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domingo, 28 de junho de 2009

*Young Lust

*postado originalmente em 09/05/08



"No mundo as melhores coisas nada valem se não houver alguém que as ponha em cena. O povo chama a esses encenadores de grandes homens. (...) O mundo gira em torno dos inventores de novos valores. Gira de modo invisível, mas é em torno dos comediantes que gira o povo e a fama: assim anda o mundo.
O comediante tem espírito, mas pouca consciência do espírito."
Assim Falava Zaratustra - Nietzsche

Você sentiu algum receio/medo ao ler essa passagem?
Pois eu sim.
Os conceitos, valores, bem e mal, verdade e mentira... tudo muda.
Mas será que deveria ser assim?

"O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; de modo que nada há novo debaixo do sol." Ec 1-9

Foi lendo uma frase dessas, num livro que já me provou N vezes que não é nada além da verdade, que parei pra pensar... De que adianta nosso esforço então? De que se aproveita do suor das nossas mãos, para onde vai um mundo desse que parece viver de modas, tendências e novos valores? Para onde vai essa era pós-moderna que se alimenta de relativizações, analogias, onde o bem não é bem e o mal não é mal, onde a verdade e a mentira andam juntas, sob a lâmina de uma navalha... Pessoas que nunca olham para trás, não procura aprender com os erros dos que já passaram por aqui pra viver? Pior que isso... as pessoas de hoje sequer se interessam por conhecer o que de mais sábio fez ou disse o homem em milhares de anos, antes de criar suas próprias idéias; ignorando solenemente milênios de experiência e sabedoria...

De que adianta anelar durante toda a vida por poder, fama, dinheiro, reconhecimento e sucesso, se tantos que os alcançaram se mostraram fracassados quando expostos em público? Falta de educação, de base, de amigos? Duvido muito.
Ao ler o começo do livro de Eclesiastes me deparei com o depoimento de um dos grandes homens de seu tempo...

"Fiz para mim obras magníficas. edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas.
Fiz para mim hortas e jardins e plantei neles árvores de toda espécie de fruto.
Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores.
Adquiri servos e servas e tive servos nascidos em casa; também tive grande possessão de
vacas e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim, em Jerusalém.
(...)
E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho
que eu, trabalhando, tinha feito; e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito e que proveito
nenhum havia disso debaixo do sol.
Então passei à contemplação da sabedoria."

O que faz um grande homem ao finalizar todo o seu grande, suado e árduo trabalho de uma vida?
O deixa para seu sucessor, seja filho, neto, servo de confiança ou quem seja.
Agora de que adianta isso, que homem tem ciência do coração de seu sucessor, quem sabe se será ele um sábio ou um tolo?
Batalhar, lutar ou viver por si mesmo é pura vaidade, é como lixo no fim das contas.
Tudo que fazemos por nós mesmos, morre conosco.
O valor que o trabalho de um homem sábio faz nesta vida é acrescentar e fazer diferença na vida de outras
pessoas. Os maiores mestres da história se caracterizaram por deixarem suas obras e filosofias vivas, através
da vida de seus discípulos (Sócrates, Freud, Kant, Gansdhi, Jesus, etc...). Ao contrário de grandes conquistadores
que amontoaram riquezas e vitórias banhadas a sangue e hoje não deixaram nada para nossa cultura, além de armas
enferrujadas em museus, páginas em livros de história e contos bárbaros para inspirar roteiros de filme.
Aquele homem que tem o fim em si mesmo, caminha para seu fim, para o esquecimento.

"What does a man gain from his work?
Under the sun where he labors

What is so good for a man in life?
During his days he's just like a shadow

Vanitas! Vanitas! Utters the oracle
A chasing after the wind

Meaningless! Meaningless searches for wisdom
Everything is in vain like your hunting for shadows"

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