*Aphrodite Oceanus [Drowning]

*postado originalmente em 03/05/07



"The call of admirers, who claim they adore
Drain all your lifeblood but begging for more

Innocent victims of merciless crimes
Fall prey to some madmen's impulsive designs

Step after step we try controlling our fate
When we finally start living it's become too late

Trapped inside this octavarium
Trapped inside this octavarium
Trapped inside this octavarium
Trapped inside this octavarium

We move in circles
Balanced all the while
On a gleaming razor's edge

A perfect sphere
Colliding with our fate
This story ends where it began"



Esta é a história de uma sociedade... uma sociedade governada por homens. Homens que experimentam um estágio de individualismo, mas não aquele individualismo independente, autônomo... Este é um ser que pode ser definido como um transgressor, um consumidor, um indivíduo tomado pelo excesso, que quer instituir apartir de si mesmo um absoluto. Um absoluto de sensações, um absoluto de prazer, um absoluto de posses. A sociedade dominada por este homem é chamada de neo-narcísica por historiadores. É uma sociedade que se deixou capturar por um fascínio narcisico pela própria imagem.
(Narciso é um personagem da mitologia grega, que ficou fascinado, seduzido, capturado pela própria imagem, refletida nas águas de um rio.) Então, essa sociedade, oferece para os indivíduos que nela vivem, imagens fascinantes, através de diversos meios, atingindo todos que nela vivem. Imagens de seres poderosos, imortais, sempre belos, sempre sedutores, potentes. São pessoas que se negam a passar pela dor da perda desse narcisismo primário e infantil, e que passam com todas as suas forças, recursos e gastam seus dons, para buscar a perfeição, a buscar completude a buscar essa plenitude "perdida". E quando não acham, e nem podem achar... Porque a mesma sociedade que constrói esse modelo espetacular, não cria as condições mínimas para a auto-realização do sujeito, então esses indivíduos afundam na depressão, na síndrome do pânico, ou na droga.
Essa sociedade, tira do centro o que mais deveria ser valorizado, que é a pessoa, o seu valor próprio, seu valor particular, e coloca no centro do objeto o desejo, as emoções, os sentimentos.
Essa sociedade da qual falamos, é a nossa. É o mundo em que vivemos.
E essa descrição muito abreviada e simplória dela é baseada na teoria nascísica, desenvolvida por Sigmund Freud, em 1914.
Minha intenção em colocá-la aqui é para que possamos entender com um pouco mais de clarividência, o ciclo doentio e irreversível que temos vivido.
Eu, e felizmente alguns de meus amigos e familiares conhecemos uma, e talvez a única saída para esse universo de ganância, cobiça e pobreza interior.
Mas o que me chateia mais, é ver que muitos dos que conhecem a salvação para algo tão terrível e temível, estão abrindo mão disso por terem sido, aparentemente ludibriadas novamente pelos estereótipos e ilusões criados por nossa sociedade pós-moderna. Pessoas que conseguiram resgatar muito do que havia sido perdido, descobrir muito do que não haviam conhecido, e aprender o que muitos dos mais sábios e estudiosos não concluiriam em vidas e vidas de pesquisa. Tudo isso, por água abaixo, roubados pelo mesmo que havia tragado anos e anos de suas vidas.
Este post é apenas para manifestar minha indignação e até mesmo desânimo... de ver essas coisas acontecendo.
Espero que de alguma coisa e para alguma pessoa isso aqui sirva.
Sei que muitos não vão ler até aqui ou por tomar muito tempo, de suas vidas corridas e intensas que é hj imposta pela mesma socieade que nos escraviza, ou porque a imagem relacionada a esse texto não traz um daqueles idealizadas figuras de desejo e realização.
É uma pena, mas aprendi com o tempo que não adianta querer abraçar o mundo, é duro dizer isso mas cada um que arque com as consequências das suas escolhas.

Tudo o que posso dizer a esses tantos com os quais me importo é: não troquem sua rica e valiosa herança por um prato de lentilhas.






"Can't you stop what's happening?"