*postado originalmente em 19/09/08
... aqui nada tens a procurar, mas a perder.
Para que queres chafurdar neste lamaçal? Tem dó de teus pés! Cospe à porta da cidade e volta sobre teus passos!
Isto é um inferno para os pensamentos de solitários. Aqui se cozinham vivos os grandes pensamentos, aqui se reduzem a papa.
Aqui apodrecem todos os grandes sentimentos. Aqui só se pode ouvir o crepitar dos pequenos sentimentos de paixõezinhas ressequidas.
Não vês, penduradas, as almas, como frangalhos sujos? E desse frangalhos, porém, ainda se fazem periódicos!
Provocam-se sem saber porquê. Entusiasmam-se e não sabem porquê.
Sentem frio e procuram calor na aguardente. Estão todos infectados e contaminados pela opinião pública.
Aqui tudo se fala e nada se ouve. Embora uma pessoa anuncie seu saber a toques de campainha, os lojistas abafarão o som na praça pública com o ruído de suas moedas.
Entre eles tudo fala, mas ninguém sabe mais compreendeer. Tudo cai na água, mas nada cai em fontes profundas.
Entre ele tudo fala, tudo se divulga. E o que antigamente se chamava mistério e segredo das almas profundas, pertence hoje aos trombeteiros das ruas e outros tagarelas.
Todas as coisas já cacarejam, mas quem é que quer ficar ainda no ninho a chocar os ovos?
"Também sinto repugnância por esta grande cidade e não só deste louco. Aqui e acolá, nada há que melhorar, nada há que piorar."
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário