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sexta-feira, 21 de maio de 2010

A fé racional


"O conceito de Deus, e mesmo a convicção de sua existência, que só podem ser encontrados na razão, decorrem unicamente dela e não nos podem ser dados por inspiração nem por uma informação que fosse comunicada, mesmo pela maior autoridade. Se me ocorrer uma intuição imediata de tal espécia que a natureza, tanto quanto sou capaz de conhecê-la, não pode fornecer, tem de haver, no entando, um conceito de Deus para servir de fio condutor para que eu saiba se o fenômeno concorda também com tudo o que se exige como característica de uma divindade. Mesmo se absolutamente não compreendo como seria possível que um fenômeno qualquer represente, mesmo apenas quanto à qualidade, aquilo que se pode unicamente pensar mas não pode jamais ser intuído, pelo menos é bastante evidente que, apenas para julgar se é Deus o que me aparece e que atua interna ou externamente sobre minha sensibilidade, devo submetê-lo ao meu conceito racional de Deus e, em seguida, examinar não só se é adequado a ele, mas se não o contradiz.

À firmeza da fé pertence a consciência de sua invariabilidade. Assim, posso estar inteiramente certo de que ninugém me poderá refutar a proposição: Deus existe. Pois, de onde o adversário extrairia essa compreensão? Por conseguinte, não se dá com a fé racional o mesmo que com a crença histórica, a respeito da qual o surgimento de demonstrações em contrário é sempre possível, e devemos estar preparados para mudar de opinião sempre que se amplicar o nosso conhecimento do assunto." - Immanuel Kant

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