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segunda-feira, 29 de junho de 2009

*Youth's Grave

*postado originalmente em 29/05/08



Ó imagens e visões de minha juventude! Vós todos, olhares de amor, momentos divinos! Como vos devenesceste depressa! Penso hoje em vós como em meus mortos.
De vós, mortos prediletos, chega até mim um suave pefume, um perfume que alivia o coração e faz correr lágrimas. Na verdade, esse perfume comove e alivia o coração do navegante solitário.

Nós éramos feitos para viver juntos, uns ao lado dos outros, vós que tendes a minha afeição, vós estranhas maravilhas! E tínheis vindo para mim e para meu desejo, não como tímidas aves, não, mas como confiantes em quem vos dava confiança!
Sim, feitos para a fidelidade como eu e para doces eterniades, terei agora de vos lembrar por vossa infidelidade, ó olhares divinos e momentos divinos! Ainda não aprendi outros nomes.

Foi para me matarem quevos estrangularam, aves cantoras de minhas esperanças! Sim, para vós, amados meus, a maldade sempre atirou suas flechas para me atingir o coração.
Vós não fostes continuamente o que de mais caro eu tinha, meu bem, minha posse? Por isso não tivestes de morrer jovens e prematuramente.
Para o mais vulnerável que havia em mim foi disparada a flecha.

Assim me falava em hora oportuna um dia minha pureza: "Para mim todos os seres deveriam ser divinos".
Então me assombrastes com imundos fantasmas.
"Todos os dias deveriam ser sagrados para mim". Assim me falava outrora a sabedoria de minha juventude.

Como cego foi que outrora percorri caminhos felizes.

Inexpressa e não libertada ficou minha mais elevada esperança! E todas as visões e todos os confortos de minha juventude morreram.
De que maneira o pude suportar? Como pude suportar e vencer semelhantes feridas? Como ressuscitou minha alma destes túmulos?
Sim, há algo invulnerável em mim,qualquer coisa que não se pode enterrar e que perfura os rochedos. Chama-se minha vontade. Taciturna, imutável, ela atravessa os anos.
Assim ainda estás aqui, viva e igual a ti mesma, ó vontade pacientíssima! Sempre e ainda conseguiste emergir de todos os túmulos! Em ti ainda vive o que não foi resgatado de minha juventude.

Sim, tu para mim ainda és destruidora de todas as supulturas. Salve, minha vontade! E somente onde já sepulturas é que há ressureições!

Assim cantava Zaratustra!"

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