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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Dark Matter






'Dark matter flowing out on to a tape
Is only as loud as the silence it breaks
Most things decay in a matter of days
The product is sold the memory fades

Crushed like a rose
In the river flow
I am I know'

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Welcome to the real world






...algo nos mostra ao longo da vida que a busca incessante por prazeres realmente só traz dor e desilusão, e que o melhor modo de viver a vida é buscando o equilíbrio, a sabedoria e o suficiente em todas as áreas, e não o máximo que pudermos, como nos é ensinado por essa sociedade utópica, que cria para todos modelos estereotipados com padrões muito acima do médio, do normal e até do atingível, nos bombardeando com conceitos, imagens e informações que beiram o olímpico, mas que serão perseguidas posteriormente por humanos falhos, cheios de medos, inseguranças e fraquezas. Daí derivou a teoria narcísica de Freud que descreve perfeitamente o comportamento da sociedade hedonista e narcisista que vemos hoje minar os sonhos e todo o interior de seus seguidores.

sonhos, fantasias, padrões excessivamente elevados, esperanças demasiadas... pra que serviriam a não ser pra construir efusivas ilusões quebradas em desilusões? todos que já esperamos muito de algo, percebemos, ao conseguir o objeto de desejo, que a expectativa foi muito maior que a felicidade trazida pela realização.

Aqui vão algumas sábias palavras da obra de um homem que percebeu isso há um século e meio:

"...nunca se devem comprar prazeres à custa de dores, tampouco do risco, visto que isso seria pagar algo negativo e quimérico com algo positivo e real. Em contrapartida, há benefício em sacrificar prazeres para evitar dores. Em ambos os casos, é indiferente se as dores seguem ou precedem os prazeres. Não existe verdadeiramente loucura maior que querer transformar este teatro de misérias e lamentos em um lugar de prazer e buscar prazeres e alegrias, como tantos fazem, em vez de tratar de evitar a maior quantidade possível de dores. Há alguma sabedoria naquele que, com um olhar sombrio, considera este mundo como uma espécie de inferno, e não se ocupa senão de proporcionar-se um abrigo onde esteja a salvo das chamas. O tolo corre atrás dos prazeres da vida e colhe desilusões; o sábio evita os seus males. Quando, apesar desses esforços, não se consegue evitá-los, a culpa é do destino, não da própria tolice; porém, na medida em que o consiga, não será desiludido, porque os males que houver evitado são muito reais. Ainda que seu esforço em evitá-los tenha sido excessivo, sacrificando prazeres desnecessariamente, não perdeu nada realmente; pois todos os prazeres são ilusórios, e lamentar por sua perda seria mesquinho, e mesmo ridículo. A incapacidade – encorajada pelo otimismo – de apreender essa verdade é a fonte de muitas desgraças. Assim, nos momentos em que estamos livres de dores, desejos inquietos fazem brilhar à nossa vista as quimeras de uma felicidade que não tem existência real e nos seduzem a persegui-las; com isso atraímos a dor, que é indiscutivelmente real. Então lamentamos a perda desse estado de ausência de dor que, como um paraíso perdido, ficou para trás, e em vão tentamos reverter o que está feito. Parece que um espírito maligno, com visões de nossos desejos, ocupa-se constantemente em nos distanciar do estado de ausência de sofrimento, da felicidade suprema e real. O jovem irrefletido imagina que o mundo existe para ser desfrutado; que é a morada de uma felicidade positiva; que os homens não a alcançam porque são incapazes de superar as dificuldades. Sua crença é reforçada pelos romances e poesias, e por essa hipocrisia que o mundo exibe onde quer que seja e sempre em favor das aparências, assunto ao qual retornarei em breve. Daí em diante, sua vida é uma busca mais ou menos deliberada de uma felicidade positiva que, como tal, diz-se consistir de prazeres positivos. Não devemos esquecer os perigos aos quais se expõe nessa busca pela felicidade. Isso leva à persecução de coisas que não existem de maneira alguma e, em regra, acaba por conduzir a uma desgraça muito real e positiva, que se manifesta como dores, sofrimentos, enfermidades, perdas, cuidados, pobreza, desonra e outras mil calamidades."*


...a vida é bem simples, somos nós que a complicamos...





*retirado da obra "Aforismos para a Sabedoria de Vida" de Arthur Schopenhauer

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Won't you come out to play?





"Dear Prudence, won't you come out to play
Dear Prudence, its a brand new day
The sun is up, the sky is blue
It's beautiful and so are you
Dear Prudence won't you come out to play

Dear Prudence open up your eyes
Dear Prudence see the sunny skies
The wind is low the birds will sing
That you are part of everything
Dear Prudence won't you open up your eyes?

Look around round
Look around round round
Look around

Dear Prudence let me see you smile
Dear Prudence like a little child
The clouds will be a daisy chain
So let me see you smile again
Dear Prudence won't you let me see you smile?

Dear Prudence, won't you come out to play
Dear Prudence, its a brand new day
The sun is up, the sky is blue
It's beautiful and so are you
Dear Prudence won't you come out to play"






segunda-feira, 18 de maio de 2009

Inner Peace pt. II




Apenas complementando o post anterior... algumas linhas que se seguiram e entendi serem pertinentes:

"Assim, para a felicidade de nossa vida, aquilo que somos, nossa personalidade, é absolutamente primária e essencialTudo confirma que o subjetivo é incomparavelmente mais essencial à nossa felicidade e prazer que o objetivo, desde dizeres como Fome é o melhor tempero, Juventude e Idade não podem viver juntas, até a vida do gênio e o santo. A saúde sobrepuja os demais bens externos de tal forma que se pode dizer que um mendigo saudável é mais feliz que um rei enfermo. Um temperamento sereno e alegre, feliz em gozar de uma saúde perfeita, uma compreensão nítida, vivaz e penetrante, que vê as coisas corretamente, uma vontade moderada e suave, e, portanto, uma boa consciência – essas são vantagens que nenhuma
posição ou riqueza podem compensar ou substituir. Pois aquilo que um homem é por si mesmo, aquilo que o acompanha em sua solidão e aquilo que ninguém pode proporcionar ou subtrair, obviamente, lhe é mais essencial que tudo o que possui, ou mesmo ao que pode ser aos olhos dos outros. Um homem de intelecto, em completa solidão, encontra um excelente entretenimento em seus próprios pensamentos e imaginação, enquanto a contínua diversidade de festas, peças, excursões e diversões é incapaz de proteger um tolo das torturas do tédio. Um indivíduo bom, moderado, brando pode ser feliz em circunstâncias adversas, enquanto outro, ambicioso, invejoso e malicioso, mesmo sendo o mais rico do mundo, sente-se miserável. De fato, para o homem que desfruta da constante satisfação de uma individualidade extraordinária e intelectualmente eminente, a maioria dos prazeres perseguidos pela humanidade é simplesmente supérflua; são apenas um estorvo e um fardo. Assim, Horácio diz de si próprio:

Gemmas, marmor, ebur, Tyrrhena sigilla, tabellas,
Argentum, vestes Gaetulo murice tinctas,
Sunt qui non habeant, est qui non curat habere;


[Marfim, mármore, berloques, estátuas terrenas, pinturas, prataria, roupas tingidas de púrpura getuliana,
Muitos passam sem tais coisas, outros sequer se importam. (Epistulae, II.2.180.)]


e quando Sócrates viu vários artigos de luxo postos à venda, disse: Quantas coisas há no mundo das quais não preciso!

Assim, para a felicidade de nossa vida, aquilo que somos, nossa personalidade, é absolutamente primária
e essencial" Arthur Schopenhauer em sua obra: Aforismos para a Sabedoria de vida

Inner peace




Jamais entenderemos como algumas pessoas parecem não ter motivo algum para tal, mas são, de fato, surpreendentemente felizes e realizadas. A paz que vem do interior surpreende até o mais realizado dos homens e causa motivada inveja nos mais bem sucedidos. Algo que vem de nós? sim... Algo que depende somente de nós? não.

O fato de que o homem necessita de um complemento para sua anima é incontestável, e corroborado pelas escritas e experiências de diversos nomes que dispensam salvaguardas. O que mostra que o divino atua intrisecamente na realização plena do indivíduo, que deve por sua vez buscar que isso flua de dentro de si, e não para dentro de si.

["a causa da felicidade que provém de nós mesmos é maior que aquela proveniente das coisas"]
Metrodoro (primeiro discípulo de Epicuro)

A completude entre o interno e o externo deve ser guiada por preceitos básicos, de forma a eliminarmos do nosso redor, toda influência negativa que vá desviar de nosso foco o desejável, o puro, o louvável. Isso é possível diante de duas práticas: a primeira depende de uma escolha consciente pelos pensamentos que direcionam a mente exatamente para o foco desejado, de forma a construir em nosso interior um ambiente propício para a segunda prática, que é o processamento e interpretação das informações, estímulos e reações externas que são direcionadas a nós. É a forma de receber uma crítica, uma humilhação, um ataque psicológico ou físico, etc... Isso vem da capacidade e condição de cada um de interpretar as situações que porventura lhe acontecerem, e certamente, o homem que deseja superar isso deve estar preparado para tal, de antemão... nas palavras de Schopenhauer em seu livro "Aforismos para a Sabedoria de Vida", é dito:

"O mundo em que cada qual vive depende principalmente de sua própria interpretação desse e, assim, mostra-se diferentemente a homens diferentes; para um é pobre, insípido e monótono, para outro é rico, interessante e importante.
Por exemplo, apesar de muitos invejarem os acontecimentos interessantes que ocorreram ao longo da vida de um homem, deveriam, em vez disso, invejar seu dom de interpretação que imbuiu tais eventos com a significância que exibem enquanto os descreve. O mesmo evento que parece interessante ao homem de gênio seria somente uma cena monótona e fugidia do mundo corriqueiro quando concebida pela mente superficial de um homem comum."

Em suma, é preciso escolher ignorar e eliminar completamente (e não armazenar) o mal causado por essas influências, de forma a canalizar apenas o que é interessante para a construção do interior transformado, focado e direcionado para o bem. É claro, não é fácil de forma alguma ignorar completamente o que nos atinge, ou transformar isso em algo desejável. Assim como não é fácil amar quem nos dá motivos para odiar, ou escolher não ser indiferente ao sofrimento e à necessidade alheia. O meio mais efetivo a meu ver para atingir esse objetivo é a morte do ego, da necessidade de auto-promoção e auto-preservação. Claro que só é possível abandonar esse mecanismo natural de defesa uma vez que você o confie à divindade, que por sua vez tomará para si essa responsabilidade, esse fardo. Ao considerarmos o sacrifício feito por Jesus em sinal de remissão de todos os pecados e males já praticados e futuramente praticados pela humanidade, temos a chave que fecha com todo esse raciocínio. O que foi feito milhares de anos atrás produz frutos milagrosos na vida de quem se dispõe, ainda hoje. Isso é comprovado a cada dia pela minha própria vida e vivência, e pela de tantas pessoas ao meu redor.

Basta confiar, praticar e esperar.








"Todos estão confinados em sua própria consciência assim como estão confinados em sua própria pele." Arthur Schopenhauer

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Reach Out for the Light




Muita gente hoje guarda e alimenta muita coisa desnecessária dentro de si. Vemos pessoas gritando aos quatro ventos o que elas detestam, não suportam, não compactuam, etc...
confesso que já fui assim. Já fui de não aceitar o jeito dos outros, de não entender e absolutamente não me dar com certos pensamentos, atitudes ou situações. Mas foi quando aprendi a lidar com tudo isso sem repelir a tudo que me parecia desagradável, foi que as coisas se tornaram muito mais interessantes.

Eu era uma pessoa mais pesada nessa época, eu não entendia que quanto mais eu repelia certas cosias, mais elas eram impelidas e mim, e me afetavam. Isso passava a fazer parte de mim, mas de forma negativa, me causavam pesar, rancor, pensamentos degenerativos.
O que aprendi a fazer de alguns anos pra cá foi a respeitar todo tipo de pessoa, comportamento, pensamento ou o que quer que fosse. E com certeza dessa forma me tornei mais tranquilo, mais leve, menos suscetível a alterações de comportamento, humor e sentimentos por influência de terceiros.

Nunca me esqueci de uma aula de Direito Penal em que a professora Silvana nos explicou de fato, como é a vida e a história de uma pessoa que se senta na cadeira dos réus num tribunal do juri. Em como é ridículo e injusto pessoas que vivem numa realidade decidirem a pena de uma que nasceu, viveu e vai morrer em uma realidade completamente diferente. Apartir desse dia, aprendi a relativizar o que e como penso sobre as pessoas e as situações... cada mente um universo, cada coração, um motivo, cada vida, uma história.

Com isso aprendi que cada ação, de cada pessoa, não pode ser interpretada pela minha cabeça, que é construída pelas minhas experiências, minhas convicções e meus conceitos... seria muita pretensão minha querer interpretar com exatidão a ação de alguém que pode ter feito por motivos que me fogem completamente à razão ou à lógica. Enfim, aprendi a não pensar além dos fatos, e a nunca tirar conclusões conversando com metade das partes envolvidas em algo.

Aprendi a não condicionar em nada a minha vida à dependência de ações dos outros, até porque sempre detestei depender dos outros, ou mesmo deixar que atitudes alheias me influenciassem.
E a parte do rancor, é claro, só consegui superar completamente com a paz e o amor de Deus, ensinada por Jesus e praticada diariamente pelo Espírito Santo.

Desejo que mais e mais pessoas compreendam e vivam isso. amém.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Surrounded




"And walking to the window

He throws the shutters out
Against the wall
And from an ivory tower hears her call
let the light surround you

I know its easier to walk away than look it in the eye
But I had given all than I could take
And now Ive only habits left to break
Tonight Ill still be lying here
Surrounded in all the light"



É importante aprender viver em sintonia com o meio que nos cerca. Embora algumas pessoas
busquem algo mais que apenas passar o tempo e consumir os dias que lhes foram dados, outros procuram um sentido maior pra tudo isso.

Me lembro de ficar pensando no sentido da vida, do porque de existirmos, ainda bem jovem, com menos de 10 anos de idade... Aos 17 descobri grande parte das respostas ao conhecer a Jesus, a Deus e ao Espírito Santo. Tudo se encaixava, mas eu ainda via muitas pessoas perdidas mesmo tendo encontrado a luz. Se perdiam pois tentavam se separar do meio em que viviam, sendo que isso é impossível. O reino dos céus ainda virá, mas por hora, vivemos no mundo terreno, e precisamos aprender a lidar com isso. Se recluir num escudo religioso é como cultivar uma colônia de fungos num armário fechado, aquilo não pode subsistir por muito tempo, o mofo prolifera e logo sai porta afora.
O segredo do auto-conhecimento reside na oração, no tempo sozinho, no silência, na conversa com o Criador. Fazer isso num ambiente propício tem sido cada dia mais difícil... a regra hoje é a baderna, a gritaria, a confusão... a paz foge pelas frestas de cada porta de cada lar de cada família.

É hora de repensar, acalmar, raciocinar... buscar novamente o desabrochar da fantástica flor de ouro que traz sentido ao que precisamos...

Vivamos no mundo, mas em sintonia com a essência criadora, despimo-nos de tudo que nos confunde, nos afasta e nos ludibria... reach out for the light!



"O caráter vivo do movimento circular da luz (grande flor de ouro) significa justamente viver misturado com o mundo, mas em sintonia com a luz" Mestre Lu Dsu

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Uma carta...

...de uma mulher que aprendeu algo com a vida.




"Do mal, muito me veio de bem. Conservar a calma, nada reprimir, permanecendo atenta e aceitando a realidade - tomando as coisas como são, e não como eu queria que fossem - tudo isso me trouxe um saber e poder singulares, como nunca havia imaginado. Sempre pensara que, ao aceitar as coisas, elas me dominariam de um modo ou de outro; mas não foi assim, pois só aceitando as coisas poderemos assumir uma atitude perante elas. Agora jogarei o jogo da vida, aceitando aquilo que me trazem o dia e a vida, o bem e o mal, o sol e a sombra, que mudam constantemente. Desta forma, estarei aceitando meu próprio ser, com seu lado positivo e seu lado negativo. Tudo se tornará mais vivo. Como fui tola! Eu pretendia foçar todas as coisas, segundo minhas idéias!"

A morte do Eu






Muito se fala sobre as tendências contemporâneas... em suas diversas vertentes, as áreas de conhecimento atuais se resumem fundamentalmente na ciência, na psiquica, e na estética. Tudo em busca, principalmente hoje, da plenitude, da felicidade e do sentido.

Fato é que no final de tantas descobertas, o ser humano sempre acaba encontrando no amor a resposta pra tais indagações históricas. Todo ato do ser humano reflete-se numa forma de procurar ser amado, querido, ou uma manifestação positiva ou negativa consequente do amor ou de sua falta.

Semanas atrás tivemos uma série de estudos que falam sobre união, e consequentemente, amor. Foi dito que o amor é uma escolha, uma atitude. Concordo. Agora como conseguir escolher e efetivar com atos o amor aos que geralmente não amariamos? A Bíblia diz no livro de Mateus, a partir do verso 44:

"Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.
Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo?
E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo?"

De fato, que mérito pode haver em amar os que te amam, e tratar com doçura os que te afagam?
É o que digo quando falam: "ah, aquele ali é gente boa"... gente boa por gente boa todo mundo é, mas alguns só são com os que lhe interessam. Não vejo honra alguma nisso. É como diz a letra da música Misunderstood do Dream Theater:

"How can I feel abandoned even when the world surrounds me
How can I bite the hand that feeds the strangers all around me

How can I know so many
Never really knowing anyone"


Enfim... como amar então mesmo os que porventura não mereciam? Como passar por cima de todo orgulho e instinto de auto-preservação no sentido de fazer o seu dever mesmo que isso vá contra seu instinto, sua transpiração, seus sentimentos? Parece difícil... e é. Mas acredito ser um preço justo a se pagar para obter vitória sobre ações patéticas como rancor, ódio, vingança, remorso, e tantas outras.

A única forma efetiva de exercer isso que já consegui resultados satisfatórios é através da mortificação do ego, da negação do eu. É necessário deixar bem claro que não falo aqui de eliminar todas as suas pretensões, sonhos, direitos ou aspirações na vida; muito pelo contrário. É fazendo isso que é possível nos libertarmos do estigma do egocentrismo e alcançar o mundo e a liberdade consciente.
Só é possível passar a ter ações suficientes no sentido de promover e viver o amor ao próximo e transcender sobre sentimentos baratos como orgulho, martírio e maniqueísmo quando o sentimentalismo, o impulso e a emoção primal são sufocados e postos abaixo da obrigação do cumprimento do dever, que nesse caso, é o exercício da igualdade, do amor e do perdão.
Uma vez que compreendemos isso e mudamos completamente nossa forma de enxergar as coisas, as pessoas e as situações, sobrepondo a realidade sobre nossa compreensão limitada de mundo, somos finalmente capazes de entender com isenção coisas que se encontravam num patamar além do nosso alcance, quando andávamos cercados de ambições, desejos e vontades.

É com o trabalho de suprimir pensamentos, sentimentos e reações emocionais desnecessárias e destrutivas que conseguimos realizar a manutenção em nossa anima (alma, no sentido feminino, sensciente) e passamos a raciocinar e viver apoiados agora no logos (razão), para dessa forma termos condições de exercer o amor ágape, incondicional.

Nas palavras de Carl Gustav Jung tudo se resume:

"O homem civilizado considera-se naturalmente bem acima destas coisas. No entanto, não raro, passa a vida inteira identificado com os pais, com seus afetos e preconceitos, culpando impudicamente os outros pelas coisas que não se dispõe a reconhecer em si mesmo. E guarda também um remanescente da inconsciência primitiva da não-diferenciação entre sujeito e objeto. Por isso mesmo é influenciado magicamente por inúmeros seres humanos, coisas e circunstâncias, isto é, sente-se assediado de modo irresistível por forças perturbadoreas, muito apreciadas como as dos primitivos; do mesmo modo que estes últimos, necessia de encantamentos ou feitiçõs apotropaicos. Ele não manipula mais com amuletos, bolsas medicinais e sacrifício de animais, porém com soporíferos, neuroses, racionalismo, culto da vontade, etc."


(trecho tirado do livro milenar "O Segredo da Flor de Ouro" traduzido do chinês por Richard Wilhelm e comentado por C.G. Jung)