Muito se fala hoje sobre doenças físicas e psicológicas; mas pouco se estuda sobre as enfermidades do espírito. É comum presenciarmos ou ouvirmos falar de pessoas que tem algum tipo de distúrbio que não é físico; e tampouco psicologicamente definido (embora sempre se procure atribuir a alguma desordem da psique quando há algo de errado com a pessoa e não se sabe definir bem o que ocorre). Esse lapso se dá devido ao pouco estudo e desconhecimento quase generalizado sobre essa área.
E em sua principal obra, o filósofo romeno Constantin Noica descreveu seis doenças que permeiam o espírito do homem contemporâneo.
A primeira delas é a catolite; definida como o conjunto de anomalias provocadas, nas coisas e nos homens, pela carência do geral. Essa doença parte do pressuposto de que nada no mundo pode ser inteiramente desprovido de um sentido geral.
Essa ideia permeia qualquer concepção básica do conceito de democracia e política social liberal. É impensável organizar uma sociedade democracia (com participação popular), onde os cidadãos não são criados e educados com um senso de civilidade, cidadania, e de que o bem comum deve prevalecer sobre a comodidade individual. Creio que nem seja preciso me estender muito nesse raciocínio para que constatemos que essa é uma doença imensamente difundida na cultura brasileira; afinal somos o país do jeitinho, da malandragem, do "só uma vez não tem problema".
Inicialmente, o autor começa a dissecar os efeitos da catolite em grandes nomes do passado e principalmente em ditadores, como Napoleão Bonaparte; que apesar de ter sido um grande conquistador, acabou sucumbindo em seus próprios interesses; sendo que poderia ter ido tão mais longe, se tivesse em mente, objetivos voltados para o bem estar geral, e não apenas para si mesmo.
Mais adiante, são explicados em detalhes os efeitos da catolite no homem comum. Nenhuma palavra poderia descrever melhor a ideia do que as utilizadas pelo próprio Noica:
"A ignorância do geral parece, de fato, ser de rigor em tal homem. Ademais, a falta de sentido e a própria ignorância dessa falta assumem, na juventude, formas a tal ponto sedutoras que cabe perguntar se ainda se pode ver aí uma "doença espiritual". O ser jovem começa, naturalmente, por se abrir a determinações que não tem muito de transcendência. Assim como a criança experimenta a "sede de nomear", ou seja, de fixar as coisas dando-lhes nome, ou, mais tarde, a sede de ter contato com os objetos, na mais pura gratuidade do gesto, simplesmente para ver de que são feitos e para poder manipulá-los, assim o homem, em sua primeira idade - e em sua primeira precariedade -, se dá todas as espécies de determinações e se satisfaz, simplesmente, com sua riqueza, sem se preocupar com uma ordem geral nem com sua necessidade.
(...)
Que dizer, então, de Santo Agostinho, que prolongou muito, até seu encontro com o maniqueísmo (essa primeira oportunidade de entrar na ordem que se oferecera a ele), os anos em que o único sentido da vida possível era a plenitude e a variedade das determinações que os indivíduos se dão e que não remetem a nada senão a si mesmos?
Os homens que não vão muito longe na veia do humano não ultrapassam nunca essa primeira idade, a idade das livres determinações e manifestações - a idade da "caça", como dizia Pascal, e da distração em todas as suas acepções, incluindo a de levar a sério a vida e seu fútil turbilhão de acontecimentos -, e, assim, sua vida se reduz a uma simples sequência de determinações, cuja trajetória seria "o tempo de uma vida".¹ Mas desenham-se já, nesses homens, em seus sobressaltos febris, os primeiros sinais de doença espiritual. Cada vida, até mesmo as que se escoam em perfeita inocência e com aparente saúde, desenvolve em seu seio formas benignas de catolite. A distração, que é, no fundo, uma das grandes vitórias que o homem alcançou sobre a necessidade cega, pode transformar-se para ele em castigo. ("A sociedade das distrações", suspirou-se por vezes com inquietude.) Certos teólogos, aliás, descreveram o Inferno como uma festa que começa, prossegue, se estende e não acaba mais... e, assim dilatada, revela seu vício oculto²."
¹ É desnecessário enfatizar que praticamente toda a literatura brasileira, com exceções que se contam nos dedos, se esgota na contemplação do "fértil turbilhão", sem sequer se colocar a questão de um sentido geral.
² Veja-se, nos anos recentes, a extensão progressiva do carnaval brasileiro para trás e para adiante dos três dias que o demarcam no calendário
segunda-feira, 21 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
O belo, o justo e o moral
http://www.youtube.com/watch?v=csBzlE-PQOU
Ele discorre sobre a beleza e a capacidade de compreensão do belo, bem como sua relação com bom senso e a moralidade. E como a arte moderna é tão pobre e reflete o vazio que a sociedade em geral mergulha nos dias de hoje.
Pois bem, com essas noções básicas em mente, vamos adiante.
Obra de Piet Mondrian - um pintor holandês modernista
O que pode se traduzir no poderio direto de deuses para a cultura nórdica pode ser um mito ou um completo desconhecido para uma tribo africana. O mesmo acontece com biotipos e estereótipos humanos. Hoje podemos viver sob a ditadura do silicone e do corpo malhado; mas a mulher com traços harmônicos e delicados no rosto, cintura fina, quadris avantajados e seios moderadamente volumosos é apreciada em qualquer época, como mostram por exemplo as estátuas gregas de deusas da beleza.
Estabelecidos esses pressupostos, cumpre-nos agora analisar dois conceitos necessários para a compreensão daqueles que refletem e definem tais valorações: filósofos e filodoxos.
Platão criticava constantemente em suas obras o homem que era um filodoxo. Era aquele que se interessava pelo conhecimento e pela cultura, mas fazia disso um fim em si, utilizando o conhecimento adquirido e a informação recebida apenas para formas opiniões e as distribuir livremente. Seu fim maior não era o da busca pela verdade e a obtenção de respostas de valor universal para contribuir para o desenvolvimento, como faziam os filósofos.
Assim sendo, os verdadeiros filósofos sempre tiveram para si, estabelecida uma relação estreita entre beleza e moralidade; ao contrário dos filodoxos, que apregoavam que o belo dependia exclusivamente do juízo de valor de quem o observava, sendo assim, totalmente relativo. Ou seja, para Platão, o filodoxo é incapaz de conceber que o belo, o justo e o moral sejam a mesma coisa. É como se os conceitos estivessem separados e não entrelaçados como pensam os verdadeiros filósofos. Portanto, filodoxos são os amantes de opiniões, enquanto os filósofos, amantes da verdade, da realidade.
O primeiro a estabelecer categoricamente a separação entre "realidade" e "valor" foi Kant; pensamento que tem se tornado inquestionável e irretocável para o pensamento universitário mundial. Ocorre que se pensarmos um pouco a respeito perceberíamos que esse conceito se auto-destrói no exato momento em que é aplicado, uma vez que ao ser professado uma realidade universal incontestável; ela se torna um valor cultural por definição.
Trazendo a parte teórica para a aplicação nos dias de hoje; podemos dizer que a moralidade é indispensável para a compreensão do belo. Isso fica muito claro no documentário quando é demonstrado o que se tornou a arte moderna; onde um vaso sanitário colocado no meio de uma sala com paredes brancas é reconhecido como obra de arte, como algo belo.
Não pode-se culpar as pessoas comuns por não se interessarem muito pela arte moderna, ou por voltarem frustradas ou confusas de uma exposição atual. Nem tudo o que surge na mente humana pode ser relativizado e empalado garganta adentro do público como expressão artística, como tradução da beleza como valor real.
É exatamente a carência de formação moral que faz com que o relativismo se perca numa torrente de ideias, sentimentos, ações e valores que não se definem e nem mesmo se encontram; a não ser na cabeça confusa e fragmentada de certos artistas plásticos, músicos, atores, etc.
Daí, concluo que é particularmente contraditório que uma pessoa que seja carente de virtude moral possa ser "interiormente bela", ou mesmo espiritualmente. Dessa forma cai por terra o forte mito da beleza interior; que apregoa que uma pessoa amoral ou espiritualmente deformada possa ser vista como bela, e fonte de beleza. O mesmo pode-se dizer da inteligência e das virtudes. Já citei aqui a diferença enorme da obra filosófica de grandes homens como Platão, Aristóteles, Pascal, Leibniz, Sto. Tomás de Aquino, entre outros, diante de mentes comparavelmente inferiores, cuja filosofia não produziu frutos bons (nem mesmo para eles próprios) quando aplicada, como é o caso de Nietzsche, Epicuro, Maquiavel, Bertrand Russel, Max Weber, Karl Marx, entre outros.
Os filodoxos não se apegavam à busca pela transcendência e à busca pela verdade; mas sim em ideais que nasciam em suas próprias cabeças, que se traduziriam, em última instância em títulos acadêmicos, prestígio social, regimes político ou econômicos, entre outros. Enfim, algo que trouxesse algum benefício para si mesmos, e não para toda a humanidade.
E finalmente; fica claro que aqueles que tentam separar o "bem" do "real", jamais serão capazes de criar arte, de fazer algo belo sair de suas mentes ou de suas mãos.
E em temos como estes, onde a mediocridade e a pobreza de espírito reinam absolutas, é comum ver que "obras de arte" tão rasas sejam abraçadas com tanta alegria, premiadas e reproduzidas em todos os cantos; como algo de extremo valor e riqueza cultural.
Dessa forma, fica fácil entender o porque de vermos tanta porcaria fazendo sucesso e gerando lucros bilionários ao redor do mundo, enquanto os verdadeiros artistas permanecem à mingua, tendo sua obra apreciada por tão poucos... Mas o mérito do verdadeiro artista não é alcançar projeção social, e sim ser capaz de tocar o coração e a alma de quem os tem em níveis suficientes para apreciar a verdadeira arte.
quarta-feira, 28 de março de 2012
Dialética, lógica, os ateus e o irracionalismo
Ao estudar uma obra sobre a erística Schopenhaueriana, me vi obrigado a retroceder no estudo e compreensão de conceitos básicos na filosofia; e ao regressar ao pensamento do alemão, muitos pontos foram se conectando e peças se encaixando.
Primeiramente é importante descrever a erística, segundo o conceito dado por Aristóteles, que define-a como a arte da discussão contenciosa, ou belicosa, onde se trata apenas de vencer e não de buscar uma prova.
Conceito esse que poderia nos remeter tranquilamente à maioria dos debates e discussões que presenciamos ou mesmo participamos no cotidiano, mesmo sem nos darmos conta disso.
Pois bem; é certo que para que um debate se desenvolva por outros caminhos é necessário que nele seja inserido o conceito puro da dialética, como um debate em que só podem participar pessoas informadas e honestas, dispostas a encontrar a verdade e portanto a abandonar, no curso da disputa, as opiniões que se revelem inconsistentes.
Seguindo essa linha, temos por fim, a lógica, que são os pressupostos inquestionáveis que devem ser levados em conta para a construção da dialética, seja através da analítica ou do diálogo.
Resmindo; a dialética é a arte de argumentar, presente dentro dos quadros da retórica utilizada para a descoberta da verdade.
O primeiro a afirmar categoricamente a natureza dialética do pensamento filosófico foi Johann G. Von Frichte, seguido por Friedrich W. von Schelling e também por Georg W. F. Hegel.
Para todos eles a dialética é mais que um método: ela tem alcance metafísico explícito.
Para Schelling, a própria realidade consiste fundamentalmente na manifestação do Absoluto - Deus - que, sem perder sua unidade intrínseca, se desdobra, do ponto de vista do entendimento humano, sob a forma da natureza por um lado, e da subjetividade por outro. Portanto, a realidade é expressa na manifestação divina aliada ao entendimento humano (concedido por Deus).
Esse conceito permeou o pensamento e as obras dos maiores filósofos da história, tendo sido sempre utilizado para que o homem, através da intuição intelectual (não pode ser pensada) atinja a verdade e consequentemente adquira consciência sobre a realidade. Assim, à medida que reconhece a unidade, a autoconsciência humana se realiza. O mundo e o eu se realizam no reconhecimento da unidade em Deus, fora do Qual não tinham nenhuma realidade.
"n'Ele vivemos, nos movemos e somos" Atos 17:28
Ocorre que o equilíbrio de método dialético do Absoluto proposto por Schelling, é rompido pela filosofia de Hegel. Ele faz com que o método derrube a ontologia: o Ser, na indeterminação inicial (que deve ser composta posteriormente pelo método acima descrito), identifica-se com o Nada, e sua realidade consistirá na sua realização, ou seja, no desenrolar da própria dialética com o tempo.
Antes, o Absoluto reduzido a dialética implicava a redução de toda a realidade à dimensão temporal (histórica). Agora, em Hegel, o Ser não tem mais ligação com o Todo, mas com o Nada; nascendo daí uma espécie de irracionalismo ontológico. Ao passo que, no período histórico por ele vivido, erguia-se também o Estado moderno. O Estado acabava de se erguer não só como realidade suprema, mas como supremo arbítiro das questões metafísicas, arrogando para si todos os temas referentes à filosofia e à religião.
Contra essa ideologia (pseudo-filosofia) nasceram os grandes contendedores da ideia do Estado possuindo tamanho e poderes avassaladores, como foi o caso de Nietzsche e o próprio Schopenhauer. Nietzsche descrevia o Estado moderno como "o mais frio dos montros" - em Assim Falava Zaratustra. Daí em diante, o foco de atenção se desvia da busca da perfeição da alma para a luta pelo Estado perfeito. Inaugura-se então uma nova guerra doutrinária, diferente de todas as outras existentes até então na história; o meio filosófico se dividia entre duas categorias políticas modernas: direita e esquerda. Assim surgia a litigiosa disputa entre dois modelos possíveis de estado; a quetão do destino da alma havia sido superada com ares de desimportância e inferioridade.
Esse foi o mais trágico erro do ponto de vista moral ocorrido em toda a história da humanidade: a convicção de que a sociedade, e não os indivíduos concretos, são sujeitos da responsabilidade moral (pressuposto presente na base de toda política e ideologia "politicamente correta".)
Uma vez negado o poder cognoscitivo do método dialético, viria por terra toda a filosofia de Hegel. Pois uma vez que estes fossem excluídos, só restariam os velhos métodos do empirismo e do racionalismo - apreensíveis pelos sentidos e pela lógica. Immanuel Kant já havia demonstrado que nenhum desses dois métodos é suficiente para o acesso à coisa-em-si. Daí depreende-se naturalmente, que a coisa-em-si, estando fora do mundo da representação, não é apenas extra-sensorial, mas também irracional.
Assim, ignorando os pressupostos encontrados por Schelling; Schopenhauer e Hegel inauguram a sensibilidade moderna, onde já não se compreende nenhuma dialética senão no sentido histórico-social, onde a alma se debate em vão entre o dedutivismo lógico e o abismo do infinito compreendido como pura irracionalidade.
Por fim, chegamos à era dos utopismos sociais e da tecnocracia. É esse o mundo de Nietzsche, Marx, Freud, Hitler, Gurdjieff e Skinner. Esse é o "nosso" mundo.
Estavam estabelecidos todos os pressupostos necessários para a construção da mentalidade revolucionária; que tudo pode, em nome da sociedade futura hipotética. Onde não há certeza, não há verdade, não há valores, não há meios claros; contanto que se alcance o objetivo.
Este é o pano de fundo de todo tipo de política social absurda que vemos; em governos que num momento perseguem o cristianismo, chamando-o de machista, opressor, pedófilo; e no outro nada faz contra a ascenção e crescimento da religião mais paternalista, totalitária e repressiva já criada, o Islamismo; num momento incentivam o sexo-livre, a quebra da forma familiar, da erradicação das consequências da promiscuidade (aborto), e no outro fazem campanhas sociais pró-vida para que menores abandonados filhos de mães solteiras sejam amparados por outras famílias. Tudo é válido desde que se encaixe nos objetivos do Partido.
É em nome da queda da religião que por milênios permeou a moral e fundamentou as sociedades ocidentais que vemos o estado cada vez mais forte, cada vez mais interventor; atuando através da criação de leis que impedem o cidadão de fumar onde não querem, de dar uma palmada em seu próprio filho, em exercer sua autoridade dentro de casa sob a ameaça de ser preso, entre outros absurdos jurídicos e legislativos.
Portanto, não é nenhuma coincidência que sejam justamente os ateus os maiores defensores dessa agenda; pensando agir em nome da lógica pura e simples; mas sequer fazem ideia de que a utilizam no sentido Schopenhaueriano, desligada do diálogo necessário com a dialética Aristotélica e sua razão fundamental: a ascenção da alma e a ligação com o Absoluto.
A moral sem uma lei imutável que a institua, e sem um Criador que as defina, é manca; podendo ser manipulada por todo esse malabarismo ideológico, oportunamente usado pelos criadores da mentalidade revolucionária e da subversão social (na Escola de Frankfurt). E na aliança do derretimento moral com o consequente interrompimento na busca pessoal pela ascenção da alma; se desenha o cenário perfeito para que a incoerência, a confusão, e a entropia de conceitos, ideias e atitudes reine; sem que a menor suspeita ou questionamento se levante.
Mas a boa nova é que todo véu, um dia há de ser rasgado...
Primeiramente é importante descrever a erística, segundo o conceito dado por Aristóteles, que define-a como a arte da discussão contenciosa, ou belicosa, onde se trata apenas de vencer e não de buscar uma prova.
Conceito esse que poderia nos remeter tranquilamente à maioria dos debates e discussões que presenciamos ou mesmo participamos no cotidiano, mesmo sem nos darmos conta disso.
Pois bem; é certo que para que um debate se desenvolva por outros caminhos é necessário que nele seja inserido o conceito puro da dialética, como um debate em que só podem participar pessoas informadas e honestas, dispostas a encontrar a verdade e portanto a abandonar, no curso da disputa, as opiniões que se revelem inconsistentes.
Seguindo essa linha, temos por fim, a lógica, que são os pressupostos inquestionáveis que devem ser levados em conta para a construção da dialética, seja através da analítica ou do diálogo.
Resmindo; a dialética é a arte de argumentar, presente dentro dos quadros da retórica utilizada para a descoberta da verdade.
O primeiro a afirmar categoricamente a natureza dialética do pensamento filosófico foi Johann G. Von Frichte, seguido por Friedrich W. von Schelling e também por Georg W. F. Hegel.
Para todos eles a dialética é mais que um método: ela tem alcance metafísico explícito.
Para Schelling, a própria realidade consiste fundamentalmente na manifestação do Absoluto - Deus - que, sem perder sua unidade intrínseca, se desdobra, do ponto de vista do entendimento humano, sob a forma da natureza por um lado, e da subjetividade por outro. Portanto, a realidade é expressa na manifestação divina aliada ao entendimento humano (concedido por Deus).
Esse conceito permeou o pensamento e as obras dos maiores filósofos da história, tendo sido sempre utilizado para que o homem, através da intuição intelectual (não pode ser pensada) atinja a verdade e consequentemente adquira consciência sobre a realidade. Assim, à medida que reconhece a unidade, a autoconsciência humana se realiza. O mundo e o eu se realizam no reconhecimento da unidade em Deus, fora do Qual não tinham nenhuma realidade.
"n'Ele vivemos, nos movemos e somos" Atos 17:28
Ocorre que o equilíbrio de método dialético do Absoluto proposto por Schelling, é rompido pela filosofia de Hegel. Ele faz com que o método derrube a ontologia: o Ser, na indeterminação inicial (que deve ser composta posteriormente pelo método acima descrito), identifica-se com o Nada, e sua realidade consistirá na sua realização, ou seja, no desenrolar da própria dialética com o tempo.
Antes, o Absoluto reduzido a dialética implicava a redução de toda a realidade à dimensão temporal (histórica). Agora, em Hegel, o Ser não tem mais ligação com o Todo, mas com o Nada; nascendo daí uma espécie de irracionalismo ontológico. Ao passo que, no período histórico por ele vivido, erguia-se também o Estado moderno. O Estado acabava de se erguer não só como realidade suprema, mas como supremo arbítiro das questões metafísicas, arrogando para si todos os temas referentes à filosofia e à religião.
Contra essa ideologia (pseudo-filosofia) nasceram os grandes contendedores da ideia do Estado possuindo tamanho e poderes avassaladores, como foi o caso de Nietzsche e o próprio Schopenhauer. Nietzsche descrevia o Estado moderno como "o mais frio dos montros" - em Assim Falava Zaratustra. Daí em diante, o foco de atenção se desvia da busca da perfeição da alma para a luta pelo Estado perfeito. Inaugura-se então uma nova guerra doutrinária, diferente de todas as outras existentes até então na história; o meio filosófico se dividia entre duas categorias políticas modernas: direita e esquerda. Assim surgia a litigiosa disputa entre dois modelos possíveis de estado; a quetão do destino da alma havia sido superada com ares de desimportância e inferioridade.
Esse foi o mais trágico erro do ponto de vista moral ocorrido em toda a história da humanidade: a convicção de que a sociedade, e não os indivíduos concretos, são sujeitos da responsabilidade moral (pressuposto presente na base de toda política e ideologia "politicamente correta".)
Uma vez negado o poder cognoscitivo do método dialético, viria por terra toda a filosofia de Hegel. Pois uma vez que estes fossem excluídos, só restariam os velhos métodos do empirismo e do racionalismo - apreensíveis pelos sentidos e pela lógica. Immanuel Kant já havia demonstrado que nenhum desses dois métodos é suficiente para o acesso à coisa-em-si. Daí depreende-se naturalmente, que a coisa-em-si, estando fora do mundo da representação, não é apenas extra-sensorial, mas também irracional.
Assim, ignorando os pressupostos encontrados por Schelling; Schopenhauer e Hegel inauguram a sensibilidade moderna, onde já não se compreende nenhuma dialética senão no sentido histórico-social, onde a alma se debate em vão entre o dedutivismo lógico e o abismo do infinito compreendido como pura irracionalidade.
Por fim, chegamos à era dos utopismos sociais e da tecnocracia. É esse o mundo de Nietzsche, Marx, Freud, Hitler, Gurdjieff e Skinner. Esse é o "nosso" mundo.
Estavam estabelecidos todos os pressupostos necessários para a construção da mentalidade revolucionária; que tudo pode, em nome da sociedade futura hipotética. Onde não há certeza, não há verdade, não há valores, não há meios claros; contanto que se alcance o objetivo.
Este é o pano de fundo de todo tipo de política social absurda que vemos; em governos que num momento perseguem o cristianismo, chamando-o de machista, opressor, pedófilo; e no outro nada faz contra a ascenção e crescimento da religião mais paternalista, totalitária e repressiva já criada, o Islamismo; num momento incentivam o sexo-livre, a quebra da forma familiar, da erradicação das consequências da promiscuidade (aborto), e no outro fazem campanhas sociais pró-vida para que menores abandonados filhos de mães solteiras sejam amparados por outras famílias. Tudo é válido desde que se encaixe nos objetivos do Partido.
É em nome da queda da religião que por milênios permeou a moral e fundamentou as sociedades ocidentais que vemos o estado cada vez mais forte, cada vez mais interventor; atuando através da criação de leis que impedem o cidadão de fumar onde não querem, de dar uma palmada em seu próprio filho, em exercer sua autoridade dentro de casa sob a ameaça de ser preso, entre outros absurdos jurídicos e legislativos.
Portanto, não é nenhuma coincidência que sejam justamente os ateus os maiores defensores dessa agenda; pensando agir em nome da lógica pura e simples; mas sequer fazem ideia de que a utilizam no sentido Schopenhaueriano, desligada do diálogo necessário com a dialética Aristotélica e sua razão fundamental: a ascenção da alma e a ligação com o Absoluto.
A moral sem uma lei imutável que a institua, e sem um Criador que as defina, é manca; podendo ser manipulada por todo esse malabarismo ideológico, oportunamente usado pelos criadores da mentalidade revolucionária e da subversão social (na Escola de Frankfurt). E na aliança do derretimento moral com o consequente interrompimento na busca pessoal pela ascenção da alma; se desenha o cenário perfeito para que a incoerência, a confusão, e a entropia de conceitos, ideias e atitudes reine; sem que a menor suspeita ou questionamento se levante.
Mas a boa nova é que todo véu, um dia há de ser rasgado...
(Mt. 27:51)
terça-feira, 13 de março de 2012
Deus segundo Spinoza de Baruch (que deus?)
Recebi um e-mail recentemente, que parece ser mais um daqueles repassados viralmente, contendo uma definição de Deus segundo o filósofo e teólogo Benito de Espinoza (Baruch de Spinoza).
A quantidade de mentiras, distorções e absurdos que ele apresentava por linha eram tão grandes que eu sequer terminei de ler. Mas me foi solicitado que fizesse uma análise mais detalhada de seu conteúdo, visto que muitas pessoas (inclusive cristãos) acharam aquelas palavras muito verdadeiras e valiosas. Bom, vamos lá.
Primeiramente, aqui vai o link para o texto original

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao pai senão por mim" Jo 14:6
A seguir, a análise:
Antes de destrinchar o texto em si é necessário um retrocesso breve para entender quem foi Benedito Espinoza (Baruch Espinoza) e de onde vieram todas essas ideias que aparentemente são muito bonitas; mas que contradizem e destróem completamente qualquer base do cristianismo se forem analisadas devidamente.
Em primeiro lugar, Spinoza nasceu em Amsterdã no seio de uma família judaica, que fugiu da inquisição portuguesa. Foi um estudioso da Bíblia, do Talmude e de obras de outros judeus, bem como de filósofos clássicos gregos e tinha interesse em assuntos como metafísica, teologia e lógica.
A grande questão é que Spinoza era um racionalista ferrenho. Acreditava que a pura dedução lógica bastava para atingir a compreensão de questões metafísicas e espirituais. É desnecessário dizer que a experiência que transcende os sentidos é a maior base de qualquer doutrina espiritual ou religião.
A tentativa de enxergar a Deus dentro do mundo físico invalida a essência primordial das escrituras sagradas e de qualquer base da fé cristã. É a partir dessa visão imanente que foi fundada aqui no Brasil a Teologia da Libertação; maior responsável pela secularização da Igreja Católica e da transformação da fé numa questão social, num meio para atingir favores e alegrias em vida. Esse pensamento foi introduzido aqui em meados das décadas de 60 e 70, quando o regime militar expulsou os comunistas do cenário político e os colocou dentro das universidades. A partir de então, toda a geração seguinte ( e as subsequentes) foram doutrinadas pela teoria Marxista e da Escola de Frankfurt, que como se sabe, tem como maior inimigo, o Cristianismo, os valores tradicionais, e a família.
Desde então a classe falante do país, embora sendo minoritária, passou a ocupar os veículos de mídia e a iniciaram a propagação de ideias que degradam a família e desvirtuam a base da fé cristã. Ideias que foram espalhadas até chegarmos no ponto em que estamos hoje. Não existem mais bases ou referências, tudo é relativizado, tudo é permitido, desde que traga algum prazer ou satisfação.
Não há pecado, não há nada após a morte; se Deus está em nós, tudo é permitido, desde que nossa consciência (previamente contaminada) nos oriente.
E clichês completamente distorcidos e vazios em si como: "siga seu coração" ou "você tem o direito de ser feliz" e "vale tudo para atingir a felicidade" começaram a intoxicar a consciência popular, a ponto de tornar a busca constante por entendimento e aprimoramento em simples ações isoladas no sentido de procurar em coisas terrenas alívio para o vazio que todos possuem. A maior prova disso é que atualmente se vê um fenômeno nunca antes visto na história da humanidade que é o de termos muitas crianças deprimidas. Elas são jogadas tão cedo numa série de experiências prazerosas, que já, desde cedo, entram na frustração de que o prazer não preenche o vazio ou responde a propósitos maiores da vida.
Resumindo: quanto mais prazer se procura, mais desgosto e vazio é encontrado.
Nas palavras de Benjamin Franklin: "Se um homem pudesse ter metade dos seus desejos realizados, teria mais aflições do que prazeres"
E pra finalizar o nosso retorno à história:
O filósofo holandês Baruch de Espinosa foi excomungado pela primeira vez na noite de 27 de julho de 1656. Os rabinos da comunidade judia de Amsterdã se reuniram em assembléia e, enquanto uma trompa se pôs a arrastar uma nota agônica, começou a ser lida a sentença de excomunhão do pensador: "Com o julgamento dos anjos e a sentença dos santos, anatematizamos, execramos, amaldiçoamos e expulsamos Baruch de Espinosa, estando de acordo toda a sagrada comunidade, reunida diante dos livros sagrados".
As luzes iam-se apagando, uma a uma, simbolizando Deus que se afastava, e todas as maldições do Antigo Testamento foram recaindo sobre ele, com o peso milenar das profecias: "Que ele seja execrado durante o dia e execrado à noite; seja execrado ao deitar-se e execrado ao levantar-se; execrado ao sair e execrado ao entrar. Que o Senhor nunca mais o perdoe ou aceite; que a ira e o desfavor do Senhor, de agora em diante, recaiam sobre esse homem, carreguem-no com todas as maldições escritas no Livro do Senhor e apaguem seu nome de sob o firmamento".
Agora sim, vamos ao texto; por partes:
Logo de cara ele já começa fazendo uma associação mal intencionada de que rezar está relacionado a ser orgulhoso, bater no peito. Ora, qual é a postura universal da oração? É justamente a de humildade, pequenez e reverência, se ajoelhar.
Aquele que reza, ora; está buscando a Deus, reconhecendo que precisa Dele para viver, que não é auto-suficiente. Quebrar essa atitude é o primeiro e gigantesco passo para afastar alguém da comunhão e do relacionamento com Deus.
"E, acabando Salomão de orar; desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu a sua casa"
"se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." II Cr. 7
"Não sejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças" Fp 4:6
"Eu amo aos que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão" Pv. 8:17
Sim, Deus quer que desfrutemos da vida; mas existem maneiras e maneiras de se fazer isso. Dizer algo tão subjetivo e solto assim pode dar margem a interpretações equivocadas e descabidas, como se o fato de que "aproveitar" a vida esteja fora de qualquer maneira ou limite; o que obviamente não é verdade.
"Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me;
porque aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á e quem perder a sua vida por amor a mim achá-la-á." Mt. 16:25
"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." Fp 4:8
Novamente a insinuação falaciosa de que tudo que há no mundo foi feito por Deus, e por isso deve ser usado e aproveitado ao extremo (hedonismo).
Lendo gênesis em poucos instantes fica claro que após o pecado original o homem foi tirado do Éden e lançado ao mundo que era cheio de imperfeições (que foram nele introduzidas pelo pecado do homem, não pela vontade original de Deus), e que a vida aqui seria difícil, quase que como um castigo e necessitaria da busca de redenção, para que mais uma vez o homem se ligue a Deus. Portanto é totalmente descabido dizer que tudo o que há no mundo é pra ser experimentado e de qualquer forma.
"... antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo." Ef 2:3-4
“Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” 2 Tm 2:22
"Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" 2Co 7:1
"A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" Rm 10:17
É impossível se manter fiel a Deus e praticante da Palavra estando sozinho. A glória e a grandeza do Senhor podem realmente ser percebidas e manifestas através da beleza da natureza. Mas não se tem intimidade com o criador de algo apenas conhecendo suas criaturas.
Uma coisa é contemplar a criação, outra é ter contato e intimidade com quem as criou; e isso só vem pela busca direta, pelo ouvir costante de sua palavra, e pela comunhão com outros que tem o mesmo propósito em suas vidas.
Uma brasa acesa que cai fora da fogueira pode até brilhar por alguns instantes; mas ao longo do tempo irá inevitavelmente se esfriar e se apagar.
“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” Hs 10:24-25
“Exaltem-no na congregação do povo, e louvemno na assembléia dos anciãos!” Sl 107:32
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.”
Ef 4:15-16.
Esse foi de longe o maior absurdo do texto até o momento. Dizer que o homem não pecou é algo tão contraditório com a essência do cristianismo que essa afirmação sozinha poderia invalidar todo o sentido da fé e da relação de Deus com o homem. É uma questão de lógica básica.
Ora, se o homem não pecou, não precisa de Deus; não há o que buscar ou o que reparar; não há quebra nenhuma na relação original da criatura com o criador. Se isso fosse verdade estaríamos todos vivendo no Éden (ou no paraíso) até hoje. E se esse mundo for a ideia que Spinoza tem do paraíso, eu diria que ele tem sérios problemas cognitivos.
"Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus" Rm 3:23
"pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos" Rm 5:19
"Na verdade, não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e nunca peque" Ec 7:20
"Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores." Mt 9:13
"Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós." 1Jo 1:8-10
É verdade que o sexo é um presente de Deus e que ele expressa coisas como alegria, êxtase e o amor. Mas como tudo na vida, tem um momento e uma maneira de ser manifestado; há um contexto para a prática sexual.
Como tudo na vida; uma coisa boa feita da maneira e no momento errado, pode se tornar uma coisa ruim.
Soa meio ilógico que algo tão bom seja atualmente a fonte de tantos problemas, doenças e traumas, não? Não seria esse um indício claro de que o sexo atualmente está sendo utilizado da maneira errada, com os propósitos errados? Para mim isso é bem evidente.
Não cabe aqui ficar discutindo algo que daria assunto pra uma palestra ou um livro; mas o fato é que o sexo foi feito como expressão de um sentimento e um elo físico para representar um elo espiritual que é exteriorizado culturalmente como uma cerimônia formal.
O fato de duas pessoas concordarem em assumir um compromisso sincero de apoio mútuo e construção de uma vida juntos é o pressuposto basilar para que las se unam espiritualmente e posteriormente, fisicamente. O sexo é a manifestação da ideia subjetiva do casamento entre duas pessoas; a união de duas carnes. E quando elas se unem, se tornam uma. No contexto cristão essa ideia é bem clara, e é logicamente impossível que alguém que tenha se tornado um com outra pessoa, venha a se tornar um com uma terceira. É uma ideia objetivamente impossível. Daí vem o embasamento bíblico:
"Não adulterarás" Ex 20:14
"Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela" Mt 5:28
"Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei pois os membros de Cristo, e os farei membros de uma meretriz? De modo nenhum.
Ou não sabeis que o que se une à meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque, como foi dito, os dois serão uma só carne. Mas, o que se une ao Senhor é um só espírito com ele.
Fugi da prostituição. Toco pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo." 1Co 6:15-18
"Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e honra, não na paixão da concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus" 1Ts 4:3-5
"Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará." 1Hs 13:4
Ok, agora como se não houvesse mais nenhuma tentativa de camuflar a intenção destrutiva do texto, ele diz expressamente que devemos ignorar completamente a Bíblia em nossa caminhada rumo ao conhecimento divino.
Ao propor um absurdo desses, Spinoza praticamente aniquila qualquer base ou referência que alguém possa querer ter para buscar a Deus. Sem Bíblia, qual é a diferença então entre Jeová e Alá, Buda, ou Shiva? Zero.
Nesse trecho vemos que se trata de um panteísta convidando as pessoas a abandonarem sua fé e passarem a viver segundo sua própria consciência. Esse é o princípio do homem independente de Deus, que se orienta, se perdoa, se basta.
A ideologia que defende o homem como centro das coisas é o luciferianismo.
Acho que não é muito difícil entender do que se trata.
E agora como a Bíblia foi completamente aniquilada do contexto, não é possível sequer citar algum versículo.
Agora nos é apresentado um Deus distante, ausente; que não se importa com as escolhas que alguém faz; que prega o amor puro e simples (e descontextualizado) como objetivo maior da vida.
É nesse ponto que as pessoas mais carentes, sofridas e ausentes de maior embasamento cristão se rendem à ideia do autor. É feito um convite para uma vida livre de qualquer consequência ou responsabilidade.
Afinal tudo vale em nome da felicidade e do amor. O mais agressivo de todo esse contexto é incitar a ideia de que toda sorte de sentimento, necessidade e vontade que se manifestam nas pessoas veio diretamente de Deus;
como se Ele respaldasse e reforçasse qualquer tipo de objetivo ou ação, uma vez que se a pessoa sentiu ou desejou algo, é obra de Deus, então aquilo é verdadeiro e deve ser buscado.
Seguindo essa lógica, qualquer atitude, por mais monstruosa e hedionda que seja, pode ser válida; afinal se pensamos ou queremos aquilo, foi obra de Deus, então é algo necessariamente bom.
No fim, acaba com a ideia de céu e inferno, como se as atitudes de casa um não tivessem uma implicação espiritual, devendo cada um viver segundo seus próprios valores e moral.
O relativismo é uma das formas mais usadas pelos marxistas culturais para quebrar a moral judaico-cristã, segundo o processo descrito no início do e-mail.
O contorcionismo lógico feito nesse texto pra justificar barbaridades em nome de Deus está chegando a níveis dantescos.
Ele novamente reforça a ideia de que não há pecado, não há juízo, não há necessidade de redenção. Então vivamos como bem entendermos, afinal foi Deus quem nos fez assim.
"E vi um grande trono branco e o que estava sentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.
E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo." Ap 20:11-15
Mais uma vez é martelada a ideia de que não há lei, não há mandamento; de que o senso comum é o bastante para orientar as atitudes e definir o certo e o errado. Relativismo novamente.
Em seguida são lançadas essas palavras aparentemente belas, mas que servem apenas como clichê e não tem valor objetivo algum. São apenas orientações subjetivas e vazias.
A moralidade cristã não é construída em cada cabeça; os homens não são Deus, não são criadores. Eles não tem dentro de si o logos divino, a consciência criadora.
Essa tentativa de tirar de Deus a prerrogativa da criação e entregá-la aos homens é um princípio gnóstico, que é um dos maiores inimigos do cristianismo ao longo da história.
E mais uma vez, é repetido o absurdo de que não há nada além da vida (afirmação ateísta), e que o aqui e agora é tudo o que há.
Me preocupa muito que algum cristão, por mais novo na fé que seja, leia uma disparidade dessas e aceite como verdade.
Os argumentos estão andando em círculos, portanto os versículos correspondentes já foram citados.
Mais do mesmo: a vida terrena é tudo, não haverá céu ou inferno, não haverá julgamento; aproveite a vida como se não houvesse amanhã (carpe-diem); busque felicidades, sentimentos e sensações acima de todo o resto, etc, etc, etc.
É basicamente o antagonismo de toda a sequência lógica de ideias presentes na Bíblia e nas bases do cristianismo.
Nova distorção de premissas básicas cristãs, quais sejam o aperfeiçoamento da fé, a busca constante por desenvolvimento interior e intimidade com Deus, como se Ele se resumisse a palpitações e sentimentos individuais isolados.
Repetindo os clichês pseudo-bonitinhos de que Deus só existe em pequenas coisas e que a mera vida cotidiana é a expressão total da grandeza Dele. Supostos ideais de desapego material, valorização de pessoas e sentimentos,
mas servindo para mascarar o real propósito do texto que é substituir Deus pelo homem. Trocar a fé pela sensação e a busca de redenção por uma insignificante vida cotidiana.
Passa tentar minimizar a importância do louvor, como se ele fosse apenas uma vaidade divina; criado para alimentar o ego do Criador. Quanta besteira.
O louvor são os feitos de Deus EM SI, expressos por palavras de gratidão e glorificação. O louvor é fruto direto do Espírito Santo. Os vários salmos de Davi retraram essa realidade. O louvor é fruto natural de um relacionamento íntimo com Deus.
Quando louvamos estamos demonstrando nossa alegria por conhecer a Deus e receber Dele bênçãos e misericórdia todos os dias. É uma consequência natural de um relacionamento saudável e frutífero.
Dizer que isso é apenas uma questão de vaidade e egocentrismo é tão coerente quanto dizer que não devemos mais agradecer as pessoas por nada na vida, afinal isso é inútil e só serve para envaidecê-las.
A gratidão é um princípio espiritual básico para o bem estar interior; sela ela feita a pessoas ou diretamente a Deus.
"E saiu do trono uma voz, dizendo: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, assim pequenos como grandes." Ap 19:5
"Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. Em ti me alegrarei e exultarei; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo" Sl 9:1-2
"Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome." Hs 13:15
"Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria; para que a minha alma te cante louvores, e não se cale. Senhor, Deus meu, eu te louvarei para sempre. " Sl 30:11-12
"Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! Pois ele satisfaz a alma sedenta, e enche de bens a alma faminta. " Sl 107:8-9
"...ainda de riso te encherá a boca, e os teus lábios de louvor." Jo 8:21
O mundo está cheio de maravilhas?
"Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo jaz no maligno." 1Jo 5:19
"Não ameis o mundo nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo." 1Jo 2:15-17
"E não vos conformeis com esse mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Rm 12:2
Em seguida outra tentativa desesperada de diminuir a importância da Palavra, das pregações, cultos, missas e tudo o que propaga a fé cristã e a reforça.
E uma agulhada final, dizendo que Deus não pode ser encontrado em nada, só dentro de cada um. Mas como é possível encontrarmos Deus em nós, se estivermos cheios de vícios, maldade, pecados inconfessos e recorrentes dentro de nós?
Onde há trevas não há luz; isso é uma coisa óbvia. Deus não entra no coração ou na vida de quem não O convida.
"Não vos prendai a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?" 2Co 6:14
"Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo." Ap 3:20
Conclusão:
Trata-se de um texto feito por um homem que não acreditava na Palavra de Deus, e nem em Deus em si; pois ele O relativiza tanto que qualquer divindade ou religião poderia caber nessa definição. É uma tentativa clara de subversão de toda a base do cristianismo e um convite ao secularismo e a todo tipo de estilo de vida voltado para o homem apenas. Para uma vida cheia de prazeres e sentimentos; tudo o que Deus nos alerta para evitarmos, uma vez que devemos buscar as coisas do espírito, do alto, e não da terra e da carne.
Me parece mais um texto feito por um ateu, panteísta conivicto ou satanista para afastar as pessoas da verdadeira fé e busca cristãs; mergulhando-as num vazio existencial e sem precedentes.
Mas pela forma franca e direta com que esse convite é feito, sinto-me até aliviado, pois só acredita em tanta distorção junta, quem já não tinha a menor intenção de buscar a Deus sinceramente desde o começo. Quero dizer, não há problema algum em não crer em Deus ou em não querer seguir o Cristianismo. Mas se for o fazer, faça direito, com o coração aberto e com sinceridade e honestidade; em primeiro lugar consigo; sem querer mudar a Deus ou adaptá-lo à própria conveniência e comodidade. Deus é coisa séria, não mais uma sensação ou prazer momentâneo para aliviar consciências da Verdade e do Juízo.
A quantidade de mentiras, distorções e absurdos que ele apresentava por linha eram tão grandes que eu sequer terminei de ler. Mas me foi solicitado que fizesse uma análise mais detalhada de seu conteúdo, visto que muitas pessoas (inclusive cristãos) acharam aquelas palavras muito verdadeiras e valiosas. Bom, vamos lá.
Primeiramente, aqui vai o link para o texto original

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao pai senão por mim" Jo 14:6
Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
João 14:6Eu
João 14:6Eu
Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
João 14:6
João 14:6
Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
João 14:6
João 14:6
A seguir, a análise:
Antes de destrinchar o texto em si é necessário um retrocesso breve para entender quem foi Benedito Espinoza (Baruch Espinoza) e de onde vieram todas essas ideias que aparentemente são muito bonitas; mas que contradizem e destróem completamente qualquer base do cristianismo se forem analisadas devidamente.
Em primeiro lugar, Spinoza nasceu em Amsterdã no seio de uma família judaica, que fugiu da inquisição portuguesa. Foi um estudioso da Bíblia, do Talmude e de obras de outros judeus, bem como de filósofos clássicos gregos e tinha interesse em assuntos como metafísica, teologia e lógica.
A grande questão é que Spinoza era um racionalista ferrenho. Acreditava que a pura dedução lógica bastava para atingir a compreensão de questões metafísicas e espirituais. É desnecessário dizer que a experiência que transcende os sentidos é a maior base de qualquer doutrina espiritual ou religião.
A tentativa de enxergar a Deus dentro do mundo físico invalida a essência primordial das escrituras sagradas e de qualquer base da fé cristã. É a partir dessa visão imanente que foi fundada aqui no Brasil a Teologia da Libertação; maior responsável pela secularização da Igreja Católica e da transformação da fé numa questão social, num meio para atingir favores e alegrias em vida. Esse pensamento foi introduzido aqui em meados das décadas de 60 e 70, quando o regime militar expulsou os comunistas do cenário político e os colocou dentro das universidades. A partir de então, toda a geração seguinte ( e as subsequentes) foram doutrinadas pela teoria Marxista e da Escola de Frankfurt, que como se sabe, tem como maior inimigo, o Cristianismo, os valores tradicionais, e a família.
Desde então a classe falante do país, embora sendo minoritária, passou a ocupar os veículos de mídia e a iniciaram a propagação de ideias que degradam a família e desvirtuam a base da fé cristã. Ideias que foram espalhadas até chegarmos no ponto em que estamos hoje. Não existem mais bases ou referências, tudo é relativizado, tudo é permitido, desde que traga algum prazer ou satisfação.
Não há pecado, não há nada após a morte; se Deus está em nós, tudo é permitido, desde que nossa consciência (previamente contaminada) nos oriente.
E clichês completamente distorcidos e vazios em si como: "siga seu coração" ou "você tem o direito de ser feliz" e "vale tudo para atingir a felicidade" começaram a intoxicar a consciência popular, a ponto de tornar a busca constante por entendimento e aprimoramento em simples ações isoladas no sentido de procurar em coisas terrenas alívio para o vazio que todos possuem. A maior prova disso é que atualmente se vê um fenômeno nunca antes visto na história da humanidade que é o de termos muitas crianças deprimidas. Elas são jogadas tão cedo numa série de experiências prazerosas, que já, desde cedo, entram na frustração de que o prazer não preenche o vazio ou responde a propósitos maiores da vida.
Resumindo: quanto mais prazer se procura, mais desgosto e vazio é encontrado.
Nas palavras de Benjamin Franklin: "Se um homem pudesse ter metade dos seus desejos realizados, teria mais aflições do que prazeres"
E pra finalizar o nosso retorno à história:
O filósofo holandês Baruch de Espinosa foi excomungado pela primeira vez na noite de 27 de julho de 1656. Os rabinos da comunidade judia de Amsterdã se reuniram em assembléia e, enquanto uma trompa se pôs a arrastar uma nota agônica, começou a ser lida a sentença de excomunhão do pensador: "Com o julgamento dos anjos e a sentença dos santos, anatematizamos, execramos, amaldiçoamos e expulsamos Baruch de Espinosa, estando de acordo toda a sagrada comunidade, reunida diante dos livros sagrados".
As luzes iam-se apagando, uma a uma, simbolizando Deus que se afastava, e todas as maldições do Antigo Testamento foram recaindo sobre ele, com o peso milenar das profecias: "Que ele seja execrado durante o dia e execrado à noite; seja execrado ao deitar-se e execrado ao levantar-se; execrado ao sair e execrado ao entrar. Que o Senhor nunca mais o perdoe ou aceite; que a ira e o desfavor do Senhor, de agora em diante, recaiam sobre esse homem, carreguem-no com todas as maldições escritas no Livro do Senhor e apaguem seu nome de sob o firmamento".
Agora sim, vamos ao texto; por partes:
Pára de ficar rezando e batendo no peito!
Logo de cara ele já começa fazendo uma associação mal intencionada de que rezar está relacionado a ser orgulhoso, bater no peito. Ora, qual é a postura universal da oração? É justamente a de humildade, pequenez e reverência, se ajoelhar.
Aquele que reza, ora; está buscando a Deus, reconhecendo que precisa Dele para viver, que não é auto-suficiente. Quebrar essa atitude é o primeiro e gigantesco passo para afastar alguém da comunhão e do relacionamento com Deus.
"E, acabando Salomão de orar; desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu a sua casa"
"se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." II Cr. 7
"Não sejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças" Fp 4:6
"Eu amo aos que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão" Pv. 8:17
O que Eu quero que faças é que saias pelo mundo
e desfrutes de tua vida.
e desfrutes de tua vida.
Sim, Deus quer que desfrutemos da vida; mas existem maneiras e maneiras de se fazer isso. Dizer algo tão subjetivo e solto assim pode dar margem a interpretações equivocadas e descabidas, como se o fato de que "aproveitar" a vida esteja fora de qualquer maneira ou limite; o que obviamente não é verdade.
"Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me;
porque aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á e quem perder a sua vida por amor a mim achá-la-á." Mt. 16:25
"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." Fp 4:8
Eu quero que gozes, cantes, que te divirtas e que desfrutes
de tudo o que Eu fiz para ti.
de tudo o que Eu fiz para ti.
Novamente a insinuação falaciosa de que tudo que há no mundo foi feito por Deus, e por isso deve ser usado e aproveitado ao extremo (hedonismo).
Lendo gênesis em poucos instantes fica claro que após o pecado original o homem foi tirado do Éden e lançado ao mundo que era cheio de imperfeições (que foram nele introduzidas pelo pecado do homem, não pela vontade original de Deus), e que a vida aqui seria difícil, quase que como um castigo e necessitaria da busca de redenção, para que mais uma vez o homem se ligue a Deus. Portanto é totalmente descabido dizer que tudo o que há no mundo é pra ser experimentado e de qualquer forma.
"... antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo." Ef 2:3-4
“Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” 2 Tm 2:22
"Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" 2Co 7:1
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
"A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" Rm 10:17
É impossível se manter fiel a Deus e praticante da Palavra estando sozinho. A glória e a grandeza do Senhor podem realmente ser percebidas e manifestas através da beleza da natureza. Mas não se tem intimidade com o criador de algo apenas conhecendo suas criaturas.
Uma coisa é contemplar a criação, outra é ter contato e intimidade com quem as criou; e isso só vem pela busca direta, pelo ouvir costante de sua palavra, e pela comunhão com outros que tem o mesmo propósito em suas vidas.
Uma brasa acesa que cai fora da fogueira pode até brilhar por alguns instantes; mas ao longo do tempo irá inevitavelmente se esfriar e se apagar.
“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” Hs 10:24-25
“Exaltem-no na congregação do povo, e louvemno na assembléia dos anciãos!” Sl 107:32
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.”
Ef 4:15-16.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
Esse foi de longe o maior absurdo do texto até o momento. Dizer que o homem não pecou é algo tão contraditório com a essência do cristianismo que essa afirmação sozinha poderia invalidar todo o sentido da fé e da relação de Deus com o homem. É uma questão de lógica básica.
Ora, se o homem não pecou, não precisa de Deus; não há o que buscar ou o que reparar; não há quebra nenhuma na relação original da criatura com o criador. Se isso fosse verdade estaríamos todos vivendo no Éden (ou no paraíso) até hoje. E se esse mundo for a ideia que Spinoza tem do paraíso, eu diria que ele tem sérios problemas cognitivos.
"Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus" Rm 3:23
"pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos" Rm 5:19
"Na verdade, não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e nunca peque" Ec 7:20
"Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores." Mt 9:13
"Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós." 1Jo 1:8-10
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
É verdade que o sexo é um presente de Deus e que ele expressa coisas como alegria, êxtase e o amor. Mas como tudo na vida, tem um momento e uma maneira de ser manifestado; há um contexto para a prática sexual.
Como tudo na vida; uma coisa boa feita da maneira e no momento errado, pode se tornar uma coisa ruim.
Soa meio ilógico que algo tão bom seja atualmente a fonte de tantos problemas, doenças e traumas, não? Não seria esse um indício claro de que o sexo atualmente está sendo utilizado da maneira errada, com os propósitos errados? Para mim isso é bem evidente.
Não cabe aqui ficar discutindo algo que daria assunto pra uma palestra ou um livro; mas o fato é que o sexo foi feito como expressão de um sentimento e um elo físico para representar um elo espiritual que é exteriorizado culturalmente como uma cerimônia formal.
O fato de duas pessoas concordarem em assumir um compromisso sincero de apoio mútuo e construção de uma vida juntos é o pressuposto basilar para que las se unam espiritualmente e posteriormente, fisicamente. O sexo é a manifestação da ideia subjetiva do casamento entre duas pessoas; a união de duas carnes. E quando elas se unem, se tornam uma. No contexto cristão essa ideia é bem clara, e é logicamente impossível que alguém que tenha se tornado um com outra pessoa, venha a se tornar um com uma terceira. É uma ideia objetivamente impossível. Daí vem o embasamento bíblico:
"Não adulterarás" Ex 20:14
"Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela" Mt 5:28
"Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei pois os membros de Cristo, e os farei membros de uma meretriz? De modo nenhum.
Ou não sabeis que o que se une à meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque, como foi dito, os dois serão uma só carne. Mas, o que se une ao Senhor é um só espírito com ele.
Fugi da prostituição. Toco pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo." 1Co 6:15-18
"Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e honra, não na paixão da concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus" 1Ts 4:3-5
"Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará." 1Hs 13:4
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de tua amada... não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Ok, agora como se não houvesse mais nenhuma tentativa de camuflar a intenção destrutiva do texto, ele diz expressamente que devemos ignorar completamente a Bíblia em nossa caminhada rumo ao conhecimento divino.
Ao propor um absurdo desses, Spinoza praticamente aniquila qualquer base ou referência que alguém possa querer ter para buscar a Deus. Sem Bíblia, qual é a diferença então entre Jeová e Alá, Buda, ou Shiva? Zero.
Nesse trecho vemos que se trata de um panteísta convidando as pessoas a abandonarem sua fé e passarem a viver segundo sua própria consciência. Esse é o princípio do homem independente de Deus, que se orienta, se perdoa, se basta.
A ideologia que defende o homem como centro das coisas é o luciferianismo.
Acho que não é muito difícil entender do que se trata.
E agora como a Bíblia foi completamente aniquilada do contexto, não é possível sequer citar algum versículo.
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor. Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, limitações, prazeres, sentimentos, necessidades, incoerências e de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que Eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que Eu poderia criar um lugar para queimar a todos os meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Agora nos é apresentado um Deus distante, ausente; que não se importa com as escolhas que alguém faz; que prega o amor puro e simples (e descontextualizado) como objetivo maior da vida.
É nesse ponto que as pessoas mais carentes, sofridas e ausentes de maior embasamento cristão se rendem à ideia do autor. É feito um convite para uma vida livre de qualquer consequência ou responsabilidade.
Afinal tudo vale em nome da felicidade e do amor. O mais agressivo de todo esse contexto é incitar a ideia de que toda sorte de sentimento, necessidade e vontade que se manifestam nas pessoas veio diretamente de Deus;
como se Ele respaldasse e reforçasse qualquer tipo de objetivo ou ação, uma vez que se a pessoa sentiu ou desejou algo, é obra de Deus, então aquilo é verdadeiro e deve ser buscado.
Seguindo essa lógica, qualquer atitude, por mais monstruosa e hedionda que seja, pode ser válida; afinal se pensamos ou queremos aquilo, foi obra de Deus, então é algo necessariamente bom.
No fim, acaba com a ideia de céu e inferno, como se as atitudes de casa um não tivessem uma implicação espiritual, devendo cada um viver segundo seus próprios valores e moral.
O relativismo é uma das formas mais usadas pelos marxistas culturais para quebrar a moral judaico-cristã, segundo o processo descrito no início do e-mail.
O contorcionismo lógico feito nesse texto pra justificar barbaridades em nome de Deus está chegando a níveis dantescos.
Ele novamente reforça a ideia de que não há pecado, não há juízo, não há necessidade de redenção. Então vivamos como bem entendermos, afinal foi Deus quem nos fez assim.
"E vi um grande trono branco e o que estava sentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.
E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo." Ap 20:11-15
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia. Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único de que precisas. Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Mais uma vez é martelada a ideia de que não há lei, não há mandamento; de que o senso comum é o bastante para orientar as atitudes e definir o certo e o errado. Relativismo novamente.
Em seguida são lançadas essas palavras aparentemente belas, mas que servem apenas como clichê e não tem valor objetivo algum. São apenas orientações subjetivas e vazias.
A moralidade cristã não é construída em cada cabeça; os homens não são Deus, não são criadores. Eles não tem dentro de si o logos divino, a consciência criadora.
Essa tentativa de tirar de Deus a prerrogativa da criação e entregá-la aos homens é um princípio gnóstico, que é um dos maiores inimigos do cristianismo ao longo da história.
E mais uma vez, é repetido o absurdo de que não há nada além da vida (afirmação ateísta), e que o aqui e agora é tudo o que há.
Me preocupa muito que algum cristão, por mais novo na fé que seja, leia uma disparidade dessas e aceite como verdade.
Os argumentos estão andando em círculos, portanto os versículos correspondentes já foram citados.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não te perguntarei se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar é se tu gostaste, se te divertiste, do que mais gostaste, o que aprendeste.
Mais do mesmo: a vida terrena é tudo, não haverá céu ou inferno, não haverá julgamento; aproveite a vida como se não houvesse amanhã (carpe-diem); busque felicidades, sentimentos e sensações acima de todo o resto, etc, etc, etc.
É basicamente o antagonismo de toda a sequência lógica de ideias presentes na Bíblia e nas bases do cristianismo.
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar. Pára de me louvar! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que me agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, de teus amores, do mundo. Tu te sentes maravilhado, surpreendido?... Então expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Nova distorção de premissas básicas cristãs, quais sejam o aperfeiçoamento da fé, a busca constante por desenvolvimento interior e intimidade com Deus, como se Ele se resumisse a palpitações e sentimentos individuais isolados.
Repetindo os clichês pseudo-bonitinhos de que Deus só existe em pequenas coisas e que a mera vida cotidiana é a expressão total da grandeza Dele. Supostos ideais de desapego material, valorização de pessoas e sentimentos,
mas servindo para mascarar o real propósito do texto que é substituir Deus pelo homem. Trocar a fé pela sensação e a busca de redenção por uma insignificante vida cotidiana.
Passa tentar minimizar a importância do louvor, como se ele fosse apenas uma vaidade divina; criado para alimentar o ego do Criador. Quanta besteira.
O louvor são os feitos de Deus EM SI, expressos por palavras de gratidão e glorificação. O louvor é fruto direto do Espírito Santo. Os vários salmos de Davi retraram essa realidade. O louvor é fruto natural de um relacionamento íntimo com Deus.
Quando louvamos estamos demonstrando nossa alegria por conhecer a Deus e receber Dele bênçãos e misericórdia todos os dias. É uma consequência natural de um relacionamento saudável e frutífero.
Dizer que isso é apenas uma questão de vaidade e egocentrismo é tão coerente quanto dizer que não devemos mais agradecer as pessoas por nada na vida, afinal isso é inútil e só serve para envaidecê-las.
A gratidão é um princípio espiritual básico para o bem estar interior; sela ela feita a pessoas ou diretamente a Deus.
"E saiu do trono uma voz, dizendo: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, assim pequenos como grandes." Ap 19:5
"Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. Em ti me alegrarei e exultarei; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo" Sl 9:1-2
"Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome." Hs 13:15
"Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria; para que a minha alma te cante louvores, e não se cale. Senhor, Deus meu, eu te louvarei para sempre. " Sl 30:11-12
"Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! Pois ele satisfaz a alma sedenta, e enche de bens a alma faminta. " Sl 107:8-9
"...ainda de riso te encherá a boca, e os teus lábios de louvor." Jo 8:21
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.
O mundo está cheio de maravilhas?
"Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo jaz no maligno." 1Jo 5:19
"Não ameis o mundo nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo." 1Jo 2:15-17
"E não vos conformeis com esse mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Rm 12:2
Em seguida outra tentativa desesperada de diminuir a importância da Palavra, das pregações, cultos, missas e tudo o que propaga a fé cristã e a reforça.
E uma agulhada final, dizendo que Deus não pode ser encontrado em nada, só dentro de cada um. Mas como é possível encontrarmos Deus em nós, se estivermos cheios de vícios, maldade, pecados inconfessos e recorrentes dentro de nós?
Onde há trevas não há luz; isso é uma coisa óbvia. Deus não entra no coração ou na vida de quem não O convida.
"Não vos prendai a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?" 2Co 6:14
"Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo." Ap 3:20
Conclusão:
Trata-se de um texto feito por um homem que não acreditava na Palavra de Deus, e nem em Deus em si; pois ele O relativiza tanto que qualquer divindade ou religião poderia caber nessa definição. É uma tentativa clara de subversão de toda a base do cristianismo e um convite ao secularismo e a todo tipo de estilo de vida voltado para o homem apenas. Para uma vida cheia de prazeres e sentimentos; tudo o que Deus nos alerta para evitarmos, uma vez que devemos buscar as coisas do espírito, do alto, e não da terra e da carne.
Me parece mais um texto feito por um ateu, panteísta conivicto ou satanista para afastar as pessoas da verdadeira fé e busca cristãs; mergulhando-as num vazio existencial e sem precedentes.
Mas pela forma franca e direta com que esse convite é feito, sinto-me até aliviado, pois só acredita em tanta distorção junta, quem já não tinha a menor intenção de buscar a Deus sinceramente desde o começo. Quero dizer, não há problema algum em não crer em Deus ou em não querer seguir o Cristianismo. Mas se for o fazer, faça direito, com o coração aberto e com sinceridade e honestidade; em primeiro lugar consigo; sem querer mudar a Deus ou adaptá-lo à própria conveniência e comodidade. Deus é coisa séria, não mais uma sensação ou prazer momentâneo para aliviar consciências da Verdade e do Juízo.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Pertencer a si mesmo, às coisas, ou aos outros?

"O homem normal está limitado, quanto aos prazeres da vida, às coisas exteriores, tais como a riqueza, a posição, a esposa, os filhos, os amigos, a sociedade etc.; nisso se funda a felicidade de sua vida. De modo que tal felicidade se desmorona quando essas coisas são perdidas ou o desiludem. Podemos caracterizar essa relação dizendo que seu centro de gravidade está fora dele. Por isso seus desejos e seus caprichos são sempre variáveis; quando seus meios permitirem, comprará prontamente coisas como casas de campo ou cavalos, dará festas ou empreenderá viagens; em geral, leverá uma vida suntuosa, tudo isso precisamente porque busca em qualquer parte uma satisfação vinda de fora. É como um homem extenuado que esperar encontrar em soluções e em remédios a saúde e o vigor cujo verdadeiro manancial é a própria força vital.
Para não passar imediatamente para o extremo oposto, tomemos agora um homem dotado de uma potência intelectual que, sem ser excessiva, excede, todavia, a medida comum e estritamente suficiente. Veremos esse homem, quando as fontes exteriores de prazer esgotarem-se ou deixarem de satisfazê-lo, cultivar de modo obcecado algum ramo das belas artes, ou então alguma ciência, tal como botânica, mineralogia, física, astronomia, história etc., e encontrar nela grande prazer e diversão. Por tal razão, podemos dizer que seu centro de gravidade está parcialmente dentro dele. Não obstante, o mero diletantismo na arte ainda está muito distante da faculdade criadora, e o mero conhecimento científico deixa de lado as relações dos fenômenos entre si, não sendo capazes de absorver completamente o homem comum; não podem ocupar todo o seu ser e, por conseguinte, entrelaçar-se tão estreitamente na trama de sua existência que se veja incapaz de nutrir interesse por todo o resto.
Isso está reservado exclusivamente à suprema eminência intelectual, comumente denominada gênio; somente ela toma como assunto, íntegra e absolutamente, a essência e a existência das coisas. Depois, segundo sua tendência individual, trabalhará para expressar suas profundas concepções a esse respeito por meio da arte, da poesia ou da filosofia. Assim, apenas para um homem desse gênero é uma necessidade irresistível a ocupação permanente consigo mesmo, com seus pensamentos e com suas obras; para ele, a solidão é bem-vinda, o ócio é o bem supremo e todo o mais é supérfluo; na verdade, quando o possui, muitas vezes é um fardo. Somente em relação a esse homem podemos afirmar que seu centro de gravidade está completamente dentro dele. Isso explica-nos ao mesmo tempo, por que esses homens de uma espécie tão rara, mesmo os de melhor caráter, não conferem aos seus amigos, à sua família, à comunidade em geral esse interesse íntimo e ilimitado de que muitos outros são capazes. Porque podem, em último caso, prescindir de tudo, contanto possuam a si próprios. Existe, pois, neles um elemento isolante, cuja ação será tanto mais enérgica na medida em que os demais homens não puderem satisfazer-lhes plenamente. Desse modo, não podem ver esses outros como seus iguais; na verdade, sentindo constantemente a dessemelhança de sua natureza em tudo e por tudo, habituam-se gradualmente a vagar entre os demais homens como se fossem seres de espécie distinta e, em suas meditações sobre os demais, a servir-se da terceira e não da primeira pessoa do plural.
As virtudes morais beneficiam principalmente os outros; as virtudes intelectuais, por outro lado, beneficiam primariamente aqueles que a possuem; portanto, a primeira faz com que sejamos largamente estimados, a segunda, ignorados."
Arthur Schopenhauer - in - O Mundo como Vontade e Representação [Aforismos para Sabedoria de Vida; p.15].
"... mais tarde, em companhia de outro brasileiro, consegui uma rápida visita a esse homem solitário e taciturno. Cabeleira desgrenhada, barba por fazer, sapatos sem meias, todo envolto em um vasto manto cinzento, com olhar longínquo de esfinge em pleno deserto - lá estava esse homem cujo corpo ainda vivia na terra, mas cuja mente habitava nas mais remotas plagas do cosmo, ou no centro invisível dos átomos.
Conversar com Einstein seria profanar a sua sagrada solidão."
Huberto Rohden - Einstein, O Enigma do Universo p.16

"Quanto a mim, minha filosofia nunca me faz ganhar nada, mas me poupa de muitas perdas"
Schopenhauer
Schopenhauer
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Força transcendental, a verdadeira força interior

Vejo muita gente se queixando de dificuldades, todo o tempo.
Alguns poucos, principalmente em redes sociais, onde suas vidas são frequentemente expostas, tentam manter uma aparência de constante alegria e contentação com a vida. É como se criar uma aparência de sucesso fosse transformar a realidade. Em muitos casos, o pensamento positivo nada pode fazer para reformar a verdade. Verdade essa, é que, no campo prático, vejo muito mais pessoas se queixando de sua existência, do que sendo verdadeiramente grata por ela.
Primeiramente cabe esclarecer que não acredito de maneira alguma nessas repetitivas reinvindicações de um suposto "direito de ser feliz" que vejo ser objeto da luta de tantos. Ora, felicidade até onde eu sei, é um sentimento passageiro, é a definição emocional de um momento ou de um lapso temporal entre outros tantos estados que compõem nossa existência. Não é porque um estado é aparentemente mais aprazível e prazeroso que o outro que devemos focalizar nossos esforços, e muito menos reinvindicar o direito de desfrutar daquilo todo o tempo. Me pergunto se isso é sequer saudável; visto que grande parte das pessoas que conheço que vivem a buscar a tal "felicidade" (como algo concreto e eterno), são exatamente as que encontram maiores desgostos e desilusões durante sua caminhada.
Eu me contento apenas em seguir meus objetivos, me aprimorar como ser, e agradecer a Deus pelos momentos de felicidade que por ventura se desenharem em minha vida. Jamais perderia meus preciosos momentos lutando para conservar um sentimento ou uma aparente contentação psíquica com qualquer coisa que seja.
Agora voltando à questão do sofrimento e da dificuldade de sobrepujá-lo (veja bem: não creio que felicidade ou alegria sejam antônimos de dor ou sofrimento; pois como já disse, existem incontáveis outros estados da alma entre esses dois extremos).
A meu ver, a primeira condição básica para se afastar de sofrimento, é naturalmente não criá-lo. Dessa maneira, vejo como fundamental que se percam todas as ilusões em relação à vida e às pessoas. Quanto mais baixo for o foco, menor será a motivação para nele perseverar, e se por acaso, vier a atingí-lo, menor serão os resultados da mesma maneira.
Para tanto, cito agora um dos maiores poetas brasileiros do século passado, falecido recentemente; Bruno Tolentino, que dizia que a vida terrena é apenas um rascunho da vida eterna que será escrita futura e indefinidamente. De forma que aqueles que dão muita importância a benefícios que pretendem obter nesta vida, irão perder força, terão maior facilidade em serem enganados e ludibriados por favorecimentos diversos, tendo grandes chances de verem suas bases morais e seu real objetivo serem derrubados pelo sistema de coisas que sempre reinou por aqui.
Quando a doutrina cristã diz que os maiores inimigos do homem são o mundo, o diabo, e a carne, se refere à carne exatamente como a tendência que temos de achar que o que nos afeta sensorialmente é o mais importante, e deve ser o centro de nossas atenções e o foco de nossas forças. Quando uma pessoa que não sabe discernir sua vontade da realidade objetiva, ela se torna como um soldado cego em uma batalha, que vai atacar toda e qualquer coisa que seus sentidos (limitados) poderão captar, e não necessariamente o inimigo real. Ou seja: a pessoa que tem como objetivo de nada, nada além do acúmulo de riquezas, vai enxegar toda e qualquer forma de diminuição do seu patrimônio a menos que para benefício próprio, como algo essencialmente mal e que deve ser evitado (deixando de lado, a caridade por exemplo). Outra pessoa que tem como meta de vida um grande amor, vai se prender sempre em questões emocionais e enxergar relacionamentos afetivos como a coisa mais importante da vida, deixando de lado muitas vezes a busca pela verdade, o conhecimento transcendental, o desenvolvimento de todos os outros campos da vida, etc.
É nesse aspecto que a vida voltada para causas mais elevadas sempre produziu as mais dignas biografias da humanidade. Tirar os olhos somente de si é a primeira ferramenta para que o indivíduo seja capaz de superar seus próprios limites e despertar-se como agente de conhecimento e ação divina. É aí que as verdadeiras experiências e sensações que trazem a paz, a temperança e a sabedoria terão caminho pavimentado para atingir a essência do ser, e a força interior, que antes parecia esguia e claudicante, encontra forças onde sequer sabia que existiam.
Nunca é cedo para um reexame dos labirintos de si mesmo, buscando o que pode ter se perdido com o passar dos anos, ou mesmo nunca ter sido descoberto.
Um feliz ano novo (realmente novo) para todos!

domingo, 18 de dezembro de 2011
O Homem Light

-Uma Vida Sem Valores
Qual é o seu perfil psicológico? Como poderia ser definido? Trata-se de um homem relativamente bem informado, porém com escassa educação humana, entregue ao pragmatismo, por um lado, e a bastantes lugares comuns, por outro. Tudo lhe interessa, mas só a nível superficial; não é capaz de fazer a síntese daquilo que recolhe e por conseguinte, foi-se convertendo num sujeito trivial, vão, fútil, que aceita tudo mas carece de critérios sólidos na sua conduta. Nele tudo se torna etéreo, leve, volátil, banal, permissivo.
(…)
Não há no homem light entusiasmos desmedidos nem heroísmos. A cultura light é uma síntese insípida que transita pela classe média da sociedade, sem excitantes… tudo suava, ligeiro, sem riscos, com a segurança pela frente. Um homem assim não deixará marcas. Na sua vida já não há revoluções, dado que a sua moral se converteu numa ética de regras de urbanidade ou numa mera atitude estética. O ideal apático é a nova utopia, porque, como diz Lipovetsky, estamos na era do vazio. (Enrique Rojas, O homem light - Uma vida sem valores, pp. 7-10)"
Vida sem valores é a expressão que melhor traduz o tipo de homem que surgiu nos últimos anos na sociedade ocidental de bem estar, que melhor define o “homem light”. Enrique Rojas, médico humanista, retrata e denuncia neste seu livro (El Hombre Light) aquele homem que magistralmente assim apelida de “light”. Light é a palavra mágica que está na moda e com a qual se identificam certos produtos (tabaco, bebidas, alimentos). Apresenta-o como um indivíduo materialista e hedonista, como um ser que tudo relativiza na ânsia de alcançar, sem mais, a meta por si traçada de bem-estar e prazer material.
No “homem light”, diz Enrique Rojas, há prazer sem alegria – nele se vê um homem intrigado e atraído por muitas coisas, mas sem vincular-se a nada. E, por isso é infeliz e inseguro, estando longe daquele homem sólido que busca a verdade. O “homem light” procura o absoluto do seu ponto de vista, convertendo-o em relativo – é vazio, não tem fundo. Ser rico, ganhar muito dinheiro é o mais importante, é a melhor conta de apresentação nos ambientes “light”. Este débil homem abraçou a permissividade, fazendo dela o seu código ético e que vai desde a tolerância ilimitada à revolução sem finalidade. E essa permissividade, como acentua Enrique Rojas, revela-se em vários campos, designadamente no campo sexual, em que se chama “amor” a cada relação superficial e passageira, em que se confunde amor e sexo, dizendo-se quando se vai fazer sexo, que vai fazer amor – sexualidade vazia, idolatria do sexo, amor de rebaixas, amor light. Como sair de tudo isto? Responde o autor que o deixar de ser pessoa light só pode ser alcançado dando um passo da imanência para a transcendência, deixando o individualismo e o materialismo.
Necessitamos de um modelo de identidade para o homem das décadas vindouras, que será profundo, sábio, forte moralmente (a moral cristã é o melhor vector para a realização da eterna vocação transcendente do homem) e que terá coerência na sua vida. Em suma, Enrique Rojas mostra-nos neste seu livro as chaves psisológicas do “homem light” e as vias de saída para a superação do grande vazio existencial que produz a falta de valores e de ideias.
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Resumo:
~resenha do livro de Enrique Rojas
O HOMEM MODERNO – A LUTA CONTRA O VAZIO
Enrique Rojas
O fim de uma civilização em que se assiste a derrocada dos sistemas totalitários aponta para a geração do homem light, que nada mais é do que a criação de um indivíduo superficial, leve, volátil, banal, permissivo. O viver bem a qualquer custo passa a ser a nova tônica do comportamento. De repente, o homem se vê frente-a-frente com o drama das drogas, a marginalização de jovens, greves dos trabalhadores, dentre outros fatos. Tudo isso contribui para que o homem se torne frio, não acreditando em quase nada, deixando para trás os valores transcendentes. É um homem sem vínculos, descomprometido e indiferente. Adepto da permissividade, o homem moderno vai trilhando seus caminhos, sem proibições, nem territórios vedados ou limitações, ele arrisca tudo, é vítima do consumismo.
Esse perfil do homem moderno, traçado por Enrique Rojas, mostra que o ser humano foi rebaixado a objeto, repleto de consumo e bem-estar, cujo fim é despertar admiração ou inveja. Com esses valores, o homem vai se tornar mais vulnerável e sem firmeza. O autor acredita que o homem moderno vai passar por um sofrimento para iniciar uma mudança radical que o impulsione a um caminho mais digno e humano. Com todos esses predicados, o homem moderno vai montando uma sociedade desorientada, perplexa, desenganada, cética, à deriva, mas orgulhoso e radiante por caminhar para trás. Este protótipo do homem livre nada mais é do que um ser piorado, degradado. Muitos homens de hoje não sabem para onde vão, estão perdidos e desorientados. Este estado de coisas aconteceu por causa de vários filósofos como Sócrates, Camus, Descartes, Pascal, Kant dentre outros, cujas vidas serviram de exemplo de fracasso total para seus seguidores. Nesta crítica, o autor esqueceu de dizer que os filósofos que ele citou foram grandes pensadores e trouxeram à humanidade muita evolução, como Sartre, Kierkegaard, Unamuno e outros.
(...)
Rojas faz uma diferença entre o homem moderno e o homem sólido. O primeiro é aquele que mostra uma curiosidade incessante, mas sem bússola e mal dirigida. Já o homem sólido busca a verdade, para que esta o faça avançar em direção ao crescimento pessoal. Mais adiante, o autor defende a idéia de que o homem deve combater o cinismo, mediante convicções firmes e não jogar-se ao consumismo. A partir dessas considerações, enfoca-se o niilismo, enfocando assuntos como a liberdade, relativismo e cinismo. O niilismo, assim como relativismo e o ceticismo, tem um tom devorador, desiludido, indiferente à verdade por comodismo e por não se aprofundar em questões substanciais. A felicidade é a realização mais completa do ser humano e indica que o ser humano que a possui se encontrou de fato e tem um projeto de vida coerente. Já o homem moderno tem uma ausência quase absoluta de cultura, pois só procura aquilo que tem relação com sua vida profissional, com assuntos triviais como a vida alheia, as viagens e os episódios nela ocorridos.
No que se refere ao amor humano, ele acredita que uma das formas mais representativas dele é o que se pratica entre homem e mulher. Essa forma de amor é um sentimento de aprovação e afirmação do outro, ou mais precisamente, o que o homem necessita na vida. Na relação sexual, sem amor autêntico o outro é um objeto de prazer, leva a um vazio gradual que desemboca no tédio. Os vícios do homem moderno são muitos, como a busca por psicoterapeutas, reflexo das pessoas que sofrem de crises de identidade, ou mesmo, os vícios de perder peso, buscando-se o emagrecimento como meta, dentre outros. Todas essas formas de “fugas” são vícios do consumo, o que traduz uma clara insatisfação de tudo. E assim, vão se somando as várias condutas do homem moderno, que adota uma vida ligh, que consiste numa vida que conduz a uma existência vazia. O ser humano passa a ser narcisista, concentrado em si próprio, em seu corpo. Este homem light viveria sem ideal e sem objetivos transcendentes.
O homem moderno não procura a religião, mas também não é ateu. Ele construiu uma forma particular de espiritualidade segundo sua própria perspectiva. É ele quem decide o que está bem e o que está mal e termina fabricando uma ética à sua medida. Com essas considerações fica claro que o homem moderno distanciou-se da religião por não acreditar na sua eficácia. Poderia se dizer que o homem light virou cético, duvida de tudo, trata os outros como objetos, tem no materialismo e no consumismo suas formas de vida.
Todo este estado de coisas conduzem ao cansaço da vida e o homem fica fraco, extenuado, lânguido, uniforme com alguma coisa nebulosa coberta por um tom cinza. Esta é a psicologia do fracasso, na qual o homem navega cada vez mais frágil, indiferente e permissivo e sem rumo. Diante das diversas situações que o homem atravessa, ter vontade própria é um dos objetivos primordiais e que auxiliam o homem a chegar mais longe. As soluções para o homem moderno passam pela recuperação do humanismo. Mas será que o humanismo resolveria o problema? Nessas considerações há uma busca aos valores do passado, às raízes do pensamento humano, como as escolas gregas, romanas e judaico-cristãs. É fácil dizer que o homem vai mudar adotando em seu interior a sabedoria clássica, mas é preciso observar que muitos conceitos de filosofias antigas já estão superados e não se adaptam mais atualmente. É preciso entender que o homem moderno quer mais, quer conquistar, quer extrapolar fronteiras e qualquer sugestão de melhoria deve enfocar uma reconstrução dos valores e isso exige muita disciplina, coisa bastante difícil atualmente, pois o ser humano ficou cínico, pragmático, pensa uma coisa e faz outra diferente.
Depois de mostrar um cenário sombrio para o homem moderno, há que se fazer uma terapia, que consiste em reformular a vida, colocá-la em ordem e aplicar uma vontade firme para realizar o propósito de aproveitar a vida com empenho inquebrantável.
Concluindo, a obra de Rojas fala da falta de valores que cercam o homem moderno, criticando veemente todos os aspectos que o levam ao vazio, apontando caminhos em que a felicidade, o amor e outros valores precisam fazer parte de sua vida. Neste sentido, a obra é mais uma tentativa de fazer o homem mais feliz interiormente, com espírito de luta, garras e firmeza nos objetivos. Contudo, é contraditório dizer que o homem deve fugir do culto à novidade, ou que a religião deve fazer parte de uma renovação do homem moderno. Ora, se o homem fugir à novidade, ele vai ficar embotado e vítima do tradicionalismo que pouco progresso trouxe à humanidade. E a religião serviu para condicionar o homem, não permitindo que ele abra seus horizontes. Desse modo, a reconstrução do homem moderno é trabalho profundo, exige não só a disciplina, mas tudo o que ele puder usar em prol do amor, felicidade, solidariedade, respeito aos direitos humanos, não-violência, nem busca pelas drogas.
No que se refere ao amor humano, ele acredita que uma das formas mais representativas dele é o que se pratica entre homem e mulher. Essa forma de amor é um sentimento de aprovação e afirmação do outro, ou mais precisamente, o que o homem necessita na vida. Na relação sexual, sem amor autêntico o outro é um objeto de prazer, leva a um vazio gradual que desemboca no tédio. Os vícios do homem moderno são muitos, como a busca por psicoterapeutas, reflexo das pessoas que sofrem de crises de identidade, ou mesmo, os vícios de perder peso, buscando-se o emagrecimento como meta, dentre outros. Todas essas formas de “fugas” são vícios do consumo, o que traduz uma clara insatisfação de tudo. E assim, vão se somando as várias condutas do homem moderno, que adota uma vida ligh, que consiste numa vida que conduz a uma existência vazia. O ser humano passa a ser narcisista, concentrado em si próprio, em seu corpo. Este homem light viveria sem ideal e sem objetivos transcendentes.
O homem moderno não procura a religião, mas também não é ateu. Ele construiu uma forma particular de espiritualidade segundo sua própria perspectiva. É ele quem decide o que está bem e o que está mal e termina fabricando uma ética à sua medida. Com essas considerações fica claro que o homem moderno distanciou-se da religião por não acreditar na sua eficácia. Poderia se dizer que o homem light virou cético, duvida de tudo, trata os outros como objetos, tem no materialismo e no consumismo suas formas de vida.
Todo este estado de coisas conduzem ao cansaço da vida e o homem fica fraco, extenuado, lânguido, uniforme com alguma coisa nebulosa coberta por um tom cinza. Esta é a psicologia do fracasso, na qual o homem navega cada vez mais frágil, indiferente e permissivo e sem rumo. Diante das diversas situações que o homem atravessa, ter vontade própria é um dos objetivos primordiais e que auxiliam o homem a chegar mais longe. As soluções para o homem moderno passam pela recuperação do humanismo. Mas será que o humanismo resolveria o problema? Nessas considerações há uma busca aos valores do passado, às raízes do pensamento humano, como as escolas gregas, romanas e judaico-cristãs. É fácil dizer que o homem vai mudar adotando em seu interior a sabedoria clássica, mas é preciso observar que muitos conceitos de filosofias antigas já estão superados e não se adaptam mais atualmente. É preciso entender que o homem moderno quer mais, quer conquistar, quer extrapolar fronteiras e qualquer sugestão de melhoria deve enfocar uma reconstrução dos valores e isso exige muita disciplina, coisa bastante difícil atualmente, pois o ser humano ficou cínico, pragmático, pensa uma coisa e faz outra diferente.
Depois de mostrar um cenário sombrio para o homem moderno, há que se fazer uma terapia, que consiste em reformular a vida, colocá-la em ordem e aplicar uma vontade firme para realizar o propósito de aproveitar a vida com empenho inquebrantável.
Concluindo, a obra de Rojas fala da falta de valores que cercam o homem moderno, criticando veemente todos os aspectos que o levam ao vazio, apontando caminhos em que a felicidade, o amor e outros valores precisam fazer parte de sua vida. Neste sentido, a obra é mais uma tentativa de fazer o homem mais feliz interiormente, com espírito de luta, garras e firmeza nos objetivos. Contudo, é contraditório dizer que o homem deve fugir do culto à novidade, ou que a religião deve fazer parte de uma renovação do homem moderno. Ora, se o homem fugir à novidade, ele vai ficar embotado e vítima do tradicionalismo que pouco progresso trouxe à humanidade. E a religião serviu para condicionar o homem, não permitindo que ele abra seus horizontes. Desse modo, a reconstrução do homem moderno é trabalho profundo, exige não só a disciplina, mas tudo o que ele puder usar em prol do amor, felicidade, solidariedade, respeito aos direitos humanos, não-violência, nem busca pelas drogas.
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