Followers

quarta-feira, 17 de junho de 2009

E por falar em amor...




Bem sugestivo, não?
Na verdade esse é o título de um livro de poesias que tomei emprestado de meu pai alguns anos atrás... naquela época, confesso ter pegado o livro para ter inspiração para escrever para alguma paixão da adolescência... Mas a verdadeira compreensão do significado de uma palavra infelizmente tão banalizada viria anos depois.

Primeiro veio o conceito ramificado do amor, expresso pelas três definições clássicas da palavra amor vindas da mitologia grega: eros, philos e ágape. O primeiro, representado pelo amor passional, cálido, derivado dos relacionamentos entre homem e mulher, o segundo um amor fraternal, sentimental, como o que sentimos por nossos familiares, amigos bem próximos e um dia sentirei pelos meus filhos. E havia o amor ágape, o inexplicável amor incondicional, que desafia qualquer razão ou lógica humana.
Bom, verdade era que descobri, naquela época, que não havia eu provado todas as formas de amor.
O amor philos, sempre presente em abundância pelas amizades e familiares, que com sorte tive oportunidade de possuir ao meu lado em toda a minha vida até então; o amor eros, recém-despertado e ainda muito superficialmente conhecido, expresso nas paixonites despretenciosas da primeira parte da vida... mas jamais havia conhecido o amor ágape.

Foi numa bela noite estrelada, na beira de uma frondosa fogueira que tomei a decisão que me levou a conhecer esse amor. Desde então minha vida mudou completamente e em todos os aspectos.

Os resultados produzidos por esse simples ato de manifestação de vontade abriu portas que eu jamais imaginaria que existissem, no plano espiritual, e me trouxeram à compreensão questões que eu jamais conheceria por mim mesmo, por mais sábio, experiente e vivido que eu pudesse ser algum dia.

Essa primeira noção de compreensão do amor me ensinou que o amor se trata de uma escolha, mas essa compreensão ainda estava atrelada ao compêndio do sentimento. Eu havia sentido uma carga sobrenatural de amor dentro de mim, e desde então tenho aprendido a lidar com ele, nem sempre cedendo, mas dosando.

Essa compreensão veio a corroborar com algo que sempre gritou dentro de mim que era o ímpeto de ajudar ao próximo, mesmo que as vezes isso significasse alguma renúncia pra mim; não é de se espantar que meus textos vem adornados de imagens de seres fictícios que levam essa filosofia de vida até as últimas consequências, se tornando inevitavelmente exemplos ferrenhos de onde quero chegar com a minha existência.

Acontece que nos últimos dias toda essa compreensão veio por terra quando uma experiência sobrenatural precedeu um convite. Os memos olhos que outrora guiaram a minha alma, agora clareiam o espírito mostrando-me a outra face do amor, que bateu à minha porta como um raio que passeia por condutores transmitindo energia violentamente por onde quer que toquem. Minha consciência foi então banhada por um tipo de amor que não se dá, não se recebe, não se transmite, apenas se escolhe. É uma manifestação individual, instranferível e irrenunciável, tais quais os direitos reais sobre a propriedade elencados em nosso Código Civil.

Era o amor de atitude. Descobrira eu, graças a Deus (literalmente) que essa é a chave para a prática do amor ágape no plano humano, falho, mortal. De que outra forma poderíamos seguir a máxima de amar nossos inimigos? Exigir que em nosso peito brote um sentimento fraternal para que nos fere? De forma alguma, Deus sabe que isso seria exigir demais de meros humanos. É dessa forma que o exemplo nos foi dado por Jesus. Atitude, obras, escolha.

Através da escolha de praticar o amor ao invez de senti-lo, podemos experimentar e fazer com que experimentem esse amor ágape, que independente de ato contrapartido ou qualquer tipo de retribuição; e por incrível que pareça, acabo de ler algo que diz que essa é a forma mais racional que nos é dada de conhecer a Deus:

'Qualquer conhecimento de Deus por idéias ou conceitos, idéias adquiridas como na metafísica e na teologia especulativa, ou infusas como na profecia — qualquer conhecimento puramente intelectual de Deus que não seja a Visão beatífica, conquanto possa ser absolutamente verdadeiro, absolutamente certo, e constituir saber autêntico, e desejável sobre todos, permanece pois irremediavelmente deficiente, desproporcionado, por seu modo captar e significar, ao objeto conhecido e significado. É claro que se nos pode ser dado conhecer a Deus não ainda sicuti est, por sua essência e na visão, mas ao menos segundo a transcendência mesma de sua deidade, valendo-nos de um modo de conhecer que convém ao objeto conhecido, tal conhecimento não poderá ser obtido por via puramente intelectual. Transcender toda e qualquer maneira de conceber permanecendo no campo da inteligência e, por conseguinte, do conceito, é uma contradição de termos. Há que passar pelo amor. Só o amor, digo o amor sobrenatural, pode operar essa ultrapassagem. A inteligência não pode aqui em baixo transcender a todo e qualquer modo senão numa renúncia-ao-saber em que o Espírito de Deus, usando da conaturalidade da caridade, e dos efeitos produzidos na afecção pela união divina, comunica à alma uma experiência amorosa daquilo mesmo de que não se aproxima nem se pode aproximar nenhuma noção. “Então, desprendida do mundo sensível e do mundo intelectual, a alma entra na misteriosa obscuridade de uma santa ignorância, e, renunciando a todo e qualquer dado científico, perde-se n’Aquele que não pode ser visto nem apreendido; dada toda inteira a esse soberano objeto, sem pertencer a si mesma nem a outros; unida ao desconhecido pela mais nobre porção de si mesma, e em razão de sua renúncia à ciência; enfim, bebendo nesta ignorância absoluta um conhecimento que o entendimento não poderia alcançar.”' Jacques Maritain

(Distinguer pour Unir ou Les Degrés du Savoir, Paris, Desclée de Brouwer, 1946, 5.a edição, revista e aumentada, Capítulo Primeiro.)

...assim pude fechar aquele livro e voltar ao meu pequeno mundo acinzentado.







...show me kindness, show me beauty, show me youth.

but the love inside you has made me truth.










Deus e os olhos expressivos...

'Gather ye rosebuds while ye may, Old Time is still a-flying; And this same flower that smiles today. Tomorrow will be dying...'

Knowledge, Wisdom and Poetry

'In the rain in cellphane
Pale dogs and demigods

They won't bring me down

The clocks go round, they never stop'




'Um espírito privilegiado, já em sua juventude, adquire o material de seu conhecimento, de suas opiniões originais e fundamentais, isto é, de tudo aquilo que está destinado a dar como presente ao mundo;
porém apenas muitos anos
depois se torna mestre de seu assunto. Verificaremos, desse modo, que na maioria das vezes os grandes escritores não produziram suas obras mestras senão por volta dos cinquenta anos. Não obstante, a juventude permanece como a raiz da árvore do conhecimento, ainda que seja a copa da árvore que produz os frutos.'



Dizem que a cor verde significa esperança...
Mesmo não crendo muito em esoterismos e ocultismos, devo dizer que poucos ambientes levam com tanta suavidade minha mente a um estado de reflexão profunda, extremamente necessário para absorção e fixação de conhecimento.

Em um certo dia de aula normal um professor disse que ele usava seus finais de semana não para viajar, aproveitar, ou descansar... mas para pensar. Motivo de piada entre os alunos, essa frase me fez pensar também. Alguém que absorvia tanto conhecimento, vivência e já possuía a vida carregada de tantas experiências e lembranças, precisaria mesmo de momentos de reflexão consigo mesmo. Creio que pessoas completas internamente não desdenham nem mesmo um pouco do tempo que tem para passar com si mesmas. E que companhia agradável, jamais estamos mais confortáveis, à vontade ou livres como quando estamos em nossa presença.

O Espírito se aquieta, a respiração se acalma e o coração entra em sintonia com todos os sinais vitais. É aí que começamos a ouvir a voz de Deus suave tocando bem dentro de nossa alma e produzindo conhecimento... Como me fazem falta aqueles minutos, aquelas horas de solidão, de reflexão, onde me permito divagar e deixar que o que tenho de mais humano se submeta completamente ao toque da centelha divina.

Cada uma dessas experiências tem indubitavelmente seu valor único, insubstituível. Pobre da pessoa que não dedica tempo para esse tipo de atividade, que não consegue se aquietar por um instante, mesmo você, que chacoalha os pés na cadeira ou bate as mãos no móvel em um compasso de quatro por quatro enquanto lê estas simples palavras. A calma precede a reflexão, que precede o amadurecimento interior.

Para produzir estes frutos não existem palavras que melhor cabem do que sabedoria e prudência. Sabedoria encontra o seu correlativo hebraico a partir de "Hokmah" que significa:
- habilidade manual ou artística, arte da magia e da adivinhação, velhacaria manhosa e astuta;
- saber de ordem prático.
Velhacaria, saber prático, vivência... Que seres superabundam mais desses pré-requisitos que os mais desprezados por nossa geração?

Guardemos nosso coração das paixões da juventude, olhamos para os lados e vemos a real necessidade nos cercando. Resignação é o terceiro passo, procedido finalmente de persistência. O tempo rega a semente, e um bom adubo seria o desapego e a não espera por retorno. Jardim pleno.

A juventude vive cercada constantemente de paixões e desejos, sempre irriquieta, buscando em si mesma uma completude, que jamais será encontrada. É nesses momentos que vejo a razão da quietude dos mais velhos, que bastam a si mesmos e dedicam seu tempo a transmitir conhecimento, e não a alimentar vontades próprias ou a realizar sonhos insólitos.
Que será de mais valia do que me assentar por longas horas ao lado dos anciãos e ouvir deles sobre a simplicidade e a beleza da vida?

A cada passo, carrego minha cruz, a cada dia, aprendo a viver, e jamais deixarei de me alimentar no presente, para poder suprir no futuro.
De onde vem esse som que não se desfaz, mas se propaga infinitamente, constantemente como ondas que se quebram nas costas rochosas?
É o som do silêncio, das batidas dos corações dos que clamam pela sabedoria. O som de seus pulsos fazem toda a diferença, eles ditam a maneira com que enfrentarão a dor pela qual todos um dia passamos.

'Costuma-se chamar a juventude a época feliz e a velhice a época triste da vida. Isso estaria correto se as paixões nos tornassem felizes. Porém a juventude é governada e distraída por elas, proporcionando-lhe poucas alegrias e muitos sofrimentos. Com a idade as paixões esfriam e deixam o indivíduo em paz, que em seguida se reveste de um tom contemplativo; porque o conhecimento se torna livre e assume o controle. Visto que o conhecimento está por si mesmo isento de dor, somos mais felizes quanto mais conscientes estivermos de sua predominância em nossa natureza. Na idade madura sabe-se precaver melhor contra a desgraça; na juventude, suportá-la. Não precisamos mais que refletir que todo prazer é negativo e toda dor é positiva para compreender que as paixões não poderiam nos tornam felizes, e que a idade avançada não deve ser desdenhada porque alguns prazeres lhe estejam proibidos. Porque todo prazer não é mais que a satisfação de uma necessidade ou carência.' Arthur Schopenhauer


















'Stranded here on planet earth
It's not much but it could be worse
Everything's free here, there's no crowds

Winter lasted five long years
No sun will come again I fear
Chemical harvest was sown

And I will wait for you
Until the sky is blue
And I will wait for you
What else can I do?

A spaceship from another star
They ask me where all the people are
What can I tell them?

I tell them I'm the only one
There was a war but I must have won
Please take me with you.'





(...)















a smart kid

terça-feira, 16 de junho de 2009

Look in the Mirror


'You wasted all your chances
To find yourself lost and lonely
Were so foolish
You were selfish
Much too blind to realize
You messed up your own life...'


Dizem por aí que sempre temos escolhas na vida, não importa a situação que ela nos impõe.

E em alguns momentos da vida somos confrontados de forma tão incisiva que é impossível sequer sonhar com o luxo de continuarmos sendo os mesmos, com os mesmos pensamentos, atitudes, ideais e convicções. É um momento onde tudo que você vê se vê diante de si mesmo, deixando por terra todo juízo de valor feito por terceiros, todas as comparações e todas as certezas absolutas outrora adquiridas a tão duras penas. É daí que surge a falta de ar, os calafrios, o fato dos pés tocarem, mas não sentirem o chão, e da mente deixar esvair por breves instantes toda a lógica e a racionalidade com tanto esmero moldadas e com tanto cuidado armazenadas dentro de si. Neste momento nada importa, somente aquele majestoso espelho descendo até se encontrar em perfeita consonância com seus olhos e mente.

É nessas horas que dois caminhos são desenhados claramente diante de nossos olhos e nossos pés começam a se mover indepentendemente de qualquer vontade; a única escolha possível nesse momento é percorrer um caminho ou o outro. Cada qual com sua escolha, sua renúncia, sua consequência e seu novo horizonte repleto de novidades e as vezes algumas nostalgias.

Imagens, rostos, formas e cores se misturam numa dança eterna de sentimentos, sensações e emoções... quem diria. O tempo e espaço não servem como parâmetro mais, apenas devaneios repletos de ensinamentos preciosos e de exemplos a serem seguidos. Perdido em pensamentos me deparo finalmente com um rosto familiar. Um rosto que me remete á pureza, bondade e paz. Um rosto que pode fazer com que o mais decidido coração dê uma volta de 180º e contemple o outro lado de si mesmo. Olhos flamejantes com contorno tão peculiar parecem rasgar meu corpo e mente, entrando em contato direto com minha alma, visitando, modificando e limpando os cantos mais trancafiados e escondidos do meu ser, como se buscassem algo que acreditam estar adormecido em algum lugar daquele imenso universo chamado minha vida.

Aqueles olhos expressivos vagavam por todo o meu ser, sem encontrar nele sequer uma barreira. Uma alma exposta é como um espelho d'água que superficialmente revela apenas o exterior, mas que guarda tesouros inestimáveis dentro de si.

Aos poucos o ar retorna com ímpeto, trazendo consigo duras lágrimas que escorriam límpidas após tanto tempo, purificadas em sua fonte. A decisão havia sido feita; em tão poucos instantes tanta coisa se transforma... Como ondas que se congelam ao encontrar a superfície gelada, a alma se aquece e vibra movida por um novo amanhã.

O poder da sabedoria e do conhecimento de nada servem se contemplados por olhos altivos e coração frio. Penso que estas coisas foram criadas por Deus para produzirem frutos mútuos e coletivos; seria um egoísmo impensável reter para si algo que pode transformar a humanidade com o poder do Mjölnir*. De forma que a caridade e a graça vieram para o mesmo objetivo, mas que trabalham de forma suave e precisa, separando osso e carne, alma e espírito, como faria a lâmina inversa das sakabatou da era Bakusatsu.

Ao fim de tudo, nada resta apenas a dor. Não a dor extenuante e aguda como poderia o antigo eu colher da mais frondosa árvore de minhas memórias, mas a dor do aprendizado e da superação, a dor que todo ser deve passar para que se aperfeiçoe e venha a dar bons frutos.

Um hitokiri que se tornou um rurouni, um coração coberto de sangue convertido numa fonte de vida, luz e esperança. Um milagre para quem vê, um renascimento para quem vive.


'(Tempo que passou)
It's time to find Redemption
(Não vai mais voltar)
Only love defies the Resurrection'










Obrigado Senhor, por ter me permitido viver essa experiência.
Obrigado aos olhos expressivos, que souberam encontrar o que havia de melhor dentro de mim.
(...)



















'Its time you made your amends
Look in the mirror my friend'



















*Mjölnir: O Mjölnir (em português: aquilo que esmaga) é o martelo do deus Thor, da mitologia nórdica.

Até a segunda metade do séc XIX o japão vivia na era Bakusatsu, regido por um sistema feudal, dividido em mais de 200 províncias, administradas por Daimyos, sob o governo geral de um Shogun. Até que em 1867 ocorreu a revolução, instaurando uma nova era governada por um monarca, trazendo traços de regimes de governos ocidentais semelhantes aos de uma monarquia constitucional; foi o começo da chamada era Meiji

Durante a era Bakusatsu era comum a existência de samurais, que lutavam pelo governo e também hitokiris, que eram assassinos profissionais que trabalhavam tanto para o bem, quanto para o mal. Com o fim desta era e o começo da era meiji, e a proibição do uso das espadas, a maioria dos samurais e hitokiris se tornaram cidadãos comuns, aposentando as espadas e levando vidas pacatas, embora alguns deles tenham se tornado andarilhos (rurounis), e passaram a usar suas espadas para proteger as pessoas. Dessa forma, surgiram espadas (katanas) com o fio no lado inverso, permitindo que os ataques pudessem ser feitos sem que a vítima fosse atingida fatalmente, essas espadas são as sakabatou.

domingo, 14 de junho de 2009

What Happens Now?




'So I got all these things, but so what?
In the end you can't take them with you
You think you can save my soul? Well ok...
Tell me, with all your conviction

What happens now?

Well I could be boarding an aircraft
With a bomb concealed in somebody's briefcase
And my body will spread through the heavens, across the sky
And my ashes will fall through the cloudburst

What happens now?'

Goodbye Blue Sky

Oooooooo ooo ooo ooooh
Did you see the frightened ones
Did you hear the falling bombs
Did you ever wonder
Why we had to run for shelter
When the promise of a brave new world
Unfurled beneath a clear blue sky
Oooooooo ooo ooooo oooh
Did you see the frightened ones
Did you hear the falling bombs
The flames are all long gone
But the pain lingers on
Goodbye blue sky
Goodbye blue sky
Goodbye
Goodbye







"Um dia a maioria de nós irá se separar.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora,
as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que compartilhamos.
Saudades até dos momentos de lagrima, da angústia,
das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim..
do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento,
segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe…
nos e-mails trocados.
Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens…

Ai­ os dias vão passar, meses… anos… até este contato tornar-se cada vez mais raro.
Vamos nos perder no tempo… Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão?
Quem são aquelas pessoas?
Diremos… Que eram nossos amigos.
E… isso vai doer tanto!
Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente…

Quando o nosso grupo estiver incompleto…
nos reuniremos para um ultimo adeus de um amigo.
E entre lágrima nos abraçaremos.
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado.
E nos perderemos no tempo…

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo:
não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades seja a causa de grandes tempestades…
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

Fernando Pessoa








do cvidanja...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

The Flight of Icarus




Por vezes nos sentimos sozinhos. A solidão para mim não é nada além do momento em que você está em maior contato consigo mesmo, se apreciando, se relacionando com tudo o que você se tornou e viveu na vida. Cada pensamento, cada lembrança, cada reação... é tudo você.

Para alguns, a solidão é sinônimo de angústia, vazio, desespero. Pobres desses que se condicionaram a acreditar que dependem dos outros para viver. Sua vida se encontra vazia, dependendo de outros para ter algum sentido, alguma graça. A sua própria companhia é de tal modo insuportável, que seria melhor que saísse a procurar desconhecidos a ter de lidar com ela.
Uma mente rica constrói uma alma plena, com a qual o convívio solitário jamais será uma penúria. O valor da simplicidade, da apreciação das artes humanas e espirituais tornam os momentos solitários em verdadeiras viagens de onde muito se tira e se aprende; tudo depende do quanto você possui dentro de si mesmo para que possa voltar e viver e aprender com tudo que já passou. Quantas experiências permanecem adormecidas em nosso interior sem o acompanhamento de uma lição, quantas memórias sem um sentimento atrelado, quantas horas de leitura sem nenhum conhecimento adquirido. Não é de se admirar que os homens mais sábios da história eram cercados de pouquíssimas pessoas... no máximo familiares e alguns aprendizes, para que sua obra não se perca no tempo.

A corrida vida moderna praticamente nos impõe a obrigatoriedade de vivermos em interdependência com o meio social; aquele que busca a leitura e a si mesmo é malvisto, taxado de excêntrico, anti-social, esquisito. Esse fato me lembra algumas brasilidades sobre as quais já tiver oportunidade de escrever, e me lembra também o lamento do velho Geller:

"Quantas vezes as melhores qualidades encontram menos admiradores. Quantos homens tomam por bom o mau! Esse é um mal que se observa todos os dias, porém, como evitar essa peste? Duvido que possa ser erradicada desse mundo. Não há mais que um só meio na terra, porém é infinitamente difícil. Que os tolos se façam sábios. Porém, como? Isso nunca serão. Desconhecem o valor das coisas. Julgam pela vista, não pela razão. Elogiam constantemente o que é pequeno, porque nunca conheceram o que é bom."

Mas ainda assim é importante que saibamos conviver com os outros, é inevitável hoje em dia; até para os mais completos, disso depende o emprego, a constituição familiar e o círculo de amigos de todos. Para tal, é necessário aprender a se dar bem com todo tipo de pessoa que porventura venha a cruzar nosso caminho, visto que algumas relações independem de nossa escolha e preferência.

É com esse objetivo que me vejo obrigado a citar algumas lições do velho Schopenhauer:

"Quem está obrigado a viver entre os homens não deve condenar qualquer indivíduo absolutamente, nem mesmo o pior, o mais desprezível ou o mais ridículo, visto que isso é algo já determinado e dado pela natureza. Pelo contrário, tal indivíduo deve ser aceito como algo inalterável que, em virtude de um princípio metafísico inalterável, deve ser tal como é. Nos casos difíceis, devemos nos lembrar das palavras de Goethe: é necessário que haja também dessa espécie. Se adotarmos outra postura, cometemos uma injustiça e desafiamos o outro a um combate de morte. Porque ninguém pode modificar sua verdadeira individualidade, isto é, seu caráter moral, suas faculdades intelectuais, seu temperamento, sua fisionomia, etc.

(...)

"Mesmo se a conversa for sobre as coisas mais insignificantes, uma das duas naturezas essencialmente diferentes será mais ou menos incomodada por quase todas as frases proferidas pela outra; em certos casos, uma palavra chega a fazê-la encolerizar-se. Indivíduos de temperamentos similares, pelo contrário, sentem prontamente uma certa conformidade em tudo; e, no caso de uma grande semelhança, tal conformidade torna-se uma perfeita harmonia ou mesmo um uníssono. Assim se explica primeiramente por que os indivíduos muito vulgares são tão sociáveis e encontram tão facilmente excelente sociedade – o que denomina “pessoas boas e amáveis”. O contrário ocorre com os homens que não são vulgares; e serão tanto menos sociáveis quanto mais distintos forem; de tal modo que, às vezes, em seu isolamento, podem sentir uma verdadeira alegria em haver descoberto em outro indivíduo uma fibra qualquer, por insignificante que seja, da mesma natureza que a sua. Porque cada qual não pode ser para outro senão o que este outro é para ele. Como as águias, os espíritos realmente superiores fazem seus ninhos nas alturas, solitários."


"As the sun breaks above the ground
An old man stands on the hill
As the ground warms to the first rays of light
A birdsong shatters the still

His eyes are ablaze
See the madman in his gaze

Now the crowd breaks and a young boy appears
Look the old man in his eyes
As he spreads his wings and shouts at the crowd
In the name of God my father I fly

His eyes seem so glazed
As he flies on the wings of a dream
Now he knows his father betrayed
Now his wings burn to ashes to ashes his grave

Fly on your way like an eagle
Fly as high as the sun
On your wings like an eagle
Fly and touch the sun"



...and then the mighty eagle rises up to the highest sky, always lonely, but never with a tear in the eye

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Castles of Sand





'if you got dreams in your heart
why don't you share them with me?
and if dreams don't come true
i'll make sure that your nightmares
are through

if you got pain in your heart
why don't you share it with me?
and we'll just wait and see
if it's half what it used to be

and lay it down slow
lay it down free
lay it down easy
but lay it on me

if you've got love in your heart
why don't you keep it with mine?
i can't promise a miracle
but i'll always be trying

and lay it down slow
lay it down free
lay it down easy
but lay it on me

lay it down easy
lay it on me

lay it down easy
but lay it on me'







I am not building castles of sand.................................