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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Mais alguns compêndios da modernidade...

...porque nunca é demais narrar o que o homem atual faz consigo mesmo, talvez por inocência, talvez por ignorância, talvez por covardia.

Trago hoje alguns textos interessantíssimos que li ultimamente sobre o homem pós-moderno. Sobre como ele se afunda cada dia mais com preocupações que não são lá tão preocupantes, e vira as costas para o que realmente deveria se atentar... Primeiro coloquei um vídeo interessante como introdutório e depois os textos propriamente ditos:


"Save the Planet" - by: George Carlin






(...)








agora sim vamos ao que realmente é um problema.

"Uma Vida Sem Valores

Vida sem valores é a expressão que melhor traduz o tipo de homen que surgiu no últimos anos na sociedade ocidental de bem estar, que melhor define o “homem light”.
Enrique Rojas, médico humanista, retrata e denuncia neste seu livro aquele homem que magistralmente assim apelida de “light”.
Light é a palavra mágica que está na moda e com a qual se identificam certos produtos (tabaco, bebidas, alimentos).
Apresenta-o como um indivíduo materialista e hedonista, como um se
r que tudo relativiza na ânsia de alcançar, sem mais, a meta por si traçada de bem-estar e prazer material.
No “homem light”, diz Enrique Rojas, há prazer sem alegria – nele se vê um homem intrigado e atraído por muitas coisas, mas sem vincular-se a nada.
E, por isso é infeliz e inseguro, estando longe daquele homem sólido que busca a verdade.
O “homem light” procura o absoluto do seu ponto de vista, convertendo-o em relativo – é vazio, não tem fundo.
Ser rico, ganhar muito dinheiro é o mais impor
tante, é a melhor conta de apresentação nos ambientes “light”.
Este débil homem abraçou a permissividade, fazendo dela o seu código
ético e que vai desde a tolerância ilimitada à revolução sem finalidade.
E essa permissividade, como acentua Enrique Rojas, revela-se em vários campos, designadamente no campo sexual, em que se chama “amor” a cada relação superficial e passageira, em que se confunde amor e sexo, dizendo-se quando se vai fazer sexo, que vai fazer amor – sexualidade vazia, idolatria do sexo, amor de rebaixas, amor light.
Como sair de tudo isto?
Responde o autor que o deixar de ser pessoa light só pode ser alcançado dando um passo da imanência para a transcendência, deixando o individualismo e o mat
erialismo.
Necessitamos de um modelo de identidade para o homem das décadas vindouras, que será profundo, sábio, forte moralmente (a moral cristã é o melhor vector para a realização da eterna vocação transcendente do homem) e que terá coerência na sua vida.


Qual é o seu perfil psicológico? Como poderia ser
definido? Trata-se de um homem relativamente bem informado, porém com escassa educação humana, entregue ao pragmatismo, por um lado, e a bastantes lugares comuns, por outro. Tudo lhe interessa, mas só a nível superficial; não é capaz de fazer a síntese daquilo que recolhe e por conseguinte, foi-se convertendo num sujeito trivial, vão, fútil, que aceita tudo mas carece de critérios sólidos na sua conduta. Nele tudo se torna etéreo, leve, volátil, banal, permissivo.

(…)

Não há no homem light entusiasmos desmedidos nem heroísmos. A cultura light é uma síntese insípida que transita pela classe média da sociedade, sem excitantes… tudo suava, ligeiro, sem riscos, com a segurança pela frente. Um homem assim não deixará marcas. Na sua vida já não há revoluções, dado que a sua moral se converteu numa ética de regras de urbanidade ou numa mera atitude estética. O ideal apático é a nova utopia, porque, como diz Lipovetsky, estamos na era do vazio."
[Enrique Rojas, O homem light - Uma vida sem valores, pp. 7-10]




"O final deste sistema de coisas

A humanidade (nós), chegou a um estado lamentável e miserável. O sexo se tornou arma de auto-agressão e de agressão ao outro. A fornicação, com todas as suas variantes e invencionices, transformou-se em um veículo de auto-destruição.
Fascinados pelo desejo e enganados pelo prazer, os seres humanos se entregam ao desenfreio e se atiram de cabeça no precipício, com a aprovação dos sexólogos e sempre convencidos de que estão indo muito bem.

Ninguém vincula o estímulo cada vez maior à "sexualidade livre" com os horrores da pedofilia, dos crimes sexuais e do estupro. Todos agem como se uma coisa não tivesse nada a ver com a outra, e a roda da destruição prossegue. Todos pensam em punir os pedófilos, como se eles nascessem de si mesmos, mas ninguém pensa em difundir uma cultura de castidade. Por todo lado estão os estímulos à sexualidade doentia, ao lado da paranóia com os crimes sexuais (masculinos, obviamente, já que não vemos ninguém paranóico com os crimes femininos).
O ser humano não sabe o que fazer com suas forças sexuais, está completamente desorientado. Se as reprime, desenvolve certas psicoses e perversões. Se as libera, desenvolve, igualmente, outras psicoses e perversões. Os conselhos dos pornógrafos, sexólogos, psicólogos, sacerdotes e pastores não adiantam nada, porque eles não sabem o que falam e falam do que não sabem. Todos buscam o prazer e querem "gozar", como se isso não tivesse um preço. Todos acreditam ser possível desfrutar de um prazer sem pagar o preço correspondente em dor. E o caos prosseguirá até a detruição da espécie.

Nossa espécie entrou em um ciclo de auto-extermínio. Tudo o que estamos fazendo visa nos destruir, nos varrer do mapa. Começamos pela destruição do sexo, que é o mais importante. A complementamos com guerras e detruição das condições ambientais. Catástrofes naturais, nucleares, biológicas e climáticas, epidemias e pandemias, hecatombes alimentares, genocídios e comoções sociais são o resultado da gigantesca roda que criamos para a nossa própria destruição.
Estamos empenhados em nosso próprio extermínio e o conseguiremos muito rapidamente. Ninguém poderá nos salvar de nós mesmos, de nossa própria monstruosidade.

O mais engraçado é que todos acreditam que possuem livre arbítrio, que possuem total controle de si mesmos, de seus desejos, sentimentos e condutas, ainda que o descontrole esparrame em suas caras. E todos acham que aqueles que erram o fazem porque querem, e não porque perderam há muito o controle sobre si mesmos. Há um nome para isso: loucura.
Todos estão loucos, a humanidade está louca e julga a loucura a partir de parâmetros loucos de normalidade. Ser normal é ser louco. Ser louco é ser mais louco ainda. Ninguém pode fazer nada: nem políticos, nem intelectuais e nem sacerdotes. Não há quem nos guie.
Estamos perdidos."

Postado originalmente por "Profeta"





...quem acompanha o que escrevo aqui sabe que existe sim uma saída para tudo isso... não sem um grande preço a se pagar, como tudo na vida. Mas o simples direito de escolha já traz um alívio inexprimível não é mesmo? pense.

2 comentários:

Anônimo disse...

Estava pensando... será que todos os problemas citados não tem um causador principal? Na minha opinião seria o egoísmo, ou egocentrismo. Por exemplo, o homem "light" nada mais é do que um cara que só está a fim de tirar o máximo de prazer momentâneo das coisas e das pessoas. O sexo, que deveria ser o momento de maior intimidade entre um homem e uma mulher, virou também um instrumento de prazer próprio. O estupro e a prática da pedofilia caminham nessa direção. Marcos, queria conversar mais com você sobre isso ^^
Bjão da Hibana

Anônimo disse...

''Temos a arte para não morrer da verdade''. Nieztche

Nú magrelo, faz muito tempo que não entrava aqui...

Honi, honi.
Obrigada por ontem.
Vamo combinar de sair de noite pra sentar na praça e prosear...