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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Dignidade e Compaixão


A algum tempo postei aqui um texto cuja maior lição que se poderia tirar é que "cada atitude agressiva, é um pedido de ajuda".

O grande problema para compreender e reagir de acordo com isso é a forte natureza humana que nos leva instintivamente a combater o mal com o mal, concluindo que devemos lutar contra isso para que seja possível rebater uma ofensa com um gesto de amor.
Talvez essa seja a luta mais importante a ser travada em busca de uma harmonia plena.
Estudando um pouco mais sobre o mal, o pessimismo e a necessidade de desapego com expectativas, sobretudo a respeito das coisas que provém de outras pessoas, encontrei isto:


Quid superbit homo, cujus conceptio culpa,
Nasci poena, labor vita, necesse mori?
Por que há de se orgulhar o homem?
Sua concepção é uma culpa,
o nascimento, um castigo
a vida, uma labuta
a morte, uma necessidade!



"Por isto desejo (...) estabelecer a seguinte regra: com cada pessoa com quem tenhamos contato, não empreendamos uma valorização objetiva da mesma conforme valor e dignidade,não consideremos portanto a maldade de sua vontade, nem a limitação de seu entendimento, e a incorreção de seus conceitos (...) mas observemos somente seus sofrimentos, suas necessidades, seu medo, suas dores. Assim, sempre teremos com ela parentesco, simpatia, e, em lugar do ódio ou do desprezo, aquela compaixão que unicamente forma a agapé (amor), pregada pelo evengelho. " - Arthur Schopenhauer

O interessante nessa passagem é a propriedade, simplicidade e coerência com a qual o famoso "Filósofo do Pessimismo" trata esse tema que é tão controverso e incômodo e ao mesmo tempo sagrado e crucial.
Conseguir sintetizar atitudes positivas e amorosas, tendo ao mesmo tempo o desapego com qualquer tipo de retorno ou recompensa por parte do alvo dela, é um nível elevadíssimo de desconstrução de vaidades e amortização do ego. É sobre isto que tantas vezes escrevi e sobre o que trabalho com tanto afinco.
Que males porventura abalariam uma pessoa que busca praticar o bem, sendo psicologicamente imune ao mal que invariavelmente o assolaria? Que barreira ou obstáculo impediria um homem que busca o reino dos céus na Terra, caminhando ao lado do Criador, contudo tentando se livrar dia a dia de sua essência egoísta, que sufoca a divindade que há em nós, em busca de auto-realização, destaque e afagos emocionais?

O guerreiro que vence a si mesmo e neutraliza o foco do ataque inimigo é sem dúvida o mais preparado para vencer qualquer guerra.

Essa é sem dúvida alguma uma questão a se meditar seriamente, e ser colocada em prática o quanto antes.





[um doce pra quem identificar o merchan nessa foto :P]


'What shall we do to fill the empty spaces?
Where waves of hunger roar
Shall we set out across the sea of faces?
In search of more and more applause'

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