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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Undertow



Todos procuram uma resposta, alguma resposta.
Ainda que alguns escolham relegar suas vidas à pura inércia, mais cedo ou mais tarde serão inevitavelmente visitados por questionamentos que necessitam de uma resposta.
Os mais corajosos a buscarão por conta própria, os mais criativos inventarão uma resposta, e os mais covardes se esconderão dela.
Há ainda aqueles que nada podem fazer além de esperar por uma. É para estes que dedico esta canção, esta letra, essa lição.

http://www.4shared.com/file/25594365/b72e236a/Pain_of_salvation_Undertow.html






Undertow




Let me go
Let me go
Let me seek the answer that I need to know
Let me find a way
Let me walk away
Through the Undertow
Please let me go

Let me fly
Let me fly
Let me rise against that blood-red velvet sky
Let me chase it all
Break my wings and fall
Probably survive
So let me fly
Let me fly...

Let me run
Let me run
Let me ride the crest of chance into the sun
You were always there
But you may lose me here
Now love me if you dare
And let me run

I'm alive and I am true to my heart now - I am I,
but why must truth always make me die?

Let me break!
Let me bleed!
Let me tear myself apart I need to breathe!
Let me lose my way!
Let me walk astray!
Maybe to proceed...
Just let me bleed!

Let me drain!
Let me die!
Let me break the things I love I need to cry!
Let me burn it all!
Let me take my fall!
Through the cleansing fire!
Now let me die!
Let me die...

Let me out
Let me fade into that pitch-black velvet night




(...)







we belong together












'round and round it goes and again
oh I can't get it out of my head

wish I'd be a bird of prey
a pure and blessed
a hawk who could ease the pain

don't look back tell me
is it where you belong
a place in the dark
a song without hope
don't look back tell me
is it where you belong
I'll wait for an answer

so far...'


































.the truth is the truth, all you can do is live with it











quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A Síndrome de Don Juan






'Fica mais difícil entender os novos tempos, quando consideramos que as expressões ficar com... e sair com... significam a mesma coisa, apesar dos termos ficar e sair serem antagônicos.

Donjuanismo é uma expressão em desuso que veio à tona há algum tempo, depois do filme Don Juan de Marco, com Marlon Brando e Johnny Depp. O filme Don Juan de Marco foi escrito e dirigido por Jeremy Leven.

Don Juan é um personagem literário tido como símbolo da libertinagem. O primeiro romance com referência ao personagem foi a obra El Burlador de Sevilla, de 1630, do dramaturgo espanhol Tirso de Molina. Posteriormente Don Juna aparece em José Zorrilla com a estória de Don Juan Tenorio. A figura de Don Juan foi também cultuada na música, em obras de Strauss e Mozart, este último com a ópera Don Giovanni, composta em 1787. Outro paradigma do eterno sedutor é a figura de Casanova, conhecida pela autobiografia do veneziano Giovanni Jacopo Casanova.

Mas a figura do eterno sedutor continua atrelada à Don Juan, que aparece ainda na obra de Molière, em Le Festin de Pierre, no poema satírico de Byron chamado simplesmente Don Juan, no drama de Bernard Shaw, chamado Man and Superman.

Segundo Jung, para quem qualquer forma de arte, assim como os mitos, são veículos para a expressão do inconsciente coletivo, Don Juan pode representar nossos arquétipos (Walter Boechat - veja mais sobre o filme).Trata-se de um padrão de personalidade caracterizado por uma pessoa narcisista, enamorada , inescrupulosa, amada e odiada e que faz tudo valer para a conquista de uma mulher.

O donjuanismo representa um protótipo particular de comportamento humano, classificação esta estribada particularmente em valores culturais e morais. Não existe essa denominação no CID.10 ou DSM.IV, mas isso não significa, absolutamente, que pessoas assim deixam de existir.

Independente das interpretações psicanalíticas sobre o filme Dom Juan de Marco, interessa aqui apenas caracterizar um tipo de conduta atual; a inclinação que as pessoas têm para liberdade sexual explícita. A característica principal do que se pode chamar hoje de donjuanismo, seria uma forte compulsão para sedução, entretanto essa ocorrência não é isolada nem única na personalidade da pessoa, mas reflete sim uma estrutura social e comportamental especial.

Descreve-se o donjuanismo como uma personalidade que necessita seduzir o tempo todo, que aparentemente se enamora da pessoa difícil mas, uma vez conquistada, a abandona. As pessoas com esse traço não conseguem ficar apegados a uma pessoa determinada, partindo logo em busca de novas conquistas. As pessoas com essas características são os anarquistas do amor (Sapetti), tornando válidos quaisquer meios para conquistar, entretanto, os entimentos da outra pessoa não são levados em conta. Aliás, Foucault enfatiza essa questão ao dizer que Don Juan arrebenta com as duas grandes regras da civilização ocidental, a lei da aliança e a lei do desejo fiel.

Em psiquiatria clínica, entretanto, a despeito do aspecto contestador que Foucault quer ver nessa atitude, o desprezo para com o sentimento alheio pode ser critérios para o diagnóstico de Sociopatia ou Personalidade Anti-Social. Para o donjuan só interessa o instante do prazer e o triunfo sobre sua conquista, principalmente quando a presa de seu interesse tem uma situação civil proibida (casada, freira, irmã ou filha de amigo, etc).

Normalmente essas pessoas ignoram a decência e a virtude moral mas seu papel social tenta mostrar o contrário; são eminentemente sedutores. Sobre essa característica o escritor Carlos Fuentes, alega ao seu Don Juan a frase: "Porque nenhuma mulher me interessa se não tiver um amante, marido, confessor ou Deus, ao qual pertença ...".

O aspecto de desafio mobiliza o donjuan, fazendo com que a conquista amorosa tenha ares de esporte e competição, muitas vezes convidando amigos para apostas sobre sua competência em conquistar essa ou aquela mulher. Não é raros que esses conquistadores tragam listas e relações das mulheres conquistadas, tal como um troféu de caça.

Por outro lado, segundo Kaplan, deve haver significativos sentimentos homossexuais latentes desses indivíduos. Esse autor considera que, levando para a cama a mulher de outro, o donjuan estaria inconscientemente se relacionando com o marido, motivo maior de seu prazer. Tanto que é maior o prazer quanto mais expressivo é o marido ou namorado traído.

O narcisismo (traço feminóide) dessas pessoas é uma das características mais marcantes, ao ponto delas amarem muito mais a si mesmas que a qualquer outra pessoa conquistada. Outros autores acham o donjuanismo um excesso do complexo de Édipo, ou fixação na mãe, já que muitos deles não constituem família com nenhuma de suas conquistas e acabam vivendo para sempre com suas mães.

Nos casos mais sérios a inclinação à sedução pode adquirir caráter de verdadeira compulsão, tal como acontece no jogo patológico. De certa forma, a conquista compulsiva do Donjuan serve-lhe para melhorar sua sensação de segurança e auto-estima, entretanto, uma vez possuído o que desejava, já não o deseja mais. Em alguns casos o Donjuan começa a se desestimular com a conquista, quando percebe que a mulher conquistada já está apaixonada por ele, ou ainda, pode nem haver necessidade do ato sexual a partir do momento em que ele percebe que a mulher aceita e deseja o sexo com ele. Por outro lado, se a mulher é indiferente ou não cede à sua sedução, o Donjuan se torna mais obstinado ainda.

Não será totalmente lícito dizer, como dizem alguns, que o Donjuan se diverte com o sofrimento alheio. Na realidade parece mais que seja insensível ao sentimento alheio do que tenha prazer com ele. De fato, parece que eles não experimentam com o amor o mesmo tipo de sentimento que as demais pessoas. O amor neles é um sentimento fugaz, passageiro e que, continuadamente, tem o objeto alvo renovado. Se algum déficit pode ser apurado na personalidade do Donjuan, este se dá no controle da vontade.

Apesar dessa compulsão à sedução, isso não significa que a pessoa portadora de donjuanismo seja, obrigatoriamente, mais viril ou mais ativo sexualmente. A contínua sedução do donjuan nem sempre se dá às custas de um eventual desempenho sexual excepcional mas sim, devido à habilidade em oferecer sempre às mulheres tudo aquilo que elas mais estão querendo. Nesse sentido, todos eles são sempre muito inconstantes, desempenham papeis sociais sempre teatrais e exclusivamente dirigidos à satisfação de suas conquistas, por isso fazem sempre o tipo "príncipe encantado", tão cultuado pelo público feminino. Eles têm habilidade em perceber rapidamente os gostos e franquezas de suas vítimas e, são igualmente rápidos em atender as mais diversas expectativas.

Há quem considere como uma das características fundamentais da personalidade do donjuan uma acentuada imaturidade afetiva. O aspecto volúvel e responsável pela constante troca de relacionamento pode ser indício dessa imaturidade afetiva e indica, sobretudo, uma completa carência de responsabilidade ou medo de assumir os compromissos normais das pessoas maduras (casamento, família, filhos, etc.).

"Ficar com..."

"Ficar com...", "sair com...", "namorix", são termos atualmente usados para designar a atitude de se relacionar sexualmente (com penetração sexual ou não), fortuitamente, fugazmente e sem nenhum compromisso de continuidade. Este relacionamento é fortuito porque não implica, obrigatoriamente, em nenhuma combinação ou contrato prévio, é fugaz devido à provisoriedade da união. Não há compromisso de continuidade porque, ao menor sinal de interesse de um dos envolvidos no sentido de continuar, a relação se desfaz e é evitada (diz-se que fulano(a) não é legal porque pega no pé). Nessa nova modalidade de relacionamento não há envolvimento amoroso, não há cobrança de compromisso e os objetivos se concretizam e se esgotam no orgasmo ou na despedida, normalmente com satisfação bilateral.

A mulher começou a expandir significativamente sua sexualidade depois da disseminação do uso da pílula anticoncepcional, nas décadas de 60-70, e a inconseqüência sexual que antes era monopólio dos homens, também passou a ser experimentada por ela. Descobriu-se que o prazer podia ser bilateral e, a partir daí, deixou-se de falar que fulano se aproveitou de fulana; ambos se aproveitam.

A atitude de "Ficar com..." é diferente daquilo que se entende por donjuanismo porque não implica numa verdadeira conquista. "Ficar com..." é uma afinidade recíproca, e um não conquista o outro porque ambos estão, decididamente, com o mesmo objetivo em mente.

Se no donjuanismo a insensibilidade e menosprezo para com o sentimento alheio são a marca do diagnóstico, "ficar com..." implica, em essência e caracteristicamente, na ausência de sentimentos mais profundos de ambas as partes. Assim sendo, não havendo sentimentos profundos, não há o que menosprezar.

Conseqüentemente e decididamente, entre a população adepta do "ficar com..." não há espaço para o Donjuan. Nesse meio ele não encontra sua presa, já que as mulheres não preenchem os requisitos de candidatas. Aqui as mulheres, como se diz, estão a fim, não costumam ser comprometidas, não são conquistadas, uma vez que o conluio é também o objetivo delas, portanto, a compulsão do Don Juan se desfaz ante a ausência do desafio.

Donjuanismo Feminino

Mas, mesmo com a moda do "ficar com..." e com a maior liberalidade feminina o donjuanismo não desapareceu. Antes disso, atualmente já pode ser possível observá-lo entre as mulheres. Embora num campo da ação muito mais restrito, o donjuanismo continua fazendo suas vítimas sentimentais; agora, femininas e masculinas.

Não há designação satisfatória para descrever a mulher que preenche os requisitos do donjuanismo, mas elas existem indubitavelmente. São também pessoas movidas pela compulsão da conquista do outro, pela inclinação ao relacionamento impossível, seja com homens mais velhos ou muito mais novos, casados, padres, enamorados de outras mulheres, enfim, pessoas que oferecem alguma condição de desafio.

No donjuanismo feminino, tanto quanto no masculino, não há necessidade invariável de concluir a conquista através do ato sexual. Basta a mulher perceber que o objeto da conquista está, digamos, aos seus pés, que a motivação para continuar o relacionamento se desvanece.

Representação Cultural do Donjuanismo

Evidentemente o mito de Don Juan pode epresentar um ideal masculino e, em alguns segmentos culturais, também um ideal feminino. A conquista como reforço da auto-estima pode, durante alguns momentos da vida ou em certas circunstâncias afetivas, ser eficiente. Entretanto, sendo a personalidade mais bem estruturada, a atitude conquistadora acaba mais cedo u mais tarde.

Outra característica que diferencia as conquistas circunstanciais, apesar de múltiplas, do donjuanismo, é a ausência de consideração para com os sentimentos alheios que sempre está presente neste último. Nas conquistas múltiplas e circunstanciais a pessoa tem boa noção e crítica sobre os eventuais transtornos sentimentais causados nas pessoas conquistadas e, em seguida, abandonadas. Evidentemente a existência da atitude de Don Juan só existe em decorrência da existência da vítima, ou seja, o Don Juan só tem sucesso passando-se por príncipe, encantado enquanto houver mocinhas em busca de príncipes encantados.

O Don Juan nunca é uma pessoa absolutamente normal, trabalhadora e submetida às angústias do cotidiano como qualquer um, nunca é uma pessoa que sofre as limitações costumeiras da falta de dinheiro, do tédio da monotonia da vida e coisas assim. Normalmente o papel do Don Juan é excêntrico e exótico, ele é de fato o que sonham as mocinhas incautas.

Psicopatologia:

- Seria o donjuanismo uma doença?
- Seria uma doença, merecedora de tratamento ?

Considerando o critério estatístico, aquele que constata a normalidade ou não-normalidade tomando como base a ocorrência estatística do fenômeno, podemos dizer que o donjuanismo não é normal (maioria dos homens não são assim).

Mas, a maioria dos homens não é assim? Não conquistam? Não se arriscam a novos relacionamentos?

Na realidade, a diferença está no fato de que a expressiva maioria dos homens não é destituída de consideração para com o sentimento dos outros, mais especificamente, podemos dizer que a maioria os homens se mobiliza com o sentimento das mulheres.

Mas, em psiquiatria ou na medicina geral, ser não-normal não significa, obrigatoriamente, ser doente. Para ser objeto de atenção médica é necessário que essa não-normalidade implique num aspecto de morbidez, ou seja, implica na necessidade de sofrimento da pessoa ou de terceiros. Então, o donjuanismo poderá ser objeto de atenção médica na medida em que produz sofrimento.

Dentre os quadros classificados no DSM.IV e na CID.10, alguns critérios encontrados no Donjuan podem também ser encontrados no Transtorno Dissocial da Personalidade, da CID.10, ou em seu correspondente no DSM.IV, Transtorno Anti-social da Personalidade.

Entre os critérios do DSM.IV para o Transtorno Anti-social da Personalidade temos os seguintes:
Critérios para 301.7 - Transtorno da Personalidade Anti-Social

A. Um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
(1) fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção
(2) propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer
(3) impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro
(4) irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas
(5) desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia
(6) irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras
(7) ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa.
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
C. Existem evidências de Transtorno da Conduta com início antes dos 15 anos de idade.

Entre esses critérios do Transtorno Anti-social da Personalidade, o Donjuan puro e sem outra patologia poderia cumprir os itens 1, 2, 3 e 7. Não mais que isso e, talvez isso não seja suficiente para alocar essas pessoas nessa classificação. Normalmente elas trabalham, não costumam ser irritáveis e agressivas, não desrespeitam a segurança própria, etc.

Entretanto, sob o código 302.9 do DSM.IV há o chamado Transtorno Sexual Sem Outra Especificação. Diz lá, que esta categoria é incluída para a codificação de uma perturbação sexual que não satisfaça os critérios para qualquer transtorno sexual específico, nem seja uma Disfunção Sexual ou uma Parafilia. Cita como exemplos o seguinte:

1. Acentuados sentimentos de inadequação envolvendo o desempenho sexual ou outros traços relacionados a padrões auto-impostos de masculinidade ou feminilidade.
2. Sofrimento acerca de um padrão de relacionamentos sexuais repetidos, envolvendo uma sucessão de amantes sentidos pelo indivíduo como coisas a serem usadas.
3. Sofrimento persistente e acentuado quanto à orientação sexual.

Nosso Don Juan poderia ser incluído no item 2 desse diagnóstico mas, mesmo assim, fica meio vago e pouco preciso pois, em nosso caso, o sofrimento seria mais por conta das vítimas do Don Juan que dele próprio e isso não está claro na descrição do DSM.IV.

Conclusões

A impressão (falsa) que se tem sobre o donjuan é que, assim como é bem sucedido nas conquistas amorosas, também deve sê-lo em relação aos demais aspectos de sua vida. Entretanto, apesar dessas pessoas dominarem muito bem a arte da conquista do sexo oposto, elas não costumam ter a mesma habilidade em outras áreas da atividade humana; ocupacional, empresarial, estudantil ou mesmo familiar.

A trajetória de sua vida nem sempre resulta num final satisfatório. Normalmente as pessoas com esse perfil de personalidade acabam por não se fixarem com nenhuma companhia mais seriamente, não constituem família e acabam se aborrecendo quando constatam que não têm mais facilidade para conquistar mocinhas de 20 anos quando já estão na casa dos 60. Além disso, muitas vezes acabam ridicularizados por essas tentativas totalmente fora do contexto.

Além disso, eles podem atravessar períodos de grande angústia na maturidade quando se dão conta de que todos seus amigos estão casados têm família e eles já não podem desfrutar de tantas companhias femininas como outrora.

Tendo-se em mente a natureza constitucional do donjuanismo, ou seja, considerando ser este um defeito do caráter, o tratamento mais eficiente deve ser pleiteado para as intercorrências emocionais que acometem o paciente por conta da situação vivencial em que se encontra e não, diretamente dirigido à essa característica da personalidade.

para referir:
Ballone GJ - Síndrome de Don Juan e "Ficar com" - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2004.'

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Mistério do Áureo Florescer






Uma das maiores tendências dos tempos atuais é ver pessoas buscando alegria, felicidade, prazer, realização de sonhos. A pergunta que nunca deixa de estar em primeiro plano é: Como atingi-los?
Mas antes dessa pergunta, urge que uma outra seja respondida: Porque eu quero isso?

A fonte dessas aspirações de vida pode estar longe de ser do tipo que traz águas que matam a sede, ou da água que dá ainda mais o que deveria suprir. Creio que ninguém ficaria contente ao sentir sede e receber um pedaço de paçoca na boca.

O que fazer para reconhecer a procedência de uma água e qual a sua real natureza? Analisá-la.
Mas transpondo isso para o aspecto da vida prática creio que levaríamos algumas centenas, pra não dizer milhares de anos. Essa é sem dúvida a má notícia. A boa é que muitos homens já fizeram grande parte desse trabalho ao longo da história. Sim, a sede pela água milagrosa não é uma busca contemporânea, de forma alguma... Mas como tudo que possui grande valor é conquistado após grande esforço, essas respostas não estão condensadas de uma forma única, e sequer são de fácil compreensão por qualquer que coloque as mãos nos escritos que iluminam a alma.

As respostas que saciariam a condicionada sede humana fazem parte de experiências, lições e sacrifício de incontáveis vidas, por incontáveis anos. É um preço alto e talvez ainda sim injusto a se pagar por isso. Lendo os diversos evangelhos, ou escritos orientais e hindus, temos uma quantidade impressionante de convergências no que concerce a práticas mentais, perfis comportamentais, ideologias a serem adotadas, e mais um turbilhão de devaneios e distorções de um caminho simples.

Contudo, a aplicação de algo simples se torna demasiadamente complicada quando falamos de vidas, almas, mentes que são tão diferentes como a constituição física de cada floco de neve que já desceu dos céus. É por isso que vemos uma diversidade incrível de seitas, grupos, religiões e sociedades secretas que teoricamente (ou aparentemente) buscam a mesma coisa. Aprimoramento, redenção, salvação, harmonia, paz, fraternidade. Alguns seres humanos se mostram invariavelmente incompatíveis com essa ou aquela doutrina, com esse ou aquele ditame comportamental, não importando o quanto se esforce para se adequar ao propósito.

São particularidades que inviabilizam a uniformização dos ensinamentos estabilizadores do eu absoluto, devendo as mesmas serem previamente expostas, com a maior dose de honestidade e desapego ao ego possíveis. Somente dessa forma é possível olhar para o que temos de mais bem guardado, ou propositalmente escondido, e dessa forma iniciar o penoso, porém inigualavelmente compensador trabalho manutenção do ser. Um ser cercado por dogmas, máximas, proibições infundadas ou vaidade exacerbada, pode infelizmente tentar mexer em si mesmo durante toda a vida, mas certamente não conseguirá nada além de arranhar sua própria superfície, criada pelo próprio ser, numa tentativa vã de proteger-se do sofrimento causado pelo simples ato de viver.
Tentar poupar-se dos estigmas causados por erros, decepções e desilusões é furtar-se da busca por uma alma forte, de um espírito completo. Toda queda é plataforma para uma grande ressureição, desde que o corpo e a mente estejam conscientes e fortes o suficientes para alçar tal voo.

Muitas outras questões que avassalam a quase todos tem origem em ações vindas de si mesmo, frutos de consequências impensadas ou mesmo desconhecidas, e um consequente despreparo no trato das mesmas. E quão árdua é a tarefa de reconhecer isso, para os que se revestem de uma armadura de autopiedade ou religiosidade, encontrando sempre um terceiro sob o qual recairá erroneamente a responsabilidade sobre qualquer tipo de fiasco? A consciência pode se sentir livre, mas o espírito permanece perturbado, e a paz, distante. Pois que mérito haveria no salvador de uma vítima colocada em perigo por si mesmo? Ou que honra haveria numa vitória sobre um adversário criado pelo próprio guerreiro? Isso não é evolução, não é aprendizado, e sim como o cão que anda em círculos diversas vezes antes de despejar no solo suas necessidades. Que sentido há em pessoas que não conseguem dominar nem a si mesmas em situações banais, mas ainda assim querem educar filhos, ensinar outras pessoas, dirigir comunidades,fiscalizá-las, ou ainda ditar regras gerais para o mundo?

O Segredo do Áureo Florescer é acompanhado da plenitude física, psíquica e espiritual, e jamais poderá ser sequer vislumbrado, sem que o desenvolvimento dessa tríplice que une o humano ao divino. Muito pouco se pode fazer nesse sentido quando vivemos cercados de tumúltuo, pressa e desconcentração, trazidos por uma sociedade iminentemente emocional, irracional, com todas as suas cores, formas, sons e informações sem filtro algum. Cidadãos que se acham livres e almejam a felicidade, na verdade se encontram atados como marionetes, sempre contemplando a longa distância tudo o que desejam, mas raramente chegando sequer a tocar no objeto de afeição. E ainda que consigam essa façanha, não atingem nada além da decepção, por perceber que tudo aquilo não passava de um jogo de fumaça e espelhos, onde a verdadeira realização encontrava-se no lado oposto.

Como veio o homem e se distanciar tão demasiadamente de sua essência primordial?
Que valor há hoje em caminhar descalço sobre a terra, ou sair na chuva para sentir aquele incomparável cheiro de renovo, de vida? Ou mesmo observar descompromissadamente o intenso e ofuscante brilho das estrelas numa noite de verão? Onde foram parar as atitudes e pensamentos básicos que nos tornam diferentes de qualquer animal que vive por instinto, para satisfazer seus próprios ímpetos? Como podemos nos vangloriar de um cérebro tão avançado se retrocedemos a ponto de usá-lo somente para satisfazer nossos desejos egoístas e pequenos, não pensando no todo, no maior? Que tipo de ser é esse que tem a capacidade de tornar o planeta onde vive um lugar maravilhoso, pleno, frutífero e harmonioso, mas consegue ser o pior parasita que essa Terra já conheceu?

É hora de parar. Ir contra a orientação de tudo e todos... e parar.
Sem reflexão toda e qualquer ação conduz à desgraça.
É hora de lembrar do nosso papel, e apressarmo-nos a cumpri-lo em primeiro lugar.
Ocupando-nos do dever, não porque depois teremos invariavelmente alguns direitos... Mas simplesmente porque é o que deve ser feito.

Que cada um aprenda a se conhecer, assim, poderá conhecer também a verdadeira liberdade.











earth.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Características do Homem Metropolitano





1. cinismo, desinteresse pelos grandes problemas interrogativos do homem;

2. ausência da dúvida;

3. espírito folgazão;

4. jargão cheio de molequismo como meio de linguagem;

5. falta constante do espírito de conservadorismo, sob qualquer aspecto;

6. necessidade imprescindível de encher o vazio interior com divertimentos mais violentos, excitantes mais rápidos;

7. pouca elegância nas maneiras; tendência para o chiste, para o humor, o trocadilho;

8. tendência às exterioridades, manifesta mais intensamente na busca do vestiário;

9. pretensão de superioridade sobre o provinciano que lhe serve de motivo de ridículo, sobretudo quanto às virtudes que este possui e que são olhadas pelo metropolitano como reminiscências de épocas ante riores que ele julga já ultrapassadas;

10. aumento do esquerdismo nas massas; na arte é atraído pelo temporal, pelo passageiro, pelo epidérmico;

11. não compreende mais arte pela arte; dissociação dos sentimentos nobres que eles os eiva de interesses e de lucros próximos;

12. ausência do heroísmo desinteressado;

13. gosto pela literatura leve, pelo romance em vez do ensaio, pela novela em vez do estudo; - ausência de ideais excelsos, substituídos pelas ânsias de vitórias materiais;

14. volubilidade crescente;

15. radicalização às ruas: “Tenho asfalto na alma...”;

16. nova concepção utilitária do amor;

17. transformação do casamento em companheirismo;

18. transformação do sentido provinciano da mulher;

19. tendência para maior liberdade sexual;

20. aumento da neurastenia e doenças nervosas;

21. modificação degenerativa de todos os sentimentos;

22. diminuição do sentido do destino, do signo, para incremento do sentido de causalidade;

23. redução dos instintos por uma padronização consciente normativa de um “modus-vivendi”;

24. maior tensão e vigília na vida;

25. mais vazio nas almas; artificialização crescente da vida e da criação consciente;

26. predomínio da moda, que segue num ritmo cada vez mais rápido;

27. instalação do provisório em suas construções e obras de arquitetura e consequente espírito de “moda”, na arte, com o envelhecimento precoce dos seus ídolos;

28. instalação de crenças variadas, com codificações de cunho típico metropolitano;

29. maior ingenuidade na aceitação dos fatos e nos divertimentos;

30. maior atração pela luz e pelo movimento;

31. mais crescente o sentido de morte nas obras humanas metropolitanas, que trazem sempre o gérmen da destruição;

32. completa ausência do sentido de reversibilidade do tempo, consciência mais forte da hora que passa, do segundo que passa;

33. gosto pelas coisas “exquises”, instauração da música de sons vitais e do ritmo mais sexual; - predominância no consciente dos problemas de ordem sexual;

34. aumento do “taedium vitae”;

35. maior fixação íntima da cidade que nunca abandona o metropolitano, mesmo quando ausente dela;

36. instalação do herói citadino, de brilho rápido, que se salienta por qualquer realização provisória como esportistas, políticos, locutores de rádio, aviadores, etc;

37. maior desagregação dos elementos raciais, para dar nascimento a um tipo comum; ausência de espiritualismo, com crescente desenvolvimento de doutrinas de fundo causal, científico; - divinização do dinheiro em contraposição ao sentido econômico rural dos bens;

38. infecundidade física e espiritual;

39. ausência de angústia quando se vê o último de sua família, sem possibilidade de perpetuação;

40. redução da natalidade, ao princípio como consequência de ordem econômica, finalmente formando o espírito do homem citadino;

41. redução do instinto maternal das mulheres, que passam bruscamente da meninice para a maturidade;

42. ausência do brinquedo ingênuo, infantil; espírito emancipativo das mulheres;

43. uniformização da urbanística metropolitana, entre si, entre as grandes cidades;

44. a música, a literatura, e a pintura e a escultura assumem um caráter profissional;

45. ausência do estilo e instalação do gosto;

46. desaparecimento dos costumes para dar lugar às maneiras de comportamento;

47. desaparecimento do traje popular pela influência de uma moda variável;

48. ânsia de imposição do estilo metropolitano sobre as partes ainda não conquistadas;

49. ânsia de imposição de formas genéricas para o domínio no mundo inteiro;

50. aumento crescente do agnosticismo como atitude filosófica, como posição mais fácil para enfrentar as grandes e eternas perguntas;

51. a originalidade como signo de decadência; nas metrópoles, na ânsia de originalidade, “Os homens excelsos não são originais”.






In: Páginas Várias, Mário Ferreira dos Santos.
apud Renan.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sex and The City Leftovers


por Jack Deth,

"Abri esse tópico para falar de uma reportagem que vi uma vez no canal CNN sobre o seriado “Sex and the City”.

A razão desse tópico é mostrar que essa imagem de “mulher moderna e independente” é pura bobagem e que esse papo que elas estão “felizes” é balela. E farei isso falando sobre a reportagem que eu vi, infelizmente não tenho link por que foi na TV a cabo que eu vi. Por isso darei um resumo da reportagem para vocês.

Basicamente a reportagem mostra que “Sex and the City” é totalmente fora da realidade. A equipe de reportagem comparou a vida de Carrie (a protagonista de Sex and the City) e suas amigas com a vida da mulher mediana americana.

Para demonstrar como é fantasioso “Sex and the City” a reportagem mostra, por exemplo, um episódio onde Carrie(lembrem-se que ela supostamente é a típica mulher de classe média) quer comprar sapatos da marca “X”(esqueci a marca). Comprar sapatos é normal, exceto que a equipe mostra que os tais sapatos, para serem comprados, custam nada menos que um ANO INTEIRO de salário de uma mulher de classe média, ou seja, é sapato para a Paris Hilton comprar.

Outro ponto interessante é em relação aos dates (encontros). A maioria das mulheres, quando arruma um encontro com um homem, não deseja ver o cara de novo (segundo a reportagem é por que mulheres estão atrás do "Big" - apelido do interesse amoroso macho-alfa de Carrie em “Sex and the City”- e que “big” é tão irreal quanto uma mulher de classe média comprar a marca de sapato que a Paris Hilton usa).

A reportagem também mostrou, por meio de estudos, que mulheres de carreira estão entre um dos principais grupos consumidores de anti-depressivo e que o consumo é maior nas mulheres de 35 a 45 anos.

Também havia entrevistas com terapeutas onde eles contam que o numero de mulheres invadindo seus consultórios aumentam bastante nos últimos anos e que o problema é quase sempre o mesmo: solidão e dificuldade de arrumar um parceiro.

Interessante também é a parte das entrevistas com espectadoras de “Sex and the city”.

Os comentários eram do tipo “eu queria ser a Carrie e ter vários homens interessantes atrás de mim, mas estou sozinha”, “queria freqüentar as festas e baladas que Carrie freqüenta”, “queria ter dinheiro para comprar as roupas que Charlotte(uma amiga de Carrie) usa”, “queria ser bonita que nem samantha(outra amiga de Carrie)” e por ai vai.

Uma socióloga resumiu bem “Sex and the City” dizendo: “Sex and the City mostra a vida que as mulheres GOSTARIAM de ter, não a vida que elas tem DE FATO.”

Em outros termos: “Sex and the City” é para as mulheres o que filmes tipo “Duro de Matar” são para homens. Todo homem gostaria de ser o Bruce Willis e matar 300 terroristas com um revólver com 6 balas.

A diferença é homens sabem que Duro de Matar não é real, mulheres parecem não perceber isso sobre “Sex and the City” ou qualquer outro filme/seriado de “mulher moderna”."



Portanto, muito cuidado com o que você vê. Toda e qualquer coisa que entra pelos olhos fica armazenado de alguma forma no cérebro, que não separa informações "boas" de "más", esse controle só é feito na hora de efetuar ações relacionadas ao tema anteriormente absorvido. E nem preciso dizer que quanto mais exemplos negativos existentes no subconsciente, maior a chance de que a pessoa aja seguindo aqueles padrões num momento de maior pressão ou descontrole. Até porque todos sabem que a boca fala do que o coração está cheio. E um coração cheio de coisas frívolas, desnecessárias, ou mesmo inúteis, ainda que despretensiosas, terá uma dificuldade extrema de produzir sabedoria e vida.

fikdik

Ano novo... mas só o ano?


'but now, no matter what I say, just look at the Fireworks!'



Enfim começa o último ano da primeira década do tão esperado novo milênio!
Como em toda virada de ano muita festa, comida, esperança, espectativas em alta.
Por todos os lados podemos ouvir fogos de artifício flamejando pelo céu, reacendendo a chama das resoluções mais otimistas para o ano que se inicia.

Por muitas razões as pessoas tem mesmo o que comemorar. A própria vida é uma razão incontestável de constante celebração e gratidão. Embora muitas delas venham sendo tomadas cada dia mais por causas naturais e fenomenológicas, o que preocupa no entanto, são as tomadas injustamente, ou por "acidentes", que nada mais são do que consequências da imprudência de tantos. Os fins definitivamente não justificam os meios quando se fala de vida. Mas quem se importa com isso, afinal é ano novo, começamos mais uma fase da vida, marcada por luzes, cores e sentimentos. Me pergunto se é de mais sentimentos que precisamos, num mundo em que tudo é movido pelo impulso, pela emoção, pelo pavio interno que é consumido dando lugar a uma torrente de hormônios e enzimas que produzem sensações que fazem cair por terra toda a nossa estrutura.

Digo isso pelo fato de que mais vale hoje ter uma violenta dose de prazeres do que tomar uma atitude consciente, ponderada, medida e racional. Digo isso pois o mundo está saturado do amor explosivo e carente, muito carente do amor de atitude, vindo de uma escolha. Esse amor não se curva diante de decepções, desilusões, não busca o próprio interesse e não aceita ser inebriado por malversações do cotidiano. E ainda digo que não basta o amor, se ele não vier acompanhado de base, atitude, estrutura. Os jornais trazem cada dia mais e mais notícias impressionantes de falta de amor, falta de humanidade no coração das pessoas, que agora começam a brincar de voodoo humano umas com as outras, ignoram laços de sangue, de afetividade, se esquecem de onde vieram e para onde vão. Ao passo que eu mesmo já não consigo contar quantas tentativas vãs de implantar uma suposta fraternidade no coração das pessoas tenho visto ultimamente. Talvez o que precisamos seja de uma atitude, uma postura, e não de mais comoção e lágriamas escorrendo pelas telas de plasma.

O exemplo já nos foi dado. Nos emocionamos e criamos sentimentos e depois disso, atitudes, por muito menos hoje em dia. Alguém abriu seus braços para o mundo sabendo que só receberia o pior dele. E não quem merecia, mas pelo contrário, quem menos merecia, dentre todos que já tocaram a superfície desse planeta.

Acordaivos irmãos! O reino dos céus é um presente demasiado precioso para os que se renegam diante das suas responsabilidades, colocando seus egos e a posição de comodidade acima dos demais. Que tipo de homem consegue sentar-se em seu trono posicionado sobre as cabeças de milhões de outros homens? Quantos mais precisarão aprender do jeito mais difícil... É tão difícil assim entender?

Pensemos em algo maior que a própria satisfação, pois garanto que ninguém precisa disso pra viver... se formos pensar friamente, o ser humano é o único animal que requer para si o direito de ser feliz... todos os outros se contentam apenas em existir. Talvez isso os permita viver em paz e equilíbrio uns com os outros, e todos com a natureza. Na sede cega pela realização de nossos desejos insólitos acabamos com a harmonia que deveria existir entre todos os seres e seu habitat natural.

A ciência tem se desenvolvido numa velocidade espantosa... novas formas de enegia, fusão atômica, teletransporte de micropartículas, acelerador gravitacional de antimatéria, máquina do tempo, cyberchips, nanotecnologia... tudo isso já deixou de integrar as mentes mais ousadas de diretores de cinema. As artes da mesma forma, não tem mais para onde se desenvolverem entre formas, cores, sons, cheiros, medidas, texturas... Mas o que será das ciências humanas no novo século do novo milênio? Talvez já esteja passando da hora de equilibrar a balança que pende violentamente para o lado da satisfação de desejos e necessidades irreais se consecução de emoções diversas, hedonismo, e voltarmos à linha de pensamento deixada por Kant, Dostoiévski, Weber e Goethe.


...um sonho será sempre um sonho de não acordarmos a tempo de realizá-lo.











'Oh Lord
Oh Lord
Won't you hear a sinner's prayer
Oh Lord

Oh Lord
Oh Lord
Won't you help me find the way
When I'm lost and lead astray
Oh Lord

Oh Lord
Oh Lord
Won't you help me to stay humble
Oh Lord

Oh Lord
Oh Lord
Won't you help me be an ocean
Help me bend to stay unbroken
Oh Lord

Save me, I'm drifting
Help me, I'm drifting

Oh Lord...
Oh Lord...
Oh Lord'