Followers

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Windows to the Soul

*press play before start reading ;)




Dizem que os olhos são as janelas da alma; se você olhar dentro deles verá algo além de belas cores e o reflexo de si mesmo. Acredito que muito além do que os olhos podem ver e demonstrar está o que procuramos guardar no mais íntimo de nosso ser. É possível descrever o inexpressível com um olhar, é possível atingir algo além dos cinco sentidos refletindo emoções e sentimentos através dele.

Existem momentos na vida em que parecemos estar mais sensíveis a certas coisas ou momentos, como se você fosse um livro amarrado por uma correia, que vai se desatando a cada dia. Isso assustaria os mais reservados e encheria de alegria os mais emotivos. Em dias como esses questionamentos que passavam longe da mente começam a desatar suavemente a tranca do livro, permitindo acesso a tudo que de mais profundo se guardava, ao intocado e imutável, permitindo que certezas e dogmas comecem a ser expostos. Tudo isso guiado por um sublime olhar, ou por inocentes e despretensiosas palavras.

O livro finalmente se abre e traz horror aos olhos outrora cheios de esperança. A luz que sempre lhe trouxe belas imagens e recordações revela uma realidade antes oculta, uma realidade não aprazível mas repleta de possibilidades, uma caixa de pandora com um mapa do tesouro no fundo. Quando borboletas voam ao meu redor, desvio o olhar para as lagartas. Mas o que faria com elas, sou um caçador de borboletas. Até quando olharei para lagartas querendo achar borboletas? Não sei bem que muitas jamais realizarão metamorfose alguma? O que diria eu a Deus se um dia o questionar sobre a minha borboleta e ele disser que permitiu que algumas de tão belas cores e tão gracioso vôo ao meu alcance mas eu não dei atenção, pois permanecia olhando para as lagartas?

O livro parece querer fechar novamente por não suportar o próprio conteúdo, as páginas se amolecem e se dobram, contorcendo-se diante dos capítulos negros. Por mais bem guardado que possa ser, sempre existem imperfeições e sujeiras entre cada página. O bibliotecário toma o pesado livro em sua mão, observa-o e reluta por um instante, e logo o recoloca na estante da livraria do restaurante no fim do universo.





'Now there's a look in your eyes, like black holes in the sky.
Shine on you crazy diamond.'








Um comentário:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.