Este devoto buscará aquilo que
melhor encarna o deleite das estrelas e dos mundos e das florestas e dos
mares e dos sóis que se põem, e que melhor representa a indolente,
assenhorada, acurada, auto-suficiente, cruel, independente, altiva e
caprichosa impessoalidade daquela que tudo governa, a Natureza. Beleza
-- calma -- indolência -- repouso filosófico -- auto-suficiência --
mestria indomada -- onde mais podemos encontrar estas coisas encarnadas e
mesmo metade da perfeição e completude que marcam o seu aparecimento no
incomparáve e suavemente furtivo gato, que perfaz a sua misteriosa
órbita com a incansável certeza de um planeta em meio ao infinito?</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Que o cão é caro aos das classes camponesa e média desprovidos de
imaginação enquanto o gato apela ao sensível poeta-aristocrata-filósofo
ficará claro no momento em que refletirmos sobre a questão da associação
biológica. A plebe prática julga uma coisa pelo seu tato, sabor e
cheiro imediatos; enquanto tipos mais delicados formam suas estimativas
pela associação de imagens e idéias que o objeto evoca às suas mentes.
Quando se trata de cães e gatos, o peão insensível vê apenas dois
animais diante de si, fundamentando sua preferência na capacidade
relativa de cada um deles em suprir as suas pobres e uniformes idéias
sobre a ética, a amizade e a subserviência. Entretanto, o gentleman e o
pensador vêem cada um em suas filiações naturais e não podem deixar de
perceber que nas grandes simetrias da vida orgânica os cães encaixam-se
junto aos mal-arranjados lobos, raposas, chacais, coiotes, dingos e
hienas; enquanto os gatos ladeiam os senhores da selva em suas marchas, o
orgulhoso leão, o sinuoso guepardo, o magnífico tigre e a formosa
pantera. Cães são os hieróglifos da emoção cega, inferioridade, apego
servil e gregaridade -- atributos de homens medianos, estupidamente
passionais e subdesenvolvidos em suas capacidades intelectuais e
imaginativas. Gatos são as runas da beleza, invencibilidade,
maravilhamento, orgulho, liberdade, frieza, auto-suficiência e refinada
individualidade -- qualidades de homens sensíveis, esclarecidos,
mentalmente cultivados, pagãos, cínicos, poéticos, filosóficos,
desapegados, reservados, independentes, nietzscheanos, indomados,
civilizados e nobres. O cão é um camponês e o gato é um cavalheiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Podemos julgar o tom e as preferências de uma civilização pelas suas atitudes em relação aos cães e aos gatos. O orgulhoso <b>Egito</b>,
onde o Faraó era Faraó e as pirâmides erguiam-se belas conforme o
desejo daquele que as concebeu, curvava-se ao gato, e templos eram
erguidos à sua deusa em <b>Bubaste</b>. Na <b>Roma </b>imperial o
gracioso leopardo adornava as melhores casas, sentado no átrio, sua
beleza insolente e sua coleira e cadenas douradas; ainda, após a era dos
Antoninos o gato foi importado do Egito e celebrado como raro e custoso
luxo. Assim foram os povos dominantes e esclarecidos. Quando, porém,
olhamos para a prostrada <b>Idade Média</b> com as suas superstições e
êxtases e pietismo e ladainhas acerca dos santos e suas relíquias
encontramos pouca consideração às feições calmas e impessoais dos
felinos; e observamos um triste espetáculo de ódio e crueldade contra a
bela criaturinha cujas virtudes foram o suficiente para que sofresse
entre os peões ignorantes que ressentiam sua orgulhosa frieza e temiam
sua críptica e elusiva independência como algo similar aos poderes
tenebrosos da bruxaria. Estes rudes escravos do misticismo oriental não
podiam tolerar o que não servia às suas próprias emoções fáceis nem aos
seus tacanhos propósitos. Queriam um cão para babar, caçar e realizar
tarefas servis e não encontravam alimento espiritual no regalo felino
que é a beleza desinteressada. Podemos imaginar como devem ter
ressentido o felino: seu magnificente repouso, tranquilidade e desdém
para com as triviais preocupações e intenções humanas. Jogue um pau, o
cão servil baba, transpira e tropeça para devolvê-lo. Faça o mesmo
perante um gato, e ele o olhará com polidez e com um entretido
aborrecimento. Assim como pessoas inferiores preferem o animal inferior
que corre excitado quando outrem precisa d'algo, também as pessoas
superiores respeitam o animal superior que vive sua própria vida e sabe
que as pueris brincadeiras de pega-e-traz dos estranhos bípedes não lhe
dizem respeito nem são dignos de sua atenção. O cão late, implora e cai
quando bates o látego. Isto é prazeroso ao camponês que ama a submissão e
deseja sempre um estímulo à sua auto-importância. O gato, entretanto,
convence-te a brincar em seu benefício quando quer entreter-se;
fazendo-te correr pela sala com um naco de papel na ponta de um barbante
quando quer exercitar-se mas recusando todas as tentativas de fazê-lo
brincar quando não disposto do humor. Isto é personalidade,
individualidade e auto-respeito -- a calma mestria de um ser cuja vida é
dele e não sua -- e o indivíduo superior reconhece e aprecia isto pois é
ele também um espírito livre cuja posição está assegurada, cuja única
lei é sua própria herança e senso estético. Tudo considerado, vemos que o
cão apela à essas almas primitivas e emocionais cujas principais
demandas ao universo são afeição sem sentido, compaixão inútil e
aduladora subserviência; enquanto o gato reina entre aqueles espíritos
mais contemplativos e visionários que pedem do universo tão-somente a
visão objetiva de tocante, etérea beleza e o simbolismo vivo da
imperturbada, persistente, repousada e impessoal ordem e suficiência da
Natureza. O cão dá, o gato é.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Pessoas simplórias sempre sobrestimam o elemento ético na vida, e é
bastante natural que façam o mesmo em relação aos animais domésticos.
Com efeito, ouvimos muitos ditos vazios a favor dos cães fundamentados
em que estes são leais, enquanto os gatos seriam traiçoeiros. O que é
que isto realmente significa? Onde estão os pontos de referência?
Certamento o cão possui tão pouca imaginação ou individualidade que suas
motivações são sempre as do seu dono; mas qual intelecto sofisticado
detectaria uma virtude nesta estúpida abnegação dos seus direitos
inatos? O discernimento certamente deve entregar os louros ao gato, cuja
dignidade natural é grande o suficiente para rejeitar qualquer
configuração de coisas que não a sua própria e que, consequentemente,
não se importa ao mínimo com o que qualquer tolo pensa, deseja ou espera
dele. O gato não é traiçoeiro, pois nunca reconheceu aliança de
qualquer espécie com outra coisa que não os seus indolentes desejos; e
traição implica basicamente em uma quebra de laços explicitamente
reconhecidos. O gato é um realista, não um hipócrita. Ele toma o que o
agrada quando quer e não faz promessas. Nunca faz-te esperar mais do que
ele pode dar, e se escolheres ser um estúpido vitoriano e confundir o
seu ronronar e roçar auto- satisfatórios por marcas de um afecto
transitivo, a culpa não será dele. Nunca, nem por um momento, fará com
que acredites que ele espera alguma outra coisa de tua parte que não
comida, abrigo, afeição e entretenimento -- e ele está plenamente
justificado em criticar o teu desenvolvimento imaginativo e estético se
falhares em considerar sua graça, beleza e influência decorativa como um
pagamento mais do que devido por tudo o que lhe dás. Os elurófilos não
precisam surpreender-se perante a cinofilia de outrem -- com efeito, ele
mesmo pode possuir esta cinofilia; pois os cães são mor das vezes muito
atraentes, e tão amáveis quanto um antigo e leal servo o é perante os
olhos de seu senhor, de uma maneira condescendente -- mas ele não pode
deixar de estarrecer-se com aqueles que não compartilham de seu amor
pelos felinos. O gato é um símbolo tão perfeito de beleza e
superioridade que é raramente possível que um verdadeiro esteta e cínico
civilizado faça outra coisa que não adorá-lo.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Nós nos declaramos o "dono" de um cão -- mas quem teria a audácia de
declarar-se o "dono" de um gato? Nós possuímos um cão -- ele esté
conosco como escravo e inferior pois é isso o que desejamos que seja.
Porém nós entretemos um gato -- ele adorna nosso coração como um
convidado, colega de quarto e um igual pois é ele quem deseja estar ali.
Não há vantagem em ser o dono cegamente idolatrado de um cão cujo
instinto é o de idolatrar, mas é uma enorme distinção e tributo ser
escolhido como amigo e confidente de um felino filosófico que é ele
próprio o seu senhor e que poderia escolher outra companhia se a
encontrasse mais aceitável e interessante. Um traço, creio, desta
verdade acerca da maior dignidade do gato passou para o folclore no uso
dos nomes "gato" e "cão" como termos de opróbrio. Enquanto "gato" nunca
foi aplicado a nenhum tipo de ofensa mais grave do que a fofoca e
comentários femininos um tanto maliciosos, manhosos e inócuos, as
palavras "cão" e "vira-lata”sempre foram ligadas à vileza, desonra e
degradação do pior tipo (2). Na cristalização desta nomenclatura houve
sem dúvida na cabeça popular uma vaga e semi-consciente percepção de que
há níveis muito baixos de cobardia, adulação e servidão ignóbil aos
quais nenhum parente do leão e do leopardo poderia descender. O gato
pode ser menosprezado, mas está sempre insubmisso. Ele é, como os
Nórdicos dentre os homens, um daqueles que ou governam suas próprias
vidas ou perecem.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRfhiP9MxK0wRNc3vlD55Cvm5RcnFi4LxrjUoTd4fWsR8GBPE3Rgqn8fSf_EgZZnxOvess5P4HQ9CwFbOnZ_vlulw4FHI33tB86EfnYCo5U4ijF8VXnKRSAewGsk8z_2hL1tCW3ChFh68/s1600/cat2.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRfhiP9MxK0wRNc3vlD55Cvm5RcnFi4LxrjUoTd4fWsR8GBPE3Rgqn8fSf_EgZZnxOvess5P4HQ9CwFbOnZ_vlulw4FHI33tB86EfnYCo5U4ijF8VXnKRSAewGsk8z_2hL1tCW3ChFh68/s400/cat2.jpg" width="266" /></a>Apenas
uma olhadela analítica é o suficiente para percebermos as vantagens do
gato aumentarem. Beleza, provavelmente a única coisa significativa em
todo o universo, deve ser nosso principal critério; e aqui o gato
triunfa de tal forma que devemos abandonar quaisquer comparações. Alguns
cães, sem dúvida, têm beleza em amplo grau; mas mesmo o ponto mais alto
da beleza canina está muito aquém da que pertence à média dos felinos. O
gato é clássico enquanto o cão é gótico -- em nenhum outro lugar da
fauna podemos descobrir esta helênica perfeição na forma, e de anatomia
funcional, do que nos felinos. O gato é um templo dórico -- uma colunada
iônica -- da mais alta cepa clássica em suas harmonias decorativas e
estruturais. E isto não só em seu estado estático, mas também cinético,
pois a graça enfeitiçadora da mais breve moção felina não conta com
paralelos na arte. O perfeito esteticismo do espreguiçar do bichano, do
seu industrioso banho, do seu rolar brincalhão e dos pequenos movimentos
involuntários durante o seu sono são algo tão sensível e vital quanto a
poesia pastoral ou a pintura de gênero; enquanto a infalível precisão
dos seus saltos, da sua corrida e da sua caça têm um valor artístico tão
alto quanto, considerados de forma espirituosa; porém é a capacidade
dos gatos para o simples ócio e descanso que faz deles tão proeminentes.
O Sr. Charles de Vechten, em "Peter Whiffle", sustenta a indolência
felina como um modelo de filosofia para a vida, e o Prof. William Lyon
Phelps capturou o exato segredo da felinidade quando diz que o gato não
apenas se deita mas "derrama o seu corpo sobre o chão como um copo
d'água". Que outra criatura combinou o esteticismo da mecânica e da
hidráulica? Contrastemos isso ao inepto <span style="background-color: black;">ofegar, gemer, babar, escavar e,
de maneira geral, com toda a torpeza da maioria dos cães com suas
emoções gastas e falsas com seus movimentos falsos e supérfluos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: black;">E nos detalhes higiênicos o
exigente gato também está imensuravelmente à frente. Sempre adoramos
tocar num gato, mas só os insensíveis dão boas vindas ao desordenado
e úmido farejar e patear de um empoeirado e, provavelmente, não inodoro
cão, que salta e agita-se e tremula febril por nenhuma outra razão senão
o fato de que os seus centros nervosos foram atingidos por estímulos
sem sentido. Há um excesso cansativo de más maneiras nesta fúria canina
-- pessoas de boa cepa, nós não o destratamos, e invariavelmente achamos
o gato muito mais gentil e reservado em seus avanços, e delicado mesmo
quando esfrega-se em nosso colo ronronando, ou salta impulsivamente à
mesa em que estamos escrevendo para brincar com a caneta em patadas
moduladas, ao mesmo tempo sérias e cômicas. Não me estranha que Maomé, o
sheik de boas maneiras, tenha amado os gatos pela sua elegância e
desprezado os cães por sua rudeza; ou que os gatos sejam favoritos nos
países latinos mais polidos enquanto os cães tomam a dianteira na
pesada, prática e cervejeira Europa Central. Veja um gato comer, e veja
um cão. Aquele está sempre controlado por uma inerente e inescapável
fineza, e dota de certa graça um dos mais deselegantes de todos os
processos fisiológicos. O cão, por outro lado, é completamente repulsivo
em sua bestial e insaciável ganância; assumindo a sua filiação com o
lobo de maneira aberta e desavergonhada. Retornando à questão da beleza
da linhagem -- não é significativo o fato de muitas crias normais de
cães serem francamente admitidas como feias, enquanto não há felino
saúdavel e bem desenvolvido, de qualquer espécie, que não possa ser
considerado outra coisa que não belo? Há, é claro, muitos gatos feios;
mas são sempre casos excepcionais de mestiçagem (3), má nutrição,
deformação ou deficiência física. Não há raça saudável de gatos que pode
ser pensada como menos do que graciosa -- contra o que contrastamos o
espetáculo deprimente de <i>buldogues </i>achatados, <i>dachshunds </i>grotescamente alongados, <i>terriers </i>horrivelmente
disformes, e outros. Claro, pode-se dizer que nenhum padrão estético é
outra coisa senão relativo -- mas sempre trabalhamos com os nossos
padrões habituais, e ao compararmos cães e gatos sob o padrão estético
Europeu-Ocidental não há riscos de injustiça. Se uma tribo desconhecida
do Tibet achar os terriers lindos e o gato persa feio, não argüiremos
com eles em seu próprio território -- mas neste momento estamos lidando
conosco e com o nosso terreno, e aqui não pode haver dúvidas, nem do
mais ardente cinófilo, acerca do veredito. Alguns se desfazem do
problema em um paradoxo epigramático, dizendo "Rex é tão comum, ele é
lindo!". Este é o pendor infantil para o grotesco "bonitinho" que vemos
corporificado nos desenhos, bonecos e em toda a disforme e inútil
decoração do tipo "<i>Krazy Kat</i>" (4) que encontramos nos "lares" e "aconchegos" da plebe que passa por sofisticada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: black;">No tocante à inteligência parece que os cinófilos têm argumentos
interessantes -- interessantes pois eles medem de forma inocente o que
pensam ser o intelecto de um animal pelo grau da sua subserviência à
vontade humana. Um cão irá buscar, um gato não; portanto (sic!) o cão é
mais inteligente. Cães podem receber um treinamento mais elaborado do
que os felinos para o circo e os atos de <i>vaudeville</i>, portanto (Ó
Zeus, Ó Montaria Real!) possuem o cérebro superior. Ora, é claro que
isso é o mais puro disparate. Não consideraríamos um homem volúvel mais
inteligente do que o cidadão independente porque podemos fazer o
primeiro votar em quem mais nos apraz enquanto o outro escapa à nossa
influência, mas é incontável o número de pessoas que utilizam um
argumento paralelo ao avaliarem a diferenças de matéria cinzenta entre
cães e gatos. Competição em servilismo é algo em que nenhum orgulhoso
Tomás ou Mimi (5) ousaria participar, e está claro que qualquer
estimativa real da inteligência felina e canina deve proceder de uma
observação cuidadosa de cãos e gatos em estado natural -- sem qualquer
influência humana -- enquanto formulam certos objetivos próprios e
utilizam do seu equipamento mental para alcançá-los. Quando assim
fazemos, enchemo-nos de respeito pelo nosso ronronante amigo que nos
mostra muito pouco dos seus desejos e maneiras de proceder; pois em toda
sua concepção e cálculo o gato demonstra uma fria e deliberada união de
intelecto, vontade e senso de proporção que envergonha completamente a
torpeza emocional e os truques de circo docilmente adquiridos pelo
"esperto" e "leal" cão pastor. Veja um gato passar por uma porta, veja
quão pacientemente espera sua oportunidade, nunca deixando de lado o seu
propósito mesmo quando parece-lhe útil fingir outros interesses neste
interim. Veja-o no ápice da caça, e compare sua paciência calculista e o
seu cuidadoso estudo de terreno com o torpe mover-se e patear do seu
rival canino. Não é comum que o gato volte de mão vazias. Ele sabe o que
quer, e quer pegá-lo da melhor maneira possível, mesmo que tenha que
sacrificar tempo -- tempo que, filosoficamente, reconhece como
desimportante em um universo sem sentido. Não há como demovê-lo ou
distrair sua atenção -- entre os homens nós chamamos isto de
concentração, a habilidade de seguir o mesmo fio diante de complexas
distraçoes, e consideramos como um sinal de vigor intelectual e
maturidade. As crianças, os senectos, os camponeses e os cães devaneiam,
gatos e filósofos vão direto ao ponto. No quesito adaptabilidade os
gatos também são superiores. Os cães podem ser treinados para fazer
alguma coisa, mas os psicólogos dizem que estas respostas automáticas a
uma memória introjetada não servem como indicadores de inteligência.
Para julgar o desenvolvimento abstrato de um cérebro, confronte-o com
condições novas e pouco familiares e observe se este é capaz de atingir
os seus objetivos com as próprias forças através de raciocínio, sem
nenhum manuductio. Nestas condições os gatos elaboram silenciosamente
uma dúzia de misteriosas e oportunas alternativas enquanto o pobre Fido
está a latir desorientado, tentando atinar com o que se passa. É claro
que Rufus apelará mais ao sentimentalismo popular entrando na casa em
chamas e salvando o bebê de forma cinematrográfica, mas o fato de que o
bigodudo e ronronante Mimi é um organismo biológico superior permanece
-- algo fisiológica e psicologicamente mais próximo ao homem justamente
pela sua autonomia diante do comando humano, e portanto intitulado a um
maior grau de respeito por aqueles que julgam por padrões puramente
filosóficos e estéticos. Podemos respeitar um gato e não um cão, não
importa qual apele mais ao nosso sentimentalismo; e se procedermos como
estetas e analistas e não como amantes do lugar-comum e
sentimentalóides, a balança inevitavelmente decidirá a favor do felino.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Podemos dizer, ainda, que mesmo o distante e independente gato não deixa
de possuir apelo sentimental. Assim que nos livrarmos da bárbara
parcialidade ética -- o preconceito que o aponta como um "traidor" e
"horrível devorador de passarinhos" -- encontramos no "inofensivo gato" o
ápice do alegre simbolismo doméstico; e os pequenos gatinhos são
objetos a serem adorados, idealizados e celebrados nos mais rapsódicos
dos dáctilos e anapestos, iâmbicos e trocaicos . Eu, em minha senecta
docilidade, confesso uma desrazonada e completamente irrefletida
predileção por filhotes muito negros com grandes olhos amarelos, e é tão
provável que eu passe por um sem acariciá-lo quanto o é Dr. Johnson
passar por um poste em uma calçada sem acertá-lo (6). Há, também, em
muitos gatos algo análogo àquele apego recíproco que é tão elogiado nos
cães, seres humanos, cavalos e outros. Os gatos associam certas pessoas
com atos que contribuem com o seu prazer, e adquirem um reconhecimento e
apego que manifesta-se em doce excitação quando estas se fazem
presentes -- tragam comida ou não -- e uma certa melancolia quando da
sua ausência prolongada. Um gato com quem era afeiçoado chegou ao ponto
de não aceitar comida de outra mão que não a minha, e que preferia
passar fome a tocar a menor porção de comida nas mãos de um vizinho
amigável. Ele também mantinha distintas relações com os outros gatos
daquele lar idílico; oferecendo voluntariamente comida a um de seus
amigos, mas defendendo selvagemente o seu prato dos relances do seu
negro rival, "Bola-de-Neve". Se argumentarem que este apego felino é
essencialmente composto de motivos "egoístas" e "práticos", deveremos
retorquir inquirindo quantos apegos e afeições humanas, aparte aquelas
que brotam diretamente do bruto instinto, possuem outro fundamento
qualquer. Assim que a banca apresentar um grande zero como veredito
final, estaremos mais preparados para evitar uma censura ingênua ao gato
"egoísta".</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
A abundante vida interior do gato, sua independência superior, é
renomada . Um cão é patético, dependente de companheirismo, e
completamente perdido exceto quando em matilha ou ladeando o seu dono.
Deixe-o sozinho e nada pode fazer exceto ladrar, uivar e deambular até
que a exaustão obrigue-o a dormir. Um gato, entretanto, nunca deixa de
estar potencialmente satisfeito. Como o homem superior, o gato sabe como
ser sozinho e feliz. Uma vez notada a ausência de alguém que o
distraia, o gato contenta-se em distrair a si; e ninguém pode dizer que
conhece os gatos sem ter espionado o jovial filhote que acredita estar
sozinho. Somente depois de ter olhado a graciosa brincadeira com o rabo e
o ronronar espontâneo do animal pode alguém entender completamente o
feitiço destas linhas que <b>Coleridge </b>escreveu em referência à cria humana e não felina -- página onze</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
...elfo lépido,</div>
<div style="text-align: justify;">
cantando, consigo dançando." (7)</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI8Kjl8yBLbFKMqsJ8gHcVOSYhcPTHs-2mXas5MGcCnevZ_mzgG7NOUxayzD7lwAzhMEc2g99n5MB5I468UZ-8dF9-P7gUs4utt7zD9GyLCUkkZSzmVZaIs94oeBmyhe2O6IppFg7CA-A/s1600/1234818865_967_FT20068_cat_orly1_thumbnail.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI8Kjl8yBLbFKMqsJ8gHcVOSYhcPTHs-2mXas5MGcCnevZ_mzgG7NOUxayzD7lwAzhMEc2g99n5MB5I468UZ-8dF9-P7gUs4utt7zD9GyLCUkkZSzmVZaIs94oeBmyhe2O6IppFg7CA-A/s400/1234818865_967_FT20068_cat_orly1_thumbnail.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Muitos tomos poderiam ser escritos sobre as brincadeiras dos gatos, já
que as variedades e os aspectos estéticos de tais atividades são
infinitos. Será suficiente fazer notar que nestes passatempos os gatos
exibem traços e ações que psicólogos têm declarado serem motivadas por
humor e capricho genuínos; de forma que fazer um gato sorrir talvez não
seja tarefa tão impossível, mesmo fora do condado de Cheshire (8). Em
suma, um cão é algo incompleto. Como o homem inferior, o cão precisa de
estímulos emocionais do exterior, e de algo artifical que valha como um
deus e motivo. O gato é perfeito em si. Como o filósofo, ele é uma
entidade auto-suficiente, um microcosmo. O gato é um ser real e íntegro
porque pensa-se e sente-se como um, enquanto o cão só pode conceber-se
em relação à alguma outra coisa. O cão lambe a mão que o chicoteia
-babão! Esta besta não concebe a si senão como parte inferior de um
organismo do qual tu és a superior -- ela nunca pensaria em revidar,
assim como não golpeamos nossas próprias cabeças quando sentimos
cefaléia. Porém, fustigue um gato e veja-o recuar sibilando em dignidade
e auto-respeito! Outro golpe, e ele revidará; pois é um cavalheiro e
teu igual, e não aceitará que infrinjas sua personalidade e privilégios.
Ele só está em tua casa pois assim deseja, ou mesmo como um favor
condescendente para ti. É a casa, e não a ti, que ele preza; pois
filósofos percebem que os seres humanos são, no máximo, pequenos
apêndices do ambiente. Passe um pouco da linha e ele o deixará.
Confundiste teu relacionamento com ele e pensaste ser o seu dono, e
nenhum verdadeiro gato pode tolerar essa violação de etiqueta. A partir
de então buscará companheiros de maior discriminação e perspectiva.
Deixe os anêmicos que acreditam em "dar a outra face" consolarem-se com
os cães -- para o pagão em cujas veias corre o sangue de crepúsculos
nórdicos não há outro animal como o gato; intrépida montaria de <b>Freya</b>, que pode encarar a <b>Thor </b>e a <b>Odin </b>com grandes olhos de vivo verde ou amarelo.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Nestas observações acredito ter delineado bastante bem as diversas
razões porque, na minha opinião e como põe o título do Sr. de Doren,
"cavalheiros preferem gatos". A resposta do Sr. Terhune em uma edição
subseqüente da Tribuna (9) parece-me supérflua; é menos uma refutação
dos fatos do que a inclusão do seu autor naquela maioria "muito humana"
de pessoas que tomam afeições e companheirismo como coisa sérias,
desfrutam o sentimento de serem importantes para alguém, condenam um
"parasita" fundamentados em idéias práticas sem atentar para o direito
do que é belo existir por si mesmo, e, portanto, amam o mais nobre e
fiel amigo do homem, o imortal cão. Suponho que o Sr.Terhune ame cavalos
e crianças também, pois os três formam, convenientemente unidos, esse
credo dos gostos essenciais de todo bom e amável homem que traja Arrow
Collar (10) e é formado na escola de heróis de Harold Bell Wright (11),
mesmo que o automóvel e Margaret Sanger (12) tenham contribuído muita na
redução dos dois últimos itens (13).</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Cães, portanto, são camponeses e animais de camponeses, gatos são
cavalheiros e animais de cavalheiros. O cão é para aquele que prefere o
sentimento cru, a ética inepta e o antropocentrismo à beleza austera e
desinteressada; aquele que ama "o povo e o popular" e não censura a
torpeza desde que algo se importe realmente com ele. (Retrato de um cão
sobre o túmulo do dono - cf. Lanseer, "<i>The Old Shepherd's Chief Mourner</i>."
(14) O cara que não é muito apegado às coisas eruditas, mas que é
sempre honesto e num (sic) acha o Saddypost ou o N.Y World (15) muito
profundos; que não gostava de Valentino, mas que pensa que Doug
Fairbanks (16) é a pedida certa para uma noite entretida. Saudável --
prestativo -- não-mórbido -- cívico -- doméstico -- normal -- esse é o
tipo que prefere os cães.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
O gato é para o aristrocrata -- seja por berço ou inclinação ou ambas --
que admira os seus iguais. O gato é para o homem que aprecia a beleza
como a única força viva em um universo cego e sem propósito, e que louva
essa beleza em todas as suas formas desconsiderando as ilusões éticas e
sentimentais do momento. Para o homem que sabe a insignificância do
sentimento e o vazio das aspirações e objetos humanos, e que agarra-se
somente ao que é real -- e a beleza é real pois ela apela a um
significado para além da emoção que excita e é. Para o homem que
sente-se suficiente no cosmos, e renega os escrúpulos do convencional
preconceito, ama o repouso, a força, a liberdade, o luxo, a suficiência e
a contemplação; para aquele que, como uma destemida alma, deseja algo
para respeitar ao invés de algo que lamba-lhe o rosto e aceite sua
alternância entre castigo e carinho; para aquele que busca um igual
orgulhoso e belo na confraria dos individualistas ao invés do acovardado
satélite na hierarquia do medo e da subserviência. O gato não é para o
pragmático, arrogante trabalhadorzinho que tem uma tarefa a cumprir, mas
para o poeta iluminado e sonhador que sabe que no mundo nada vale a
pena ser feito. O diletante -- o connoisseur -- o decadente, em uma era
melhor do que esta houve tarefas para estes homens, e então eram
arquitetos e líderes daquele tempo pagão e glorioso. O gato é para
aquele que age não por um dever vazio, mas por poder, prazer, esplendor,
romance e glamour -- para o harpista que canta só, ao anoitecer das
antigas batalhas, ou o guerreiro que as combate por beleza, glória, fama
e esplendor de uma terra por onde nem mesmo a sombra da fraqueza
repousa. Para aquele que não será hipnotizado pela caganifância da
utilidade, aquele que demanda para o seu conforto a leveza, a beleza, a
ascendência e o cultivo que fazem os esforços valerem a lágrima. Para o
homem que sabe que o jogo, e não o trabalho, e o ócio, e não a pressa,
são as grandes coisas da vida; e que o círculo de esforçar-se apenas
para esforçar-se um pouco mais é uma ironia amarga que a alma civilizada
aceita tão pouco quanto pode.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Beleza, suficiência, conforto e boas maneiras -- o que mais requer a
civilização? Temos tudo isso no monarca divino que se reclina de maneira
gloriosa e confortável em sua almofada sedosa defronte à lareira. Graça
e júbilo para si próprio -- orgulho e harmonia e coordenação --
espírito, repouso e completude -- todas elas estão aqui, e necessitam
apenas da desilusão para serem adoradas. Que alma seriamente civilizada
serviria de outra forma que não como sacerdote de <b>Bastet</b>? O astro
do gato, creio, está agora em seu ascendente, enquanto emergimos pouco a
pouco dos sonhos éticos e de conformidade que enevoaram o século
dezenove e elevaram o torpe cão ao topo do apreço sentimental. Se um
renascimento do poder e da beleza haverá de restaurar nossa civilização
ocidental, ou se as forças da desintegração já são poderosas demais para
serem acorrentadas, ninguém pode dizer, mas no presente momento em que o
cinismo desmascara o mundo entreo embusteiro século dezoito e o ominoso
mistério das décadas vindouras temos ao menos o relance de um relâmpago
da antiga perspectiva pagã e da sua antiga honestidade e clareza.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
E o ídolo iluminado por este relâmpago, lobrigado justo e gracioso em
seu trono encantado e adornado por seda e ouro sob uma cúpula
criselefantina, é uma forma de graça perene nem sempre reconhecida entre
os tateantes mortais -- o orgulhoso, o indomado, o misterioso, o
luxuoso, o babilônico, o impessoal, o companheiro eterno da
superioridade e da arte -- o tipo da beleza perfeita e o irmão da poesia
-- o indolente, grave, conformado e patrício -- o gato.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><u>NOTAS</u></b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: black;">(1) Edwin Henry Lanseer (1802 - 1873) era um pintor célebre por seus retratos de animais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
(2) O autor refere-se ao uso comum das palavras na língua inglesa. No
caso do português o argumento de Lovecraft é parcialmente reforçado. Em
particular, no português do Brasil, o termo "gato(a)" é usado
popularmente em referência à beleza física de alguém. Os termos "cão" e
"vira-lata", ainda no português do Brasil, são utilizados como opróbrio.
Os dois possuem sentido muito similar ao descrito por Lovecraft. Assim,
enquanto, na língua inglesa, para os termos "gato" e "cão" temos
valorores, respectivamente, de opróbrio-opróbrio, no português os mesmos
termos adquirem valores de encômio-opróbrio, tornando assim
desnecessário o argumento atenuante do autor.</div>
<div style="text-align: justify;">
(3) No original, "mongrelism". No contexto refere-se ao fenômeno do
cruzamento de raças diferentes do mesmo animal, os famosos vira-latas.</div>
<div style="text-align: justify;">
(4) Krazy Kat foi uma tira em quadrinhos publicada nos jornais norte-americanos entre 1913 e 1944 .</div>
<div style="text-align: justify;">
(5) Nomes comuns para gatos.</div>
<div style="text-align: justify;">
(6) Referência a Samuel Johnson (1709 - 1784) autor inglês que sofria de
muitos problemas de saúde, dentre eles um caso sério de conjuntivite
que quase chegou a cegá-lo.</div>
<div style="text-align: justify;">
(7) Versos do poema Christabel, de Samuel Taylor Coleridge</div>
<div style="text-align: justify;">
(8) Referência à expressão "he grins like a Cheshire cat" (ele sorri
como um gato de Cheshire). Existem diversas lendas sobre sua origem; a
mais conhecida parece ser a de que, no Condado de Cheshire, o queijo era
moldado na forma do rosto de um gato sorridente. Uma outra versão
sugere que os gatos de Cheshire viviam sorrindo devido à abundância de
leite no condado, famoso pela produção de laticínios. A expressão se
tornou bastante popular devido ao gato sorridente (chamado Cheshire Cat)
do livro "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carrol. </div>
<div style="text-align: justify;">
(9) N.Y Tribune.</div>
<div style="text-align: justify;">
(10) O homem Arrow Collar ficou conhecido pela ilustração publicitária
de J.C Leyendecker. O anúncio retratava um homem jovem, vestido para
ocasião, com blusa social e colarinho. A imagem exibia o jovem americano
do início do século XX como uma figura atlética, confiante e prática. O
presidente Roosevelt referiu-se ao retrato como o tipo ideal do "homem
comum".</div>
<div style="text-align: justify;">
(11) Literato best-seller norte-americano entre os anos 1902 - 1942 cujo
nome caiu no esquecimento após a metade do século XX . Suas histórias
têm fundo moral. Aos críticos dizia que sua tarefa não era a de realizar
literatura, mas pregar ao homem comum.</div>
<div style="text-align: justify;">
(12) Margaret Higgins Sanger (1879 - 1966) foi uma ativista
norte-americana. Advogava a causa do controle da natalidade e subscrevia
um derivado da eugenia, chamado de eugenia negativa, cujo objetivo
principal era a erradicação de doenças hereditárias e outras
"desvantagens genéticas" através do controle racional da fertilidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
(13) Isto é: os cavalos e as crianças.</div>
<div style="text-align: justify;">
(14) Cf. nota (1) acima.</div>
<div style="text-align: justify;">
(15) Jornais da época.</div>
<div style="text-align: justify;">
(16) Rudolph Valentino e Douglas Fairbanks eram famosos atores do cinema
mudo à época. O primeiro morreu precocemente, causando histeria
idólatra.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw4TuZyzy2FxBVTn9MtOhbJ3fZOPlCugTYg367DxKXYHNGfagpZoiHjiNjmiysgdHNGcS4FWhMQ2xUcN6exTqHqtGLIOvZM0BJx1TE5aFgMjEbMNKdCQ6b21lvR8OW_7FAot-NCOciBWM/s1600/flourish2.bmp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw4TuZyzy2FxBVTn9MtOhbJ3fZOPlCugTYg367DxKXYHNGfagpZoiHjiNjmiysgdHNGcS4FWhMQ2xUcN6exTqHqtGLIOvZM0BJx1TE5aFgMjEbMNKdCQ6b21lvR8OW_7FAot-NCOciBWM/s1600/flourish2.bmp" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sempre soube que Lovecraft adorava gatos, mas não tinha idéia do quanto...</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Acho que dessa forma ele ficaria bastante feliz com a homenagem que fiz
ao batizar o bichano aqui de casa com o nome dele. Esse é o Lovecraft.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3FvbXzRIz0asm1foMnDYH6YnchczJrCppIInwe_-gia7BZUM0tiDcBBdtN4MZEeaauwDKiybScv8oC5mprH14J6phyphenhyphenL8udr2FgFIFR9dHQ5s8U2NLjq6bdza-lryyuVvt_3ZbbZMiq18/s1600/Gato3.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3FvbXzRIz0asm1foMnDYH6YnchczJrCppIInwe_-gia7BZUM0tiDcBBdtN4MZEeaauwDKiybScv8oC5mprH14J6phyphenhyphenL8udr2FgFIFR9dHQ5s8U2NLjq6bdza-lryyuVvt_3ZbbZMiq18/s400/Gato3.JPG" width="300" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">postado originalmente em: <a href="http://mundotentacular.blogspot.com.br/2012/07/gatos-e-caes-hp-lovecraft-o-adorador-de.html">Mundo Tentacular</a></span><br />
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<br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-80430878811598824762012-06-14T12:07:00.004-07:002012-06-14T12:08:59.764-07:00A linguagem como reflexo do imaginário popular<span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br /> </span><br />
<span style="color: white;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">"<span style="font-family: Times New Roman,Times,serif;">Há
uma coisa que me preocupa, e já o disse muitas vezes. Que, enquanto
o vocabulário de uma área particular, de um campo profissional técnico,
de um ambiente específico, na agricultura, por exemplo, ou na pecuária
— enquanto esses vocabulários específicos possuem uma riqueza enorme,
tudo o que um homem pode sentir por outra pessoa resume-se — em todas
as línguas que conheço — a meia dúzia de palavras. Algumas positivas,
como "amizade", "amor", "ternura", "simpatia",
"carinho", e outras tantas negativas. Parece-me muito restrito.
Eu tenho quatro filhos, já adultos, e os amo de quatro maneiras diferentes.
Há uma variedade imensa do amor, e a língua não reflete essa variedade.
É uma limitação esquisita. Talvez devida a uma certa desatenção pelos
sentimentos, pelos conteúdos anímicos, em contraste com a refinada atenção
dedicada às técnicas da agricultura, da medicina... E às mil maneiras
de dar um chute numa bola! E isso porque há um interesse especial. Muitas
pessoas gostam de futebol e precisam distinguir os diferentes matizes
dessa atividade. E, em contraste, o que uma pessoa sente por outra —
e é algo mais difícil, sem dúvida — não desperta tanto interesse. Eu
fico muito perplexo com este fato.<a href="http://www.hottopos.com/videtur28/ljacidia.htm#_ftn10" name="_ftnref10" title="">"</a></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><span style="font-size: small;"> </span><br />
<span style="color: white;"><span style="font-size: small;">Julián Marías (filósofo espanhol) </span><span style="font-family: Times New Roman,Times,serif; font-size: small;"><span lang="ES-TRAD"><span style="font-family: Times New Roman,Times,serif;">em e</span>ntrevista a Jean Lauand et al., </span></span></span><br />
<span style="color: white;"><span style="font-family: Times New Roman,Times,serif; font-size: small;"><span lang="ES-TRAD">[http://www.hottopos.com/videtur8/entrevista.htm]</span></span></span><br />
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<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"></span></span><br />
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<span style="font-size: small;">Ao ler algumas notas proferidas no Seminário Internacional "Os Pecados Capitais na Idade Média" <span style="font-size: x-small;">[<b><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span lang="PT-BR">http://www.pecapi.com.br/]</span></span></b></span></span><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">, <span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">de Setembro de 2004, me deparei com uma questão interessante.</span></span></span></span><br />
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<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">O seminarista discorria sobre <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">o conceito da acídia na visão de Sto. Tomás de Aquino. Termo pouco utilizado, mais c<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">omumente entendido dentro do conceito de preguiça (<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">como pecado capital); mas seu significado vai muito além.</span></span></span></span></span></span> Em dado momento, <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">chegou-se <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">à análise da </span></span></span></span>variedade de termos de que uma língua dispõe para qualificar um objeto ou analisar determinado assunto<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">. E logo me veio à mente a questão cultural e a importância que a conduta social disseminada tem diante da formação do léxico de uma civilização.</span></span></span></span></span></span><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMjFOAqMSvyFBNLHnRTZBUaF4mh0PiBPBIkoQ9s9Ur3Qm-kVVSW80zUWFN4Y5wfnclv2yCxqXebIRfs_ACICD22O2aJduuy2K5wMXu6jXD_U6JMauG4LnRe-g9NUFLMib17oxW4TBXb4A/s1600/crowd_2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMjFOAqMSvyFBNLHnRTZBUaF4mh0PiBPBIkoQ9s9Ur3Qm-kVVSW80zUWFN4Y5wfnclv2yCxqXebIRfs_ACICD22O2aJduuy2K5wMXu6jXD_U6JMauG4LnRe-g9NUFLMib17oxW4TBXb4A/s400/crowd_2.jpg" width="400" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_KwZwlGD2_7a_LLbLPUivOhhWg_HZ3xn3P350SgTdeIxGeo7NfJohfvBxmYro7_uek07EbeMBJ3yL5LI30jyYeLIb5T561-Pf_rpf9L8NhPAJmWMsOBzOqlTqtm9yZ4rYucxLpwPwGXI/s1600/miss+understanding.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
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<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">Vejamos por exemplo o Brasil - temos o futebol como paixão nacional. Existe uma infinidade de termos e especificidades para analisar o jogo nos seus mínimos detalhes (impedimento, lateral,<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"> escanteio, gol olímpico, intermediár<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">ia<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"> (a até mesmo termos <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">diferentes</span></span> para a mesma coisa <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">como za<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">ga, defesa, <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">retranca...). <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">A mesma variedade de termos é utilizada para descrever profissões, eventos sociais, emitir opiniões diversas<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"> e por aí vai.<br /><br />Agora quando chegamos no campo da <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">filosofia<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">, na</span></span> anáise mora das coisas; a carência é alarm<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">ante. Peguemos o mais <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">"famoso" dos temas por exemplo<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"> - <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">o amor. Quando temos a necessidade de expressar nossos sentimento por <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">alguém, ainda que <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">de diversas formas e situações, nos faltam termos. Dizemos que amamos nossa <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">esposa, nosso filho, nosso irmão, nossa mãe, nosso trabalho, nosso dia de folga, nosso hobby... Agora será que o sentimento que temos por todas essas coisas e pessoas é o mesmo? Seria mesmo adequado resumir em uma única palavra <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">uma variedade tão grande de sentimentos e impressões?</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />Da mesma forma que dizemos gostar das coisas. Gostamos d<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">e assisti<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">r</span></span> um filme</span></span>, gostamos de ajudar ao próximo (ou não<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">?),</span></span> gostamos de jogar futebol, gostamos de pasta de mant<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">eiga</span></span> <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">amendoim. Mas assim, da mesma forma?<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"> É desnecessário dizer que essa es<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">cassez de tem<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">os <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">gera frequentes m<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">aus-entendidos<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">, quando não<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"> confusões maiores<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">;<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"> m</span></span></span></span>as o problema não <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">é tão raso.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
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<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">A questão é <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">que <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">o <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">voca<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">bulário de um povo nasce da necessidade, do uso comum, do que ocupa o seu dia-a-dia<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">. Portanto é tão comum <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">vermos uma precisão tão grande nos te<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">rmos utilizados para descrever atividades, eventos sociais, vestimentas, condimentos, termos técnicos e afins; e uma pobreza eno<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">rme quando se t<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">rata de avaliar sentimentos<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">, estados de espírito, condutas morais ou termos análogos. É perturbador que sobrem <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">palavra<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">s para se descrever um lance esportivo e nos faltem para que possamos expressar o que sentim<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">os, ou descrever um estado de espírito com alguma riqueza de detalhes.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
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<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">Ontem conversava sobre liberdade com uma amiga; e é consenso que para que ela exista (a liberdade, não a amiga)<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">, aconteça primeiro <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">o auto-conhecimento, a reflexão, o diálogo consigo. Pois é impossível que libertemos o que sequer conhecemos. É nesse ponto que se faz necessária <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">es<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">se tipo de análise. E quanto mais se aprofunda nessa senda, maior é a agonia de perceber o qu<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">ão raso é nossa preparação para lidar ou mesmo entender o que se passa dentro de nós e ao nosso re<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">dor. Tudo aquilo que foge dos holofotes e <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">atravessa as fumaças coloridas do espetáculo nos é apresentado como uma massa incolor, como um <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">ilustre desconhecido; quando na verdade deve<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;">ria ser nosso melhor e mais íntimo amigo.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
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<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_KwZwlGD2_7a_LLbLPUivOhhWg_HZ3xn3P350SgTdeIxGeo7NfJohfvBxmYro7_uek07EbeMBJ3yL5LI30jyYeLIb5T561-Pf_rpf9L8NhPAJmWMsOBzOqlTqtm9yZ4rYucxLpwPwGXI/s1600/miss+understanding.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_KwZwlGD2_7a_LLbLPUivOhhWg_HZ3xn3P350SgTdeIxGeo7NfJohfvBxmYro7_uek07EbeMBJ3yL5LI30jyYeLIb5T561-Pf_rpf9L8NhPAJmWMsOBzOqlTqtm9yZ4rYucxLpwPwGXI/s320/miss+understanding.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></div>
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="color: #9fc5e8; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"> "<span style="font-family: Times New Roman,Times,serif;">Faltam-nos as palavras, faltam-nos os
conceitos, faltam-nos os juízos, falta-nos acesso à realidade. Como tão
bem apontou Fernando Pessoa, numa das "<span lang="CA">Quadras ao gosto
popular", </span>para o caso da saudade:</span>
</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<blockquote>
<blockquote>
<div align="justify">
<span style="color: #9fc5e8; font-size: small;"><span style="background-color: black;"><span style="font-family: Times New Roman,Times,serif;"><span lang="CA">Saudades,
só portugueses<br />
</span></span><span style="font-family: Times New Roman,Times,serif;"><span lang="CA">Conseguem
senti-las bem <br />
</span></span><span style="font-family: Times New Roman,Times,serif;"><span lang="CA">Porque
têm essa palavra <br />
</span></span><span style="font-family: Times New Roman,Times,serif;"><span lang="CA">Para
dizer que as têm."</span></span></span></span></div>
</blockquote>
</blockquote>
<span style="color: #9fc5e8;"><span style="background-color: black;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><br /></span></span>Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-39345603729611442552012-05-21T15:45:00.005-07:002012-05-23T08:19:10.169-07:00As Seis Doenças do Espírito Contemporâneo - CatoliteMuito se fala hoje sobre doenças físicas e psicológicas; mas pouco se estuda sobre as enfermidades do espírito. É comum presenciarmos ou ouvirmos falar de pessoas que tem algum tipo de distúrbio que não é físico; e tampouco psicologicamente definido (embora sempre se procure atribuir a alguma desordem da psique quando há algo de errado com a pessoa e não se sabe definir bem o que ocorre). Esse lapso se dá devido ao pouco estudo e desconhecimento quase generalizado sobre essa área.<br />
<br />
E em sua principal obra, o filósofo romeno Constantin Noica descreveu seis doenças que permeiam o espírito do homem contemporâneo.<br />
<br />
A primeira delas é a <i>catolite</i>; definida como o conjunto de anomalias provocadas, nas coisas e nos homens, pela carência do geral. Essa doença parte do pressuposto de que nada no mundo pode ser inteiramente desprovido de um sentido geral.<br />
Essa ideia permeia qualquer concepção básica do conceito de democracia e política social liberal. É impensável organizar uma sociedade democracia (com participação popular), onde os cidadãos não são criados e educados com um senso de civilidade, cidadania, e de que o bem comum deve prevalecer sobre a comodidade individual. Creio que nem seja preciso me estender muito nesse raciocínio para que constatemos que essa é uma doença imensamente difundida na cultura brasileira; afinal somos o país do jeitinho, da malandragem, do "só uma vez não tem problema".<br />
<br />
Inicialmente, o autor começa a dissecar os efeitos da <i>catolite</i> em grandes nomes do passado e principalmente em ditadores, como Napoleão Bonaparte; que apesar de ter sido um grande conquistador, acabou sucumbindo em seus próprios interesses; sendo que poderia ter ido tão mais longe, se tivesse em mente, objetivos voltados para o bem estar geral, e não apenas para si mesmo.<br />
<br />
Mais adiante, são explicados em detalhes os efeitos da <i>catolite</i> no homem comum. Nenhuma palavra poderia descrever melhor a ideia do que as utilizadas pelo próprio Noica:<br />
<br />
<span style="background-color: black;">"A ignorância do geral parece, de fato, ser de rigor em tal homem. Ademais, a falta de sentido e a própria ignorância dessa falta assumem, na juventude, formas a tal ponto sedutoras que cabe perguntar se ainda se pode ver aí uma "doença espiritual". O ser jovem começa, naturalmente, por se abrir a determinações que não tem muito de transcendência. Assim como a criança experimenta a "sede de nomear", ou seja, de fixar as coisas dando-lhes nome, ou, mais tarde, a sede de ter contato com os objetos, na mais pura gratuidade do gesto, simplesmente para ver de que são feitos e para poder manipulá-los, assim o homem, em sua primeira idade - e em sua primeira precariedade -, se dá todas as espécies de determinações e se satisfaz, simplesmente, com sua riqueza, sem se preocupar com uma ordem geral nem com sua necessidade.</span><br />
<span style="background-color: black;">(...)</span><br />
<span style="background-color: black;">Que dizer, então, de Santo Agostinho, que prolongou muito, até seu encontro com o maniqueísmo (essa primeira oportunidade de entrar na ordem que se oferecera a ele), os anos em que o único sentido da vida possível era a plenitude e a variedade das determinações que os indivíduos se dão e que não remetem a nada senão a si mesmos?</span><br />
<span style="background-color: black;">Os homens que não vão muito longe na veia do humano não ultrapassam nunca essa primeira idade, a idade das livres determinações e manifestações - a idade da "caça", como dizia Pascal, e da distração em todas as suas acepções, incluindo a de levar a sério a vida e seu fútil turbilhão de acontecimentos -, e, assim, sua vida se reduz a uma simples sequência de determinações, cuja trajetória seria "o tempo de uma vida".¹ Mas desenham-se já, nesses homens, em seus sobressaltos febris, os primeiros sinais de doença espiritual. Cada vida, até mesmo as que se escoam em perfeita inocência e com aparente saúde, desenvolve em seu seio formas benignas de catolite. A distração, que é, no fundo, uma das grandes vitórias que o homem alcançou sobre a necessidade cega, pode transformar-se para ele em castigo. ("A sociedade das distrações", suspirou-se por vezes com inquietude.) Certos teólogos, aliás, descreveram o Inferno como uma festa que começa, prossegue, se estende e não acaba mais... e, assim dilatada, revela seu vício oculto²."</span><br />
<span style="background-color: black;"><br /></span><br />
<span style="background-color: black; font-size: x-small;">¹ É desnecessário enfatizar que praticamente toda a literatura brasileira, com exceções que se contam nos dedos, se esgota na contemplação do "fértil turbilhão", sem sequer se colocar a questão de um sentido geral.<br /><br />² Veja-se, nos anos recentes, a extensão progressiva do carnaval brasileiro para trás e para adian<span style="font-size: x-small;">te</span> dos três dias que o demarcam no calendário</span><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNND9desr-UX56ssRYNJmyAOvOCGQdMPir-ZULW8d-F3bPjg4WSTfhuwQbZpEGsZE76SCE-VRKM1tmJjE9Hk1dFvmWaz8MaKMOiHNMQ_tP8hH2Y3dhVfTnIhAfehdiTB48uXgQxFAXdak/s1600/76092570_RM-solidao%5B1%5D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNND9desr-UX56ssRYNJmyAOvOCGQdMPir-ZULW8d-F3bPjg4WSTfhuwQbZpEGsZE76SCE-VRKM1tmJjE9Hk1dFvmWaz8MaKMOiHNMQ_tP8hH2Y3dhVfTnIhAfehdiTB48uXgQxFAXdak/s1600/76092570_RM-solidao%5B1%5D.jpg" /></a></div>
<br />Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8051232395049745927.post-11498907321950536092012-05-14T11:09:00.003-07:002012-05-14T11:09:32.688-07:00O belo, o justo e o moral<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Quem pretende compreender essa reflexão, deve, antes de tudo, assistir a um documentário que servirá de base para boa parte do que será dito adiante - Why Beauty Matters (Por que a beleza importa)<br />
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http://www.youtube.com/watch?v=csBzlE-PQOU<br />
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Ele discorre sobre a beleza e a capacidade de compreensão do belo, bem como sua relação com bom senso e a moralidade. E como a arte moderna é tão pobre e reflete o vazio que a sociedade em geral mergulha nos dias de hoje. <br />
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Pois bem, com essas noções básicas em mente, vamos adiante.<br />
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<a href="http://artcade.com.br/wp-content/uploads/2010/09/mondrian.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://artcade.com.br/wp-content/uploads/2010/09/mondrian.jpg" width="320" /> </a></div>
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<span style="color: white;"><span style="font-size: x-small;">Obra de Piet Mondrian - um pintor holandês modernista</span></span> </div>
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Como dito e demonstrado no documentário, o senso estético do ser humano é natural e instintivo; não é ditado por nenhuma construção social ou tendência de época; ainda que seja razoável admitir que certas peculiaridades ou detalhes que permeiam a noção de beleza em cada geração. Por exemplo: fenômenos naturais como uma enorme cachoeira ou uma flamejante aurora boreal encontariam qualquer ser humano em qualquer época, mas são retratados e valorizados de maneira diferente por pessoas de regiões e culturas diferentes.<br />O que pode se traduzir no poderio direto de deuses para a cultura nórdica pode ser um mito ou um completo desconhecido para uma tribo africana. O mesmo acontece com biotipos e estereótipos humanos. Hoje podemos viver sob a ditadura do silicone e do corpo malhado; mas a mulher com traços harmônicos e delicados no rosto, cintura fina, quadris avantajados e seios moderadamente volumosos é apreciada em qualquer época, como mostram por exemplo as estátuas gregas de deusas da beleza.<br />
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Estabelecidos esses pressupostos, cumpre-nos agora analisar dois conceitos necessários para a compreensão daqueles que refletem e definem tais valorações: filósofos e filodoxos.<br />Platão criticava constantemente em suas obras o homem que era um filodoxo. Era aquele que se interessava pelo conhecimento e pela cultura, mas fazia disso um fim em si, utilizando o conhecimento adquirido e a informação recebida apenas para formas opiniões e as distribuir livremente. Seu fim maior não era o da busca pela verdade e a obtenção de respostas de valor universal para contribuir para o desenvolvimento, como faziam os filósofos.<br />
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Assim sendo, os verdadeiros filósofos sempre tiveram para si, estabelecida uma relação estreita entre beleza e moralidade; ao contrário dos filodoxos, que apregoavam que o belo dependia exclusivamente do juízo de valor de quem o observava, sendo assim, totalmente relativo. Ou seja, para Platão, o filodoxo é incapaz de conceber que o belo, o justo e o moral sejam a mesma coisa. É como se os conceitos estivessem separados e não entrelaçados como pensam os verdadeiros filósofos. Portanto, filodoxos são os amantes de opiniões, enquanto os filósofos, amantes da verdade, da realidade.<br /><br />O primeiro a estabelecer categoricamente a separação entre "realidade" e "valor" foi Kant; pensamento que tem se tornado inquestionável e irretocável para o pensamento universitário mundial. Ocorre que se pensarmos um pouco a respeito perceberíamos que esse conceito se auto-destrói no exato momento em que é aplicado, uma vez que ao ser professado uma realidade universal incontestável; ela se torna um valor cultural por definição.<br />
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Trazendo a parte teórica para a aplicação nos dias de hoje; podemos dizer que a moralidade é indispensável para a compreensão do belo. Isso fica muito claro no documentário quando é demonstrado o que se tornou a arte moderna; onde um vaso sanitário colocado no meio de uma sala com paredes brancas é reconhecido como obra de arte, como algo belo.<br />Não pode-se culpar as pessoas comuns por não se interessarem muito pela arte moderna, ou por voltarem frustradas ou confusas de uma exposição atual. Nem tudo o que surge na mente humana pode ser relativizado e empalado garganta adentro do público como expressão artística, como tradução da beleza como valor real.<br /><br />É exatamente a carência de formação moral que faz com que o relativismo se perca numa torrente de ideias, sentimentos, ações e valores que não se definem e nem mesmo se encontram; a não ser na cabeça confusa e fragmentada de certos artistas plásticos, músicos, atores, etc.<br /><br />Daí, concluo que é particularmente contraditório que uma pessoa que seja carente de virtude moral possa ser "interiormente bela", ou mesmo espiritualmente. Dessa forma cai por terra o forte mito da beleza interior; que apregoa que uma pessoa amoral ou espiritualmente deformada possa ser vista como bela, e fonte de beleza. O mesmo pode-se dizer da inteligência e das virtudes. Já citei aqui a diferença enorme da obra filosófica de grandes homens como Platão, Aristóteles, Pascal, Leibniz, Sto. Tomás de Aquino, entre outros, diante de mentes comparavelmente inferiores, cuja filosofia não produziu frutos bons (nem mesmo para eles próprios) quando aplicada, como é o caso de Nietzsche, Epicuro, Maquiavel, Bertrand Russel, Max Weber, Karl Marx, entre outros.<br /><br />Os filodoxos não se apegavam à busca pela transcendência e à busca pela verdade; mas sim em ideais que nasciam em suas próprias cabeças, que se traduziriam, em última instância em títulos acadêmicos, prestígio social, regimes político ou econômicos, entre outros. Enfim, algo que trouxesse algum benefício para si mesmos, e não para toda a humanidade.<br />
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E finalmente; fica claro que aqueles que tentam separar o "bem" do "real", jamais serão capazes de criar arte, de fazer algo belo sair de suas mentes ou de suas mãos.<br />E em temos como estes, onde a mediocridade e a pobreza de espírito reinam absolutas, é comum ver que "obras de arte" tão rasas sejam abraçadas com tanta alegria, premiadas e reproduzidas em todos os cantos; como algo de extremo valor e riqueza cultural.<br /><br />Dessa forma, fica fácil entender o porque de vermos tanta porcaria fazendo sucesso e gerando lucros bilionários ao redor do mundo, enquanto os verdadeiros artistas permanecem à mingua, tendo sua obra apreciada por tão poucos... Mas o mérito do verdadeiro artista não é alcançar projeção social, e sim ser capaz de tocar o coração e a alma de quem os tem em níveis suficientes para apreciar a verdadeira arte.<br />
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<img height="613" id="il_fi" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsppviUu_iTAgp21hPEVsphyphenhyphenhWBaNleyZRuQET7NpJQHLnkrWJbzAVFG9SzUXO71LPFVPJb0K3fFFLXsM0ybmg_mQfiLXhUJt5TW9IWn26EUXgR1APyS0CVND2gnD9uj1Ikj05U7BDgQw/s1600/tobias.JPG" style="padding-bottom: 8px; padding-right: 8px; padding-top: 8px;" width="500" /></div>Marcos Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06300087841801856240noreply@blogger.com0